Monsters With Me escrita por Sora-sama


Capítulo 5
Cap. 4 - Where am I?


Notas iniciais do capítulo

AEAEAEAEAE
Depois de uma LONGA demora está o cap 4 (H)



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Parou esse garoto chamado Aaron na minha frente, olhos azuis e cabelo rosa. ROSA!? COMO ASSIM? DIGO, ISSO É POSSÍVEL?

E ainda disse a palavra "irmão"... estou vendo que essa nova vida aqui na Irlanda vai ser difícil pacas. Tipo, nova escola, nova vida e até mesmo novos amigos...

-Vamos. - O som da voz dele parou a minha linha de raciocínio - Deixe que eu leve sua mala...

-Hã? - Antes que pudesse responder alguma coisa, ele a pegou da minha mão e começou a andar.

-Vamos lerdinha, se a gente demorar mais um pouco a nossa mãe vai reclamar COMIGO.

Dei um sorriso falso, mas na verdade eu queria matá-lo com as duas mãos enquanto andávamos até a entrada do aeroporto. E sabe de uma coisa bem engraçada sobre o local em que eu estou vivendo?

SÓ TEM MATO.

Quando saí, dei de cara com uma estrada normal e ao olhar para a direção da minha nova casa, era estrada de TERRA. A minha vida poderia estar pior? Sim, eu não vou ter como deixar o meu cabelo todo fofinho.

-Quer ir de táxi ou a pé?...

-O que? - Olhei para ele com a minha expressão vazia - ....Vamos a pé.

-Vamos então, vai demorar uns 30 minutos.

Andei atrás dele enquanto ele me explicava, mas eu não conseguia tirar o olho do cabelo dele, afinal, era rosa. Lógico que o pessoal de NY usava cabelo colorido, mas o dele parecia que era natural. Mas eu sabia que em genética que não existia essa cor.

-Aaron...

-Fala

-Você é gay? Porque se você for tudo bem isso é bem comum em NY e eu apoio a sua escolha.

-Ora... sua... IDIOTA, EU NÃO SOU GAY E SOU TÃO HETERO QUE EU PODERIA USAR ROUPA FEMININA E AS PESSOAS ACHARIAM LEGAL - Quando ele disse isso para mim, eu apenas vi suas mãos vindo na direção dos meus seios - Tamanho médio.

-SEU PERVERTIDO - Dei um tapa na cara dele,onde ficou a marca da minha mão. Comecei a andar sozinha à sua frente.

-Aonde você vai, tamanho médio?

-Para algum lugar longe de você!

-Boa sorte, você nem conhece aqui,  vai acabar se perdendo e eu vou levar toda a culpa.

Dei as costas para ele e continuei seguindo em frente. Senti sua mão me puxar pelo braço...eu nunca imaginaria que ele tivesse tamanha força, era quase como fosse um ogro ou algo do tipo. E estranho, sua mão era gelada como se ele estivesse morto...

Mas eu não sou submissa, mamãe me ensinou a não ser assim, fiz judô durante 4 anos. Peguei o braço dele e o derrubei no chão, sentando em suas costas.

-Nunca mais pegue no meu braço assim....Rosinha - Sorri para ele com um ar de vitória.

Depois de uma caminhada cheia de xingamentos e socos conseguimos chegar a casa. A frente tinha uma cerca de pedra que fazia um grande círculo, e a casa era grande. Tinha três andares, sendo que no segundo havia uma varanda, chaminé e , quando eu fui ver o quintal para entrar na porta dos fundos, hidromassagem e sauna.

Abri um grande sorriso. Não era nada do que eu tinha imaginado, pensei que seria um lugar pequeno e sem nada de legal para fazer a não ser cuidar da plantação.

-Você é estranha...

Aaron abriu a porta e me vi dentro da cozinha. Era graciosa, do tipo casa de boneca: com fogão fofinho e uma mesa com vários ingredientes. Conhecia uma grande parte desses, afinal o meu pai, antes de morrer, era chef no restaurante mais conhecido de NY.

Uma mulher loira e de olhos verdes com um vestido e avental veio falar com a gente. Ela era bem bonita, tinha um rosto angelical, era alta e magra.

-Olá, eu sou Paula Cotter.

-Prazer, senhora Cotter.

-Para que essa formalidade, pode me chamar de Paula - Ela abriu um daqueles sorrisos calorosos e apontou a escada para mim - O seu quarto é no segundo andar, só seguir em frente até a porta.

-Com lincença. - Fui pegar minha mala para subir a escada, mas senti a mão forte de Aaron chegar nela primeiro de novo.

-Eu vou te ajudar.

Segui Aaron até o fim do corredor do segundo andar. Não parecia mas aquela casa, era bem espaçosa e aconchegante por dentro. Aaron abriu a porta e voltou para a cozinha enquanto eu entrava no quarto. Ele era pintado de azul-bebê, havia uma cama de viúvo, uma mesa de estudo bem espaçosa, um armário grande e um banheiro, porém o que eu mais gostei foi da vista que tinha para a floresta. Isso iria me dar muita inspiração.

Comecei a arrumar as roupas e escutei a voz de uma pequena fada irritante.

-Pensei que tinha sumido - Disse a ela sem virar o rosto.

-Você é malvada , Alice... quer alguma ajuda?

-Não - Disse pegando mais uma leva de roupa.

-Cadê o Thor?

-O Aaron pediu para o aeroporto mandar para cá, era muita coisa para ele levar.

-Você fica mais gentil quando o Thor está por perto.

-É porque ele é tão fofinho e bobão... - Fiquei abraçando o meu casaco enquanto pensava no Thor.

Hikaru ajeitou algumas coisas na escrivaninha enquanto eu descansava rapidamente na cama. Havia trazido muitas roupas.

-Hikaru, por que você está comigo? Digo, eu sou um caso perdido, odeio praticamente todo mundo, não me dou bem com ninguém e ainda não acredito em Deus.

-Porque aonde não tem esperança tem alguém querendo ser salvo (N/A: Vá agora mesmo a uma igreja ser salvo -QQQ).

--Peter e Blood, vocês devem ficar nessa forma durante um tempo... - Escutei a voz do Aaron do outro lado da porta.

Abri a porta e o encontrei com Thor e um coelho no colo. O cachorro mexia o rabo e mantinha aquele olhar de bobão que ele tinha. Abracei-o e fiquei acariciando-o toda boba.

-Eu não precisava ver isso.

Olhei para ele com a minha expressão vazia e perguntei:

-Qual é o nome dele?

-De quem? Ah esse é o Peter... - Disse ele colocando o coelho na minha frente - ...A minha mãe mandou te chamar para o jantar.

-Já estou indo - Fechei a porta e escutei outra voz desconhecida.

--É ela mesmo Aaron, mas devemos manter ela longe daquela pessoa.

Devia estar louca ou cansada; arrumei um canto pro Thor e desci até a sala de jantar. A mesa estava cheia de pratos ingleses, e ao me sentar, Paula me recepcionou toda animada.

-Eu sei que deve parecer estranho, mas a gente gosta mais de comidas inglesas...

Ela me serviu com Fish's and Chip's (N/A: Batata com peixe o.o), e sentou-se na minha frente. Comi um pedaço, mas estava cheia de medo. Isso era estranho, na minha terra, batata é com hamburguer ! (N/A: AMERICA <3)

-Pode comer sem medo, isso não vai te matar - Paula disse para mim, rindo da minha expressão de nojo.

-P-Pode deixar - Comi o pedaço. Era gostoso, mas estranho - ...Gostoso.

-Viu, Aaron ,eu disse que ela ia gostar.

-Eu que tinha dito isso.

Comemos e eles me fizeram várias perguntas sobre a minha antiga vida e como era morar em uma cidade grande. Fiquei surpresa, eles não demonstravam ter pena de mim. Deve ter sido umas das poucas vezes que eu havia gostado de uma pessoa, eles tinham um bom coração.

-Quer dizer que você é tão solitária assim?! - Paula falava toda surpresa.

--Agora eu sei por que ela é tão anti-social.

-Aaron, porque não leva a Alice para andar?

-Ela deve estar cansada.

-Eu adoraria - Disse com um sorriso, era legal irritar ele.

-Cheguei, amor. - Um homem alto com roupas de inverno entrou na casa - Olá, você deve ser a Alice. Prazer, eu sou Carlos Cotter.

Tirou o chapéu, revelando seus cabelos ruivo-escuros; usava óculos e tinha olhos azuis. Ele nos cumprimentou e sentou-se à mesa, colocando a maleta ao seu lado.

-Você fez o meu favorito, amor! - Ele deu um beijo na bochecha de Paula, fazendo-a ficar um pouco desajeitada.

-Pai, a mamãe quer que eu leve a Alice para sair, sendo que tem aula amanhã.

-Paula, eles não podem ir. Se lembra de que eu fui comprar o material e uniforme da Alice?

Terminei de comer e queria sair da mesa. Sentia-me estranha, como se meu corpo estivesse pesado. Pedi licença e os deixei, indo em direção ao meu quarto. Abri a porta e caí no chão, um pouco assustada. Hikaru veio até mim e ficou me olhando com medo, depois perguntou:

-Alice...Que livro é aquele na sua escrivaninha?

Parei durante um longo tempo... Eu não tinha trazido nenhum livro comigo. Foi aí que me lembrei do livro que apareceu no meio do nada no meu quarto lá em NY. Levantei e fui até a escrivaninha, mas a cada passo que eu dava, mais pesado o meu corpo ficava.

Parei em frente ao livro, era a mesma capa velha, um pouco ferrada. Peguei nele e a minha mão começou a sangrar de novo. Mas eu queria saber o que tinha nele para fazer isso... precisava abrí-lo. E ao fazer isso, uma luz iluminou o quarto todo e pude ver o que tinha dentro...

-COMO ASSIM NÃO TEM NADA? QUE PORRA É ESSA? - Taquei o livro na parede e deitei na cama. Olhei para minha mão ainda sangrando - Tudo isso por nada...

-Alice, você está bem?! - Hikaru sentou-se em minha cabeça.

-Vou tomar um banho...

Peguei o meu pijama e a toalha, entrando no banheiro. Havia um chuveiro e uma banheira. Liguei o chuveiro e tomei uma ducha. Eu não queria poder ver monstros, ser normal deve ser impossível para mim; toda a minha família era normal menos eu.

FlashBack ON:

--Olha mamãe, é a estranha da Alice vindo... - Clarisse, uma das minhas primas fúteis, disse à Amanda.

--Não fique triste Alice, para a gente você é normal...

FlashBack OFF:

Idiotas, por que mentem para mim?! Bati com tanta força na parede que fiz minha mão sangrar ainda mais. Eu precisava saber mais sobre tudo isso...

Saí do banho e me vesti. Hikaru veio até mim e curou minha mão. A agradeci fazendo uma cama para ela em uma prateleira. Peguei o ITouch e comecei a escutar “Too far Too Gone” do “The All-American Rejects”. Nem percebi, mas ao longo da música algo molhado caiu sobre minha mão.

-O que seria isso?...Lágrimas?...Faz um bom tempo que eu não choro...

Depois de escutar algumas músicas, marquei o despertador para as 6:00 am. Tentei fechar os olhos, mas só vinham mais algumas imagens estranhas na minha mente...

--Acorde Alice... - Uma voz feminina sussurrava no meu ouvido - ...Acorde...

-O que foi? - Perguntei meio sonolenta.

--Você continua uma bobona, mas eu espero que esteja pronta na hora...

-Hã?Hora?Quem é você? - Tentei levantar, mas caí da cama fazendo o maior barulho.

Thor latiu para mim lambendo o meu rosto

-O que será que foi isso, Thor?

Acariciei a cabeça dele e voltei a dormir...

Sonho ON:

-Aonde estou?

Olhei em volta e vi que estava em um lago cheio de dragões. Vários deles vieram na minha frente, porém nenhum conseguiu encostar e mim... era como se eu fosse invisível. Olhei mais uma vez e vi uma garota voando em um deles; ao seu lado tinha um Homem-Pássaro (N/A: Tengu).

-Isso mesmo ?????, agora se tornem um só - O Tengu falava para ela, mas eu não escutava o nome dela - Você está indo muito bem para uma iniciante.

- ???? ????? ???? ??? ?? - Eu não conseguia escutar a voz da menina.

Sonho OFF:

O som do alarme me fez acordar de mais um sonho sem sentindo. Levantei e fui tomar um banho,estava cansada de viver assim... queria entender tudo que está acontecendo. Alguém poderia me explicar, mas a Hikaru não sabe de nada. Saí do banho e escutei a voz de Paula falando algo sobre meu uniforme. Ao voltar para o quarto, avistei-o encima da cama: uma camisa social de meia-manga, um blazer meio bege com os contornos mais escuros, um laço marrom com as pontas bege, saia marrom com duas listras bege na horizontal e uma sandália de salto alto preta com a meia que ia até o joelho.

Estavam de sacanagem com a minha cara, eu nunca tinha usado uniforme na minha vida!... Acabando de me vestir, senti algo quente dentro do quarto. Olhei para traz e vi aquele maldito livro se mexendo no ar com um círculo de fogo em sua volta.

-Merda....

 


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