Evocação escrita por Wesley Belmonte, Jaíne Belmonte


Capítulo 6
Trago a Pessoa Amada em Sete Dias


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.

Temos mais 3 capítulos escritos. Se comentarem, posto mais um no decorrer da semana ;)



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O sinal da última aula tocou, e ao mesmo tempo, Nadya sentiu seu celular vibrar em sua bolsa.

– Será que vou ter que trocar meu número? – Resmungou em um tom de voz mais alto.

– Falou comigo? – Perguntou um garoto loiro de óculos de armação de metal, que estava sentado na cadeira atrás dela.

– Não. – Respondeu secamente.

David tinha insistido em falar com ela desde o momento ela saíra para a faculdade.

Nadya saiu da sala de aula e avançou rapidamente no corredor. Olhou de soslaio para um trio de garotos que usavam roupas e maquiagem pretas, e um penteado bem esquisito.

– Ei, – Nadya escutou alguém chamando, mas seguiu em frente sem achar que fosse com ela.

Alguém cutucou seu ombro e ela diminuiu o ritmo.

– Desculpe. – Falou um dos garotos góticos que ela notara momentos antes. – Acho que sua bolsa rasgou e seu celular caiu.

Nadya verificou a bolsa, constatou que tinha descosturado a parte debaixo da bolsa. Pegou o celular da mão do garoto.

– Nossa, muito obrigado, eu sequer tinha percebido isso... Qual o seu nome?

– Meu nome é Charlie – ele piscou um olho e sorriu. – E o seu?

– Nadya. – Enquanto respondia, ela conferiu o visor do celular. 5 Chamadas perdidas. Clicou e para sua surpresa apareceu o nome Rebecca.

Olha, eu sei que nem te conheço, mas gostaria de te convidar para uma festa que vou dar na minha casa na sexta-feira a noite.Gostaria que você fosse, afinal, os calouros precisam se socializar. – Disse o garoto, com um sorriso tão esticado que a boca parecia prestes a rasgar.

– Não posso. Tenho compromissos.

Mesmo sabendo que não faria nada no dia em questão, Nadya recusou prontamente. Não gostava de festas, e muito menos uma festa cheia de góticos.

– Tudo bem, mas caso mude de ideia, é só falar comigo. – Acrescentou ele, antes de voltar para onde estavam os amigos.

Nadya voltou a caminhar em direção a saída, quando seu celular tocou novamente.

– Alô.

– Oi meu amor. Tudo bem? A ligação caiu mais cedo, então liguei novamente, tenho novidades.

Nadya confusa olhou na tela do celular e verificou o nome: David. Mas como ele se atreve? Eu pensando que era a Rebecca. Sem pensar duas vezes ela encerrou a chamada e desligou o telefone.

Agora ela estava decidida a trocar o número.

Como David podia ser tão cretino e continuar ligando para ela?

Seguindo em direção ao ponto de ônibus, um Sedã Sport freou ao lado dela na pista, fazendo Nadya dar um pulo para o lado.

– Oi amiga. – Nadia viu Rebecca, após ela abaixar o vidro do passageiro. Rebecca estava com os olhos cheios de lágrimas. – Tentei falar com você, mas não consegui. – Entra, eu te levo até em casa.

Nadya entrou no carro, abismada com o “carrão” da amiga e colocou o cinto de segurança. O carro partiu cantando pneu, o que fez o coração de Nadya disparar, e sentir um frio percorrer sua espinha.

Alguns minutos depois, Rebecca começou a falar.

– Perdão por agir assim, mas estou precisando de alguém para conversar.

– No que eu puder te ajudar, conte comigo. – Nadya apertou carinhosamente o braço de Rebecca. – Pelo jeito, a conversa com ele não foi muito boa.

– Nem conversamos, eu falei sozinha. – Rebecca sentia um frio no estômago, só de recordar a cena que aconteceu. – Quando contei tudo, ele foi embora, nem me deu satisfação e desligou o celular.

– Rebecca, veja pelo lado bom. – Nadya aconselhou com confiança. – Talvez você tenha deixado ele atordoado com a revelação. Dê um tempo a ele.

– Será?

– Eu acredito que sim. Amanhã ele virá falar com você. Pode contar com isso. Afinal de contas, vocês são amigos. E o mínimo que ele tem de fazer é te dar uma resposta decente.

– Mas e se ele disser que só quer minha amizade? Eu fico louca só de imaginar que ele possa me dizer não.

– É o risco que está correndo. Mas é melhor saber a resposta, do que passar a vida no escuro.

Rebecca parou o carro em frente ao prédio de Nadya.

– Obrigado pelo conselho. – Agradeceu Rebecca. – Precisava de uma amiga para desabafar...

– Claro que sim!

As duas abraçaram-se rapidamente e Nadya saiu do carro, parou na calçada e acenou para Rebecca, que partiu com o carro aumentando a velocidade gradativamente.

Quando ela se virou para entrar no prédio, um gato preto cruzou seu caminho, dando um belo susto na garota.

Gato preto... Se eu fosse supersticiosa, acreditaria que ficaria ainda mais azarada. Nadya entrou no prédio, rindo das bobagens que as pessoas costumam acreditar.

Rebecca estava mais aliviada. Mas seu coração continuava apertado. Será que Victor falaria com ela? Será que ele diria não?

Perguntas se formavam em sua cabeça, que a esta altura já estava um turbilhão novamente.

– Já sei o que vou fazer. – A ideia surgiu brilhantemente.

Rebecca decidiu ir até a casa de Victor, mas no meio do caminho desistiu e foi para casa.

Rebecca cruzou o portão de casa e estacionou o carro ao lado do Duster de seu pai.

Saindo de seu carro, viu que tinha um papel preso no para-brisa do carro do pai. Pegou o papel, que dizia: Trago a pessoa amada em sete dias.

– Acho que não estou tão desesperada...

Rebecca entrou em casa, amassou o papel e jogou no lixo da cozinha, antes de pegar o pote de sorvete que estava guardado na geladeira.


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