Arisen escrita por Kuroyomi


Capítulo 4
Convocação




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— Falta muito? — Mesmo Rook sendo paciente, esta tinha limite para ele, e este limite estava se esgotando.

— Ahh... Não devem demorar muito. — Bardor disse com um pouco de preocupação na voz. —Normalmente a ordem dos arcanos não são tão atrasados assim.

— É, não mesmo. — Rook disse. Barbor suspirou.

Arya não estava com eles naquela hora, era um assunto de extrema importância que uma criança precisaria de dois dias no mínimo para entender. Não era só “vingar a morte de alguém especial”, se tratava do destino da humanidade.

Fora do castelo, Arya passeava livre pelas ruas de Steedge, tudo que via no mercado fascinava a garota.

— Uoaa... — Arya travou sua visão num colar, cuja uma jóia do tamanho de um polegar estava amarrada a uma corrente de prata, a jóia brilhava num azul safira da cor dos olhos de Arya.

— Você gostou? — A mulher da barraca perguntou à Arya, que assentiu freneticamente com a cabeça. — São só vinte moedas de ouro.

O sorriso no rosto de Arya foi desaparecendo lentamente.

— Vinte moedas de... ouro...? — Arya tinha lembrado de trazer o essencial para a viagem, menos dinheiro próprio. O dinheiro que haviam trazido era de Rook, e ele estava na reunião com a ordem dos arcanos agora. — Me desculpe... Mas... Eu não tenho dinheiro para pagar...

Arya levantou sua cabeça para observar a mulher melhor, ela era velha, parecia um cigana. A vendedora olhou bem nos olhos de Arya, então pegou o colar que a garota queria e mandou-a se aproximar, quando estava próxima o bastante a cigana pôs o colar no pescoço de Arya.

— Pode ficar, combina com seus olhos. — A mulher sorriu.

— ... Sério? — Hesitou um pouco.

— Sim, eu posso conseguir outro qualquer dia desses, o que mais aparece por aqui é mercadoria desse tipo.

— Ahhh! Obrigada! — O sorriso voltou a aparecer no rosto da garota, mas este foi interrompido por um vulto preto que passou correndo entre elas. Arya sentiu um forte puxão em seu pescoço, aquilo foi repentino e foi uma surpresa desagradável, já que tal ato fez ela machucar a nuca ou coisa parecida e quando se deu por si, o colar que acabada de ganhar não estava mais em seu pescoço.

— Ei! — Olhou na direção em que o vulto foi e conseguiu avistá-lo, mesmo naquele mar de gente. Tentou desviar de tudo que vinha em sua direção, Arya era rápida, mas a quantidade de gente na sua frente e o fato dela ser baixinha dificultavam sua vista para ver o ladrão de seu colar. O fato dela ser veloz, não mudava o fato dela ficar cansada como qualquer outro ser humano, sua respiração ofegante e as primeiras gotas de suor que insistiam em cair em seus olhos dificultavam sua visão, correndo daquele jeito, o mercado parecia um labirinto, ela já estava perdendo de vista seu ladrão, quando viu que tinha entrado em um beco.

Seu coração começou a acelerar, Arya odiava ficar em lugares apertado, principalmente escuros daquele jeito, e sentia também a presença de alguém lhe observando. Ela já estava bem fundo no beco quando pensou em voltar, deu meia volta e de deparou com uma silhueta preta, barrando sua passagem. Seu rosto estava coberto com um capuz, e a única coisa que saia de dentro deste eram duas bolinhas que brilhavam um vermelho escarlate, estavam no lugar de onde deveria estar os olhos. Saindo do manto, uma mão segurava uma adaga que reluzia mesmo no escuro. O que veio a seguir foi rápido de mais, Arya piscou os olhos, e nesse momento, o vulto já estava mais perto do que estava antes. Cada segundo agora parecia uma eternidade, o coração dela parecia que ia sair pela boca.

— Bom dia. — O vulto disse, irônico, dando mais um passo em direção a ela.

— O-O que você quer? — Recuou a medida que ele avançava.

— Nada... — Na outra mão, ele mostrou o colar que havia roubado dela. — Só quis dar um oi.

A risada doentia do outro e seu tom sarcástico faziam Arya ficar com medo. Num impulso, ela deslizou suas mãos para a própria cintura e encontrou o cabo de uma das adagas, desembainhou rapidamente e correu em direção à sombra preta. Sem instrução de como usar aquela arma, Arya foi facilmente desarmada pelo vulto. Recuou.

— Para quê você tem adagas se você não sabe usá-las? É patético... — Nesse momento, a sombra negra retirou seu capuz, revelando um rosto masculino, cabelos brancos e olhos vermelhos, e poucas sardas. Se não fossem pelo cabelo, e a cor dos olhos, este seria outra versão de Lupus.

Arya corou.

— O quê foi? — O garoto perguntou. — Ah... Tanto faz... Não vale a pena brincar com você agora, talvez quando estiver mais forte? É... Quem sabe. — Jogou o colar de volta para Arya, que, ainda corada, falhou em tentar pegar o colar no ar e este caiu no chão. — Meu nome é Vance, lembre-se disso.

Ele colocou o capuz e deu meia volta, saiu andando normalmente, como se nada daquilo tivesse acontecido. Arya ainda ficou no beco por alguns segundos, ainda travada pelo fato do garoto que acabara de conhecer ser tão parecido com alguém que ela já havia considerado mais do que um ‘amigo’.

Na sala de reunião da ordem dos arcanos, todos os cavaleiros já estavam presentes, entre eles, Lyon. Num único impulso, Rook levantou-se e começou a falar.

— Senhores, vou pular as introduções chatas e falar do que realmente importa. O novo Arisen já está entre nós. — Era típico alguns sussurros pela sala começarem a ecoar. — Isso é uma notícia boa e ruim ao mesmo tempo. Boa, porque ela irá livrar a humanidade da era dos dragões por mais alguns séculos. E ruim, pois é apenas uma criança.

— Era... Aquela criança que estava com você hoje mais cedo? — O mais jovens dos cavaleiros perguntou.

— Sim, Lyon. Era.

— E por que convocou a ordem dos arcanos para uma reunião de emergência? Nós não temos nada a ver com isso. — Protestou um dos presentes.

— Podem não ter. Mas alguns se preocupam com suas vidas e com o retorno da era dos dragões, acho que você não quer que isso aconteça, certo? — O outro se calou. — Enfim, o motivo de eu ter pedido esta reunião é para designar um arcano para acompanhar Arya em sua jornada.

— E por que você não vai com ela? — Perguntou o homem que parecia ser o líder do grupo, estava sentado na outra ponta da mesa. — Você não é o arquimago do leste?

— Mundus... Olhe para mim, você não vê mais aquele mago jovem e cheio de vida de antigamente, eu acho que já passei do tempo e só estou no mundo dos vivos de intruso mesmo. Mas, contudo, eu peço o seu apoio para liberar um de seus cavaleiros para acompanhar aquela criança.

Mundus pensou um pouco, parecia realmente ter sido convencido pelas palavras de Rook.

— Pois bem, vamos pular as negociações. Lyon!

— S-Sim, pai!? Digo... Mundus... — Ele se levantou da cadeira encarando o pai com um olhar de medo.

— Você irá com Arya e Rook nessa jornada, tudo bem para você?

— S-Sim...

— Pois bem. — Rook sorriu. — Partiremos amanhã, arrume tudo que precisar.


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