Can You Feel The Love Tonight? escrita por Petit Belier


Capítulo 1
Can you feel the love tonight?


Notas iniciais do capítulo

Esta fanfic foi feita para o desafio "Dia dos Namorados" do Grupo Saints Eternity" do facebook.É uma songfic feita ao som da música do mesmo nome, do cantor Elton John, que eu gosto muito :3
e foi tocada no filme "Rei Leão"
Enfim
espero que gostem, gente. Beijinhos :**



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Estava deitado na cama, encolhido, segurando o choro o máximo que podia, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde, iria se derramar em lágrimas. Não imaginou que seria assim, não quando o viu ir embora e prometer que voltaria. Mas... onde ele estava naquele momento? Essa pergunta se repetia em sua mente, tantas e tantas vezes.

Ele simplesmente não havia cumprido a promessa de voltar no fim do curso e ainda havia dado uma desculpa esfarrapada de precisava trabalhar mais, antes de voltar para o país. O que exatamente ele estava planejando, Mu não fazia ideia, mas depois de ter ouvido aquilo de Shaka, simplesmente passou a ignorar seus telefonemas. Não entendia como o virginiano havia feito aquilo, mesmo sabendo o quanto sentia saudades, o quanto estar longe doía, o quanto saber que ele havia partido sem nem ao menos firmar um compromisso, machucava.

Mas não queria mais pensar naquilo, ficar remoendo aquela história toda só fazia piorar as coisas, apenas precisava relaxar e sair um pouco, principalmente porque havia marcado para se encontrar com alguém que conheceu na internet. Era meio idiota fazer aquilo, principalmente no dia dos namorados, mas o rapaz parecia ser tão legal, tão compreensivo, tão... perfeito. Pensar em perfeição o fazia voltar os pensamentos à Shaka e aquilo era frustrante, também não entendia como não conseguia tirá-lo da cabeça em momento algum.

Não importava naquele momento, afugentou as memórias de sua mente e se levantou da cama, o rosto já manchado por lágrimas teimosas, que por mais que se negasse a admitir, eram de saudade daquele que o havia abandonado.

Entrou no banheiro, despindo-se lentamente enquanto olhava o próprio reflexo no espelho. Os cabelos já em um tom de roxo mais escuro do que costumava usar, pois o amado sempre dizia gostar daquela cor “Ahn... novamente pensando nele... “ suspirou, sacudindo a cabeça, antes de prender os cabelos em um coque alto, logo após, entrando no box.

Tomou um banho rápido, saindo do banheiro e vestindo um terno slim cinza, com uma gravata preta, simples. Soltou os cabelos, deixando-os ao natural, também lembrando-se do amado, que gostava assim e também usava os cabelos daquela maneira. Olhou para o próprio reflexo no espelho, como se zombasse de si mesmo por ainda lembrar daquelas coisas. Só faziam 6 meses, mas eram 6 meses, de qualquer maneira, sem o Shaka, sem a razão da sua vida.

Fechou os olhos por alguns instantes, prometendo a si mesmo – mais uma vez – que não lembraria daquilo. Sentou-se na cama, calçando os sapatos calmamente, levantando-se e pegando a carteira, colocando-a no bolso. Terminou de arrumar-se para sair, usando uma loção leve de lavanda, que combinava consigo, como “diziam”. Após isso, caminhou em direção à porta do apartamento, abrindo-a e pegando a chave, saindo dali e trancando a porta.

Seguiu calmamente pelo corredor, entrando no elevador e apertando o botão do térreo, mais uma vez se perdendo em pensamentos.

Passou a pensar no quanto Shaka sempre foi muito dedicado, gostava de estudar, queria ajudar sua família que ainda vivia na Índia, não tendo tanto privilégio em termos financeiros. Mas isso não importava, nenhuma dificuldade importava para o virginiano, pelo menos era isso que o Mu pensava, e parado, pensando em tudo naquele momento, lhe veio à cabeça que por causa do trabalho, o loiro não estava consigo naquele momento. Por que ele foi tão cruel? Logo com o Mu que sempre se dedicou a ele, sempre...

There's a calm surrender

To the rush of day,

When the heat of a rolling wind

Can be turned away

Talvez a diferença social entre eles fosse uma barreira, assim pensava o ariano, que não precisou se esforçar tanto para ter o que queria, não tanto quanto Shaka.

Mu suspirou, fechando os olhos e encostando a cabeça no espelho que havia na parede do elevador, suspirando pesadamente. Tinha de esquecer aqueles pensamentos, não precisava pensar que a culpa do amado ter preferido viver longe, era sua, pois aquilo doía e não precisava sentir mais dor.

Com o som baixo do abrir de portas do elevador, foi tirado dos seus pensamentos, logo sentindo também o celular vibrar no bolso.

Tirou-o, sorrindo ao ver que recebera uma mensagem do seu admirador secreto, só o conhecia há dois meses e nunca vira seu rosto antes, mesmo assim resolveu aceitar vê-lo, afinal, por algum motivo ele balançava seu coração, o fazia acreditar que seria feliz, era tão parecido com... não, não podia pensar naquilo, não pretendia nada com ele.

Caminhou apressadamente até o estacionamento e entrou no carro, abrindo a mensagem para ler.

Boa noite, Mu... espero que já esteja perto, não sabe o quanto esperei por este momento, quero te ver... beijos, Seu Eterno Admirador” – Não conseguia imaginar que um dia realmente gostaria dele como gostava do Shaka, mas era interessante conhece-lo, afinal, estava sozinho e mesmo que nunca pudesse corresponder o sentimento daquele que dizia lhe amar, poderia iniciar uma ótima amizade, se nada desse certo.

Ligou o carro, saindo do estacionamento e seguindo pela rua quase vazia onde morava, pensando em como seria sua noite. Ao que havia se submetido, iria encontrar um completo estranho em pleno dia dos namorados, e sabia que não tinha a intenção de envolver-se com ele, pelo menos não inicialmente, precisava conhece-lo, e ver no que daria, e só estava se aproximando porque algo nele o atraía, mesmo sabendo que não esqueceria o amado com essa “brincadeira”.

Chegou no restaurante indicado, após 40 minutos, um trânsito caótico, todos os casais felizes queriam comemorar aquele dia, afinal. Ficou um tempo parado na frente do estabelecimento, olhando para dentro, tentando identificar alguém em especial. Ninguém.

Saiu do carro, trancando-o e seguindo para a porta do lugar, entrando calmamente e indo até o maître, entregando-lhe um papel com as informações recebidas por seu admirador, o qual deixou tudo minimamente explicado, como se soubesse que o Mu era desligado com certos detalhes. Depois de alguns instantes, foi acompanhado por um dos funcionários do restaurante até a mesa reservada, que estava vazia no momento. Logo, sem que pedisse, serviram-lhe vinho – o seu preferido – e simplesmente o deixaram ali à espera de seu acompanhante.

O ariano bebeu um pouco do líquido púrpura, sentindo o sabor e a suavidade do mesmo, passando a divagar enquanto esperava que o “Seu Eterno Admirador” chegasse. Os minutos passavam devagar, arrastando-se como se com preguiça, fazendo a espera se tornar uma tortura. Logo, os minutos se tornaram horas e duas taças de vinho já haviam sido tomadas pelo ariano, já que não costumava beber e gostava de apreciar a bebida.

An enchanted moment,

And it sees me through

It's enough for this restless warrior

Just to be with you

Sentiu o celular vibrar no bolso, tirando-o e com um suspiro, notando a nova mensagem.

“ Desculpe-me Mu, pela demora, eu infelizmente não poderei jantar hoje à noite. Espero que me entenda, tive algumas coisas importantes para resolver e não poderei te ver... não se preocupe com a conta, eu resolvo este problema... beijos... Seu Eterno Admirador”

Mu ficou um tempo olhando para a tela do celular, sem ainda ter captado a mensagem no mesmo, até que finalmente o colocou no bolso e deixou que um riso baixo escapasse de seus lábios, como se estivesse zombando de si mesmo. Levantou-se, caminhando rapidamente para fora do restaurante, não sendo barrado por nenhum segurança pensando que ele não iria pagar a conta, como se soubessem o que iria acontecer.

Entrou no carro, ligando-o e seguindo para longe dali, tão rápido quanto possível, enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto, que estava muito corado por conta do choro. Pensamentos iam e vinham em sua mente à todo momento, talvez tudo conspirasse para dar errado, apenas para lembra-lo de que ele não tinha o direito de ser feliz, muito menos naquele dia. Não encontrava explicação plausível para o que acabara de acontecer naquelas ultimas horas, não conseguia entender como uma pessoa que parecia tão dedicada a si, poderia ter feito algo daquele tipo, algo tão... insensível.

Deixou que as lágrimas quentes escorressem livremente por seu rosto enquanto dirigia, chegando no prédio onde morava e, estranhamente notando que havia um carro parado em sua vaga, provavelmente o namorado de alguma moradora do edifício, ousado o bastante para fazer aquilo. Suspirou pesadamente, saindo do carro e deixando-o em frente ao prédio, entrando e seguindo para o elevador.

Fez todo o percurso até o andar de seu apartamento, sentindo ainda como se houvessem lhe arrancado o único motivo que teria para sorrir naquela noite, que já podia dizer, infeliz.

And can you feel the love tonight?

It is where we are

It's enough for this wide-eyed wanderer

That we've got this far

Saiu do elevador, seguindo para a porta e destrancando-a, entrando no apartamento e percebendo que as luzes todas estavam apagadas, mesmo que não se lembrasse de ter feito aquilo. Caminhou em direção ao interruptor, mas antes que pusesse a mão sobre ele para acender as luzes, sentiu o celular vibrar no bolso. Por instinto, tirou-o e verificou a mensagem do seu admirador, bufando de raiva antes de abri-la, mais por curiosidade do que qualquer outra coisa.

Ficou surpreso ao ler o conteúdo da mensagem, franzindo o cenho e paralisando no mesmo instante, sem conseguir se mover, tamanha a sensação de choque da mesma.

Deve estar achando estranho algumas coisas, deve ter percebido que não está só em casa. Sim, eu estou aqui, Mu, precisei fazer isso tudo, apenas para estar completamente a sós com você...” quando terminou de ler a mensagem, ouviu passos lentos, atrás de si, e todo o seu corpo arrepiou-se quando ouviu um sussurro junto ao seu ouvido. A Sensação de medo era a única coisa que sentia e apenas encolheu-se mais quando os sussurros se repetiram, mais audíveis.

And can you feel the love tonight,

How it's laid to rest?

It's enough to make kings and vagabonds

Believe the very best

– Acenda as luzes, Mu... – o homem falou, junto à sua orelha, fazendo um choque elétrico percorrer seu corpo no mesmo instante.

O ariano obedeceu, estendendo a mão novamente para o interruptor na parede, acendendo as luzes, continuando sem se mover, apenas movendo os olhos e olhando em volta.

Algumas coisas em sua sala estavam fora do lugar, a mesinha de centro havia sido tirada de cima do tapete, dando lugar a uma bandeja quadrada e grande, com vários pratinhos, cada um com um tipo diferente de sushi.

O Lilás franziu ainda mais o cenho, olhando para tudo aquilo, quase esquecendo-se de estar acompanhado, mas logo voltando a realidade quando ouviu os passos daquele que estava ao seu lado, se afastando, apenas um pouco, antes que com mais um sussurro, ele falasse.

– Vire-se, Mu... não queria me conhecer... – parecia sorrir, mesmo que o ariano não pudesse ainda ver seu rosto.

Mu virou-se finalmente, ficando completamente sem reação ao ver quem era seu “admirador”, dando alguns passos para trás antes de falar com o tom de voz baixo, quase um sussurro, mesmo que expressasse uma dor enorme e profunda, aquela que sentia ao ter de falar com ele.

There's a rhyme and reason

To the wild outdoors

When the heart of this star-crossed voyager

Beats in time with yours

– O que faz aqui...? E... por que foi embora? – afastou-se um pouco mais, ao que foi acompanhado pelo rapaz à sua frente.

– Perdoe-me, Mu... eu disse a você, precisava trabalhar... – o virginiano falou calmamente, como se temesse alguma reação repentina de Mu.

– Trabalhar?? Shaka!! E eu? E NÓS? O que tínhamos... – o ariano sentiu as lágrimas novamente mancharem seu rosto, denunciando o quanto ainda sentia aquilo.

Shaka aproximou-se do ariano, abraçando-o pela cintura, puxando-o para si, ao que era revidado com protestos da parte do outro que o empurrava à todo instante, tentando impedi-lo de encostar em si. O virginiano riu baixinho da atitude do amado, pois sabia que ele não resistiria durante muito tempo, o que logo se constatou, pois Mu parou de se debater e apenas ficou olhando nos olhos do loiro, mesmo que ainda chorando.

– Eu precisava fazer algo antes, Mu... eu... queria fazer tudo certo... – falou baixo, sério, também olhando nos olhos verdes do amado, admirando-os durante um tempo longo demais, esperando alguma resposta.

– O que você fez certo, Shaka? Nada, não fez nada certo!! E peraí, quer dizer que me enganou esse tempo todo, fingindo ser meu “admirador”, é isso? – olhava-o, indignado.

– Eu não fingi ser... eu sempre fui, Mu... você sabe disso. E eu precisava saber como você estava já que passou a me ignorar completamente. – o virginiano pôs a mão sobre o rosto do amado, delicadamente enxugando suas lágrimas, beijando a face corada em seguida, ficando bem perto, a ponto de sentir sua respiração. – Por que não quis mais falar comigo?

– Você me trocou pelo trabalho. – falou de uma só vez, como se estivesse no automático, pronto para dar aquela resposta. Mas não sabia como afastá-lo, muito menos como impedir seus toques tão gentis, tão doces, tão perfeitos.

O virginiano pareceu hesitar ao ouvir aquilo, demonstrando uma leve insegurança, que logo foi substituída por sua voz grave e calma, continuando a falar de modo a fazer o amado entender o que realmente estava acontecendo.

– Mu, há um motivo para eu ter ficado esse tempo todo fora... mas, eu queria te fazer um pedido... – terminou a frase em um sussurro.

– Que pedido? E que motivo é esse? – perguntou, aflito.

– Namora comigo... – sussurrou, com os lábios quase colados aos dele.

– Você está louco? – olhou-o, incrédulo com sua ousadia – Não.

– Namora comigo. – insistiu, roçando os lábios nos seus.

– Não. - repetiu, de olhos fechados, inebriado pelo perfume do loiro.

– Namora comigo, Mu. – mordiscou seu queixo, empurrando-o lentamente até a parede, encostando-o nela.

– Não, Shaka, eu já disse que não. - desviou o rosto, incapaz de manter um bom raciocínio com aquela proximidade, afinal, mesmo que doesse, era ele que o ariano desejava.

– Por quê? – perguntou baixinho, enquanto deslizava a ponta do nariz por sua face, sentindo seu cheiro, matando a saudade que sentia dele.

– Shaka, você foi embora... – disse, quase chorando por conta da “tortura”.

– Mas eu estou aqui agora... – insistiu, mantendo a voz baixa e calma.

– Mas não esteve quando eu precisei, nem quando eu me senti sozinho, nas noites frias em que eu o quis aqui, você não estava... – voltou a chorar, incapaz de segurar-se tendo de dizer aquelas palavras para aquele que tanto amava.

– Me perdoa por isso, Mu... – pediu, abraçando-o, escondendo o rosto na curva do seu pescoço.

– Shaka, não. Eu não posso... – suspirou pesadamente, afastando o loiro de si, olhando-o nos olhos e falando sério. – Me dá só um único motivo para que eu te perdoe. – manteve os olhos fixos nos do virginiano, esperando-o responder.

Shaka ficou um tempo parado a sua frente, calado, imóvel, como se analisasse bem o que faria a seguir. Por fim, pôs a mão no bolso do terno que usava, enquanto mantinha a conexão visual com o ariano, começando finalmente a falar.

– Mu... você sabe que... quando eu fui para fora do país, eu queria estudar e... arranjar um trabalho... pra ajudar minha família, não sabe? – perguntou baixo.

– Sim, Shaka, eu sei. Mas você também sabe que poderia exercer engenharia aqui, poderia ficar comigo. – insistiu, suspirando a todo momento.

– Sim Mu, mas eu precisava fazer algo rápido e meu professor da faculdade me pediu que ficasse, disse que eu seria bem recompensado financeiramente se o ajudasse no projeto. – explicou, ainda com a mão no bolso.

– E que pressa é essa de ganhar dinheiro, Shaka? – perguntou, irritado – Eu não me lembro de você ser assim!

– Bom, Mu, eu precisava ajudar minha família... e fazer outra coisa também.

– É...? E o que era assim TÃO importante para te fazer ficar longe de mim, além da sua família, hein? – quase gritou a frase, já alterado.

Shaka tirou um pequeno objeto do bolso, uma caixinha preta, de veludo, quadrada, mostrando-a ao ariano, ainda hesitante, antes de falar – Bom, Mu... quando eu terminei o curso e meu professor me chamou para um projeto, eu quis realiza-lo porque precisava ajudar minha família... e não queria voltar para casa sem uma certeza de que tudo entre nós dois daria certo... – suspirou.

– Shaka... – olhou o objeto na mão do loiro, ficando sem reação apenas por imaginar o que havia dentro – Eu... eu...

– E... eu queria que estivéssemos juntos... sempre... e queria que fosse perfeito... e eu não tinha dinheiro nem pra comprar as nossas alianças quando saí da faculdade. Eu não queria te fazer esperar... – suspirou, aliviado por ter conseguido contar tudo ao amado.

– Shaka... – Mu olhava para o loiro com a expressão aflita e arrependida, logo puxando-o para perto e sussurrando contra seus lábios – Eu poderia esperar... o importante era você estar aqui... comigo...

– Mas você já havia esperado demais, Mu... me esperou durante todo o curso, e eu não fazia ideia de quando arranjaria um projeto aqui para trabalhar... aquele me pareceu a oportunidade perfeita, eu faria tudo em alguns meses e voltaria para casa... pronto pra ser só seu... – Olhava a todo tempo nos olhos do amado, esperando que ele o perdoasse.

O ariano retribuía o olhar, paralisado com tudo aquilo. Passou alguns instantes assim, antes de falar baixo – E o “eterno admirador”? Por que brincou assim comigo, hein?

– Eu não brinquei com você, Mu... precisava manter contato, você estava me evitando... e precisava saber como você estava... – respondeu, calmo.

– Estava me testando, Shaka? – perguntou baixinho.

– Não, Mu... eu queria saber se você ainda me amava, se você já havia desistido completamente de nós dois... – suspirou - Seja sincero. Teria coragem de iniciar algo com esse admirador se ele não fosse eu?

– Bom... eu apenas... não sei, Shaka... eu... estava sozinho. – desviou o olhar, corado.

– Tudo bem, Mu... que sejam esquecidas essas coisas... apenas... me diz, quer namorar comigo? – acariciou seu rosto de forma doce e suave, sorrindo minimamente.

– Eu... não sei, Shaka... – falou baixinho.

– Vamos, Mu... não me ama mais?

– Que pergunta!! Claro que eu te amo. – falou de uma só vez – Mas eu não quero que repita isso.

– E se eu prometer... nunca mais fazer, hn? – sorriu mais, aproximando-se e roçando os lábios nos do ariano. Sussurrou – E se eu prometer que estarei aqui... com você... quando quiser... como quiser... sempre. O que me diz?

– Shaka... se prometer... eu... eu... sim, eu quero... – sussurrou, fechando os olhos, esperando que o virginiano o beijasse logo e acabasse com aquela tortura, aquele desejo imenso que sentia de ter o loirinho para si novamente.

– Tenho mais um pedido a fazer... – Shaka falou, usando de todo o seu autocontrole para continuar seu plano enquanto a saudade daqueles lábios apertava seu peito.

– P-pode pedir... – o ariano pôs a mão na nuca do amado, puxando-o e colando suas testas, respirando devagar, sentindo também a respiração quente do loiro.

– Casa comigo. – disse baixinho, mas firme, sem hesitar.

– Shaka... - Mu ainda olhou-o nos olhos, contemplando o quão eram azuis e belos, e o quanto esperavam e pediam por uma resposta. Enfim fechou os olhos, colando os lábios aos do amado e beijando-o ardentemente, enlaçando seu pescoço com os braços, enquanto aprofundava o beijo devagar, sentindo o gosto maravilhoso dos lábios do virginiano, desejando entregar-se completamente a ele com aquele ato.

Shaka correspondeu o beijo na mesma altura, colando-o mais à parede e acariciando sua cintura enquanto o fazia, também aproveitando e matando a saudade que sentia do roxinho, demonstrando todo o amor que sentia através daquele ósculo. Mantiveram o beijo durante alguns minutos, até que o ar se fizesse necessário e só aí pararam, o loirinho abrindo os olhos primeiro para contemplar com certo prazer e felicidade, o rosto corado do ariano, amava deixa-lo assim, e já sentia falta daquilo.

And can you feel the love tonight?

It is where we are

It's enough for this wide-eyed wanderer

That we've got this far

Quando o Mu abriu os olhos, Shaka o fitou e sussurrou:

– Isso é um sim?

– Sim... – Mu respondeu, sorrindo – Quero ficar com você, amor... pra sempre...

Shaka sorriu, de uma maneira que há tempos não fazia, estava realmente feliz e era notável até pelas lágrimas que começaram a manchar seu rosto no instante seguinte.

Abriu a caixinha com as alianças de ouro branco, que continham uma pedrinha de diamante cada, bem pequena e delicada, mas que as tornavam lindas. Pôs uma aliança na mão direita do amado, entregando a caixinha ao ariano, que fez o mesmo com a aliança do Shaka, colocando em seu dedo anelar. Sorriram simultaneamente, em seguida voltando ao ósculo, as carícias tornando-se mais intensas a cada instante.

Logo encontravam-se desnudos, deitados sobre o sofá, acariciando-se e quase sem cessar os beijos ardentes que eram intercalados a chupões e leves mordidas, causando arrepios e choques de prazer.

Se amaram de maneira quente, lenta e apaixonada, desejando, além do contato físico, fundir as almas através do ato, os corpos suados movendo-se compassadamente, os beijos e as carícias apenas intensificando a sensação de prazer e desejo que mantinham simultaneamente, até que, quase ao mesmo tempo, chegaram ao ápice, sentindo que finalmente se completavam, em instantes perfeitos e insuperáveis, onde um era exatamente aquilo que o outro precisava.

Acabaram esquecendo o jantar que fora preparado pelo loirinho, pois apenas tinham tempo para o amor que sentiam um pelo outro, nada mais importava, o mundo inteiro era irrelevante naquele momento, apenas o sentimento, intenso, pleno e único.

E nada do que estava no passado importava, pois eles puderam sentir o amor àquela noite, e apenas por este fato, nenhuma dor duraria para sempre, a felicidade foi a única companheira, selando o momento mágico em que duas almas encontraram seu verdadeiro propósito.

And can you feel the love tonight,

How it's laid to rest?

It's enough to make kings and vagabonds

Believe the very best

It's enough to make kings and vagabonds

Believe the very best


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Notas finais do capítulo

Ai gente, podem me xingar se não ficou legal :( faz um tempinho que eu não produzo nada .-. perdoem-me.
Bom, mesmo assim, espero que tenham gostado.
Kisses ♥♥♥