Chantagem escrita por Shuuya
— Near, já estamos sozinhos.
O albino sempre fora reservado ao extremo. E já fazia algum tempo desde que os dois estavam se encontrando escondidos para tratar de assuntos que não chegavam nem perto de envolver estudos ou brigas que o diretor não poderia saber. Na verdade, o que tinha entre os dois não podia nem entrar em suspeita.
Não era novidade que sempre foram muito próximos, de um modo ou de outro. E que, uma hora, o loiro se cansaria de apenas deixar um olho roxo no mais novo e pensaria em outro jeito de lhe afetar. Talvez um pontapé? Negativo, já tinha feito isso antes e não tinha tanta graça assim. Precisava mudar o seu modo de tirá-lo do sério.
E o fez, depois de ter certeza de que não seria uma loucura e que não estaria prejudicando a si mesmo também.
— O que está esperando?
O maior sorriu. Aquela pressa que o primeiro tinha por seus toques e seu corpo, em parte, lhe animava um bocado em permanecer com aquele plano de tê-lo para si sem desistir na metade.
Subiu em seu corpo e iniciou o que sempre fazia. Aproximou o seu rosto ao do garotinho, juntos os lábios... E teriam chegado até o final se não tivessem sido interrompidos na metade.
A porta foi aberta.
— Puta merda, Matt. — O chocólatra praguejou, encarando de relance o ruivo que recém havia pego os dois no flagra. Praticamente já tinha pulado para longe de Near. — Nunca ouviu falar em privacidade?
— Então vocês estão se pegando mesmo? Não são apenas boatos? — Ignorou completamente a pergunta do loiro, deixando-o furioso. Então encostou-se em uma das paredes do cômodo com os braços cruzados para fitar os dois. — Mello, me conta, quanto vou ganhar para não espalhar isso? — Provocou.
— Se você contar para alguém, perde todos os dentes da boca. Deixando avisado. — Ele rosnou em forma de ameaça, logo cerrando os punhos.
O albino permanecia quieto, mas seu semblante demonstrava minimamente a preocupação por alguém ter visto os dois juntos daquele modo. Não tinha muito o que falar. Achava que Mello resolveria isso e depois continuariam como se nada tivesse acontecido.
— Ahh, você pode fazer os deveres para mim. Ou limpar o meu quarto, comprar novos jogos... — Começou a fazer uma lista, mas o chocólatra estressado do orfanato fez jus ao seu apelido e disparou com um soco para cima do rapaz.
— Não vou fazer nada para você. Morra. — Cortou o ruivo, recebendo em troca um sorriso sacana do terceiro e uma rápida piscadela divertida. Aquele gamer conseguia lhe tirar do sério quando queria.
— Vocês deveriam ser mais discretos, sabe. Tudo bem, garoto teimoso. — Virou os olhos. — Terei que fazer os meus deveres, já que a Cinderela não vai os fazer por mim. Mas antes, vou conversar com L sobre isso então. Sobre esse caso dos dois.
Near olhou no mesmo momento para o segundo. Este parecia mais furioso que Roger quando nenhuma criança do orfanato lhe respeitava. E Matt parecia se divertir ainda mais com a sua reação.
— Maldito pivete chantagista. — Bufou.
O acordo estava feito.
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