Eu era um simples garoto, sentado em minha cadeira, atento ao testamento que o meu professor tinha o costume de recitar para toda a turma. Mas acabei me distraindo, quando os profundos e implacáveis olhos castanhos de Wendy me encararam durante alguns segundos, depois desviaram rapidamente o fixo e duradouro olhar, pois ela havia sido chamada pelo professor para explicar à turma a matéria que ele havia passado.

Hoje fiquei praticamente paralisado, pois vivia argumentando comigo. Por que ela não me vê? Por trás destes óculos, há um sujeito honesto. Estas espinhas dizem apenas que sou jovem assim como ela. E finalmente ela me olhou. Eu estava incondicionalmente feliz, por simplesmente ter recebido um olhar simples e curto de Wendy, que para mim era um sonho fantástico, muito similar a um conto de fadas.

Resolvi então fazer uma carta de amor para Wendy. No dia seguinte, eu havia chegado mais cedo à escola, então aproveitei para reler a carta e refletir sobre o que eu tinha escrito, eu usei todo o meu amor por Wendy naquele papel que a paixão da minha vida estava prestes a ler.

Estava sentado em minha cadeira quando ela chegou. No recreio então coloquei dentro de seu caderno a minha declaração, assinada e toda perfeitinha.

Quando retornamos do nosso recreio Wendy encontrou o bilhete e o leu com extrema paciência, eu já estava me pondo a pensar no pior gesto ou ato que ela poderia praticar a qualquer momento.

Mas me surpreendi, Wendy se pôs a chorar, e pela segunda vez me olhou com seus lindos e incomparáveis olhos castanhos, formando com a mão um coração direcionado para mim. No fim da aula, tomei coragem e fiz um movimento simples e rápido com meu corpo e pronunciei com extremo nervosismo a simples frase que me fez muito feliz; Wendy, você aceita namorar comigo?! A resposta eu nem preciso dizer.

A partir desse dia, a sensação que eu tinha perto de Wendy sumiu, pois naquele mesmo dia eu pude ter o terceiro olhar de Wendy e o beijo tão sonhado por mim.