Senti uma mão gelada em meu rosto e acordei assustada:

— Senhorita, Taylor, sua mãe a espera na mesa de café da manhã.

— Obrigado, Mary

Já sentia saudades de meu pai. O seu jeito de me acordar trançando meus cabelos era tranquilizante.

Estou super cansada. Não apenas da viagem, mas também do tour que minha mãe me fez dar ás 9 da noite.

Assim que a vi, percebi que estava fudida. Toda pirua, salto agulha 15 cm e vestido colado, tentando parecer como uma gostosa de 30, quando parecia mais uma tia gorda de 40. Essa era minha mãe.

— TAYLOR, MEU AMOR! - me deu milhões de beijos no meu rosto- Bem vinda a NYC, sua nova casa.

Nova casa. Naquele momento senti um desconforto enorme: não sinto que NY era a minha casa. Ainda

— Saudades, mãe - dei um beijo em seu rosto e um forte abraço, pois querendo ou não, eu estava com saudades da minha mãe.

—Vamos, preparei um pequeno passeio pela cidade!

Entrei na limo e começei a admirar os pontos turísticos: a estátua da liberdade, o times square, o museu dos Mets, o Central Park. De repente, me senti feliz. Acho que me acostumaria com tudo aquilo

—TAYLOR! - minha mãe me gritou, me tirando de meus devaneios.

Desço as escadas e encontro uma mesa com mais comida que um supermercado

— Bom dia, querida.

— Bom dia, mãe.

— Quais são seus planos pra hoje ?

— Sei lá, acho que vou ficar em casa, arrumando minhas coisas.

— Mas a Mary já fez isso pra você.

— Ah...

Houve um pequeno silêncio, enquanto eu tentava me concentrar em minha tigela de sucrilhos.

— Você deveria sair - disse minha mãe, olhos grudados no jornal

— Talvez. Você vem comigo ?

— Não tenho tempo pra esse tipo de coisa, Taylor.

Me senti magoada e com raiva. Não era possível que minha mãe não podia tirar UM dia para ficar com sua filha que não via há mais de 3 ANOS!

— Mas tenho certeza que Mary pode lhe acompanhar. - disse minha mãe com um sorriso amarelo

— Com certeza, senhorita, Taylor - disse Mary, com um olhar de "por favor, não me obrigue a bancar uma de guia"

— Eu me viro.

Sai de forma brusca da mesa, pegando meu celular e algum dinheiro. Estava determinada a passar o dia inteiro fora.

— Aonde você vai? - gritou minha mãe, enquanto eu pegava o elevador

— Qualquer lugar!

[...]

Andando pela quinta avenida pela segunda vez, decidi tomar um café, já que não tinha comido direito com toda aquela situação. Peguei o café e fui caminhando sem rumo, lembrando de Ohio. Lá tudo parecia melhor. Senti saudades de Hazel, minha melhor amiga, que deixei pra trás por causa de uma faculdade estúpida. Talvez eu tenha feito a escolha errada, talvez New York não fosse pra mim...

Tudo aconteceu de repente: em questão de segundos, um rapaz veio correndo em minha direção, nos fazendo cair e derrubar meu café todo na minha roupa:

— VOCÊ É LOUCO? VAI TOMAR NO CU! VOCÊ É CEGO?

— Desculpa, não foi minha intenção! - disse o rapaz, aparentemente arrependido

— Ok. Grr. Me desculpe, problemas de família

— Tudo bem. Acho que te devo um café. Qual seu nome ?

— Taylor Hudson. E o seu ?

— Jason. Jason Hanigan.

Foi aí que eu parei e o olhei de verdade. Ele era maravilhoso. Cabelos castanhos, olhos azuis, e um corpo que me fez tremer. Além de tudo, era cavalheiro e simpático. Pacote completo

— Oi, tá tudo bem?

— Ãn?

— Eu perguntei se está tudo bem.

— Ah, sim, está tudo bem. Só não acho que devo sair por aí com uma blusa manchada de café.

— Com certeza! Vamos achar uma roupa nova para você. E um café novo.