Passaram exatos três anos desde que eu, Shaoran Li, e Sakura Kinomoto conseguimos reunir todas as cartas mágicas do Mago Clow, com a ajuda de Tomoyo Daidouji, Kerberus (Ou simplesmente Kero), Yue e Meiling Li. Foi uma jornada bastante perigosa para conseguir evitar um mal maior contra o Mundo em que vivemos e felizmente, os acontecimentos estranhos ficaram para trás, deixando com que, enfim, eu e Sakura possamos levar uma vida normal.

É verdade que eu havia voltado para Tókio, mas, a saudade descomunal que sentia de Sakura e meus amigos não me deixou em paz até que eu decidi pegar um avião para Hong Kong, onde ficaria definitivamente. Já faz três meses que estou no Japão e as coisas não poderiam estar melhores. Sakura e eu estamos juntos, finalmente. Apesar de Tomoyo sempre estar atrás de nós para filmar os encontros românticos de Sakura, até que eu e ela temos um relacionamento bem normal.

As coisas iam bem, Toya está começando a aceitar minha presença e não me sinto mais atraído pelo poder de Yue. Mas, é um tanto irritante a ingenuidade de Sakura, algumas vezes. Ela sempre fica apavorada com as histórias de terror que a fanática da Naoko conta. Foi o que fez eu quase perder a minha Card Captors.

dava para se ver de longe o quão cansada ela estava:

_O que está fazendo? _perguntei, me aproximando dela e a fazendo parar de correr.

Demorou alguns minutos para que conseguisse recuperar o fôlego, estava quase roxa com falta de ar:

_Estou... Tentando... Aumentar meus... Batimentos cardíacos. _respondeu Sakura, tentando voltar a respiração normal.

_ E por que isso? _perguntei, confuso.

_Naoko me contou uma história. _disse Sakura se sentando no balanço da praça, me sentei ao seu lado interessado em saber a nova tolice que Naoko contou. _ Ela disse que a morte sempre está à espreita de todos e que a cada batida do nosso coração ela está um passo mais próxima de nós e que quando nosso coração para, significa que ela nos alcançou. O único jeito de evitá-la é fazendo o coração bater bem acelerado, porque assim a morte começa a correr para trás, voltando para o seu devido lugar.

Fiquei pasmo! Como Sakura podia acreditar em uma lorota daquelas? Nessa nem eu caio e olha que já fui feito de trouxa várias vezes pelo Yamazaki.

_Sakura, não acredito que você realmente acha que isso seja verdade. _falei, olhando o suor escorrer pela sua face corada pelo cansaço.

_Se é verdade ou é mentira, eu não sei. O que eu sei é que não vou me arriscar. _dizendo isso, ela se levantou e voltou a correr.

Depois desse dia, fiquei sabendo que Sakura raramente parava, estava sempre praticando algum esporte que fizesse seu coração acelerar, o que me deixava extremamente preocupado. Ela emagreceu de forma repentina, mal comia e olheiras profundas marcavam seu rosto perfeito. Não sabia mais o que fazer, havia tentado de tudo para conseguir pará-la, mas nesse caso nem mesmo Yue conseguiu convence-la de parar com aquela idiotice. Então, o esperado aconteceu, ela ficou doente.

Era uma quarta-feira e todos comentavam que não haviam a visto correndo na quadra aquela manhã, fiquei aliviado imaginando que o juízo havia lhe voltado, mas o pior aconteceu. O professor Terada nos informou que ela estava de cama e que ficaria um tempo afastada do colégio. Mal esperei as aulas terminarem e fui correndo para a casa dela. Assim que entrei em seu quarto, encontrei uma Sakura ao qual eu não conhecia. Estava em estado péssimo, pálida demais e tão... Fraca.

_Por que fez isso com você? _perguntei, afagando seus cabelos acastanhados.

 _Eu estou desesperada, Shaoran. Não consegui fazer com que meu coração batesse acelerado, não posso evitar que a morte se aproxime de mim e logo ela virá nos separar. _falou, com lágrimas brotando de suas orbes.

Eu não sabia o que fazer ou o que dizer para resolver aquela situação. Foi então que uma fagulha de esperança brilhou em mim. Foi com uma história que aquilo havia começado e com uma história seria acabado.

_Sabe, eu me lembrei dessa história que Naoko havia contado. Minha mãe estava sempre me contando quando eu era menor. _falei, prendendo suas mãos entre as minhas.

_Verdade? _perguntou, com um brilho intenso no olhar.

_Sim, mas Naoko não te contou a história inteira, ela esqueceu do final, a melhor parte desse conto.

_E como termina?

corações apaixonados é tão forte que nem mesmo a morte pode fazê-los parar.

Um sorriso radiante brotou nos lábios de Sakura, senti a alegria voltar a fluir nela e percebi que havia acreditado no que eu disse. Selamos aquele momento mágico com um beijo apaixonado, que a muito tempo não acontecia. E depois desse dia ficamos mais juntos do que nunca.

Dessa história toda a única verdade é a que nem mesmo a morte é capaz de matar um coração apaixonado, pois o amor é o único sentimento capaz de mover montanhas.

Fim!