Capitulo XII

   Poseidon foi embora e levou a chuva com ele. Desci até o quarto de Seth e procurei uma folha limpa do caderno dele. Com uma caneta em mãos, comecei a escrever meus últimos pedidos.

   Se vocês estão lendo esta carta é porque vim a falecer ou algo do tipo.

 Se a criança sobreviveu, é eu sei deveria ter contado, dê-lhe o nome de Hermione. A matriculem na melhor escola e, se possível, tente fazer ela falar inglês fluentemente, para que possa quando mais velha conhecer o pai, Seth Clearwater.

  Vou deixar as coisas que vocês iram precisar em um baú na casa de quem lhes entregar a carta.   

  Cuidem dela. Por favor.

  Sinto muito não poder ter contado antes. 

  Cuidem da minha pequena Hermione M. Lopes.

                                                    Patty.

   Arranquei o papel. Foi até o escritório de Carlisle pegar um envelope. Coloquei o nome dos três que eram lobisomens agora.      

   Voltei e Nick já estava indo para a aula quando cheguei.

_Pode me esperar?

_Sim.

  Peguei minha mochila e sair.

_Nick você não pode beijar ninguém por um mês.

_Um mês? – ele quase gritou de surpresa.

_É um mês. Se você beijar alguém antes, eles ou melhor dizendo elas, vão virar lobos enormes.

_Mas por que, se o veneno está em você?

_Argh! Meu veneno passou pra você, não tem como não passar. – disse pondo um fim já que Erica vinha em nossa direção.

_Oi   

_Oi –respondi

   Nick pareceu por instantes não estar na terra. Balancei a mão na frente do rosto dele, mas nada. Estalei os dedos. Ele parecia ter entrado em transe profundo.

   Erica deu um pedala Robinho nele, mas nada. Meio segundo depois ele voltou, babando quase em cima de Erica.

_Oi – disse melosamente a olhando como um cego olhando o sol pela primeira vez. 

_Nick não. – disse ao pensamento dele. – Eu acabei de falar nisso.

_Não vai doer nela. –respondeu ainda olhando para Erica.

_Gente o que está... – Nick a interrompeu com um beijo. Bati a mão na testa. Eu falava grego? 

  Seth tinha acabado de encostar o carro. Ficamos esperando a boa vontade de Nick. Quando finalmente acabou, levantei as mãos para o céu e fui pegar Erica que ia perdendo o equilíbrio.

   Seth me ajudou a colocar ela no banco de trás.

   Marcia viu tudo do outro lado e correu pro banheiro chorar.

_Vou falar com ela.

_Não. Você vai voltar pra sua casa e vai ficar quietinho lá. E isso é uma ordem Nick!

   Entrei no carro e Seth deu a partida.

_Cabeça dura a dele.

_Puxou a mãe. Ela mal presta atenção no que faz, é tudo no impulso.

  Erica começou a gritar e Seth ligou o rádio no volume máximo pra não escutar.

    Carlisle já tinha saído, então Seth deitou ela na cama dele.

    Descemos as escadas e fomos para sala.

_Por que demorou tanto lá no telhado mais cedo?

_Só estava vendo a paisagem. – dei de ombros. – Então vamos a escola? Nick deve ter beijado outras garotas.

_Tudo bem, mas você vai no seu carro.

   Seth tirou uma chave do bolso do jeans.

_Como?

_Presente de aniversário. Parabéns amor. – ele se inclinou para um beijo rápido e me entregou as chaves.

_Você não deveria ter gasto isso comigo.

_Eu mal gastei. Cada um pagou um pouco.

  Com só estava Esme e Leah as duas me deram parabéns e foram mostrar meu presente.

  Era um Bugatti Veron Espost, modelo X, preto.  Lindo, mal consegui falar obrigado. Leah não parecia estar aqui, estava pensando em Tadeu, pra variar. Ela pensava se eu aceitaria que ele fosse transformado.

   Quanto tempo restava para ela continuar viva?

_Tudo bem Leah, quando ele vier mais tarde, faço isso.

    Cheguei da escola, Tadeu já estava lá, sentado um pouco desconfortável.

_Que aconteceu Tadeu? Viu um lobo?

  Ele não respondeu, apenas olhou para Leah.

_Você se transformou na frente dele?

_Sim.

_Ela é um animal. Patty vamos embora daqui. – disse se levantando.

_Tadeu. Ela te ama, mas que Bianca te amou. E eu prometi te torna compatível com ela.

_Compatível? Me tronar um monstro?

_Por que todos acham má ideia no começo? – perguntei a mim mesmo. – Tadeu vai ser rápido. Prometo.

_Patty não. Por favor sou seu primo favorito.

_Por isso mesmo – me transfigurei na sua frente e ele começou a correr tentando sair.

  Quando ele virou pra olhar pra trás, eu estava do seu lado. Ele gritou e eu tive que voltar a forma humana.

_Tadeu me ajuda. Por favor. – pedi fingindo um desmaio.

   Ele se ajoelhou do meu lado. E tentou ouvir se eu respirava. Como não, tentou respiração boca a boca.

 Quando nossos lábios se tocaram, não pude deixar de   sentir nojo. Ele era meu primo, o empurrei um pouco fraco demais para ele não se machucar tanto. Ele caiu no sofá e eu me levantei indo para a varanda, cuspindo, tentando tirar o gosto dele da boca.

   Alguns minutos depois, ele já gritava no sofá. Seth veio e me abraçou.

_Sei que não fez por mal.   

_Temos que ir agora.

_Só nos dois?

_Sim. Nós somos fortes o suficiente pra matar DeVane sozinhos.

_Acha que os Cullen deixariam?

_Tanto faz, quero acabar com isso logo. Ninguém vai me deter. Nem os Cullen.

Ele se inclinou olhando nos meus olhos.

_Nada vai acontecer com você. Prometo – disse me beijando.

   O tempo agora seria precioso ao lado dele.

   Com o entardecer, Tadeu foi ficando cada vez melhor, já ficava de pé até. Com o passar das horas ele foi aprendendo a se controlar e viu Leah pela primeira vez pelos seus novos olhos.  

   Os dois ficaram juntos por várias horas. Até que enfim eu tinha feito algo certo.

  Sorri olhando os dois sentados no sofá, ele brincava com cabelo dela fascinado com o que ela falava sobre as lutas que teve com os vampiros.

  Sentei no outro sofá, ao lado de Seth que assistia um filme de ação.  Ele beijou minha testa e voltou a assistir.

Na sala de estar os Cullen e Jacob falavam em como seria a viagem ao Uruguai já que não tínhamos tanto tempo.

  Meu celular tocou.

_Alô?

_Cléo? – era DeVane

_Patty pra você. – respondi indo para a varanda.

_Patty? - ele riu. – Salvini disse que você iria estar em São Paulo, por um instante achei que ele estava louco, mas ai parei para pensar. Liguei para este mesmo número com o DDD do Ceara e adivinha só. Não tinha nenhuma Cléo DeVane. Você mentiu para mim. Agora estou pensando, por que?

_Tempo – respondi. – Precisava de tempo para me organizar. Você chegou e mudou meu mundo, de novo.

_Está mentindo.

_Por que eu faria isso? Se você é o único que eu amo?

_Você já me disse isso uma vez e depois fugiu com um animal.      

_Você realmente acha que um lobisomem mudaria o que eu sinto por você? Não responde. Estou arrumando as malas pra ir pro Uruguai hoje se possível.

_Tudo bem – suspirou. – Não demora muito. Já te esperei tempo demais. Não quero esperar mais um milênio.

_Ok. Vejo você em algumas horas. 

   Desliguei o celular e Seth estava olhando mas desviou o olhar quando nossos olhos se encontraram.

  Andei até a cozinha.

_Estou indo agora. Nem tente me impedir. Não estou boa pra ficar discutindo.

_Já está tudo certo. Nós vamos te ajudar – respondeu calmamente Carlisle. – Alice e Esme vão arrumando nossas roupas por favor. Jasper, Emmett e Edward arrumem os carros para a viagem.

  Cada um deles saíram para fazer as coisa.

_Nessie. Essas luvas matam um vampiro com um toque. – entreguei as luvas. - Menos nos, as luvas foram programadas para não ataca-los.

   Ela saiu. Andei pela casa procurando um baú até que encontrei no sótão.

     Nele coloquei fotos minhas com Seth e os outros, algumas mudas de roupas, peguei uma mochila e coloquei documentos falsos, caso eles precisassem e dinheiro.

     Agora só precisava saber com quem. Quem se lembraria de mim quando todos esqueceriam?

    Lucian, pensei. Ele me procurou durante anos nada mais justo que ele entregasse.

  Foi o mais rápido possível até a casa dele entregar a carta e o baú. Ele aceitou e me mostrou o seu filho recém-nascido. Deram-lhe o nome de Paulo, já que Lucian já tinha me encontrado, e a maldição que os seus ancestrais carregaram acabaram.