A Seleção - A Um escrita por LiaAlmeida, Nina


Capítulo 4
Um tolo


Notas iniciais do capítulo

OI gente :D
Bem, adianta fazer cara de dó para vocês perdoarem a minha demora para postar?
Acho que não, neh? :(
De qualquer forma, finalmente vou postar para vocês e espero que ainda continuem gostando da história :D
Boa leitura
Lia
Notas finais terão spolers do próximo capitulo. Não deixem de ler.



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Achei que quando dormíamos com coisas boas em mente só poderíamos sonhar coisas boas, mas de alguma maneira meu subconsciente me lembrou de coisas que eu facilmente tinha me esquecido ou relevando.

Era sobre a minha família. Eu tinha me esquecido totalmente dela, ou dos perigos que ela estava correndo enquanto eu estava aqui. O rei tinha confirmado que toda a nossas famílias estavam bem, mas eu não tinha tanta certeza sobre a minha. Alguma coisa nas palavras dele me deu arrepio, e qual seria mesmo o motivo dele querer a minha família segura? Ele não estava louco para me ver fora do jogo?

Mesmo estando acordada eu não consegui me mexer, estava tentando colocar meus pensamentos em ordem e tentar entender tudo o que estava acontecendo.

— Senhorita – chamou Anne vendo que eu estava acordada -, vai querer tomar café aqui ou irá descer?

— Recebeu alguma noticia da minha família? – perguntei me sentando na cama com um pouco de urgência, saindo de meu devaneio. Eu senti meus olhos embaçados, deveria ter chorado enquanto dormia...

Anne, Mary e Lucy me olharam sem entender.

— Não, até agora! – arriscou Mary.

Eu me levantei procurando meu robb. Quando o achei sai do quarto sem dizer uma única palavra para as minhas criadas que insistiam em perguntar o que estava acontecendo. Eu estava desesperada pelo meu sonho e precisava urgentemente de ajuda.

— O que está fazendo andando por ai assim? – eu de repente ouvi Aspen me perguntar, enquanto caminhava pelos corredores.

— Minha família – disse a ele. – Preciso achar Moxon! – comuniquei enquanto tentava me lembrar o caminho que me levaria até o quarto dele. Aspen estava aos meus calcanhares.

— Aconteceu alguma coisa com ela? – ele perguntou urgente.

— Eu não sei... – respondi entre os soluços. – Eu só preciso saber se ela está bem...

— America, acho que mesmo assim você não deveria...

— America! – ouvi a voz de Maxon atrás de mim. Eu estava confusa; deveria ter pego o caminho errado, mas tudo o que me importava é que eu o tinha achado.

— Oh, minha nossa, Maxon! – exclamei em um pouco de alivio. – Eu estava te procurando...

— Soldado Lenger – Maxon me interrompeu, olhando para Aspen.

— Senhor, ela estava correndo desesperada pelo corredor...

— Muito obrigado – ele disse também não querendo ouvir explicações dele. – Pode deixar que eu cuido daqui – ele disse em uma bela dispensa.

Aspen sem hesitar fez uma reverencia e se retirou.

Por uns instantes eu estava perdida com a situação. Eu precisei piscar algumas vez para lembrar exatamente o que eu estava fazendo aqui, e quando me lembrei voltei a tremer e chorar.

— o que aconteceu? – ele perguntou enquanto eu tentava sem sorte fazer as lacrimas sumirem de meu rosto.

— Minha família... eu não sei... – eu coloquei a mão na boca, vencida pelo choro.

Por alguma razão que eu não entendia, Maxon estava um pouco distante, quase parecendo indiferente a mim. Eu esperava que ele me consolasse e que me dissesse qualquer coisa além de:

— Você não pode ficar andando assim. Vamos ao seu quarto – ele disse colocando a mão de leve em minhas costa me indicando o caminho.

Eu tentei controlar o choro o caminho inteiro, não parecendo ter forças para falar sobre isso com Maxon, não quando ele mesmo não me dirigiu nenhuma palavra. Pensei que quando chegássemos ao meu quarto fossemos conversar, mas isso também não aconteceu:

— Como vocês deixaram que a senhorita America, saísse com esses trajes pelo corredor? – ele bronqueou com as minhas criadas que estavam todas de pé ao redor da minha mesa.

— Sinto muito senhor, não tivemos escolha! – disse Anne que parecia no mínimo envergonhada.

— O seu único trabalho é ajudar America – respondeu bravo. – Ela não pode sair assim pelos corredores...

— Eu levante e sai correndo – respondi sem entender, tentando justifica-las. – Elas não tiveram culpa – eu não estava gostando nem um pouco do jeito que ele estava tratando elas. – Eu não dei nem chance para elas.

— Não importa! – ele me cortou rispidamente. – Vocês irão para a cozinha se isso acontecer novamente.

— Maxon! – tentei chama-lo para mim.

— E você – ele se voltou para mim –, conversamos assim que estiver devidamente vestida – ele disse sem me dar chance de rebater. – Estou te esperando no jardim – anunciou e saiu.

Eu só consegui vê-lo saindo; estava tão cética. Como isso estava acontecendo? O que ouve com Maxon? Como poderia as minhas roupas deixa-lo tão nervoso assim?

Eu estava em choque. Só poderia ainda estar sonhando.

Minhas criadas não falaram nada, só rapidamente começaram a me arrumar, mesmo sem eu ter demonstrando nenhuma positiva sobre isso. Eu só deixei elas fazerem o trabalho delas enquanto a minha cabeça zumbiava todo o meu sonho e a confusão que eu estava sentindo em relação a Maxon naquele momento.

Quando vi que elas estavam terminando, duvidei que queria mesmo falar com Maxon. Eu precisava recuperar o controle dos meus pensamentos e naquele momento uma conversa parecia ser um desastre.

— Ele está mesmo te esperando no jardim – contou Lucy que espiava pela minha sacada. Mas eu continuei imóvel, me olhando pelo espelho. – É melhor a senhorita ir – me aconselhou -, ele não parece muito de bom humor.

Me levantei bruscamente, respirando forte. Estava com raiva. Como ele poderia me tratar assim tão mal, o que eu tinha feito? O que tinha acontecido? Se ele pensava que poderia ficar nervo e descontar em mim, ele estava muito enganado.

 

No corredor pude encontrar Kriss e Elise subindo para seus quartos. Elas olharam para mim com curiosidade e ao passar por elas pude ouvir o comentário de Elise:

— Os dois nem foram tomar café hoje! – cochichou.

Sai para o jardim com passos lentos e pesados. Tinha conseguido conter meu desespero e estava ansiosa para saber o que tinha acontecido. Maxon sentava no nosso banco e mantinha o olhar fixo no vazio.

— Oi – eu disse parando ao lado dele. – Já estou apresentável, podemos já conversar – disse com um pouco de cinismo.

Ele olhou para mim parecendo hesitante, mas seu olhar era severo.

— Você não deve andar desarrumada pelos corredores – ele chamou a minha atenção -, a não ser que seja caso de vida ou morte – disse ele tentando manter a voz firme e imparcial, mas isso só me mostrava que havia problemas.

— Sim, perdoe-me – pedi com pouca vontade, mas depois eu não consegui me segurar. – Mas era urgente... Minha família! – eu soltei em uma exclamação perdendo toda a compostura.

— O que ela tem? – ele perguntou confuso com a minha atitude.

— Eu não sei, e só acho que eles estão em perigo... Como se alguma coisa estivesse errada... Err... Talvez não estejam bem protegidos – soltei todas as minhas preocupações.

— America, sua família está bem protegida assim como todas as outras – ele rebateu não concordando.

— Eu sei – disse me sentando ao lado dele. – Mas pense comigo, seu pai quer me ver fora... – meus pensamentos estavam confusos. – Eu tenho medo por minha família...

Maxon balançou a cabeça cético.

— America, de onde você tirou essa ideia? – ele me perguntou, mas não me deixou responder. – Você não pode fazer um escanda-lo por causa de suposições, que são totalmente sem fundamentos...

— Não Maxon, não são! – eu rebati brava. – Você não está me escutando. Você mesmo disse que seu pai faria de tudo para que eu saísse...

— Mas ela não faria isso deixando sua família desprotegida ou em alguma forma de perigo – ele contestou.

— Eu não duvido nada – admiti não concordando. – Uma pai que faz algo tão ruim com próprio filho, poderia fazer qualquer coisa...

Eu não terminei de falar. Maxon se levantou bruscamente, tão bravo como eu jamais vi.

— Não dá mesmo para acreditar – ele me encarou e falou com uma voz raivosa. – America, de onde você acha que pode falar uma coisa assim? Você não entendeu nada?!

— Do que você está falando? – indaguei exaltada.

— Como você não aprendeu nada sobre respeito, honra, segredo... – Ele disse olhando para mim. Sua respiração estava forte e por alguns momentos ele parecia segurar as palavras que queria soltar.

— O que isso tem haver? – ainda questionei sem entender.

— Eu te disse que precisava confiar em você. Eu te disse que você precisava se comportar...

— Eu estou me comportando...

— Não! – ele rebateu. – Não, você não está! Sai como uma louca pelo corredor...

— Eu já disse o meu motivo! – rebati me levantando também, para ver se me impunha.

— Motivo fraco! Com base em suspeitas que nem sei de onde você tirou! – ele me cortou aumentando um pouco o tom de voz.

Eu não respondi de imediato. Nós dois nós encaramos muito exaltados. Eu tremia de raiva e estava tão confusa, mas o tom alto que ele usou comigo pareceu me chocar ainda mais. Estava com vontade de chorar, talvez até estivesse chorando...

— O que há com você? – murmurei perplexa demais para entrar com o tom que ele usou comigo.

— O que há comigo? – ele repetiu abaixando o tom. – Só que eu não posso confiar em você. Que você sempre está fazendo coisas que mostram que você não se importa nenhum pouquinho com tudo isso.

— O que eu fiz? – indaguei nervosa. – Sair de camisola nos corredores foi tão estrondoso assim?

— Há! Eu não estou falando disso! - ele disse balançando a cabeça.

— Então o que? Eu estou me esforçando... O que eu fiz? – insisti na pergunta. Estava mesmo querendo saber o que tinha acontecido. Não era possível que ele iria ficar me acusando e eu nem ao menos poder me defender.

— Você contou para a minha mãe o que tinha acontecido?! – eu não sabia dizer se isso era uma pergunta ou uma afirmação.

— Não, é claro que não! – respondi firme. – Eu não fiz isso!

— A única pessoa que sabia disse era você e de repente ela vem preocupada, me perguntando o que tinha acontecido...

— Eu não sei – respondi tentando pensar. – Eu só sei que eu não contei nada!

— Então por que a preocupação dela?

— Como eu vou saber! – respondi caindo a fixa de que toda a raiva dele era por a mãe dele estar preocupada com ele. – Ela não é sua mãe? Não acha normal ela querer saber como você está?- tive que perguntar com cinismo, mas eu estava mesmo tentando mostrar a realidade.

— Não! Para mim não é normal! – ele respondeu sem pensar, talvez impulsionado pelo meu cinismo. – Só se alguém tivesse sugerido...

Eu tive que rir com a ironia.

— Você está me dizendo que a única forma de sua mãe se preocupar com você é se alguém sugerir isso? – indaguei e ele não me respondeu. – Ou você é um tolo ou julga a sua mãe um monstro.

Ele se próximo e se segurou meu braço tão rápido que eu nem tive tempo de pensar.

— A única tola aqui é você! – ele cuspiu essas palavras em mim.

Eu puxei o meu braço com força.

— Talvez eu seja mesmo! – gritei. – Tola por achar que isso daria mesmo certo! – disse e me virei correndo para sair da frente dele.

Eu estava com muita raiva e não aguentaria nem por mais um momento olhar para Maxon. A força de suas palavras me balançou e eu me senti humilhada.

— America! – ele gritou o meu nome, mas eu não olhei para trás.

A conversa tinha acabado ali. Nesse momento não me importava o que iria acontecer, com a raiva que eu estava só queria ficar sozinha, não ficaria mais um minuto na presença dele.

Ao entrar pela porta passei reconheci Aspen como guarda. Ele mantinha os olhos gravados em mim, mas nossos olhares se cruzaram, ele desviou o olhar de mim, mas eu podia apostar que havia raiva neles.


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Notas finais do capítulo

" -Espero que não pensei que irá embora!- ele disse em um tom serio.
— Eu já entendi que eu só irei embora quando você disser que sim"