É agora... Olho vamente para porta do grêmio. Ela está aberta, mostrando um cabelo loiro para lá e para cá. Minhas mãos tremem no embrulho, e sinto borboletas no estomago.

-OK, calma.-Respirei fundo. -É só mais uma passadinha no grêmio.

Caminho até lá devagar, passando por alguns amigos. Só dou um aceno com a cabeça, estou muito nervosa para algo a mais. Quando chego na porta dou uma batidinha para mostrar a minha chegada.

-Um momento. -Ele parece ocupado, será que essa foi a melhor hora? Ele se vira para mim, e quando encontra o meu olhar parece surpreso. -Ah. Oi Herpk.

-Oi, Nathaniel, você parece ocupado, volto outra hora... -Dou um sorriso exagerado. Começo a sair e ele pega minha mão. Parece menos estressado depois que cheguei.

-Não, tudo bem... Você nunca atrapalha. -Ele sorri, mas logo depois parece pensar em que disse e fica vermelho... Como não acha-lo fofo? -Algum p-problema?

-Na verdade, só passei para te dizer um feliz Dia de São Valentim. -Digo abaixando a cabeça, e tentando não olhar nos seus olhos. Sei o que vai dizer.

-Obrigado. Não sou de comemorar esse dia...

-Também passei aqui para... -Não consigo continuar. Sei que estou mais vermelha que não sei o quê.

-Para?

-Para... Te entregar isso! -Falo logo entregando o presente para ele. Ele pega o livro embrulhado surpreso. -Você disse que não tinha mais o quê ler... então... eu escrevi essa história para v-você. -Gaguejo. Tento sorrir. Olho em sua direção. -E claro, de romance policial!

-Oh, obrigado... Ninguém nunca me deu o presente tão... adorável... Principalmente no dia dos namorados... -Ele está super vermelho olhando a capa do livro. Vejo um sorriso em seu rosto. -Fico feliz, mas não tenho nada para te dar em troca...

-Não precisa, só por você ter gostado... já é o melhor presente do mundo! -Digo rindo. Ele tem um sorriso estranho no rosto.

-Mas acho que preciso de uma forma de agradecer melhor. -Ele se aproxima de mim com aquele sorriso. E antes que eu possa fazer qualquer coisa, ele beija minha bochecha delicadamente.

Sinto que vou explicar. Meu corpo todo queima, e sinto minha barriga dançando. Minhas mãos suam e formigão. O cheiro do seu perfume é bom, e provavelmente caro. Sinto como se fosse sair voando a qualquer momento...

-Ah... Eu preciso ir. Sinto meu rosto vermelho. Vou para trás fugindo, e acabo tropeçando numa cadeira. Ele tenta me ajudar, mas logo estou de pé. -Estou bem, estou bem. -Coço a cabeça rindo. Dou um tchau com a mão trombando com a porta. Ouso-o rindo enquanto corro para fora dali. Sentindo-me a garota mais feliz do universo!