Procura-se Um Namorado De Mentirinha! escrita por Jade Potter


Capítulo 1
Capítulo 1- Dia dos Namorados!


Notas iniciais do capítulo

Eu resolvi fazer essa história para comemorar o dia dos namorados e para todos aqueles que amam verdadeiramente.
Espero que gostem da história!!!



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---Você é louca, Elisa!

---Louca não, eu só não quero passar o dia dos namorados, sozinha. ---falei a encarando enquanto andava determinada.

---E pra isso você vai contratar alguém pra ser seu namorado de mentirinha? Você percebe o quanto isso é...

---Pra você é fácil falar, você tem um namorado, que por acaso vai te levar pra jantar hoje.

---Fala sério! Tenha amor próprio! ---exclamou tentando me parar, mas eu já estava escolhendo meu namorado por um dia. Olhei o refeitório todo a procura desse garoto até que focalizei no Nate. O garoto mais lindo da escola. Só que também mais mulherengo da face da terra. Ah fala sério, Elisa, você não está escolhendo um namorado de verdade, é só um pra se divertir amanhã.

---Achei! ---falei indo até ele.

---Você ficou louca? ---perguntou abismada vendo onde eu estava indo. ---O Nate?! Ele não presta e você sabe disso! E além do mais, ele é um verme.

---Você está falando isso por que ele te deu um fora ano passado.

---E vai acontecer o mesmo para você se não parar com essa loucura.

---Mel, eu não vou pedir ele em namoro, tá? Não exagere. Eu vou pedir que ele finja por um dia apenas. ---lembrei.

---E por que você acha que ele vai aceitar isso? ---falou.

---Por que eu vou pagá-lo muito bem!

---Você vai subornar o cara?!

---Não exagere.

---Louca.

Nate estava sentado na mesa com cada braço numa garota diferente.  Seu sorriso era sedutor e todas as garotas pareciam loucas por ele. Revirei os olhos e fiquei na sua frente. Mel já tinha me deixado sozinha, provavelmente com medo do que ouviria.

Eu era da mesma sala do Nate desde a infância e ele nunca tinha olhado pra mim, só para aquelas piriguetes sem amor próprio. Assim que ele notou minha presença na sua frente, seu rosto ficou brincalhão e ele achou graça de alguma coisa.

---Quer também? ---perguntou sorrindo. Olhei com desprezo pra ele.

---O que?

---Minha presença. ---riu com as meninas que acharam graça do que ele falou.

---Na verdade, eu quero um minuto da sua atenção.

---Todas querem. ---disse.

---Você sabe quem eu sou?

---Um pouco. Nunca falei com você. Você é a Eli...

---...Sa. ---completei. ---E sim você nunca falou comigo, mas não é disso que eu vim falar.

---Desculpe princesa, mas eu estou ocupado. ---e se virou para as piriguetes.

---Envolve dinheiro...

---Um minuto. ---disse para as meninas e se virou pra mim de novo. ---Continue.

---A sós. ---falei. Sem hesitar, ele mandou as meninas saírem e pediu que eu sentasse do seu lado.  ---Não obrigado.

---Você não parece querer dar uns amassos comigo.

---Amanhã talvez. ---sorri maliciosa. Ele me fitou confuso.

---O que? Você não está me pedindo em namoro, está? ---perguntou rindo. ---Por que eu dispenso.

---Não, seu idiota, eu estou pedindo seus serviços. ---falei.

---Está me chamando de garoto de programa? ---perguntou ofendido.

---Não, eu apenas não estou disposta a passar o dia dos namorados sozinha, então peço que me ajude.

---Como assim?

Estávamos bem perto um do outro e eu podia sentir sua respiração no meu rosto.  Parecíamos dois mafiosos.

---Eu pago 200 dólares se fingir ser meu namorado por um dia. Ou seja, amanhã. ---falei sorrindo me sentindo a garota mais esperta do mundo.

---200 dólares? Por quê? Nenhum garoto quer ficar com você? ---perguntou sorrindo.

---Não é isso, besta, eu só... Não quero ficar sozinha amanhã e estou cansada de ficar esperando um menino me ligar. Quero apenas ter o que toda garota quer sem ter que batalhar tanto por isso. ---falei dando de ombros.

---E você me escolheu por que eu sou tudo que uma garota quer.

---Eu o escolhi por que sei que não tenho riscos de me apaixonar de verdade por você. ---falei sorrindo.

---Se tem tanta certeza, eu aceito. ---disse estendendo a mão. ---E quero meus 200 dólares.

---No final do dia de amanhã, benzinho. ---falei e soltei um beijo pra ele. Ele riu, provavelmente achava que eu era alguma maluca.

***

 Dia dos namorados! O dia que eu sempre odiei. Hoje eu quero aproveitar como todo mundo.

Levantei pra tomar café e meu celular apitou bem quando eu estava descendo as escadas.

Abre a porta, tenho uma surpresa pra você.

Era do Nate. Que maluco, ele já começou a encenar de manhã cedo? Eu nem despertei direito ainda.

---E então, Elisa? Hoje o dia vai ser na fossa também? ---perguntou meu pai discreto como sempre.

---Na verdade... ---fui até a porta e a abri. Nate parecia um príncipe, usava uma camisa xadrez e uma calça jeans.  Ele sorriu pra mim.

---Perdeu a fala, não foi amor? ---disse já entrando sem ser chamado.

---Por que veio essa hora da manhã? Eu...

---Gostei do pijama. ---disse me olhando maliciosamente de cima á baixo.

---Nate! Era pra você vir mais tarde.

---Eu tinha que vim cedo e incorporar bem meu personagem. ---falou sorrindo. ---E tenho que te levar pra um lugar.

---Agora?

---É.

---Filha? ---perguntou meu pai entrando na sala. ---Quem é esse rapaz?

---Ele é... Meu namorado. ---falei sorrindo. Falando a verdade, adorei dizer essa palavra. Namorado.

---Prazer, senhor. ---disse Nate.

---Você não me disse que tinha namorado.

---Eu não conto tudo pra você, né pai? ---falei nervosa.

---É claro. É um prazer...

---Nate. ---respondeu Nate.

---Há quanto tempo estão namorando?

---Dois meses...

---Quatro meses...

Falamos ao mesmo tempo.

---Seis meses. ---respondi controlando a vontade de rir.

---É seis meses. ---disse Nate olhando pra mim.

---Muito tempo. ---comentou meu pai.

---Pode crer, até pra mim. ---falou Nate me repreendendo.

---Não podemos fazer nada quando se trata do amor. Vem Nate, vou te levar pra conhecer a casa, e pai?---falei. ---Vou sair com ele, tá? Vamos passar o dia fora.

---Tudo bem. Mas cuidado lá em cima. E volte cedo.

---Ok! ---falei e puxei o Nate pra cima.

Chegamos no meu quarto e eu fechei a porta. Nate me olhou sedutor.

---Uau, já? Acabamos de contar para o seu pai.

---O que? Não! ---exclamei indignada.

Ele se esparramou na minha cama e olhou para o meu pijama de novo.

---Você está muito sexy com esse pijama. ---comentou sorrindo. Corei.

---Pra onde você quer me levar? ---mudei de assunto.

---Segredo. ---disse. ---E então? Por que não podemos passar das preliminares? Estamos namorando certo?

---Por que não, ainda nem chegamos nas preliminares e nem vamos chegar.

---Por que não? Você disse que era pra eu fingir ser seu namorado, é o que eu estou sendo.

---Você está sendo um namorado pervertido. ---falei rindo.

---Não vai rolar nem um beijinho? Que tipo de namoro é esse? ---perguntou abismado.

---Vou pensar no seu caso.

---A melhor coisa de namorar é beijar e transar. ---disse.

---Nojento. ---falei. ---Vou provar que pode haver muitas outras coisas além de se agarrar.

---Duvido.

**

---Então qual é a surpresa?

---Você escolhe. ---disse sorrindo.

---Essa é a surpresa? ---perguntei.

---Existe coisa melhor para uma mulher escolher tudo? E além do mais, aproveite, eu não sou do tipo que deixa a mulher escolher.

---Oh, obrigado por ser tão gentil comigo. ---falei sarcástica.

---Então? O que vai ser? ---falou.

---Eu quero fazer coisas que toda garota gostaria que o namorado fizesse no dia dos namorados. ---falei entusiasmada. ---1- Quero que me leve para andar na praia com você. 2- quero tomar Milk Shake no mesmo copo que você, mas com canudos diferentes, é claro. 3- Quero dançar coladinho.

---Gostei dessa ultima parte.

---E por ultimo, quero que no final da noite, você me faça esquecer meu próprio nome. O jeito, você escolhe.

---Beleza, essa é a minha especialidade. ---falou.

---Sério?

---Eu posso fazer isso agora, se quiser.

---Agora não! Siga os planos. ---reclamei e dei um tapa no seu braço. Ele riu.

---Então vamos andar na praia.

Chegamos numa praia deserta e o céu parecia que ia desabar a qualquer momento.

---Parece que vai chover.

---Então vamos andar logo. ---disse e pegou minha mão. Fiquei com raiva. O jeito como ele falou não foi romântico, e eu senti que ele queria acabar logo com aquilo.

Ficamos andando com os pés descalços na areia, como eu vejo nos filmes e não senti nenhum alegria, nem emoção. Que besteira a minha, pensar que andar na praia com um desconhecido e completo mulherengo (além de ser contratado por mim) iria me fazer feliz.

Parei de andar e o encarei.

---Isso está a maior chatice, não é?

---Não seria chato se nos amassemos.

---Você não pensou nisso quando me contratou? ---perguntou.

---Olha aqui, eu só queria aproveitar o dia que todos parecem felizes. Será que é pedir demais?

---Ser feliz é uma coisa, ser romântico é outra. ---disse e sorriu olhando para o mar.

---O que quer dizer?

---Quero dizer que eu posso te fazer feliz, sem amar você. É uma regra. ---disse e tirou a blusa a jogando na areia.

---Nate! O que está fazendo? Não vamos fazer nada em lugar publico, pelo amor de Deus!

---Quê isso, amore mio, quem disse que vamos fazer isso? ---perguntou tirando a calça, eu já estava rubra.

---Então o que está fazendo?

---Estou te dando a felicidade que você quer.

---Que é ver você pelado? ---perguntei rindo nervosa.

---Não, bobinha, vamos tomar banho de mar. ---disse e começou a desabotoar minha blusa.

---Nate, você quer que a gente tome banho pelado? Nunca!

---É claro que não, só com as partes intimas. Vem, estou te esperando. ---disse e correu para o mar só de cueca, que por acaso é samba canção. Fiquei de boca aberta vendo ele entrar na agua e fazer uma careta. ---Está quente, vem!

---Sua cara está dizendo o contrario!

---Quer ser feliz ou não? ---perguntou rindo. Tomei uma decisão naquele momento. Eu ia ser feliz como qualquer outra namorada naquele dia especial.

Comecei a tirar a blusa e a calça, depois os sapatos, ficando só de calcinha e sutiã. Sai correndo e entrei na agua. Dei um grito quando senti a agua gelada bater na minha pele quente.

---Está gelada! ---gritei pra ele. Nate analisava meu corpo com um olhar que eu nunca vi antes.

---Por que eu nunca fiquei com você?

---Por que eu sou mais do que você pensa! ---respondi.

---Me arrependo amargamente por não ter te beijado assim que te vi. ---disse.

---Você nunca me viu, Nate. E éramos crianças quando você me viu pela primeira vez. ---falei sorrindo.

---Isso não é obstáculo.

---Você é nojento! ---exclamei e joguei agua no seu rosto. Ele revidou vindo até mim e me carregando, jogando-me em seguida.

---E então, gostou?

---Não sei, diz você! ---falei e o empurrei pra dentro da água. Ele me levou junto e ambos saímos ofegantes da água.

 ---Essa água ta muito gelada! ---disse ofegando.

---É melhor sairmos antes que a gente fique doente.

---Vem! ---disse e me carregou até fora da agua. Segurei sua nuca enquanto ele me levava até a areia. Assim que ele me pôs no chão, seus olhos viajaram pelo meu corpo e o meu involuntariamente viajou pelo seu. Seu corpo era a coisa mais linda que eu já tinha visto, parei de respirar por um momento e então voltei minha atenção para o frio.

---Frio! ---falei e peguei minhas roupas. Ele pegou as dele e começamos a nos vestir rapidamente, quando começou a chover.  ---Não acredito. ---falei enquanto gotas grossas e revoltadas caiam em mim.

---Tinha que chover logo agora? ---falou Nate rindo. Eu comecei a rir também, ambos na chuva. ---E agora?

---Vamos sair daqui. ---falei, mas depois olhei pra cima e depois pra ele. ---Vamos girar na chuva?

---Essa é mais uma daquelas coisas românticas que você quer fazer?

---Não. Eu só quero fazer. ---falei sorrindo. Ele também sorriu e começamos girar enquanto a chuva nos encharcava. ---Pronto, vamos embora.

---Boa ideia!

Entramos numa loja de jogos de boliche totalmente encharcados.

---Estamos horríveis. ---falei rindo.

---Você está sexy com essa roupa colada na pele. ---disse sorrindo. Seu cabelo loiro estava caído na testa e ele estava lindo, todo encharcado.

---Você também não está nada mal. ---falei sorrindo. Eu estava feliz como nunca.  Sentamos no bar e pedimos um refrigerante.

---Temos que esperar a chuva acabar. ---disse sorrindo convencido.

---Obrigado. ---falei mesmo tremendo de frio. ---Eu me diverti.

---Quê isso, é provável que fique com tuberculose depois de hoje. ---disse rindo.

---Pelo menos valeu a pena. ---falei sorrindo. ---Mesmo morrendo de frio...

---Então deixa eu te aquecer. ---disse e se sentou do meu lado me abraçando forte. Meu rosto estava colado na sua pele que de encontro a minha, estava quente.

---Nada mal. Você já deve ter feito isso com muitas garotas. ---falei afetada por algum motivo.

---Na verdade não. Você foi á única. ---disse ele parecendo incomodado e então se afastou. ---Está melhor?

---Estou. ---respondi de má vontade, queria que ele continuasse me abraçando.

---Ótimo, então o que quer fazer agora? ---perguntou bebendo o refrigerante.

 ---Qualquer coisa. ---respondi. ---Apenas quero estar feliz hoje.

---Não tem mais planos predeterminados?

---Não.

---Nada de coisas melosas e melodramáticas?

Fiz uma careta para as características, mas assenti.

---Nada disso.

---Então quer dizer que você está em minhas mãos hoje?

---O que vai fazer com isso? ---perguntei maliciosamente.

---Vou segurar bem forte e não soltar nunca mais. ---disse sorrindo. Corei até a alma e olhei para outro lado. Encontrei algo que vai me distrair daqueles olhos penetrantes.

---Que tal jogarmos boliche? ---perguntei.

---Sério? Ok, agora vou logo avisando, eu sou fera no boliche! ---disse e me puxou para a pista.

---Nunca! ---falei e começamos a jogar.

Depois de errar dez vezes e acertar uma, eu percebi que eu era uma fracasso no boliche.

---Somos péssimos!

---Só você! Eu fui ótimo.

---Nate, você só acertou uma a mais que eu. ---falei.

---Olha o recalque. ---riu.

*

---Meu Deus, passamos cinco horas jogando boliche, eu me diverti tanto que nem vi as horas passando. ---falei sorrindo enquanto andavamos pela rua de mãos dadas;

---Eu também, fazia tempo que eu não me divertia tanto. ---disse rindo. ---E aquela hora em que o gordo tentou jogar e acabou caindo na pista e ele mesmo derrubou os pinos?

---Foi hilário.

---Foi horrível, fiquei traumatizado. ---disse sorrindo.

---Vamos pra onde agora?

---Eu quero experimentar uma coisa. ---disse sorrindo.

---Quanto mistério...

---Você vai ver. ---disse entusiasmado com a ideia. Chegamos numa lanchonete e já era 6 horas da noite. Entramos e sentamos perto do balcão. ---Advinha o que viemos fazer aqui?

---Comer, eu estou morrendo de fome. ---falei rindo.

---Viemos comer, mas adivinha o que?

---Não sei, o que?

---Milk Shake! ---exclamou feliz.

---Sério? Do jeito que eu falei? ---perguntei alegre.

----Exatamente.

---Mas você não disse que não gosta dessas coisas melosas e melodramáticas?

---Estou começando a mudar de opinião. ---falou sorrindo e então pegou minha mão. ---Se eu soubesse que você era tão especial eu não teria ficado com todas aquelas garotas.

---Teria virado padre? ---sorri.

---Não, teria ficado com você. ---disse sério.

---Você está querendo que eu me apaixone por você?

---Eu...

E foi aí que o Milk Shake chegou com dois canudos. O clima estava meio constrangedor e por incrível que pareça Nate estava corado.

---Vamos apostar quem é que toma mais rápido? ---perguntou sorrindo. Não sei por que mais eu comecei a rir histericamente, acho que eu estava nervosa.

---Tá. ---respondi e coloquei o canudo na boca. Ele fez o mesmo e começamos a puxar o Milk Shake com tanta força que minha boca ficou dormente. Revezavam entre rir e tomar o Milk. ---Ai minha boca congelou!

---Eu ganhei!

---Mentira, eu tomei a maior parte.

---Mas eu tomei a ultima! ---disse rindo.

---Não estabelecemos uma regra para vencer. ---ri percebendo nossa burrice. ---Eu não acredito que eu tomei isso na maior rapidez por nada.

---Tem razão. Qual é o nosso problema? ---perguntou sorrindo. ---Eu até que aproveitei bem o Milk Shake.

---É claro, você tomou devagar e quando eu tirei a boca do canudo você tomou a ultima parte!

---Calunia! ---riu e veio até mim e começou fazer cocegas na minha barriga.

---Pára, Nate!

---Diga que eu sou o garoto mais lindo do mundo e eu paro!

---É claro que não! Pára! AAAHHHHH!

---Diz e eu paro. ---continuou rindo.

---Tá, Tá, eu falo!

---Então fala!

---Você é o garoto mais lindo do mundo!

---Diz também que não consegue viver sem mim!

---O que?

---Diz...

---Tá, tá, Eu não consigo viver sem você! Pronto, falei. ---gritei e ele parou me colocando no seu colo. Depois que eu consegui me controlar dei um tapa nele.

---Seu idiota!

---Sou idiota!

---Seu louco!

---Sou louco!

---Seu...

---O que? Eu aguento, o que mais? ---disse olhando minha boca, eu perdi a voz quando ele encostou seu rosto no meu e falou isso.

---Seu... Lindo. ---falei sem querer e quando ele ia me beijar, o garçom chegou.

---Vocês terminaram?

---Sim, pode trazer a conta. ---falei saindo de cima dele.

Assim que o garçom voltou, ele falou sorrindo pra gente.

---De todos os casais que veem tomar Milk Shake aqui, você foram os melhores. Feliz dia dos namorados! ---disse e saiu. Eu olhei para Nate que me olhava atentamente e com um olhar apaixonado, mas eu devo estar imaginando coisas.

---Feliz dia dos namorados! ---disse pra mim.

---Feliz dia dos namorados! ---respondi sorrindo.

*

---Então? O que fazemos agora? ---perguntei enquanto andávamos a procura de algum lugar interessante.

---Eu quero te levar pra dançar.

---Coladinho com você? ---perguntei sorrindo.

---Se você quiser.

---Sabe que não seria estranho? Quero dizer, na praia eu vi que não poderíamos fazer nada romântico por que não nos amávamos, mas...

---Mas... ---continuou ansioso.

---Mas eu acho que alguma coisa está mudando.

---Você sabe o que é?

---Tenho uma ideia. ---falei imaginando eu estando apaixonada pelo Nate. Isso não podia acontecer, ele era um mulherengo, mas... Era como se eu não tivesse mais escolha.

---Então vamos dançar coladinho. ---disse.

Chegamos num bar que estava tocando uma banda desconhecida e fomos para a pista de dança.

---Vamos dançar mesmo? Eu não sei dançar muito bem. ---falei.

---Pra dançar coladinho não é necessário saber dançar. ---disse e me puxou pra perto dele com tanta agilidade que fiquei tonta. Ele colocou meu braço na sua nuca e então pôs as dele na minha cintura. Fiquei meio tensa no começo, mas depois eu relaxei e encostei minha cabeça no seu ombro, sentindo o cheiro da sua pele. Ele encostou também seu rosto no meu pescoço e deu vários selinhos, me arrepiando toda.

---Você é incrível, sabia? ---murmurou alisando minhas costas. Naquela hora Nate parecia tão indefeso e confuso que eu sabia, eu estava apaixonada por ele. Ou pelo menos, estava começando a ficar.

---Você também é. ---falei fechando os olhos.

---Eu pensava que você me odiasse.

---Tentei. Mas é impossível odiar você.

---É tão bom ouvir isso de você. ---falou fechando os olhos e encostando a testa dele na minha.

---Eu pensava que você me odiasse. ---falei triste.

---Como alguém pode odiar você? ---falou e beijou minha testa delicadamente. Nunca tinha me sentido tão bem e tão feliz em toda minha vida. Eu queria que aquele momento durasse para sempre.

Depois de dançarmos umas dez musicas, saímos do bar e ficamos andando até minha casa. Não conseguia acreditar que o dia estava acabando e amanha voltaríamos a ser estranhos um para o outro. Quero dizer, eu duvido que ele goste de mim. Eu sou uma idiota.

Assim que já estávamos na porta da minha casa, olhamos um para outro.

---Obrigada. ---falei. ---Você salvou o meu dia. ---completei e peguei o dinheiro na minha bolsa. Estendi pra ele.

---O que é isso?

---Dinheiro. Os 200 dólares que eu prometi. ---falei triste por ele ir embora.

---Eu não quero dinheiro. ---ele parecia ofendido e eu não entendi.

---Não quer?

---Não. ---disse e chegou mais perto. ---Eu só quero sua felicidade.

Prendi a respiração.

---Por favor, Nate, aceita. Eu vou me sentir mal se não aceitar;

---E eu vou me senti mal se eu pegar. ---falou. ---Você poderia me dar algo em troca?

---O que quiser.

---Me dá um beijo? ---sussurrou. Sem conseguir responder apenas me aproximei e encostei meus lábios nos seus. Ele se aproximou mais e o beijo ficava mais intenso a medida que íamos nos aproximando um do outro. De repente estávamos nos agarrando e eu não queria mais soltá-lo. Eu precisava dele.

Então ele me soltou ofegante e me olhou apaixonado.

---Obrigado. Era só o que eu queria. ---disse sorrindo. Fiquei decepcionada. Como assim era só o que ele queria? Então tudo isso foi só pra ele ter um beijo meu? Pra se aproveitar de mim? De repente uma tristeza enorme tomou conta de mim. Eu precisava sair dali.

---Que bom que teve o que você queria. Adeus. ---falei e sai correndo entrando e fechando a porta de casa.

É claro que ele não queria nada comigo. Ele é o Nate, pelo amor de Deus!

*

Fui para o meu quarto naquela noite com dor de cabeça de tanto chorar.

Deitei na cama e olhei para o teto com vontade de morrer. Então ouvi um barulho de alguma coisa batendo no vidro da janela.

Fui até ela apreensiva e encontrei Nate com outra pedra na mão pronto pra jogar.

---Resolveu fazer vandalismo na minha casa? ---perguntei irritada por ele estar ali de novo, atormentando meus pensamentos.

---Resolvi vir atrás de você! ---disse ansioso.

---Pra que? Pra me beijar de novo? E então amanhã você fingir que eu não existo? ---perguntei.

---Não! Não! Por que você está pensando isso?

---Você mesmo disse pra mim que o beijo era só o que você queria! ---falei triste.

---Não! Você entendeu errado! ---falou frustrado e exasperado. Então viu a arvore que levava até minha varanda e começou a escalá-la.

---Nate, você vai se machucar, saia daí.

---Não até eu falar com você. ---disse determinado e quando já estava a um pulo da minha varanda, ele se jogou.

---Nate!

---Segurei! Segurei, não se preocupe, eu estou bem! ---disse nervoso e ficou em pé na minha frente. ---Alias eu não estou nada bem.

---O que?

---Você não sai da minha cabeça. É uma loucura. A verdade é que você mexe comigo como nenhuma garota conseguiu.

---Nate, você...

---Eu não quis dizer aquilo! Eu quis dizer que você é só o que eu quero! ---disse exasperado. ---A única coisa que eu quero nesse momento é você do meu lado.

---O que está querendo dizer? ---perguntei chocada.

---Estou querendo dizer que eu... Eu estou me apaixonando por você. ---disse chegando mais perto de mim. ---E que esses dias dos namorados foi o melhor dia da minha vida e quero que todos os dias sejam assim. Com você. ---completou ofegante.

---Nate, eu...

---Você o que?

---Eu acho que eu já estou apaixonada por você. ---falei sorrindo mais feliz que nunca.

---Sério?

---Completamente. ---murmurei colocando meus braços na sua nuca. Ele enlaçou minha cintura e fechou os olhos.

---Tenho uma pergunta pra você.

---O que? ---perguntei.

Ele abriu os olhos e me encarou apaixonadamente.

---Você quer namorar comigo?

Ofeguei e encarei aqueles olhos azuis penetrantes.

Sorri e fechei os olhos. Depois o abri de novo.

---Sim.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou? Por favor, comentem!!!!! Obrigado por lerem!