A Escolha escrita por Nyx


Capítulo 9
Ciúmes




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Rainha: Merida! Venha minha filha. Preciso de sua ajuda.

Eu só queria ficar na minha cama. Porque tanta agitação a esta hora da manhã?

Rainha: Merida! Você precisa se levantar. Fazer algo minha filha. Já faz quase um mês que você está largada aí no seu quarto. Não me intrometi porque sei que está sofrendo por este menino. Mas você precisa reagir. Vá falar com ele.

Merida: Não! Isso nunca. Pra quê? Pra ele me rejeitar?

Rainha: Você nem sabe se isso vai acontecer.

Merida: Mas prefiro sofrer por não ser correspondida do que por ser rejeitada.

Rainha: Jovens! Tão imaturos! Venha, preciso que me ajude a me vestir. E você também precisa!

Merida: Por quê?

Rainha: Esqueceu-se da festa da aldeia?

Ah isso! Festa chata, com gente chata, com dança chata. Era tudo muito chato. Eu não podia simplesmente ficar na minha cama?

Merida: Jura que eu tenho que ir?

Rainha: Claro! Você é a princesa. Precisa estar ao nosso lado. Vai ser muito divertido.

Merida: Sei... Muito divertido...

Rainha: E além do mais, “alguém” pode aparecer por lá. Não ia ser interessante?

Um calor aqueceu meu coração. Poderia ser possível que eu o encontrasse lá. Então eu tinha que estar bem bonita. Não acredito que pensei nisso. Ficar bonita por alguém... Nunca me importei com isso. É! Realmente tinha acontecido uma grande mudança comigo!



Nunca fiquei tão ansiosa em toda minha vida. Eu fiquei prestando atenção em todos que passavam. Isso não era vida! Como eu tinha deixado isso acontecer?

Eu reconheci o pai dele com uma mulher. Devia ser a mãe dele. Meu coração galopou! Onde ele estava? Eu não conseguia ver.

Então o meu mundo parou de girar e o ar escapou todo dos meus pulmões. Ele estava parado mais atrás conversando com uma moça. Quem era aquela?

A moça sorria muito para ele. O que será que estavam conversando? Será que...

Será que os pais dele tinham arranjado uma noiva pra ele?

O meu sangue começou a ferver e senti um nó no estômago. Quem era aquela?

Não! Ela estava passando a mão no rosto dele. E ele estava deixando. Eu não estava me aguentando mais. Peguei meu arco.

Rei: Merida! O que está fazendo?

Rainha: Merida!

E quando eu vi, já tinha soltado. Atirei nele de novo. Mas foi só para acertar o chão. Eu estava fora de mim. Ele olhou pra onde eu estava. Não consegui deduzir sua reação. E a minha única reação foi jogar o arco no chão e sair chorando como uma tola que eu tinha me tornado.

Rei: Merida! Volte já aqui.

Eu corri. Fugi daquele lugar. Meu coração não ia aguentar tamanha dor. Agora eu tinha certeza absoluta dos meus sentimentos. Eu não aguentava ver ninguém tocar nele. Me enfiei na floresta. Chorando desesperadamente. Parei em frente aquela árvore. Da primeira vez.

Eu subi nela e agarrei o seu tronco. Chorei, chorei e chorei. Será que esta ia ser minha vida agora?

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Ir para aquela festa boba tinha sido insistência da minha irmã. Eu queria muito ficar em casa. Mas pensei que talvez pudesse vê-la. Mesmo que de longe!

Mas sabe como são as mães casamenteiras? A minha era uma delas. Acho que meu pai não tinha falado nada sobre nossa conversa naquele dia. E na minha cola, ela tinha colocado a filha de uma amiga dela. Bonitinha e tal, mas não me despertou nenhum interesse. Como eu poderia ficar interessado em alguém mais? Ela era muito tranquila. Concordou com tudo o que eu falei. Não tinha iniciativa nenhuma. Tipo, aquela mulher que foi treinada para servir o seu marido. Que chato que devia ser!!!

Mas não rolou! E nem ia rolar com mais ninguém! Ela era a dona dos meus pensamentos. E quando a menina tocou meu rosto, imaginei que fosse ela. Por um instante a vi tocando o meu rosto e sorri de volta.

E então, ela apareceu. Uma flecha. Bem perto dos meus pés. Afastei-me daquele toque e olhei de onde a flecha tinha vindo! Era ela. Forçando sua presença a mim. E ela estava linda! Mais do que de costume.

Não entendi muito bem o que aconteceu depois. A vi sair correndo e não pensei em mais nada. Fui atrás dela. Eu nem precisava pensar. Com certeza tinha entrado na floresta. Era isso que ela sempre fazia. Não precisei ir muito longe. Vi que ela estava na mesma árvore da primeira vez que nos encontramos.

Percebi que ela estava chorando agarrada na árvore. Mas por quê? O que tinha acontecido? Será que era... Não podia ser!

Ela não percebeu quando me aproximei. Comecei a subir na árvore e aí ela me ouviu. Ela tentou secar os olhos, mas não adiantava. Eu já tinha visto que ela estava chorando. Só sentei num galho próximo dela e não disse nada. Se ela quisesse falar comigo, ela ia falar.

Merida: O que está fazendo aqui?

Jack: Com sinceridade? Eu não sei.

Ela abaixou a cabeça.

Jack: Ultimamente eu não tenho tido mais certeza do que tem acontecido comigo.

Merida: Não acha que deixou alguém para trás?

Será que ela não tinha gostado de me ver com aquela menina? Devia ser minha imaginação.

Jack: Não. Não deixei ninguém para trás.

Merida: Seus pais vão brigar com você, porque deixou a sua prometida lá na festa.

Jack: Que prometida? Ah, já sei. Aquela flecha foi de ciúme né? Você ficou com ciúme daquela moça lá na festa.

Merida: Eu? Com ciúme de você? Nunca!

Jack: E porque está chorando?

Merida: Não é da sua conta!

Jack: Aquela moça não me interessa! Não que seja da sua conta, mas eu já estou apaixonado por alguém.

Eu olhei pra ela e me pareceu que ela ia chorar novamente. Mas ela só respirou fundo.

Jack: Sabe, eu nunca tinha sentido nada por ninguém. E eu não sou a melhor pessoa no momento para gostar de alguém. Nem para alguém gostar de mim. Eu estou numa situação muito complicada. Eu não vou poder oferecer nada.

Se fosse o que eu estava pensando, ela ia entender. Bem, eu já tinha dito. Eu desci da árvore e ela continuou me olhando. Eu tinha que dizer a ela. Dizer que era pra ela. Eu olhei pra cima e encontrei aqueles olhos. E o vento brincava com os cabelos dela. Eu nunca mais ia amar ninguém mais.

Jack: Merida, eu...

Eu tinha que dizer. Eu tinha que dizer.

Jack: Eu amo você!!!

Desta vez foi minha vez de correr. Porque eu não podia ouvir nada que ela fosse me dizer. Eu não tinha esse direito. Eu não tinha o direito de deixar ela saber. Eu ia embora! Não era justo comigo. Por que minha existência tinha que ser deste jeito?


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