Contos do Escritor Anônimo escrita por Queen Vee


Capítulo 1
Panda sem cor/ 1#


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, MUNDO!
Por que eu comecei uma fic nova?!
Porque essa é de contos, muito mais fácil de fazer XD
Espero que curtam.
Até as notas finais ~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/378244/chapter/1

Dentro de um apartamento antigo e pouco espaçoso, iluminado apenas por uma luminária azul, um escritor anônimo fazia seu trabalho. Folhas amassadas pelos cantos, um notebook ligado e o mesmo ar depressivo pelo lugar inteiro.

            Aquele escritor tinha uma vida péssima. Tinha essa mesma profissão durante dez anos, e nada do que escrevia sequer chegava em uma livraria decente, apenas na livraria da esquina, empoeirada e onde somente uma moça idosa e um papagaio ficavam.

            Sua barba por fazer, seu olhar cansado, o cabelo mal-cortado...Se saísse na rua naquele estado, seria facilmente confundido com um morador de rua. Na verdade, ele já estava para se tornar um.

            Sem dinheiro para pagar as contas...

            Nas estantes, bonecos de madeira sem expressão eram os únicos não destruídos naquele lugar decadente. Praticamente uma cena de filme.

            O filme de um escritor sem criatividade.

            Tudo que tentava escrever virava uma folha amassada e ia para o lixo abarrotado da sala. Ligou sua televisão velha e deixou passar um desenho qualquer. Achava que era um panda falando no desenho bobo.

            Lembrou-se de certa vez, quando era jovem, aos 12 anos, que fora obrigado à brincar com sua priminha mais nova. A garota não desgrudava dos bichinhos de pelúcia, nem quando os dois iam ao parque.

            Tentou não ser tão chato e deu giz de cera e papel para a garotinha desenhar. Ela ficou horas riscando papéis com giz, enquanto ele somente comprava um picolé atrás do outro, olhando as crianças menores correrem.

            Já no fim da tarde, a pequena mostrou-lhe o que havia rabiscado. Parecia um ursinho, mas não era colorido por dentro. Tinha apenas uma silhueta e dois pontos nos olhos, sem nariz, sorriso ou qualquer outra coisa.

            “O que é isso, Sandy? Um urso polar?” ,Tentava adivinhar o que seria. A menina fez uma semi-careta demonstrando que a resposta era não.

            “É um panda.

            Desta vez o jovem que fez uma careta. Pandas são conhecidos por suas diversas manchas pretas e brancas, e isso até uma garota daquela idade sabia. Se ela tinha usado o giz preto para desenhar a silhueta, por que não para pintar?

            “Mas, Sandy, cadê a cor dele?

            Sandy apenas riu e levantou, dando voltas e pulos ao redor dele, levantando poeira e areia, dando gargalhadas que só as garotinhas pequenas sabem dar. Aquelas gargalhadas que ora acanham, ora possuem.

            O escritor tremeu só de lembrar daquela risadinha.

            “É um panda sem cor, seu bobo!”. Um panda sem cor não é como um urso polar. Um panda nem deveria ser um urso. É muito calmo, muito fofo e especial. Um panda sem cor é um panda que perdeu a vontade de ser especial.

            Um panda sem cor é um panda depressivo, triste. Por que ele deveria continuar sendo urso, se urso não pode ser? E se você pensa que é bobagem, é por que você não é um panda sem cor ainda.

            Ainda não.

            Mas, assim como você, ele não entendia como era ser um panda sem cor, e foi atrás da pequena Sandy, tentando-a fazê-la parar. Deram a volta em todos os brinquedos, mas a risadinha dela se sobressaia nos gritos dele.

            “Volta aqui!”, garotinhas como ela não poderiam ser paradas por nada nesse mundo. Ele não queria deixá-la ir. O desenho, deixado em cima do balanço, voava para cima e para longe, esquecido.

            Foi o tempo da risada parar de sooar, e nossa pequena panda sem cor ir atrás do desenho, correndo para a pista onde um carro do sorvete passava. De sem cor, tudo se tornou vermelho.

            Vermelho como sangue que escorria.

            O garoto entrou em desespero, em choque. A culpa tinha sido dele, por não entender que a depressão está por toda parte? Era sua culpa não ser um sem-cor ainda?

            Pois agora esse garoto tem contas para pagar, comida para botar na mesa, livros para escrever, uma barba para aparar, um cabelo para pentear, um lixo para se livrar e um apartamento imundo para cuidar.

            O escritor anônimo suspira, desligando a televisão e voltando para seu processo de concentração, para tentar passar alguma coisa para o papel. Na parede ao seu lado, emoldurado, um desenho muito estranho está. Uma silhueta de urso, quem sabe?

            Esse escritor não é tão anônimo assim. Esse sou eu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hehehe! Espero que tenham gostado, gentem!
Comentem, por favor u-u
Bai ~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos do Escritor Anônimo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.