A esperança também morre escrita por ChiarloneD, RobyGDA


Capítulo 7
Capítulo 7 - Passado


Notas iniciais do capítulo

Nota de ChiarloneD:
Antonomásiada, é um neologismo proveniente da palavra Antonomásia, um figura de linguagem que consiste basicamente em utilizar um termo com uma caracteristica de algo ou alguem para denominar o mesmo. Por exemplo, na fic é utilizado "Cidade Sorriso" para denominar Starkin.

Nota dos autores:
Espero que gostem :).



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Dia 17/08/XX – Narrador Oliver

Olhava pelas janelas daquele carro e só via ruínas. Vidas, histórias, planos, sonhos e tudo, sem exceção estavam... Arruinado.

Lembrava-me agora de minha infância, minha família, e tudo aquilo que já havia passado naquela cidade, antonomásiada de “cidade sorriso”, sorrisos que agora não existiam mais, porque no rosto de qualquer pessoa nesse mesmo instante com certeza só existia desespero.

Enquanto viajava em minha mente me deparei com um paradoxo, porque as pessoas de Starkin eram tão felizes? A cidade não era realmente bonita, e era considerada pelos geógrafos um exemplo de cidade destruída pela industrialização e poluição, alem também da gigantesca densidade demográfica, era tão cheia de pessoas que a lei de distancia entre os prédios era diferente de todas as outras cidades do mundo, uma separação tão pouca que se quiséssemos poderíamos até pular de um prédio a outro de sua cobertura, louco não? Mas enfim, voltei a pensar a respeito do que realmente significa felicidade e o que deixava as pessoas de Starkin tão felizes, mesmo tendo ao seu redor uma das “piores” cidades do mundo, isso era uma explicação que eu deveria achar, antes que...... Meu raciocínio foi interrompido com um estrondo, era um trovão, soltei um riso irônico pensando que a chuva não era realmente do que precisávamos, e sim de esperança, ou algo que nos fizesse continuar.

Meu pensamento a respeito da esperança se concretizou quando ao olhar para trás me deparei com o cansaço e falta de fé do grupo, realmente precisávamos de algo, qualquer coisa que fosse...

Logo chegamos a casa do meu pai, havia viajado tanto em minha mente que nem vi o tempo passar, um dom incrível naquela realidade. Disse para Miran despertar os que repousavam, e sai para abrir as portas do carro e checar o local para rapidamente entrarmos no prédio pelo portão que estava aparentemente intacto.

Estávamos todos em frente ao carro, em uma linha paralela ao mesmo, alguns com capas de chuva e suas armas em mãos, mas todos sem exceção, com a cabeça erguida, prontos para o que der e vier, e enfrentar tudo, unidos, como um verdadeiro grupo. Pulamos os muros do portão, um ajudando o outro e já dentro, notei Rain correndo para onde deveria se localizar o porteiro e os elevadores, ele checando todo o local, que estava surpreendentemente “limpo”, então, sem mais delongas nos dirigimos ao elevador, subimos até a cobertura, e então, me deparei com algo totalmente inesperado, meu coração acelerou, cocei os olhos para ter certeza de que aquilo que via era real, e era. A porta da casa do meu pai estava aberta, agora bastava saber se aquele curto caminho até o apartamento nos levaria a uma nova esperança ou mais... perdição.

Dia 17/08/XX - Narradora Miran

Estava eu, Lucy e Rain no banco de trás, Jean e Zoro no porta malas e Oliver guiando a Hazel até a casa do pai dele. Aparentemente tudo estava calmo. O silêncio dominava o ambiente e a angústia dominava todos nos. Os únicos que estavam acordados eram eu, Oliver, Hazel e Jean. Ele estava aparentemente conturbado, estava suando e suas mãos não paravam de mexer.
Comecei a pensar aonde estavam minha mae e meu irmão.. E se eles ainda não estavam a procura de sangue... Minha mãe costumava ficar em casa a maior parte do tempo, ja meu irmão passava o dia todo na faculdade. Era muito provável que ele ja havia se transformado em uma daquelas criaturas.. Mas minha mae, minha mae não, quer dizer, ela não podia morrer assim, eu nem lembro qual foi a ultima coisa que disse a ela. Além do mais, se ela quase não sai de casa, as chances dela morrer são poucas não é...? Queria muito acreditar nisso, mas minha esperança já não era tão forte para me convencer desse fato.
Quando voltei a realidade virando para janela vi a praça das flores, quer dizer, vi o que um dia foi a praça das flores. Estava toda destruída e a fonte que antes era cheia de água, agora estava coberta por sangue.
Mas pra frente avistei o Teatro Meraps, o teatro mais conhecido e grandioso da cidade, e estava, surpreendentemente e aparentemente intacto.
Quando estávamos chegando ao nosso destino fomos surpreendidos pela chuva. Não era tão forte, mas atrapalhava.
As ruas estavam mais sujas do que nunca. Os corpos dos zumbis criaram um ambiente meio cinematográfico e irreal. Podia jurar que estava dentro de um filme, um filme no qual, estava bem longe do fim.
Finalmente paramos aquela van barulhenta e velha. O prédio parecia ileso e livres de zumbis, um alívio confesso.
Com educação porém rapidamente acordei Zoro, Rain e Lucy. Meio zonzos saíram do veículo e pararam em frente ao portão. Sai logo em seguida e parei do lado de Oliver. Em uma das minhas mãos estava a vassoura, e na outra a mão quente e firme de Ollie.
Rain comandou o grupo para dentro do prédio, o qual estava ausente de zumbis. Pegamos o elevador e subimos até a cobertura. Muito embora estivesse com medo de tudo aquilo, o fato de todos estarem ali, com a cabeça erguida e unidos me acalmou. Saindo do elevador uma situação estranha aconteceu. A porta do apartamento estava aberta. Iríamos até lá para reencontrar o desespero? Ou sera que havia uma nova esperança dentro daquela porta? O equivocante mistério nos fez seguir até lá. Aquilo não era possível. Estávamos sonhando? Ou delirando por falta de comida? O que vimos não podia ser real. Bernardo e Victoria, colegas de sala de Oliver, estavam ali, vivos! E diante disso não pude deixar de sorrir e pensar que ainda poderíamos sair vivos de tudo aquilo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

RobyGDA e ChiarloneD.