*~*~*~ Aika POV ~*~*~*

Sabe aquela dor que sentimos quando perdemos alguém? Ou simplesmente ela te deixa e seu mundo não faz mais sentindo?

Até os seis anos, eu não tinha nenhum amigo se quer para poder brincar, convidar, ou até mesmo, conversar... Até que um dia, minha mãe, Tsukiyomi Amu, veio para o vilarejo que vivemos. No mesmo dia que chegamos, lembro-me, do seu sorriso ao me ver... Desde então, tornamos inseparados. Meu primeiro amigo. O meu anjo, que tirou de mim, a tristeza que carregava ao meu peito, mesmo sendo uma pequena e doce criança...

Foi em uma tarde na cidade, onde caminhávamos para comprar o que a Vovó Lena havia pedido... Vimos carruagem diferente, onde não havia cavalos para puxa-la, passava por perto da gente. Meu olhos azuis brilhavam ao ver algo tão mágico.

Senti sua mão quente pousar em cima da minha cabeça, levantei para olhá-lo, ele esbanjava o sorriso de sempre.

– Vamos, temos que comprar os pães logo. - Disse pegando minha pequena mão. Eu confirmei com a cabeça o acompanhando.

Entramos em uma padaria, que na frente havia uma grande janela mostrando diversas tortas e doces. Quando Toni empurrou a porta de madeira, ouvimos um sino tocar, avisando ao dono que algum cliente chegou. O rapaz de cabelos castanhos avermelhados, faz o seu pedido, esperamos um pouco, até que o padeiro o entregou um saco de papel com dois grandes pães. Saímos da loja e vimos um monte de criança em volta daquelas carruagens que eram movida com um motor a vapor. Olhei para Toni como se o chamasse para ver de perto também, o mesmo sorriu para mim, então pegou minha mão e formos até lá.

– Incrível! - Exclamou ele.

Começamos a olhar de uma ponta à outra. Até que sem querer, eu esbarro em um homem com roupas pretas, acessórios que nunca havia visto. Eles eram soldados. Eles me encaravam. Só pelo os seus olhares, ficava com medo. Até que então, as outras crianças também. Toni era o único adolescente presente ali. Só tinha seus 15 anos, enquanto eu tinha de 9 à 10, como a maioria das crianças que estavam aqui...

– De-Desculpa... - Pedi.

Toni se aproximou, me puxou e me deixando atrás dele como todas as outras crianças. Os soldados ficaram nos encarando, até que um chegou perto do que parecia ser o líder, falou algo no ouvido do mesmo.

– Rapaz, você é orfão, não é? - Sua voz era grosa e assustadora. Porém, Toni não deixou se intimidar e continuou a encará-lo. - Te fiz uma pergunta!

Quando o homem percebeu que não iria ter uma resposta. Sorriu. Se aproximou, pegou o queixo de Toni, e o olhou nos olhos.

– Gosto desse seus olhos. Você já viu a morte, não foi? - Sorriu mais ainda. - Pelo o visto, você não tem pais. Você virá conosco!

– Não! - gritei já chorando abraçando o rapaz a minha frente. - Ele não vai.

Um outro homem pegou pelo o braço de Toni, ele tentava se soltar, mas o adulto era mais forte.

Em menos de um minuto, eu havia perdido alguém especial. Em uma tarde, o levaram de mim... Me deixando triste. Quebrando a nossa promessa... E novamente, me vi sozinha..

– TONI!!!!!!! - Gritei o vendo sendo levado por pessoas desconhecida.