iFixing My Mess escrita por Thá Lutz Winchester


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Mais uma One guardada que eu resolvi desenterrar pra postar aqui u.u
Enjoy =)



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Carly andava em círculos no estúdio do iCarly. Não conseguira ficar mais de dez segundos parada desde que escutara um trecho de uma conversa entre Sam e Freddie três horas atrás.



– Eu to cansado de você me tratar assim, sabia? É infantil e irritante voltarmos a agir como agíamos anos atrás, Sam! – reclamou o moreno cruzando os braços.

– E você quer que eu faça o quê, hein? Não sou mais obrigada a te tratar bem, Freddiota. Não sou mais sua namorada pra ter que carregar esse fardo – não tinha como negar, quando se tratava de cutucar feridas a Puckett era rainha. Carly viu a expressão de tristeza que seu melhor amigo fez e quase saiu de seu esconderijo atrás do balcão para consolá-lo, mas ele ergueu a cabeça e disse num tom seco que ela nunca o vira usar:

– Sorte a sua que Carly abriu nossos olhos então, Samantha. Se não tivéssemos escutado enquanto ela falava com o Spencer você ainda estaria sendo obrigada a ser um pouco mais normal comigo. Pelo menos agora você não tem mais que carregar o fardo de namorar alguém que odeia, certo? – e saiu. A loira permanecera imóvel por cerca de cinco minutos, para então desabar no sofá da sala dos Shay e chorar em silêncio.



Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Quem poderia imaginar que Fredward Benson diria palavras tão duras algum dia? Definitivamente não a morena, que conseguia visualizar claramente sua melhor amiga secando lágrima atrás de lágrima quase automaticamente por mais de quinze minutos até finalmente conseguir parar de chorar e ir embora.

“É tudo minha culpa”, pensava Carly nervosa. Sentia raiva de si mesma, nojo. Como pudera dizer tais palavras? É claro que a relação de Spencer com Jenna era mais do que absurda, mas Freddie e Sam eram perfeitos um para o outro, mesmo que tão diferentes. Qualquer um, exceto talvez pela Senhora B., conseguia ver que o amor deles era puro e verdadeiro e que nada nem ninguém poderia substituí-los.

Pegou o celular, séria, e mandou uma mensagem pedindo para Gibby encontrá-la imediatamente no estúdio. Vinte minutos depois o amigo entrava pela porta dizendo o próprio nome.

– Preciso de sua ajuda – falou ela desesperada, agarrando-o pelos ombros e chacoalhando.

– O que você quiser, desde que me solte – Gibby respondeu.



[...]



De: Carly

Para: Sam

Preciso falar com você, Sam. Agora. Urgente.



Enviou e cruzou os dedos. E se ela estivesse dormindo? E se não visse a mensagem? E se... O celular vibrou na mão da morena com a resposta quase imediata da amiga.



De: Sam

Para: Miss Drama

To indo aí, mas é melhor ter bacon na geladeira.



Ótimo! “To indo aí” significa que ela vai levar três horas pra aparecer. Não... não se Carly puder evitar...



De: Carly

Para: Comilona

Tem sim, mas se você não chegar em cinco minutos eu vou esconder.



Nada como um incentivo, né? Ela não recebeu uma resposta, mas em três minutos a loira adentrava o cômodo ofegante.

– Muito bem, cadê o meu bacon? – exigiu enquanto se sentava no pufe roxo.

– Não vou te entregar ainda, senão você vai se distrair e o que eu tenho pra falar é muito importante – disse Carly num tom sério.

– Mais importante que o meu bacon?

– Sim, muito mais importante que o seu bacon.

– E almôndegas? É mais importante que almôndegas? Por que se não for eu vou descer pra assaltar sua geladeira e nada vai me impedir – disse Sam levantando-se.

– Ai, Sam! É claro que é mais importante que almôndegas! Mais importante que qualquer comida! Agora senta aí e me dá dois minutinhos que eu já venho te explicar tudo – ordenou e pegou o celular para digitar algo. Segundos depois Gibby entrava seguido de Freddie no estúdio.

Não deu outra: Sam levantou-se depressa e murmurou algo que parecia um “não quero ter que respirar o mesmo ar que esse nerd idiota” enquanto saía quase correndo do local. Carly a seguiu pelo corredor e segurou seu braço com as duas mãos.

– Me solta, Carly! To falando sério – a loira já sentia os olhos úmidos. Não estava pronta para ficar perto dele, não tão cedo depois da última briga deles.

– Por favor, Sam. Eu não te pediria se não fosse importante – fez cara de pidona e voz de criança, o que ela sabia que amolecia um pouco o coração de sua amiga.

– Tudo bem, mas que seja rápido – rendeu-se.

As duas voltaram para o estúdio do iCarly e assim que passaram pela porta Gibby saiu, trancando-a por fora.

– Muito bem, não importa o quanto você tente nos ameaçar – começou a morena olhando diretamente para Sam – ou que você faça chantagem emocional e teime – virou-se para Freddie –, nenhum dos dois vai sair daqui até resolvermos essa situação. Há alguns meses atrás vocês me ouviram dizer uma coisa terrível pro Spencer e pra Jenna e eu sei que isso causou o término de vocês, mas...

– Seu idiota eu não acredito que você contou pra ela! Eu vou te matar, Benson – interrompeu a loira começando a bater em Freddie. Felizmente todo aquele tempo na academia servira para algo: logo ele a imobilizou.

– Eu não disse nada pra ninguém, sua louca! – ofegou enquanto tentava manter a garota presa, mas ela era muito forte e lutava com vontade.

– CHEGA! – gritou Carly irritada e os dois pararam para olhá-la – EU OUVI VOCÊS CONVERSANDO! AGORA PAREM!

Ele soltou Sam, que esfregou os pulsos e lhe deu um tapa na cabeça e cruzou os braços.

– Ai! Sam!

– Eu já disse que chega! Ok, o que eu queria dizer é que nada daquilo era pra vocês – a loira fez menção de interromper, mas sua melhor amiga fez um sinal e ela apenas bufou – De todas as pessoas que eu já vi, de todos os casais, não tem nenhum que seja tão perfeito quanto Seddie. Mesmo quando vocês brigam e se insultam todo mundo percebe que alguma coisa é diferente do normal. Sim, vocês são diferentes. Muito. Mas isso não impediu vocês de se divertirem, impediu? Nem de ficarem juntos, o que nós todos sabemos que estaria acontecendo até hoje se eu não tivesse aberto minha boca na hora errada.

– Não foi sua culpa, nós... – disse Sam.

– Eu ainda não acabei – rugiu Carly e a outra revirou os olhos – Foi minha culpa que vocês terminaram, por isso eu quero que vocês conversem agora. Digam o que sentem e parem de pensar nas diferenças, porque são elas que fazem de vocês tão especiais. Elas nunca nos impediram de sermos amigos, ou de vocês mesmos serem amigos nem de namorarem, então se for pra vocês terminarem, que façam isso por algum motivo de verdade e não por uma bobagem dessas. Não se pode montar um quebra-cabeça com duas peças iguais. Conversem.

Gibby abriu a porta e a morena saiu, deixando os dois sozinhos. Nenhum deles conseguia acreditar no que havia acontecido ali. Dez minutos inteiros se passaram até que Freddie quebrou o silêncio:

– Me desculpe por hoje, eu não deveria ter sido tão grosso.

– Tudo bem – Sam mantinha a cabeça baixa, os pensamentos à mil. Será que... Será que Carly estava certa? – Desculpe também. Eu não acho que te tratar bem é um fardo – confessou.

– Isso é um alívio – ele brincou.

E caíram novamente no silêncio. Freddie queria dizer que ainda a amava, que nunca deixou de amar e que tudo o que havia acontecido desde o término era só para provocá-la. Queria gritar que Carly não era nada além de uma irmã e que fingir que gostava dela era uma forma de fazer ciúme e que nenhum dos encontros que teve deu certo porque ele só conseguia pensar nos olhos azuis dela.

– Você sabe que eu não te odeio, né? – dessa vez foi ela quem quebrou o gelo, erguendo a cabeça para olhá-lo – Nunca consegui te odiar, Freddie.

– Bom saber, porque eu nunca consegui te odiar também, Sammy – ela detestava ser chamada assim, mas o apelido parecia tão perfeito quando pronunciado pelos lábios do moreno...

Ele virou-se para observá-la também e quando os olhos castanhos encontraram os azuis os dois sorriram. Freddie se aproximou dela ainda sem quebrar o contato visual, e pegou as mãos pequenas entre as suas.

– Freddie... – sussurrou a loira.

– Me perdoe pelos últimos meses. Eu agi como um idiota tentando te fazer ciúmes e até tentando te substituir, mas ninguém pode pegar meu coração, Sam. Ele já é seu há muito tempo e eu não o quero de volta – confessou com um sorriso largo no rosto.

O coração dela bateu mais forte, se é que era possível, suas pernas pareciam gelatina e ela sentia um friozinho agradável no estômago. As borboletas que ela tanto lutara para assassinar reviravam alegres dentro dela e seus olhos umedeceram.

– Te perdoo se você me perdoar, já que eu fiz o mesmo. Ainda que eu soubesse que depois de dizer que te amo não tinha como ninguém me ter, ou que sair com outro nerd não resolveria, ou que sempre que eu via algum garoto de cabelo ou olhos castanhos pensava que deveria ser você... – Sam desviou o olhar para baixo envergonhada e riu baixinho – Quem diria que Sam Puckett poderia ser tão melosa, hein?

– Você é uma caixinha de surpresas. E é por isso que eu te amo – disse Freddie acompanhando o riso dela.

A porta então abriu com um estrondo e uma morena irritada entrou batendo os pés, seguida de perto por Gibby.

– Como é? Vão se beijar ou vou ter que puxar a cabeça de vocês pra isso? – reclamou, mas um sorriso leve a denunciou – De novo – acrescentou marota.

– Seu desejo é uma ordem, Shay – e Freddie puxou Sam pela cintura e tomou seus lábios como há muito não fazia.

– Ok, já entendemos – falou Gibby – Vocês podem parar agora... Pessoal? Pessoal? Ah, desisto!

O gordinho puxou uma Carly de olhos brilhantes pelo braço para fora do estúdio. Minutos depois a loira se afastou de seu amado em busca de ar, abraçou-o e os dois se encararam, sorrindo ao imaginar um futuro juntos.


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Notas finais do capítulo

O ministério da saúde adverte: mandar reviews faz bem pro coração.
Kisses ;*