Caçadora De Vingança escrita por A Granger


Capítulo 10
Capítulo 8 - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii =]
Estava pensando em postar só domingo, mas o que já tinha pronto deu um cap até que grande então resolvi postar em duas partes mais ou menos do mesmo tamanho. Assim, espero eu, até domingo eu posto a segunda parte =D
Aproveitem ;)



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POV Julia: on

Não resisti a fazer aquela piada, mas nunca imaginei que a reação dele fosse ser aquela. Admito que não me aguentei e tive de gargalhar. Mas, bem, eu tinha mais coisas a resolver. Deixei Ford com Norton e Eliza e fui falar com a garota. Ela me encarou até que me sentei a sua frente. Fiz um gesto que mostrando que esperaria ela terminar de comer e ela voltou a olhar para o sanduiche pela metade e continuou comendo.

Sabe, gostei dessa menina. Ela é forte e não se deixa intimidar por qualquer coisa, o que me leva a crer que ela já passou por muita coisa. E tem também a estranha sensação de que ela me lembra alguém. Não que eu a tenha visto antes, mas ela parece com alguém que já vi. Só não me lembro quem. Bem, melhor deixar isso para depois, ela terminou de comer e agora é hora da conversa.

--Sou Julia – disse pra ela de um jeito calmo e, espero eu, amigável – Como se chama?

--Marie – ela disse rápido, rápido demais para o meu gosto.

--Marie – eu repeti.

--Isso – ela confirmou quase antes de eu terminar. Uma resposta ensaiada demais.

--Certo – eu disse, abaixei a cabeça apoiando os cotovelos na mesa e suspirei antes de voltar a encará-la séria – Não gosto quando mentem pra mim.

--Não estou mentindo – ela disse rápido de novo, mas eu vi o leve aperto da mão direita dela no guardanapo que ela ainda segurava.

--Não? Sabe “Marie”, tenho uma amiga que mente muito bem. Ela adora pregar peças nos outros, mas nunca funcionam comigo. “É impossível te enganar”, é o que ela me fala quando eu a irrito dizendo no que ela esta mentindo. Não gosto que mintam pra mim porque sempre sei quando o estão fazendo – tentei dizer tudo isso sem parecer irritada, não queria assustar a garota.

Vi ela respirar fundo e depois abaixar o olhar. Continuei a encarando. Ela parecia se decidir o que iria me dizer e eu queria que fosse a verdade dessa vez.

--Cristine – ela falou mais baixo e sem o tom autoritário como se quisesse me fazer acreditar como quando me deu o outro nome – Me chamo Cristine, mas prefiro que me chamem só de Crist.

--Bem melhor – eu sorri pra ela.

--Eu realmente te agradeço – ela falou voltando a me encarar – Por tudo, mas acho melhor eu ir agora. Não quero causar mais transtornos.

--Você não confia em mim – falei calma e de um jeito simples e ela me olhou com uma expressão entre assustada e desconfiada – Eu entendo. Depois do que você já deve ter enfrentado, realmente entendo que não confie em mim. Mas se eu não me importasse teria deixado eles te levarem.

--Então porque se importa? Porque me ajudou? – ela me perguntou firme.

--Porque eu precisei de ajuda um dia e uma desconhecida me ajudou – eu respondi sincera. A garota pareceu surpresa com essa resposta – Porque não fazemos assim – eu sugeri – Juro que vou ser sincera com você e você jura o mesmo. Só quero te ajudar Crist, mas pra isso você precisa querer a minha ajuda.

Ela pareceu em duvida, mas depois de um tempo suspirou e concordou com um movimento de cabeça. Eu sorri pra ela.

--Eu começo. Vou dizer o que já entendi sobre a sua situação – eu me adiantei e ela me olhou esperando – Brigou com alguém em casa; fugiu; ficou sem dinheiro; acabou aqui; os três patetas te encontraram e você não pode escapar deles, estou certa? – ela acenou afirmativamente – Há quanto tempo esta fugindo?

--Três semanas e meia.

--É um longo tempo. Porque fugiu de casa?

--Discuti com meu pai.

--Me explique o motivo.

--Porque? – ela me encarou desafiadora.

--Porque só sabendo o que aconteceu posso te dar algum conselho sobre o que fazer. Você não pode continuar por ai sozinha, sem dinheiro e sem saber pra onde vai – eu falei firme – Gostei de você, Crist. É uma garota como penso que todas deveriam ser. Mas não posso te ajudar sem saber o que te dizer.

Ela pareceu confusa e sem saber o que responder. Notei ela entrelaçando os dedos nervosa. Depois de um tempo ela começou a falar sem me encarar:

--A minha vida toda eu sempre fiz tudo o que o meu pai me dizia pra fazer. Eu nunca o desobedeci, eu nunca fiz nada errado. E ainda assim no meu primeiro deslize ele... ele faz parecer que fosse o fim do mundo – disse ela e fez uma pausa - Um amigo meu me chamou junto com mais duas amigas minhas pra uma pequena reunião na casa de um amigo dele. Eu não conhecia o cara, mas... eu... Eu meio que estava saindo com esse garoto que nos chamou então resolvi ir também. A escola tinha liberado a gente mais cedo. Meu plano era sair de lá na hora certa pra chegar em casa no horário normal. Era pra ser uma coisa pequena, mas meio que juntou mais algumas pessoas e a musica ficou um pouco alta. Eu fiquei quase o tempo todo com as meninas na sala dançando. Eu não sabia, mas o estúpido do cara com quem eu estava ficando e mais dois amigos dele, um era o dono da casa, estavam na cozinha.... Eles... eles estavam usando cocaína, mas eu juro, juro que não sabia – ela falou me encarando pela primeira vez e eu pude ver que ela não estava mentindo - Me atrasei e meu pai já começou com os exageros. Eu e as minha amigas estávamos quase indo embora quando a policia chegou. Eles encontraram os três com a droga e levaram todo mundo. Eu disse ao meu pai que não sabia, eu jurei pra ele que não sabia da droga, que achava que seria apenas uma festinha. Ele não acreditou em mim, disse que minha mãe estaria envergonhada com minha atitude se estivesse viva. Ainda não acredito que ele teve a coragem de me dizer isso. Mas ele também disse que não conseguia mais acreditar em mim. Que não podia saber quantas vezes eu já tinha estado em situações como aquela e conseguido sair sem ser pega. Nós dois já estávamos gritando. Eu disse que era responsável o bastante para saber no que podia ou  não me meter. Ele disse que eu era só uma menininha tentando chamar atenção dele. No dia seguinte ele me falou que me mandaria para um internato fora do país para me afastar das más influencias com as quais eu convivia. Disse que seria o melhor pra mim. Eu não falei nada. Mas planejei como fugir desde então.

Enquanto eu a ouvia falar pensei que odeio que meus pressentimentos estejam sempre certos, mas infelizmente é isso o que sempre acontece. Porque estou pensando isso agora? Simples, já sei porque a garota me pareceu conhecida, apesar de ainda não acreditar nessa minha dedução. É nisso que dá nunca esquecer um rosto, mesmo tendo-o visto apenas uma vez, o que é exatamente o caso agora.

--Como conseguiu fugir do seu pai até agora? – eu perguntei realmente curiosa.

--Porque pergunta isso? – ela me olhou desconfiada.

Confesso que não pensei na resposta até que a mesma saiu da minha boca.

--Escapar do Crowmson não é uma cosisa fácil – eu disse e a cara que ela fez me mostrou a burrada que eu tinha acabado de fazer.

--Quem é você? – ela me perguntou começando a se levantar – Foi meu pai quem te mandou?

--Não, Crist – eu disse apressada.

--Então quem foi? O que você quer comigo? – ela pareceu ainda mais assustada sabendo que eu não estava a mando de seu pai.

--Primeiro se acalme – eu falei seria depois de soltar um suspiro – Se eu quisesse te fazer algum mal teria deixado os três patetas te levarem.

Ela me olhou com os olhos arregalados, mas voltou a se sentar.

--Quem é você? – ela perguntou de novo.

--Já disse. Sou a Julia – eu falei fugindo do real sentido da pergunta.

--O que é você? – ela perguntou mais seria e menos assustada. É, parece que minha resposta a irritou.

--Essa é uma informação que é melhor você não saber – eu falei. Pela visão periférica vi Ford, Eliza e Norton se aproximarem, mas eles ficaram perto do balcão.

--Por quê? Vai dizer que é pra minha segurança, como meu pai sempre faz? – Crist me fez prestar atenção nela outra vez quando me perguntou isso num tom irritado e com uma sobrancelha erguida.

--Não – eu falei simplesmente – É pra minha segurança, não a sua.


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Notas finais do capítulo

Opiniões???? Críticas???
E aí, alguém se arrisca a dizer quem é a Crist??? Palpites sobre quem é o pai dela? Dica básica: ele eh importante e poderoso
COMENTEEEEEEEM ^_^



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