Eu estava irritada por estar em estado de transe, não como se eu já não tivesse passado por ele algumas vezes na minha vida, mas todas as vezes que isso acontecia era um horror.

Eu só não conseguia expor reação nenhuma, como se tudo estivesse em câmera lenta e não valesse o esforço de tentar lutar.

Minha mente se fechou pra qualquer pensamento que não fosse as imagens que apareciam a minha frente, e no momento a única coisa que eu enxergava era o céu meio nublado da noite emoldurado pela janela da minha sacada.

Minhas criadas tinham acabado de sair, depois de tentarem ser sorte conversar comigo. Eu talvez até queria dizer alguma coisa pra elas, mas não achava minha boca.

Eu estava me sentindo tão vazia e perdida…

“ Que noite escura”, pensei, enquanto sentia o vento de chuva se aproximando.

Eu me aproximei da sacada e involuntariamente me sentei ao chão.

– Oh, minha nossa! - exclamei enquanto começava a chorar sem parar.

Eu estava tremendo, estava sem chão...

Tudo o que aconteceu voltou como uma bomba em meus pensamentos… Era claro que eu não conseguiria ignorar tudo por muito tempo.

“ É com satisfação que eu chamo a nova Princesa de Illéa, minha querida, América!” - Maxon disse claramente.

Eu fiquei encarando Maxon sem reação. Isso era mesmo real? Ele havia dito o meu nome. Eu era a escolhida? Eu era a escolhida!

Dessa hora em diante eu me fechei. Como se o mundo fosse desabar em mim e eu só precisasse me esconder bem segura… logo em seguida eu percebi que as câmeras estava sendo desligadas e ao virar vi o rosto de Kriss que parecia triste e sem reação tanto quanto o meu estava.

Celeste parecia selvagem, poderia me atacar a qualquer momento e assim que desligaram as câmeras ela se levantou e saiu sem dizer nada, como se estivesse muito ofendida pra qualquer palavra.

Percebi que Aspen foi atrás dela, eu não pude fazer nada ao ver aquela cena. Não tinha nada que eu conseguia fazer a não ser olhar ao redor...

Nessa hora olhei para o rei, ele estava com a pior cara de todas, mas ele ja estava se levantado e se retirando. A rainha parecia nervosa e sem entender muito da escolha de seu filho, mas estava mostrando felicidade... ao perceber que as câmeras desligaram mudou sua fisionomia rapidamente e foi atrás do rei.

– Princesa por favor, me siga - Silvia veio me chamar.

Como assim segui-la? E Maxon não viria até mim ou coisa assim, “eu queria falar com ele…”, isso gritou em minha mente e eu tive que soltar pra Silvia.

– E Maxon? Cade ele? - olhei em volta e percebi que ja haviam saído - Eu quero falar com Maxon - sera que eu já podia exigir algo?

– Por favor, me siga eu insisto, Maxon já foi - Silvia parecia nervosa, tão confusa quanto todos.

A segui, assim que vi que não havia saída, não prestei atenção ao caminho, quando vi já estava no quarto.

– Se arrume princesa, ja passarei para te buscar - Silvia disse se retirando.

Ao entrar vi minhas criadas ali, com um sorriso falho no rosto.

– Parabéns, você agora é nossa Princesa - as três estavam tendo me transmitir felicidade.

Eu as ignorei, respirando fundo pra tentar me acalmar. Havia alguma coisa errada nessa história… algo que me fazia tremer dos pés a cabeça.

Afinal, esse deveria ser um momento feliz…

“ Por que eu não estou feliz?” - murmurei enquanto tentava limpar a minha mente dessas lembranças.

Se em algum momento eu acreditei realmente que eu seria a escolhida, nunca teria imaginado que fosse dessa forma. Pensei que seria algo magico, algo que fosse para eu guardar pra sempre. Eu tinha que estar feliz e sorridente ao lado de meu noivo, e não chorando na sacada da minha janela, sem entender o que estava acontecendo.

Lembrei de minha família e o que eles deveriam estar pensando agora. Todos pulando de alegria por eu ser a nova princesa… Todos animado e comemorando.

E eu estou chorando!

O que tinha acontecido com Maxon? Por que ele esta assim? Não era justo ele nem ter vindo falar comigo… Não era justo eu estar sozinha?

Eu precisava me acalmar e ficar feliz, afinal de tudo eu consegui o que eu quis. Eu era a Um. Apesar de todos os medos e receios, eu continuei no jogo e ganhei…

Eu coloquei as mãos em minha cabeça, tentando ver se eu consegui fazê-la parar de girar… Sem sorte. Abracei meu corpo com força pra ver se parava de tremer e soluçar… Eu estava sem forças pra lutar contra todos os medos e sentimentos ruins que me invadiram…

– Senhorita! - disse Silvia meio assustada ou me ver chorando no chão. - O que aconteceu?

Eu tentei segurar o choro.

– É pra eu estar feliz, não é? - perguntei a ela secando as lacrimas de meu rosto com força.

– Não está feliz? - ela me perguntou de volta. Por alguma razão ela estava tendo empatia com a minha situação, talvez por que agora eu era a nova princesa.

– Mas por que eu estou chorando? - perguntei de novo sem respondê-la. - Por que tudo está parecendo tão estranho?

– Isso é normal - disse Silvia se aproximando de onde eu estava sentada. - Você só deve estar surpresa e isso te abalou um pouco. Mas quem não estaria? Você é uma princesa agora! - ela falou tentando me animar.

– Mas… - eu tentei achar uma explicação para o que eu estava sentindo… Não tinha nem palavras pra tentar descrever.

– Ande, Maxon quer falar com você - disse Silvia me estendendo a mão. - Não pode aparecer com essa cara de tristeza…

Eu aceitei a ajuda dela.

Depois de Silvia ter me acalmado e eu estar arrumada, poderia dizer que estava um pouco mais confiante.Ela me levou até Maxon, era uma sala parecida quando eu e Aspen entramos uma vez para nos encontrar.

Eu ainda tinha lacrimas acumuladas em meus olhos e soluçava deves em quando… Eu ainda estava tentando me lembrar do que eu iria falar pra Maxon antes de tudo isso acontecer…

Silvia esperou eu entrar e fechou a porta. Olhei para Maxon que estava olhando pro nada como se estivesse tentando me ignorar.

Eu respirei algumas vezes pra ter certeza que eu não iria desabar em lacrimas de novo e esperei Maxon falar alguma coisa…

– Noite escura essa! - ele comentou e eu percebi que ele olhava pela janelas de vidro da sala.

– Hum! - eu concordei percebendo que tinha pensado a mesma coisa.

– Esta feliz por ter sido a escolhida, minha querida? - ele perguntou ainda olhando para a janela e um instante depois olhou para mim com um sorriso, que parecia tentar ser acolhedor, mas guardava alguma coisa que eu não entendia.

Eu me encolhi um pouco.

– Eu não sei! - murmurei com ingenuidade.

– Como assim? Não estou entendo - Maxon parecia estar querendo dizer algo.

– Eu estou chorando… - falei tentando secar as minhas lacrimas. - Eu não sabia que você… Eu não entendi… - as minhas frases não conseguiam ser logicas.

– Você agora é minha América- Maxon disse vindo até mim. - Vamos ficar juntos! - ele disse me dando um abraço, como se quisesse me acalmar e consolar.

– Eu sei! - disse pra ele chorando mais ainda. - Isso deveria me fazer feliz, não é?!- perguntei esperando que ele pudesse espantar todos os meus medos com suas palavras.

Ele colocou a mão em meu rosto e me fez olhar para ele.

– Não minha querida, eu sou seu - quando percebi ele se aproximou e me deu um beijo, um beijo suave.

Enquanto ele me beijava, eu senti os pelos dele se arrepiarem, o beijo dele estava estranho, seco. Não era um beijo na qual costumava receber. Ele parou e me olhou.

– Isso deveria ser o suficiente pra você! - ele disse e eu percebi que cada ato ou palavra dele pareciam ser medidos, não estava sendo natural.

– Eu só estou um pouco confusa! - confessei a ele, prestando cada vez mais atenção em seu jeito estranho, aquele não era o meu Maxon.

– Vai ficar tudo bem! - ele me disse acariciando meu rosto, e em um relace a mascara de afeto dele caiu e vi raiva em seus olhos…

Eu me afastei dele por impulso.

– O que está havendo? - perguntei com medo.

Maxon deve ter percebido sua deixa e arrumou a postura.

– Precisamos falar sobre umas coisas, sei que é tudo novo para você minha querida, mas não temos tempo a perder - Maxon estava nervosa, talvez ele estava sendo obrigado a fazer isso…

– Pode falar - eu concordei, esperando que nada de ruim estivesse acontecendo e que essa raiva que eu vi em seus olhos não fosse pra mim ou por mim.

– Mandaremos soldados para uma missão, salvar Elise, não podemos deixa-la em perigo por culpa do reino - Maxon me fez lembrar o que eu havia passado antes de ser a escolhida, me fez lembrar o motivo de eu ter ficado mal … Aspen.

Eu só concordei com a cabeça, tentando pensar em uma forma de ajudar Aspen ainda.

– Eu sei que a escolha sua também foi rapida e nem tivemos tempo de conversar, mas você viu o quão em cheque eu fui colocado e eu não tive outra escolha…

– Eu sei Maxon - concordei com ele, me sentindo um pouco alivida por ver as reais preocupações dele. - Eu só espero que você tenha escolhido certo…- falei um pouco ofendida por não ter escutado nada de como eu era realemente a escolha que ele queria fazer.

Ele não respondeu o meu comentário. O que estava havendo com ele? Estava tão atordoado assim que tinha esquecido de ser romântico? Coisas muito serias deveriam estar acontecendo mesmo, talvez eu devesse esquecer isso no momento e me concentrar nas coisas mais importantes.

Ficamos um pouco em silencio.

– Acha que vão conseguir resgatar Elise? - perguntei querendo voltar nesse assunto.

– Sim- Maxon disse confiante. - Estou mandando só os melhores e de inteira confiança minha, começando pelo soldado Leger - Maxon havia dito isso como uma...Meu Deus…

– Isso não será perigoso pra eles? - perguntei sentindo uma angustia ao ouvir isso sendo confirmado por Maxon.

– São soldados, esse é o trabalho deles!- disse Maxon com dureza. - Elisa não pode ser deixada de lado e quando se é um soldado você jura que dará sua vida pelas causas do rei…

– Mas Aspen não é seu amigo? - Droga, apesar de estar tentando parecer ingenua e não querendo contradize-lo eu tinha dito o nome de Aspen…

– Aspen? - Maxon disse o nome dele com ironia - Bom sim, mandarei com toda certeza mandarei Aspen para a missão… - Maxon parecia saber o que estava dizendo mais do que eu poderia entender…

– Mas o soldado Leger não é seu amigo? Você não gostaria de poupá-lo? - insisti na pergunta sentindo que as emoções iria explodir em meu peito.

– Amigo América?! - eu não tinha certeza se era uma pergunta ou ele afirmou isso - exatamente por isso o mandarei - Maxon não podia, ele não podia fazer isso, eu comecei a chorar novamente.

– Você tem mesmo que mandá-lo? - Maxon parecia furioso, eu precisa controlar meu choro.

– SIM AMÉRICA - pela primeira vez o vi gritar, e isso me fez subir um arrepio - Eu vou mandar seu querido amigo, eu ja sei de tudo, ja sei da amizade de vocês, acho que alguem aqui tem de fazer algo aqui além de ser enganado!

Eu senti meu coração parar. Ele não estava falando serio? Eu só podia estar em um sonho ruim. Ele sabia que sobre mim e Aspen?

Maxon parecia um pouco nervoso demais, ele se afastou de mim bruscamente passando a mão em seus cabelos como se estivesse se controlando…

– Do que está falando Maxon? - perguntei a ele.

Ele havia gritado, coisa que nunca o fez antes, eu chorava, mas nessa altura não sabia porque chorava, ele havia passado dos limites assim como eu também.

– PARE! - ele gritou de novo. - Pare de fingir que não sabe do que eu estou falando. Eu sei de tudo… E eu sou um perfeito idiota.

– Maxon, por favor! - eu pedi tentando me aproximar dele. Mas ele se afastou de mim.

– Não America! - ele disse. - Você foi a pessoa em que eu mais amei... você pode imaginar como eu estou me sentindo?!

– Me perdoe, eu não…

– Você poderia ter tido pelo menos a decencia de ter me contado… Vocês foram completamente covardes…

– Eu queria te falar! - disse a ele com urgência. - Mas eu me apaixonei de verdade por você, eu não queria ir embora… Eu precisava ficar…

– Você não fez isso por medo! - disse Maxon sem parecer levar em consideração o que eu tinha acabado de falar. - Medo de parar em uma braça… - ele parou de falar brutalmente.

– Você faria isso comigo? - perguntei a ele sentindo um pouco de raiva pelas palavras dele. - Você me mandaria para uma praça e faria o que fez com Meerle?

Maxon me deu as costas parecendo pensar.

– Maxon, eu te amo! - disse a ele. - Eu sei que você me ama também…

– Eu não sei mais… - ele discordou.

Eu senti uma dor no peito.

– Você não me ama mais? - insisti arrasada com as palavras dele.

– Eu nem sei se amei! - ele disse se virando pra mim e todo a raiva e odio dele estavam estampados em seu rosto. Sua voz estava baixa e firme e eu senti medo. - A America que eu pensei amar não existe, era tudo uma mentira… Amor é confiança. Como posso amar alguém que eu não confio?

Eu abaixei a cabeça me sentindo culpada. Ele estava certo, eu tinha sido horrivel, eu nunca deveria ter ficado nesse jogo…

– Por que me escolheu? - eu perguntei. - Vamos acabar com isso agora, eu não quero mais isso…

Maxon deu uma risada ironica.

– Você acha que é assim? - ele me perguntou. - Você tem a audacia de me enganar. Eu sou um Principe! - ele me jogou essas palavras e eu pude sentir todo o impacto delas. - Apesar de você parecer nunca ter levado em consideração isso, eu sou o Principe de Ileia, e futuro rei…

– O que o futuro rei de Ileia quer de mim então? - perguntei com raiva. Estava me sentindo culpada, mas não iria me rebaixar a tanto. Nunca tinha visto esse Maxon, mas eu estava começando a odia-lo.

– Você é uma princesa agora! - ele me disse de novo arrumando a postura. - Quero que você se porte como uma princesa…

– Você está louco? - perguntei sem entender. - Você não me ama? Não posso continuar aqui. Não vou ficar aqui…

– Acho que você não entendeu - Maxon falou com ironia. - Isso não tem volta. Não é mais sua escolha. O Principe escolheu e a vontade do Princepe será feita.

– Isso é um jogo pra você? - perguntei pra ele. - Uma vingança? Você quer me manter aqui por orgulho, pra dizer que não perdeu? Eu não vou participar disso! - gritei dando as costas pra ele, eu iria sair dali…

Mas Maxon foi mais rapido e me segurou pelo braço.

– Você só sai quando eu disser que sim! - Maxon disse me impedindo de sair.

– Me solta! - gritei pra ele puxando o meu braxo. Ele me soltou, mas estava claro que não me deixaria sair. - Eu não acredito que está sendo tão mesquinho! - disse pra ele indo para o outro lado da sala. - Quer me deixar louca, não é? Faça qualquer coisa comigo e com Aspen, mas essa sua vingança infantil… - fui dizendo enquanto caminha pela sala tentando arrumar qualquer solução para essa loucura.

– Não se preocupe, você e Aspen não vão se ver mais! - Maxon disse isso com um pouco de satisfação.

Eu levei um tempinho pra processar o que ele queria dizer com isso...

Maxon podia estar com muita raiva de Aspen que parecia ser capaz de..-não, não acredito - disse mim mesmo, ele não podia estar fazendo isso, ele não poderia ser capaz de fazer isso…

– Não - eu disse para Maxon, furiosa com ele - Você esta mandando Aspen… - não, não podia acreditar o que Maxon estava fazendo - para a morte? - disparei na direção de Maxon eu queria bater nele, como ele podia fazer isso?

Ao chegar perto dele, ele me segurou, eu sabia que era fraca demais para Maxon ele não precisava de muito esforço para me segurar. Ao olhar para ele percebi o quanto doía nele a escolha.

– Porque…- não conseguia parar o choro - Porque da sua escolha? Porque me escolheu? Por que vai acabar com a sua vida? Com a vida de Aspen - disse sentindo meu corpo começar a perder as forças...

– Eu… - Maxon parecia não ter certeza do que dizer.

– Diga, - eu insisti com ele usando toda a enegia que me restava - porque? - eu precisava saber a verdade, precisava saber o motivo de tanta raiva.

Maxon me soltou e se virou, mais uma vez como se estivesse tentando pensar.

– Porque eu estou com raiva América, raiva de tudo o que você fez as escondidas - ele se virou furioso para mim - Acho que tinha o direito de sabe - olhei para ele com medo, ele estava assustador - Eu não queria ter te escolhido, mas por assuntos maiores te escolher era a única saída.

– Isso era a sua vingança pra mim, me manter aqui enquanto eu sei que Aspen esta indo pra a morte….

Ele estava acabando com tudo o que passamos com uma simples conversa, no mesmo dia em que fui a escolhida, esse era meu dia, ele não podia me deixar feliz? Eu só queria me sentir bem com tudo isso, eu apenas queria ser feliz, mas isso era demais para mim, lutamos para podermos ficarmos juntos e ele me diz isso numa conversa apenas.

– Você acabou com tudo! - acusei ele. - Você destruiu tudo, eu odeio você! - disse a ele com ódio.

– Odeia América? De onde tirou isso agora? Me vingar? Pensei como você quiser, mas agora como princesa deve saber que temos que fazer escolhas que muitas vezes não queremos, mas que são necessárias....

– Isso quer dizer que você não quer manda-lo, mas precisa? - essa poderia ser uma boa hipótese para ele, mas não para mim, mas havia esperança nisso, dele não estar mandando de fato Aspen para a morte.

– Se isso for deixa-lo ir, acredite nisso - Maxon só parecia querer me pertubar mais e mais com suas palavras.

– Aah Maxon, por favor, você quer mesmo que Aspen morra, seu amigo, alguem que voce mesmo disse que nunca teve - eu ainda precisava implorar por Aspen, precisava tira-lo disso.

– Por favor, não me venha com essa agora! - ele falou serio. - Não quero ver você implorando por ele… - disse Maxon com raiva de mim, mas eu pude ver que existia um lado dele que não queria que isso acontecesse, dava para ver nele que ele sofria com isso tambem. Não queria que Aspen, seu amigo morresse…

Mas ele estava tão transtornado com tanta raiva que parecia impossível fazê-lo olhar por esse lado que se importava um pouco.

– Aspen e eu somos grandes amigo, não quero o ver morto… Faça qualquer coisa comigo! - eu estava realmente implorando. - Maxon por favor impeça isso!

– O que América? - Maxon estava gritando, não conseguia se controlar - Impedir isso? Por vocês dois? Você agora é uma princesa, pensa se descobrirem que voce é uma amiga de um soldado daqui do reino? O que poderia acontecer? - Maxon gritava furioso comigo.

– E dai o que farão comigo, sou uma princesa não sou? Se eu não puder nem salvar meu amigo o que farei? - eu gritei de volta, não podia deixar por isso mesmo.

– Pare de implorar por ele…

Eu dei um grito alto e desesperado. Eu estava ficando louca. Não podia ser, eu não podeira estar passando realmente por isso.

– Quer saber, eu não vou ficar aqui, me mate também! - eu gritava. - Você vai ter que me matar também. Eu não vou ver uma criança mimada, que se diz principe fazer o que bem entender sem fazer nada - eu estava jogando todas as coisas que estava nos criados mudos no chão. - Eu não vou ficar aqui, você vai ter que me matar e esquecer a sua estupida vingança...

Nesse momento, escutei a porta se abrir, e quando olhei era o rei Clarkson que entrava, e percebi que ele estava havia escutado o que estávamos falando. Maxon bufou furioso e me olhou.

– A senhorita esta insinuando que não se importaria com o que fizessem com voce? - O rei me olhava como se quisesse me maltratar ali mesmo.

– Pai, estávamos apenas conversando - Maxon entrou no meio, querendo amenizar, o rei nem olhou para e continuou a me encarar.

– Quem lhe da o direito de sair gritando? Mal se transformou e uma princesa e ja ta se comportando como uma ma criada - eu estava nervosa tremendo, e a prensença do rei fez a minha coragem sumir...

Por mais que meu subconsiente dizia para eu me controlar, eu precisa falar tudo que estava engasgado, se Maxon tivesse falado comigo antes, nada disso estaria acontecendo, ja que estava acontecendo tudo de uma vez eu iria falar o que queria.

– Não preciso de autorização sua para conversar com Maxon… - eu joguei nele.

– América, por favor, pare - ele tentou falar de uma forma que só eu escutasse.

– Maxon, uma moça como essa não sabe quando parar, parece nunca estar satisfeita - O rei estava disposta a dizer qualquer coisa para me irritar - E que história é essa de vingaça e a senhorita querer morrer?

Maxon me olhou serio, com medo de eu falar alguma coisa que não deveria. Então o pai dele não sabia e por alguma razão senti mesmo que era melhor ele não saber.

– Eu não quero continuar aqui! - disse com calma. - Não quero ser a nova princesa...

– Voce ta pensando que tudo é facil, senhorita? - o rei falou furioso.- Você acha que em um momento pode querer ser princesa e no outo não?

– Eu não quero fazer parte disso! - eu enfatizei querendo parecer confiante. - Eu quero ir embora…

Maxon olhou para mim, como se não acreditasse no que ouvisse, o rei ficou mais furioso ainda com tudo aquilo veio em minha direção gritando.

– Voce não pode fazer, não é assim que tudo funciona - ele parou na minha frente - Nada te da o direito agora de querer ir.

– Voce só me quis como princesa para não ser diplomata e eu me recuso a ser princesa - disse firme mesmo com o rei tão proximo eu não podia me rebaixar. - Eu não vou ter a vida que o senhor da pra a sua mulher… - joguei nele lavando toda a raiva que eu sentia por ele. Se esse era o fim do jogo precisava dizer o que eu pensava...

O rei ergueu a mão para me bater, eu não acretiva naquilo, eu estava paralisada, nunca imaginei que isso aconteceria, mas Maxon me puxou para trás, e entrou na minha frente. Furioso ele gritou para o pai:

– O que é isso, ia bater em América? - Maxon parecia que não acreditava naquilo tambem, mas ele conhecia seu pai melhor que qualquer um - Eu não te dou o direito de encostar nela!

– Como ousa entrar em minha frente? Como ousa tirar minha autoridade na frente dela? Ela não merece ser a princesa, se não fosse pela diplomacia e você ter feito a escolha na frente de todos, eu mesmo a tiraria agora mesmo essa coroa de princesa e nunca mais seria alguem em Illéa. - o rei estava tão furioso que parecia que ia bater em Maxon.

Depois que descobri que o rei batia em seu proprio filho com chicotada, não podia duvidar que ele seria capaz de bater em uma mulher, mas Maxon estava enfrentando seu pai de verdade, não foi como da outra vez que ele respondeu tentando me proteger, ele realmente estava bravo com isso tudo.

– Saia da minha frente, moleque - disse o rei furioso. - Ou eu devo lhe mostrar o respeito também?

– O senhor não irá fazer nada! - gritou Maxon em resposta. - Não lhe dou o direito de gritar com ela, ela é minha noiva até o casamento, o que me da o direito de eu sim falar com ela como bem entender, e não o senhor como meu pai, ela não esta sob responsabilidade, e sim minha. Jamais grite com América dessa forma novamente. Ela é minha e exijo respeito.

– Sua criança! - o rei lhe levantou a mão para bater em Maxon, por um momento eu pensei que ele iria aceitar aquilo, mas Maxon segurou o braço de seu pai…

– Nunca mais erga a mão para mim! - ele disse com a voz tão firme e serie, que seu pai recuou.

Eu assisti tudo isso de boca aberta... Maxon estava me protegendo e eu sabia que isso lhe traria problema. Não sabia se tudo aquilo podia ter sido real, o rei ameaçou de me bater e Maxon me defendeu mesmo?

Sabia que agora tudo mudaria, e não iria ser facil como antes, bem que a rainha Amberly tinha razão. Se eu estava com problemas por causa de uma vingaça de Maxon, agora com o rei seria muito pior…

Eu estava em um jogo sem saída, todas as coisas que eu queria acontecesse estava acontecendo da maneira que eu nunca pensei que aconteceria.