Coffee With Love escrita por Tati


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Então vamos lá né! Eu tenho essa história feita a um bom tempo, só que por receio talvez de não estar bom eu não havia a postado antes, enfim, espero que gostem :)



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Era um dia comum, como todos os outros. Claire como de costume estava atrás do balcão da cafeteria Coffee Express. Em mais um dia de sua rotina chata, como a própria menina dizia. O movimento estava fraco, talvez por ser cedo ainda e pela forte chuva que caía lá fora.

Até que ele entrou na cafeteria, fechando seu guarda-chuva, retirando seu capuz e passando a mão pelos fios molhados de seu cabelo. Todas as manhãs Claire ansiava pela visita do seu menino dos belos olhos verdes. Não tinha um dia que ele não fosse à Coffee Express, devia ser como um ritual dele. Sempre chegava cedo, pedia a mesma comida, a comia devagar, como se aquela fosse a ultima vez que ele sentiria tal sensação, e ia embora, depois de algum tempo por lá. Claire suspirava toda vez que via o garoto entrar na cafeteria, já que sempre teve uma quedinha por ele, mesmo sem ao menos saber o nome do garoto, ela se sentia boba por isso, mas não conseguia esquecer esses sentimentos. Talvez fosse seu cabelo com os fios revoltos que formavam um quase topete, ou seu meio sorriso encantador que faria qualquer menina se derreter, ou até mesmo sua voz, aquela melodiosa voz que Claire podia passar o dia ouvindo, mas que nunca enjoaria, e tinha também seus olhos, aquele mar de esmeraldas que você nunca quer parar de olhar, que te hipnotiza com tamanha beleza.

O garoto, como de costume foi se sentar no fundo da cafeteria, provavelmente ele gostava de ficar sozinho, já que lá era um dos lugares que ficavam mais vazios.

Nesta manhã chuvosa de quarta-feira, Claire estava decidida, iria falar com ele, afinal, o que ela tinha a temer? O máximo que aconteceria, seria o menino mandá-la embora. Claire estava cansada de vê-lo sempre na cafeteria e nunca ter a coragem de falar com ele, era melhor falar com enquanto tinha chances, pois nunca se sabe o dia de amanhã.

Claire foi o atender, mesmo tendo a certeza do pedido do garoto. Com seu bloquinho de pedidos e sua caneta em mãos, rumou em direção ao fundo cafeteria.

– Olá, o que vai querer? – indagou Claire ao menino.

– O de sempre, por favor. - o menino respondeu sem nem ao menos olhá-la.

– Tudo bem!

Então Claire voltou para o balcão e fez o pedido dele. Enquanto ela esperava o pedido ficar pronto, ficou olhando o menino. E como todas as manhãs, o menino dos olhos verdes estava lendo um livro, que Claire não conseguiu decifrar qual era, pela distância que estava dele. Ficou curiosa, como sempre, já que este era um de seus defeitos, sua imensa curiosidade.

– Claire, o pedido está pronto! – Bob, o cozinheiro, disse tirando Claire de seus devaneios.

Claire pegou o prato e foi na direção do menino. Assim que Claire chegou mais perto dele, pode ver o livro que ele estava lendo. Era Bukowisk, Cartas na Rua

– Com licença, o seu pedido.

– Ah, oi, obrigado. - O menino respondeu abaixando o livro e dando um pequeno sorriso que fez Claire sentir coisas estranhas em seu estômago. - Pode colocar aqui - disse ele.

Claire colocou as coisas em cima da mesa, e voltou a andar em direção ao balcão, como sempre frustrada com si própria por não ter conseguido, mais uma vez, falar com o menino.

– Claire, o que você está fazendo? - Samantha perguntou assim que sua amiga colocou o bloquinho e a caneta em cima do balcão e se sentou em uma das cadeiras.

– Como assim? Estou fazendo meu trabalho.

– Você sabe muito bem ao que estou me referindo.

– Samy, você sabe muito bem que eu não consigo, eu não sei o que falar, na hora eu travo. - Claire disse dando uma breve olhada no menino, enq­­uanto o ele dava uma mordida em seu croissant sem tirar os olhos do livro.

– Mas se você continuar sem saber o que falar, vai chegar uma hora que você vai perder sua oportunidade, quem te garante que hoje não é o ultimo dia que ele vem aqui? Não deixe pra amanhã o que você pode fazer hoje Claire.

Enquanto Samantha dizia essas coisas, Claire pensava que sua amiga podia estar certa, era sorte o menino ir todos os dias na lanchonete, mas e se um dia ele não for mais? Claire terá perdido a chance de falar com o menino dos olhos verdes, e com certeza, se arrependeria disso para sempre. Só de imaginar isso, a menina sentiu uma pontada em seu coração.

Decidida Claire foi novamente em direção ao menino, que continuava lendo, no caminho pegou o potinho de açúcar em uma mesa e continuou andando até chegar na frente da mesa do menino, ele tinha acabado de fechar seu livro, enquanto voltava a atenção para o seu lanche, quando ele notou Claire e olhou para ela.

– Ér, eu vim te trazer o açúcar... - Claire disse sem saber ao certo o que fazer.

– Mas, eu não pedi açúcar - o menino respondeu arqueando uma sobrancelha.

– Ah, é, mas é caso você queira, sabe, se o seu café estiver precisando. - Claire já podia sentir seu pescoço esquentando e tinha certeza que suas bochechas deviam estar mais vermelhas do que um pimentão.

– Entendi, obrigado. Que funcionária eficiente que você é. – o menino disse brincalhão. - Você por um acaso não gostaria de se sentar? Sabe, pra me fazer companhia. - o menino perguntou pegando Claire totalmente de surpresa.

– Eu não posso, tenho que trabalhar...

– Mas a lanchonete está vazia ainda, e eu tenho certeza que você não veio aqui só pra me trazer o açúcar. – comentou o menino sorrindo.

– É, você tem razão, desculpe.

– Você não precisa se desculpar, eu até achei legal, é meio chato ficar sozinho aqui. Então, vai me acompanhar ou não? - o menino insistiu.

– Tudo bem, mas se meu chefe brigar comigo, a culpa é sua. - disse Claire se sentando, fazendo o menino sorrir.

– Tudo bem, tudo bem, eu assumo a culpa – ele respondeu levantando as mãos, em sinal de rendição. – Mas então, como seria o nome dessa funcionária eficiente?

– Oh, eu me chamo Claire.

– Claire, que belo nome - disse Jeremy fazendo Claire corar. – Eu me chamo Jeremy , muito prazer.

– O prazer é todo meu... Obrigada, o seu também é, combina com você. - Claire disse timidamente enquanto via Jeremy dar mais um de seus sorrisos de lado.

Jeremy. Então era esse o nome do menino dos belos olhos verdes pensou Claire. Jeremy. Que belo nome, combinava com ele. Jeremy.

– Esse livro é muito bom. - Claire disse se lembrando do livro que ele a pouco tempo estava lendo.

– Você já leu? - Jeremy perguntou surpreso.

– Sim, um tempo atrás.

– Eu nunca tinha encontrado alguém que já tivesse lido esse livro, a maioria dos meus amigos me enchem o saco na verdade, falam que é besteira, um livro chato e tudo o mais.

– Eu te entendo muito bem, isso acontece comigo na maioria das vezes também, eu já nem me importo mais, eu gosto desse tipo de literatura. Fiquei surpresa de ver você lendo um livro deste estilo. - falou Claire, mas já logo se arrependendo do que havia dito.

– Porque? Eu não tenho cara de quem lê? - Jeremy perguntou fingindo estar magoado.

– Não, não é isso, é só que... Na verdade é isso sim. Eu fiquei surpresa, porque não me leve a mal, você não tem cara de quem lê coisas desse tipo, ou melhor, de nenhum tipo. - Claire respondeu envergonhada.

– Tudo bem, eu sei que não tenho mesmo, antes eu até admito que não gostava, mas de uns tempos pra cá comecei a ler e gostei, desde então não parei mais.

Claire ficou maravilhada com o garoto a sua frente. Nunca pensou que ele fosse uma pessoa desse tipo e que tivesse algo a ver com ela, a leitura. Jeremy. O nome dele não saía mais de sua cabeça. Não conseguia mais parar de pensar em seu sorriso também, tão sincero, tão lindo... E aquela estranha sensação em seu estômago continuava, não sabia o que era, mas sabia que o motivo era Jeremy, o menino dos belos olhos verdes.

– Claire? Claire? Oi? - Claire despertou de seus pensamentos ao ouvir a voz melodiosa de Jeremy chamar o seu nome.

– Ah, oi, o que foi?

– Nada, é só que você ficou em silêncio do nada, e me encarando...

– Oh, desculpe-me. - Claire sentiu suas bochechas esquentarem, como pôde ficar fora do ar tanto tempo?

– Não precisa ficar com vergonha, embora eu ache você muito linda quando está com vergonha, suas bochechas ficam de um vermelho fofo. - Jeremy ao dizer isso, fez Claire ficar com mais vergonha ainda, se possível.

– Ér, obrigada.

– Não foi nada, então Claire, quantos anos você tem?

Claire e Jeremy passaram a manhã inteira conversando, mas Jeremy teve que ir embora, tinha que trabalhar ainda. Claire descobriu que Jeremy tinha muito mais em comum com ela, do que ela imaginava. A menina descobriu que Jeremy tinha 25 anos e fazia aniversário dia 29 de outubro. Os pais dele tinham se separado quando Jeremy ainda era um bebê, e Jeremy não veio conhecer seu pai, porque depois da separação, esse desapareceu pelo mundo, como o próprio Jeremy dizia. Quando tinha 19 anos, a mãe de Jeremy morreu em um acidente de carro, e o menino ainda tinha um pouco de raiva disso, porque o acidente foi causado por um motorista bêbado que entrou na contramão e bateu o carro no da mãe dele, que nem teve chance de desviar. A menina descobriu também que ele trabalhava como arquiteto, embora que ele sempre teve o sonho de ser um médico, ainda mais depois da morte de sua mãe. Jeremy contou a Claire que realmente antes não gostava de ler e que o primeiro livro que leu, foi um de fantasia que não recordava o nome, mas que depois de um tempo, ele passou a gostar e que agora, não conseguia mais parar de ler. Jeremy lia desde poemas até ficção científica, ele havia criado um apresso pela leitura tão grande, que não soube como foi capaz de ficar tanto tempo ser ler. O menino era um pouco tímido, assim como Claire e disse que esse foi um dos motivos para ele nunca ter ido falar com ela, pois ele disse que sempre quis fazer isso, pois ela parecia ser uma pessoa legal. Assim como Claire, Jeremy era muito quieto, gostava de ficar sozinho, apenas com os seus pensamentos.

Depois de muito conversarem, eles decidiram que no dia seguinte iriam continuar conversando. E Claire, mal podia esperar para ver de novo o garoto que fez ela passar o resto do dia sorrindo.

(...)

Na manhã seguinte Claire acordou disposta a ir trabalhar e sabia muito bem qual era o motivo disso, e ele tinha nome e sobrenome. Jeremy Garrett.

Claire chegou na cafeteria um pouco cedo, então ainda não estava aberta pra funcionamento, Claire foi até os fundos da Coffe Express, pegou seu avental cor vermelho cereja, com o nome da lanchonete em letras grandes e pretas, seu bloquinho e sua caneta, e voltou para a frente da lanchonete. Claire se sentou em uma das cadeiras que ficavam na frente do balcão enquanto tomava uma xicara de café, até que escutou o barulho da porta da frente se abrindo e sua amiga, Samantha, entrou na cafeteria.

– Bom dia, bom dia, bom dia meus lindos!

– Que bom humor é esse dona Samantha?

– Ai ai, é o amor... - respondeu Samy com os olhos brilhando, completamente sonhadora.

– Já sei, John? - perguntou a amiga mesmo sabendo a resposta.

– Acertou.

– Vai me conta, o que aconteceu?

– Ontem, enquanto você ainda estava conversando com seu lindo dos olhos verdes, ele veio aqui, diz ele que queria tomar um capuccino que só aqui na Coffe Express tem, mas eu sei que o motivo era eu.

– Já te disseram que você é convencida? - perguntou Claire se divertindo com a amiga - Pois então, você é e muito viu menina.

– Me deixa ser feliz... Então, ele me chamou pra sair depois que acabasse meu expediente, e eu boba nem nada aceitei, claro. Nós fomos ao cinema, depois jantamos em um restaurante que tinha música ao vivo, e ele tocou uma música da banda dele e dedicou ela a mim. Ele foi um completo príncipe comigo, com aquele jeitinho fofo dele que eu gamo, ai, acho que estou apaixonada amiga. - Samy disse fazendo Claire gargalhar.

– Porque você está rindo sua chata? - perguntou Samantha fingindo estar brava.

– Desculpa Samy, é que você apaixonada é algo engraçado de se ver, você fica toda boba, com os olhos brilhando e suspirando toda hora.

– Disse a menina que suspirava e praticamente babava por um garoto que até ontem não sabia o nome.

– Não precisa jogar na cara. - disse Claire carrancuda.

– Tá, me conta tudo que vocês conversaram ontem. – a menina pediu se sentando ao lado de Claire, mordiscando um biscoito.

Claire e Samantha ficaram conversando até a cafeteria abrir, a menina como imaginou, teve que contar tudo o que conversou ontem com Jeremy, falou das coisas que ambos tinham em comum e como o achava incrível.

– Depois que que sou a boba apaixonada né? – Samy disse zombeteira.

– Vou nem te responder. – Claire disse de cara fechada, ou tentando.

– Pode abrir seu sorriso de ponta a ponta, o lindinho dos olhos verdes chegou. - disse Samantha se divertindo com a amiga que em vão, tentava esconder a ansiedade.

– Olá, meninas. - disse Jeremy com seu típico sorriso que fazia o coração de Claire palpitar.

– Olá, menino que não sei o nome. - disse Samantha como sempre fazendo piada e .

– Ah, claro, me chamo Jeremy e você? - ele perguntou educadamente.

– Samantha, prazer. Bom, eu vou indo porque tenho muito trabalho pra fazer. - disse Samy dando uma singela piscada pra Claire, que tinha entendido o sinal.

– Então, o que vai querer hoje? - Claire perguntou se voltando para Jeremy.

– O de sempre.

Claire não sabia porque ainda perguntava o que ele queria, sabia muito bem que ele pelo jeito nunca mudaria seu pedido.

– Ok, só um instante.

Então Claire foi até a cozinha pedir para prepararem o café com leite e algumas raspas de chocolate por cima, enquanto ela mesma tratava de tirar os croissant do forno e colocar em um prato para Jeremy.

Claire não sabia o que era, mas Jeremy nesta manhã estava diferente, não estava com aquele brilho no olhar que ele sempre tinha, parecia até que ele estava ficando doente, quem sabe um resfriado.

Enquanto Claire esperava o café ficar pronto reparou que Jeremy não tinha ido se sentar nas ultimas mesas da lanchonete, bem afastado de todos, como de costume ele ficava, mas sim, havia ficado nos bancos que ficavam em frente ao balcão.

Quando o café de Jeremy ficou pronto, Claire voltou em direção ao balcão para entregar o pedido do garoto.

– Aqui está o seu croissant e o seu café. - disse Claire colocando tudo na frente de Jeremy.

– Obrigado. - agradeceu Jeremy dando um pequeno sorriso.

Na manhã de quinta-feira o movimento da Coffe Express estava maior, talvez fosse pelo fato de não estar chovendo, como no dia anterior. Claire desta vez não pode ficar conversando a manhã toda com Jeremy, teve que atender os clientes que aos poucos enchiam a cafeteria. Entre muitos biscoitos, pães de diversos tipos e muitos, mais muitos cafés, Claire conseguiu se sentar um pouco, para descansar, e pode reparar que Jeremy tinha ido se sentar novamente na mesa no fundo da cafeteria.

– Samy, eu já volto tá?

– Vai logo falar com ele. - disse Samantha brincalhona.

Claire andou a passos largos na direção do fundo da cafeteria, até que chegou na mesa que ele estava, e mesmo sem ser convidada, se sentou na frente dele.

– Oi Claire, trabalhando muito hoje? - perguntou Jeremy com um ar divertido.

– Você não tem nem noção, estou até enjoada de biscoitos e bolinhos.

– Esse é o mal deles terem tanta pressa, não conseguem comer nada em casa.

– É mesmo... Hoje não quis ler? - Claire perguntou reparando que desde que Jeremy chegou, ele não tinha lido um instante se quer.

– Hoje não, quero mais pensar na vida mesmo.

– Ah, quer que eu te deixe sozinho? - Claire perguntou com medo de estar irritando ele.

– Não, fica aqui, eu gosto de conversar com você.

– Eu também gosto de conversar com você, apesar de parecer metido você é bem legal viu. - Claire disse com um sorriso matreiro brincando em seus lábios.

– Digo o mesmo para a senhorita. - ele respondeu se divertindo.

Um silêncio acabou se formando entre os dois, e Claire já estava se irritando com isso. Até que a menina teve uma ideia e esperava que Jeremy gostasse dela.

– Ei, que tal a gente fazer uma brincadeira?


– Que tipo de brincadeira? – perguntou o menino sem entender.





– Vamos fazer assim, eu te pergunto uma coisa que você goste, por exemplo uma música, ai você me responde e me pergunta a mesma coisa, e eu digo de qual gosto, assim por diante.








– Ah, entendi, isso é legal. Então vamos lá, pode começar.








– Ok, banda favorita?





– Com toda certeza, Rolling Stones.


– Hum, banda boa! – a menina disse sorrindo.

– E a sua? – ele perguntou

– All Time Low. Música favorita?

– Hey Jude. E a sua?

– Cry. Comida favorita?

– Lasanha, eu sei que é o que a maioria das pessoas dizem, mas não tem como não gostar de lasanha?

– Lasanha é realmente muito bom, você tinha que experimentar a da minha avó, era maravilhosa.

– Pela sua cara, devia ser mesma, e a sua comida favorita?

– Não sei bem, strogonoff talvez. – Claire disse um pouco pensativa.

– Filme que mais gosta? - ele perguntou.

– Qualquer um que tenha o Johnny Depp. – ela disse e logo riu da careta de Jeremy. – E o seu?

– Qualquer um de ação. – ele disse sorrindo.


– Ah, entendi, isso é legal. Então vamos lá, pode começar.




– Ok, banda favorita?




– Com toda certeza, Rolling Stones.


– Hum, banda boa! – a menina disse sorrindo.

– E a sua? – ele perguntou

– Nickelback. Música favorita?

– Hey Jude. E a sua?

– Cry. Comida favorita?

– Panquecas.

– Panquecas? Sério?

– É, minha mãe fazia ótimas panquecas, aposto que se você tivesse comido iria ser sua comida favorita também. ele disse com um sorriso em seus lábios.

– Pela sua cara, deviam ser ótimas mesmo.

Mas e a sua comida favorita?

Não sei, lasanha talvez. ela respondeu um pouco pensativa.

– Filme que mais gosta? ele perguntou.

– Qualquer um que tenha o Johnny Depp. – ela disse e logo riu da careta de Jeremy. – E o seu?

– Transformers. – ele disse sorrindo.

Depois de algum tempo, Claire teve que voltar ao trabalho, e Jeremy logo teria que ir embora também. E Jeremy já estava decidido, iria chamar Claire pra sair.

– Claire, posso te fazer um convite?

– Pode, claro. – ela respondeu.

– Você gostaria de sair comigo, no sábado à noite?

Claire sentiu suas mãos suarem. Seu coração bater tão rápido que parecia que ele ia sair de seu peito. E aquela sensação na boca do seu estômago que ela sempre sentia enquanto estava com Jeremy.

– Sim, eu... eu quero. - disse Claire totalmente surpresa com esse convite.

– É, então sábado as 20h00 te pego na sua casa e a gente vai jantar, ou em algum outro lugar, tudo bem pra você?

– Perfeito.

– Ok, bom agora eu tenho que ir embora, tenho que ir trabalhar, a gente se vê amanhã.

– Sim, até amanhã.

O resto do dia passou normalmente, e Claire não tirava da cabeça que sábado ela teria um encontro com Jeremy. Claire não conseguia nem disfarçar sua imensa alegria.

(...)

Sábado chegou mais rápido do que Claire pode perceber. E faltava pouco mais de 5hrs para seu encontro com Jeremy.

Claire estava muito ansiosa, e com medo. Medo de sua timidez falar mais alto e ela não conseguir ser uma acompanhante legal, ou de por os dois estarem em um encontro, e Jeremy conhecer mais dela (mais do que já sabia) e não gostar tanto assim, se cansar dela e nem tentar ao menos uma amizade. Claire sabia que estava sendo boba e insegura, e se Jeremy não tivesse gostado dela, não a teria chamado para sair.

Claire tomou um banho demorado, passando seus cremes que deixavam um aroma gostoso em sua pele e a deixava macia. Fez uma maquiagem leve, destacando um pouco os olhos e optou por um batom cor de boca mesmo para os lábios. Seu cabelo era liso já, então só fez alguns cachos para deixá-lo mais bonito. Colocou um vestido claro e calçou suas sapatilhas pretas que tanto amava. Se olhou no espelho e gostou de como estava, simples como sempre gostou, mas conseguindo ficar bonita. Acho que Jeremy vai gostar, pensou Claire.

20h10 e Jeremy tocou a campainha do apartamento de Claire.

– Olá. - disse Jeremy enquanto cumprimentava Claire.

– Oi. - Claire respondeu sorrindo timidamente.

– Nossa, você está muito bonita. - disse Jeremy olhando Claire de cima a baixo.

– Obrigada. Você também está muito bonito. - Jeremy estava com uma calça jeans escura e uma blusa de manga comprida azul marinha, com um tênis preto com detalhes em branco. Simples, assim como Claire.

– Então, vamos? - Jeremy perguntou estendendo a mão para Claire pegar.

– Sim. - respondeu ela prontamente segurando em sua mão.

Claire e Jeremy desceram as escadas e foram até o carro do garoto. No caminho até o restaurante os dois conversaram sobre banalidades.

Os dois foram a um restaurante Japonês. Claire não queria admitir, mas não estava entendendo nada do que estava no cardápio. Já que ele literalmente estava em japonês. Jeremy fez o pedido e os dois começaram a comer em silêncio. Nenhum dos dois queria falar, mas ambos não estavam gostando daquele misto de peixes crus.

– Posso ser sincero com você? - perguntou Jeremy tomando um pouco de água pra tentar tirar um pouco do gosto da comida da boca.

– Pode, o que foi?

– Esse restaurante aqui é uma droga. Eu odeio comida japonesa.

– Eu pensei que só eu não estivesse gostando. – e finalmente Claire pode sorrir aliviada com a sinceridade do rapaz.

– Que tal a gente ir para outro lugar?

– Eu acho que a gente já devia ter feito isso há muito tempo.

Jeremy pediu a conta, e depois de muita discussão, ele conseguiu convencer a garota de deixar ele pagar a conta.

– Aonde nós vamos? - perguntou Claire assim que terminara de ajeitar o cinto de segurança do carro e Jeremy já estava na estrada novamente.

– Vai ser surpresa.

– Ah, eu não gosto de surpresas.

– Mas dessa você vai ter que gostar.

Claire fez um biquinho, mesmo que não tenha funcionado. O caminho que ele estava fazendo lhe era familiar, mas ela não se lembrava qual era. Depois de mais ou menos 10min eles chegaram. Eles estavam em uma estrada, só que como se já tivessem saindo da cidade, e que de ambos os lados tinha árvores e mais a frente havia uma espécie de montanha.

– Pretende me matar é? - perguntou Claire rindo.

– Ah, que droga, você descobriu meu plano. - disse Jeremy rindo também.

Os dois saíram do carro e foram até o topo montanha. Da ponta dava pra ver a cidade toda, era uma vista maravilhosa, todas aquelas luzes das casas acesas, as árvores, formavam um cenário incrível.

– Nossa. - disse Claire admirada com a beleza do lugar.

– Gostou? - perguntou Jeremy ansioso.

– É lindo, como você descobriu esse lugar?

– Eu costumava vir aqui quando estava irritado ou triste, ou só quando queria ficar sozinho. Minha mãe que me mostrou esse lugar. Ela dizia que depois que meu pai foi embora, ela vinha aqui, pra pensar na vida. Acredita que foi aqui que os dois se conheceram? Era o lugar deles, eles fugiam do mundo e vinham aqui, só pra ficarem juntos. Romântico não? Pena que meu pai não ficou assim por muito tempo.

– Eu sinto muito, pelo seu pai.

– Não sinta, ele não merece.

– Sabe, a minha relação com o meu pai também não foi uma das melhores. A gente vivia brigando e minha mãe nunca sabia quem defender, porque ela não queria magoar ninguém. Eu muitas vezes achava que meu pai não gostava de mim, porque ele nunca demonstrou sentimento, nunca me disse um "eu te amo" ou que ao menos se orgulhava de mim. Quando eu sai de casa acho que foi um alívio pra ele, não ter mais que fingir que se preocupava com a filha que só dava desgosto pra ele. Eu antes até voltava lá, pela minha mãe, porque ela não queria que eu tivesse saído, mas depois de um tempo eu parei de ir, minha mãe até vai me visitar, as vezes, quando meu pai não implica com ela, hoje em dia se eu vejo meus pais de 6 em 6 meses é muito.

– É complicado isso tudo né, família é um bicho estranho.

– Realmente... Mas você nunca teve vontade de conhecer seu pai?

– Até tive. Quando eu era mais jovem, eu tinha aquela coisa de acreditar que ele não era tão ruim assim, que ele não tinha a total intenção de abandonar a gente, de me abandonar. Eu acho que sempre quis acreditar que meu pai era como o de todo mundo, um herói, e eu tinha esperança dele voltar, por mim. Só que isso nunca aconteceu, claro. Depois que minha mãe morreu eu acordei pra vida, percebi que meu pai não se importava com a gente e nem nunca se importou, e que a essa hora, ele deve ter outra mulher, família e nem se lembra que um dia conheceu minha mãe. Eu prefiro agora dizer que meu pai morreu quando eu nasci, porque pra mim, sempre foi assim.

Um silêncio se formou entre os dois. Não um silêncio constrangedor ou chato, mas sim um silêncio acolhedor. Os dois precisavam disso, de um momento de paz.

Claire nunca falava da sua família com ninguém, ela não gostava de falar da relação que ela tinha com seu pai, pois ela não gostava de lembrar dessas coisas. Mas com Jeremy era diferente, ela se sentia bem falando com ele, do mesmo modo que ele conseguia se abrir com ela, ela também conseguia e se sentia bem com isso.

– Claire? - Jeremy chamou.

– Oi?

– Eu gosto muito de você tá.

– Como assim? – ela perguntou confusa.

– Eu não ia naquela cafeteria todo dia pelo café que eu tanto gostava, ou pelo croissant, mas sim pra te ver. Eu nunca falei com você antes pois não queria te incomodar, ou não sabia o que te dizer. Mas eu sempre quis falar com você. E eu comprovei o que sempre achei, você é uma pessoa maravilhosa e eu agradeço muito por um dia ter te conhecido. Obrigado.

– Você tá falando sério? Todo dia que você entrava naquela lanchonete eu tinha vontade de ir falar com você, mas nunca ia, por vergonha. A Samantha sempre dizia pra mim tomar coragem logo e ir falar com você, pois nunca se sabe o dia de amanhã não é mesmo? Mas eu sempre travava, nunca sabia o que te dizer e tinha medo de você não querer falar comigo ou eu não conseguir achar assunto com você, por isso nunca falei com você antes.

– Que coisa doida né? Os dois queriam falar um com o outro, mas não iam, por vergonha e medo...

– Realmente.

– Tá tarde, acho melhor a gente ir indo já.

Os dois se levantaram, mas antes de irem para o carro, Jeremy segurou a mão de Claire e olhou em seus olhos. Claire se perdeu naquele mar de esmeraldas que eram os olhos de Jeremy, nunca os viu tão bonitos, e então sentiu a mão de Jeremy tocar sua bochecha, bem delicadamente, uma pequena carícia, mas que fez Claire sentir todos os pelos de seu corpo se arrepiarem. Jeremy se aproximou aos poucos, até encostar seus lábios nos de Claire. Neste momento um turbilhão de sensações explodiu em Claire. Aquela tão conhecida sensação na boca de seu estômago estava lá, seu coração martelava dentro do seu peito e naquele momento, parecia que existia só os dois. Era como se o resto do mundo tivesse sido congelado e restassem apenas os dois ali, naquela montanha. Uma sensação que ambos nunca haviam sentido antes, tão forte e tão boa. Cedo demais Jeremy se afastou de Claire, ofegante, e enquanto os dois tentavam tranquilizar suas respirações, eles voltaram para o carro e foram embora, do lugar que selaria para sempre o amor dos dois.

Depois que Jeremy deixou Claire em casa ela se sentiu estranha, com uma sensação de vazio ou angustia. Claire não achou que fosse nada demais e foi tomar um banho para depois ir dormir, pois estava muito cansada.

O domingo se passou rápido, e segunda havia chegado. E aquela mesma sensação de angustia não havia passado, Claire começava achar isso estranho, pois sua mãe sempre dizia que quando você sente algo ruim, em relação a alguma pessoa, você tem que se preocupar, pois alguma coisa pode acontecer a essa pessoa. Claire espantou esses pensamentos, tendo a certeza de que Jeremy estava bem, que isso tudo não passava de coisas da sua cabeça.

Quando Claire chegou na cafeteria mal continha sua ansiedade para ver Jeremy. Contava os minutos para ele finalmente chegar.

07h00: ele devia chegar mais tarde hoje.

07h30: ele deve ter acordado atrasado.

08h00: ele vai vir, eu tenho certeza.

08h30: talvez hoje ele venha mais tarde.

09h00: daqui a pouco ele chega.

09h30: ...

10h00: cadê ele?

Já estava chegando quase o horário do almoço e nada dele, isso nunca aconteceu antes, em meses todos os dias ele vinha na cafeteria, o que será que aconteceu? Será que era por minha causa? Será que ele não queria mais me ver? Será que ele não gostava mais de mim? Será que aconteceu alguma coisa com ele? Perguntas e mais perguntas rondavam na cabeça de Claire e nenhuma delas parecia ter uma resposta.

Parecia que o dia tinha se arrastado, de tão devagar que ele passou. Até que chegou o horário que a Coffe Express ia fechar e Jeremy não apareceu lá. Claire tentou se acalmar, dizendo pra si mesma que ele devia ter muito trabalho ou só não teve tempo de ir lá, mas que no dia seguinte ele ia aparecer, e ia ser tudo como antes.

Mas não foi.

(...)

Uma semana havia se passado e nada de Jeremy, Claire já não sabia o que pensar, ou fazer. Jeremy não tinha ligado, ou ido a casa dela e nem se quer aparecido na cafeteria, Claire estava despedaçada, tendo a certeza de que ele só queria brincar com os sentimentos dela. E ela sentia raiva de si mesma, por ter sido tão boba em acreditar nele.

– Com licença. - disse uma senhora na frente do balcão.

– Ér, oi, desculpa, gostaria de fazer o seu pedido? – a menina perguntou a senhora, tentando tirar de sua cabeça o menino que a magoou.

– Não, eu na verdade tenho uma coisa para Claire Smith, ela trabalha aqui? Ou você a conhece?

–Sou eu, Claire Smith, sou eu. – a menina respondeu espantada, afinal, ela nem conhecia a tal mulher.

– Então, aqui está minha querida. É de Jeremy Garrett, eu achei no meio dos pertences dele. - disse a mulher entregando uma carta, apenas com o nome de Claire na parte da frente.

Quando a mulher disse o nome de Jeremy o coração de Claire começou a bater mais forte e aquele nervosismo todo que ela sentiu durante a semana inteira, havia voltado.

– Obrigada. Mas, quem é a senhora? – indagou Claire.

– Eu sou Marta, tia de Jeremy. - Tia? Jeremy nunca havia mencionado que tinha uma tia. – Eu não morava por aqui, nem era tão próxima de Jeremy, fazia anos que eu não o via, mas depois do que aconteceu, eu tive que vim aqui, pra cuidar de tudo e acabei achando essa carta, e achei melhor entregar pra quem estava endereçado, eu não sabia se era algum assunto importante. – A mulher disse como se tivesse lido os pensamentos de Claire... Mas espera, ela disse “depois do que aconteceu” diabos, o que aconteceu?

Antes que Claire pudesse perguntar a senhora ao que ela se referia que tinha acontecido, a mulher já tinha ido embora. Então Claire se lembrou da carta. Aquela carta que talvez explicasse o sumiço de Jeremy. A menina tremendo abriu a carta e começou a ler.

“Oi Claire, tudo bem? Espero que sim. Primeiramente eu quero me desculpar pelo meu sumiço repentino, porque eu acho que se você está lendo essa carta, é porque eu sumi. Desculpe-me.

Eu não devia ter me envolvido com você, eu não queria, quer dizer, eu queria, droga, eu queria, mas não podia. Eu sei que parece confuso, mas é que seria melhor para você, seria para o seu bem. Lembra que eu te disse que tinha começado a gostar de ler de uns tempos pra cá? Ou que eu sempre comia meus lanches lá na cafeteria devagar, como se aquela fosse a ultima vez? É porque isso tudo tinha um motivo. Há 2 anos eu descobri que eu tinha Câncer, e já estava num estado bem avançado, então eu não tinha chances de ter mais tempo de vida ou, quem sabe uma cura. Os médicos não me deram mais de um ano de vida, então eu ter sobrevivido esse tempo todo foi um milagre já. Eu preferia não sobreviver. Eu não tinha motivos pra querer continuar vivo, eu não tinha família, amigos ou alguém que me esperasse em casa no final do dia, porque nem cachorro eu tinha.

Até que eu conheci você. Eu não queria que isso fosse longe demais, porque eu sabia que jamais teria uma vida normal e eu não queria me apaixonar justo quando eu já estava com um prazo final. Por tanto tempo eu usei minha timidez ou falta de assunto para ficar longe de você, mas graças ao Bukowisk, aquele velho safado, isso não durou para sempre. Eu não me arrependo de ter falado com você, ou ter te chamado pra sair, mas eu queria ao menos ter mais tempo, porém isso não era possível, infelizmente.

Depois do nosso encontro eu realmente pensei que pudesse ser feliz, eu ia te contar, ai você poderia escolher, se iria querer ficar comigo, sabendo que a qualquer hora eu morreria ou nem começar nada, eu ia aceitar e ia te entender. Mas eu tive uma recaída. Eu tive que ser internado as pressas e eu sentia que daquela vez eu não ia conseguir sair. Sabia que meus últimos dias iam ser naquele hospital, sozinho, e eu não poderia te dizer adeus.

Então eu decidi escrever está carta, porque você merecia saber o que tinha me acontecido, eu não queria que você pensasse que eu tinha ido embora e que não queria saber de você. Eu sinto muito não ter te dito antes, mas eu acho que assim foi melhor. Eu não ia querer que você me visse como eu estou agora, a beira da morte. Você não merecia isso. E nem iria querer ver você chorando, ainda mais sabendo que eu era a causa das suas lágrimas.

Eu só quero te dizer uma coisa, obrigado. Obrigado por ter me dado a chance de te conhecer, de ver quão maravilhosa você é, acredite, meus últimos dias de vida se tornaram os melhores apenas por sua causa. Você me fez feliz em apenas quatro dias, coisa que muitas pessoas não conseguiram fazer durante a minha vida toda. Obrigado de verdade.

Desculpe por não te dizer um adeus descente, mas é que assim é melhor.

Adeus Claire, que você seja muito feliz e que continue sempre assim. Essa menina tímida, que cora com qualquer elogio, brincalhona, e com um coração imenso. Você é uma ótima pessoa.

Eu gosto muito de você. E posso até arriscar dizer, que te amo.

Jeremy Garrett.”

Claire terminou de ler a carta com os olhos cheios de lágrimas. Não sabia decifrar o que estava sentindo, só sabia que precisava ir embora. Quando ela estava saindo da cafeteria acabou esbarrando em Samantha, que viu que a amiga estava triste, mas a conhecendo bem, não foi atrás dela, porque nesses momentos, Claire queria ficar sozinha.

Claire correu pro único lugar que a confortaria. A montanha que Jeremy a levou.

O coração de Claire estava destroçado. As lágrimas não paravam de vir. Está era uma dor que Claire nunca havia sentido, nem com a rejeição de seu pai, nem sendo uma pessoa "solitária". Era uma dor dilacerante. Era como se o chão tivesse sido arrancado de seus pés, e ela estava sem rumo. Não sabia mais como agir, ela só queria que isso não passasse de um pesadelo e que logo ela iria acordar e tudo voltaria ao normal. Mas infelizmente Claire sabia que isso era real. Dolorosamente e cruelmente real. Porque? Porque? Claire pensava, porque tinha que ser assim? Porque uma pessoa tão boa tinha que ser levada dessa maneira? Chegava até ser injusto. Mas era assim que as coisas eram e não tinha o que fazer. Em tão pouco tempo o menino dominou o coração de Claire, e agora ela se tocava do que tinha acontecido. Ela havia se apaixonado pro Jeremy, e os dois não poderiam ficar juntos. Jeremy se foi.

Claire sabia que Jeremy não iria querer ver ela triste, chorando por ele, porque ele disse o quanto gostava do sorriso dela, mas nesse momentos, Claire não conseguia sorrir. Talvez daqui uma semana, ou um mês ou até um ano, ela conseguirá sorrir de novo, só Deus sabe. Mas no momento ela queria apenas estar com Jeremy, ver seu sorriso de novo, ouvir sua voz de novo, ver seus lindos olhos de novo. Mesmo sabendo que isso não era possível.

Claire continuou naquela montanha, até que já estava escurecendo, e aquela vista maravilhosa das luzes da cidade estava diante dela novamente, as lágrimas já tinham parado de cair, talvez tudo que ela tivesse pra chorar, já tinha ido, só que ela sabia que não era assim. A menina perdeu a conta de quanto tempo mais ficou lá, apenas apreciando a vista e sentindo aquele fraco vento gelado da noite em seu rosto, sem um minuto se quer Jeremy sair de seu pensamento, sempre com a imagem do garoto sorrindo.

Como Jeremy havia dito em sua carta, ela iria apenas agradecer. Claire não iria ficar triste por ele ter ido embora, mas sim agradecer apenas por tê-lo conhecido. Ela sabia que agora ele estaria em um lugar melhor, sem dor, sem sofrimento e até com sua mãe, e onde quer ele estiver, sempre estará com ela, em pensamento e no seu coração. O menino dos belos olhos verdes.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Está ai, espero que tenham gostado! Se você chegou até aqui, deixa um comentário, por favor, pra mim saber se está bom ou não :) Beijos.



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