Acordei meio desorientada e sem saber onde estava, mas foi só olhar para os lados para perceber que estava no meu quarto. E também que ainda estava de noite.

Comecei a sentir falta de algo, ou melhor, de alguém, quando me deparei com um bilhete escrito com uma caligrafia bem bonitinha:

''Não é atoa que você é a Bela Adormecida.
Me ligue quando acordar,
Joey''

Aí eu lembrei: eu havia desmaiado. Porra, que vergonha.

Eu e Joey estávamos no maior clima, quando de repente eu apaguei. Puf. Simples assim.

Acho que eu já podia me matar.

Queria ligar pra ele naquele instante pra tentar me desculpar mas percebi que ainda eram 5 da manha. Como não conseguia mais dormir, decidi tomar um banho e fazer uma caminhada no Central Park para espairecer. Não levei nada, apenas algum dinheiro pra tomar café em algum Starbucks qualquer.

Cheguei em casa já era umas 10h da manha (a caminhada tomou um tempo meio longo) e já me deparei com várias mensagens.

[6 mensagens não lidas]

''Mãe: Cheguei :)''

''Kathy: vamos sair pra comprar os livros da faculdade hoje a tarde? xx''

''Hanna: girls night mais tarde? xx''

''Jason:Precisamos conversar. Me encontre naquele restaurante do lado do shopping as 11h30.''

Vish...

Não queria responder, mas grande parte de mim queria saber o que ele queria falar de tão importante. E bom, eu também queria vê-lo de novo.

Não venha me dizer que tudo isso é errado porque eu sei disso, e sei muito bem. Mas era algo mais forte que eu, Algum tipo de magnetismo que nunca ninguém exercera em mim. Era algo meio que mágico.

Marquei com as meninas e tomei um banho caprichado tentando levar a covardia presente em mim naquele momento embora, mas foi em vão. Vesti uma roupa qualquer (nada que parecesse que eu estava me insinuando para ele) e fui me encontrar com ele.

Cheguei no local, um restaurante chique e muito movimentado, e sentei me em uma mesa qualquer, tentando me distrair com a pilha de guardanapos em cima da mesa

Estava distraída remontando a minha torre de papéis quando ouvi uma voz de veludo vinda atrás de mim.

— Oi, Taylor!

— AI QUE SUSTO! -levantei da cadeira assustada, um pouquinho exaltada. Ok, muito exaltada. - Er, oi.

Estava bem sem graça com ele considerando os fatos das últimas 24 horas, mas tentei agir da forma menos afetada possível. Novamente, foi em vão.

— Então, você queria falar comigo... -disse, dando uma pausa pra tomar meu suco de maracujá escolhido propositalmente pra ocasião - O que é?

— É sobre ontem.

— Olha, Jason, era sobre isso mesmo que eu esperava que você falasse. Eu quero que saiba que eu NÃO sou esse tipo de garota, que trai as amigas dessa maneira. E que aquilo foi um erro...

— Um bom erro.

— Não deixa de ser um erro. Jason, a Hanna te ama muito e faz de tudo para que você a note e a ame da mesma maneira, mas tudo o que você faz é maltratar a garota. Você não tem coração?

— Tenho, mas ele não bate por ela... - ele me olhou profundamente, e eu, como toda vez que alguém fazia isso, corei.

Ele foi se aproximando, mas eu consegui resistir.

— JASON! PARA! Eu não vou trair a Hanna, eu não quero isso. E eu não quero você.

Saí correndo do restaurante sem nem ter pagado a conta. Ou ter percebido que estava chovendo

— MAS QUE MERDA! -gritei, tentando expressar minha raiva.

Saí dali e fui caminhando de volta pra casa, até sentir uma mão nas minhas costas.

— Tem certeza que não quer? -disse Jason, segurando meu braço

E me beijou.