A esperança também morre escrita por ChiarloneD, RobyGDA


Capítulo 12
Capitulo 12 - Um tiro e um trovão


Notas iniciais do capítulo

Esperamos que gostem!



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–Narrador Oliver – Dia 17/08/XX

Segurando a calorosa mão de Victória eu sabia que estaria pronto para o que der e vier.

Mesmo com toda aquela confiança eu não poderia baixar a guarda, então fiquei parado por alguns minutos analisando a situação e decidindo qual seria o próximo passo. Meus pensamentos e ideias foram interrompidos por Miran e seu grupo que adentraram na sala.

Pude perceber que Miran não olhava em meus olhos, o que me levou a crer que ela havia visto a cena do beijo. Fiquei atônito por alguns segundos, mas deixei aquilo de lado, sabia que não era o momento. Então quebrando o clima e tentando decidir o que fazer disse em voz baixa:

–Precisamos verificar o quarto... O estrondo veio de onde Bernardo esta... Com... Com Lucy...

Sem perder tempo então, fomos, eu, Miran e Rain enquanto Hazel e Vic levavam Maria para o andar de cima.

Andamos até o corredor onde fomos surpreendidos por Jean, que em um ataque de fúria correu em nossa direção jurando matar Rain.

Eu estava na frente então visando encontrar seu alvo Jean acertou-me na cabeça com a pistola que carregava em sua mão esquerda nocauteando-me por alguns instantes.

Caído ao chão e com a visão praticamente inutilizada pelo sangue que escorria de minha testa gritei para Miran:

–Vá Miran! Mas tome cuidado, eles sabiam que viríamos!

Tentando segurar um pouco do sangue que saia de minha cabeça pude ver Jean arrastando Rain para a sala e Miran entrando no quarto de Bernardo.

Não sabia o que fazer, perdia muito sangue e sentia que ia desmaiar. Passados alguns minutos de agonia percebi algo que poderia ser minha salvação, Samantha que saia de dentro do quarto de Jean, vestindo somente uma velha e antiga camisa antes usada por meu pai.

Ela percebeu o quanto agoniava pedindo por ajuda, mas ignorou ao meu pedido e adentrou onde estava Miran.

Sem mais nenhuma saída desmaiei. Poucos minutos depois acordei com um imenso susto.

Estava sendo levantado pela gola de minha camiseta. Não sabia o que fazer, tudo girava e eu mal conseguia enxergar devido ao sangue em meus olhos. Mas com sorte consegui acertar um chute em quem quer que me levantasse libertando-me.

Em seguida caído ao chão raciocinei enquanto limpava meus olhos e percebi que aquele só poderia ser Bernardo. Portanto usando minhas ultimas forças levantei-me e corri para dentro da sala de armas onde consegui milagrosamente segurar uma faca.

Totalmente atônito apontei-a para Bernardo dizendo:

–O...O que v-você fez com Lucy s-seu...

Minha fala foi interrompida quando percebi que ele avançava para cima de mim, como um daqueles jogadores de futebol americano buscando pela bola.

Em um movimento de instinto apontei a faca para ele esperando a sorte estar ao meu lado novamente. Eu falhei e dessa vez não houve um bom final. Ele jogou-se para cima de mim e começou a socar-me no rosto com toda a sua força.

Eu sentia que se desmaiasse aquela seria minha morte, portanto tentava não focar na dor e sim na faca que apesar de estar na ponta dos meus dedos era impossível alcançá-la devido ao joelho de Bernardo que segurava meu braço.

Aquelas mãos que mais pareciam pedras acertavam meu rosto mais rápido e mais forte cada vez, podia ouvi-lo gritar algo, mas já não sabia nem se estava morto ou vivo. Cheguei então em uma conclusão, uma que eu imaginava ser a minha ultima. Eu iria morrer.

Relaxei meus músculos concentrando minhas ultimas forças somente na fala disse:

–A esperança também morre.

Nesse momento senti a dor sumir, porem era somente uma enganação dos meus sentidos devido extremo alivio que senti. Sim, os socos haviam parado apesar de eu ainda sentir que Bernardo continuava sobre mim.

Tentava pensar o que estava acontecendo, mas era tudo muito rápido e sentia como se fosse apagar a qualquer segundo.

Concentrei novamente toda minha força em somente um ponto, dessa vez nos olhos, e forcei-os a abrir.

Apesar de todo o inchaço consegui por alguns segundos visualizar aquele lindo sorriso que sempre me serviu de apoio. Era Miran.

Mesmo com todo meu sofrimento e angustia, abri minha boca com a esperança de conseguir pronunciar algum som, tive sucesso e disse:

–Mi... Miran... E-eu...

Todo aquele esforço foi em vão, pois minha fala foi interrompida. Dessa vez por dois estrondos. Um tiro e um trovão.

–Narradora Miran – Dia 17/08/XX

Tinha que raciocinar tudo que estava acontecendo. Tínhamos que agir rápido, o plano não podia falhar.

Rain sugeriu que fossemos até Oliver. Não queria ir até ele, não queria olhar em seus olhos, imaginar novamente aquela cena... o beijo.... tudo. Mas concordei que seria o melhor a se fazer.

Então eu, Hazel, e Rain, seguimos para a sala, apreensivos. Demos de cara com Vic e Oliver. Estavam bem perto um do outro, de mãos dadas – patético – e Maria logo atrás dos dois. Quebrando o silêncio Oliver sugeriu de irmos até o quarto de Bernardo.

Fomos diretamente até lá, enquanto Vic, Maria e Hazel subiram para se juntar a Natasha e Zoro. A angustia corria em minhas veias, e a esperança diminua a cada passo.

Oliver assumiu a liderança seguido por Rain e por mim. Enquanto íamos na direção do tiro, Jean, subitamente, abriu a porta de seu quarto e furioso acertou a cabeça do Ollie com sua arma e gritou:

– RAIN, AGORA EU TE MATO SEU DESGRAÇADO, ISSO É PELA CAMILA!! – e foi em sua direção.

Os dois começaram a brigar e no mesmo instante, Ollie, caído no chão com a mão estancando o sangue da cabeça me mandou seguir com o plano.

Sem saber o que fazer e como agir passei pelo Oliver e virei para o quarto de Bernardo.

O vi olhando para o chão, não conseguia ver o que estava observando. Estava com um olhar desamparado porém serio, um olhar vazio mas ao mesmo tempo pensativo. Ainda não tinha me visto, dei alguns passos entrando no quarto, pronta para perguntar o que havia acontecido. Me dei conta de que Bernardo não estava olhando para o chão... esta vendo Lucy, caída no tapete envolvida por sangue. Me deparei com o desespero, além da incerteza que me dominava por completo. Bernardo segurava a arma como um troféu, como se tivesse ganhado uma luta, uma batalha, e diante disso falei:

– Esta feliz agora??! – ele virou surpreso - Já não bastava tomar conta dessa casa, agora você tem a coragem de mata – la ?! Acho que os zumbis já são encarregados desse trabalho. Não disse que queria o nosso melhor? Estou vendo o.. – senti duas mãos envolvendo meu pescoço. Por instinto dobrei meu joelho para trás e chutei quem quer que estivesse me segurando. Quando não senti mais aquelas mãos, virei rapidamente com um único objetivo, ganhar aquela briga.

“Samantha?” falei surpresa. Ela riu, e me socou, bem na barriga. Cai, e olhei para ela e rindo ironicamente falou:

– Sabe Miran, tenho dó de você, acha que vai sair viva de tudo isso. HÁ HÁ HÁ. Totalmente patético. Ahhhh menina, vou acabar com você, e sabe porque? Porque os fortes sempre vencem. E sabe o que EU sou? Forte.

Bernardo interrompendo o show de Sam falou serio:

– Cale a boca, você tem coisas para fazer.... mate – a!

– Deixa comigo chefe... – Bernardo começou a ir em direção a porta, e Sam continuou falando – Onde você vai?

– Fazer o xeque – mate – e Bernardo saiu do quarto.

Depois daquele dialogo me levantei o mais rápido que pude para garantir minha sobrevivência e bruscamente a chutei, por não ter uma elasticidade, digamos assim, muito boa, meu chute foi em seu joelho. Ela recuou instantaneamente, e riu, ilesa. Não podia fracassar de novo, minha persistência ainda existia, e estava cada vez maior. E diante disso resolvi atacar. Fechei minha mão esquerda, e com a força que ainda me restava à soquei, direto na barriga, e logo em seguida, sem perder tempo, com a outra mão, acertei sua orelha, e assim, caiu no chão. Ela levantou no mesmo instante virando a cabeça para um lado, e depois para o outro parecendo procurar algo. Avistou um canivete suíço, pertencente a Bernardo, jogado na cama. Apressada se jogou na cama apanhando o tal objeto. E eu, sem reação, fiquei ali, somente olhando. Meu único movimento foi segurar a pequena faca que havia no canivete logo após Sam apontá-lo para mim. Soltei quando vi sangue pingando de minha mão, pois é, nunca mais vou subestimar o tamanho, aquela pequena faca era bem afiada. Sam aproveitou minha distração para acertar o objeto na minha perna. E se não bastasse, girou-o enquanto ainda estava dentro do meu corpo. Não agüentei a dor caindo no chão e por um instante pensei em desistir... mas lembrei de minha mãe falando para mim “a esperança é a ultima que morre filha...”. Resolvi então continuar. Fiquei de pé diante dela, a qual estava bem perto e com um olhar fixo em mim. Ela podia atacar a qualquer momento, então agi rápido e novamente a soquei na barriga, ela caiu ajoelhada olhando para baixo com as mãos envolvendo seu abdômen, e falei calmamente:

– Os fortes sempre vencem, não é mesmo? – e por fim, levantei meu joelho, acertando com tudo seu queixo, me tornando assim, a vencedora daquela inesperada “luta”.

Passei por cima de Samantha inconsciente, aproveitando para pegar o canivete do chão. Sai do quarto, e andei apreensiva pelo corredor, passei pela porta da sala de armas vendo Bernardo massacrando Oliver, que aparentava estar mal, muito mal. Apesar dele ter beijado Victoria, não podia deixá-lo ali. Entrei discretamente na sala, e peguei a primeira coisa que vi, um bloco de madeira que segurava a porta. Ele devia pesar uns dois quilos, perfeito para o que planejava. Passo a passo, e cada vez mais medrosa ergui o bloco batendo na nuca de Bernardo, o qual desabou em cima de Oliver.

Fui em direção a ele, parecia querer falar, mas o peso de Bernardo o impedia. Empurrei o corpo desmaiado para o lado, e novamente um tiro escutamos, o mistério recomeçou e a morte parecia estar cada vez mais perto.


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Notas finais do capítulo

Estamos de volta!
Mas eai... Gostaram? Comentem!

Autores de AETM.



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