Be Your Everything escrita por Rainy


Capítulo 4
Capítulo 3 - Senhor Perfeição


Notas iniciais do capítulo

Ai, gente, acho que esse capítulo ficou um pouco paradinho. Me desculpem. Recompenso no próximo.
Atualização: 18/03/2015



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Sabe aquele estilo de garota que sai na capa das revistas da Sports Illustrated? A típica gostosona pronta para ser modelo da Victoria Secret’s? Então, era exatamente este tipo de garota que estava encostada no batente da porta, com os braços cruzados e numa clara expressão de “sai de cima do meu macho.”

Nessa hora o meu brilhante cérebro pifou, já que eu nunca fui muito boa em reagir nas situações em que sou pega em flagrante. Mesmo que nesse caso não tenha acontecido nada demais. E Deus me livre que fosse acontecer.

Olhei para Niko, em busca de qualquer tipo de ajuda, mas ele parecia o de sempre: uma ameba. Ele olhou para a loira peituda, e depois pra mim. Olhou pra ela de novo e pra mim. Então ele teve a fantástica ideia — e digo isso com todo o sarcasmo do mundo — de me empurrar pelos ombros, fazendo com que eu fosse de bumbum contra o chão.

Eu queria gritar, xingar e bater nele, mas acho que a nossa aproximação foi por tempo suficiente para que ele me passasse a sua demência. Então continuei ali, caída, parecendo uma batata esparramada no chão.

Não prestei atenção na hora em que ele se levantou e foi falar com a menina. Muito menos reagi quando meu braço foi pego e fui sendo arrastada para o corredor. Acho que só voltei para a Terra quando escutei a porta fechando em um baque.

Mas que merda acabou de acontecer? Ele realmente acabou de me expulsar do meu próprio quarto?!

— Você é um idiota! — falei, dando um chute na porta. Não houve resposta já que eles deveriam estar ocupados demais se engolindo. Foi quando ouvi um gemido vindo de dentro do quarto que percebi que era hora de sair dali.

Fui andando até a sala, tão distraída que quase pisei em cima da pata da cachorra do Niko, a Lola. Na verdade o nome dela era Akila, mas eu não iria permitir que um bulldog francês tão fofo quanto ela fosse amaldiçoada com um nome assim. Pena que Niko não teve a mesma sorte de encontrar alguém tão perfeito quanto eu que lhe desse um nome decente.

— Não precisamos ouvir o que está acontecendo lá dentro — falei, pegando Lola no colo. Ela lambeu meu nariz e me olhou como se dissesse, “por favor, me tire logo daqui”.

Segui em direção à porta e saí do apartamento. Andei até as escadas e sentei-me no primeiro degrau, colocando Lola em meu colo. Ela foi lambendo meu braço, enquanto eu mexia no celular tentando achar alguma música decente. Isso foi até fácil já que sou uma pessoa de bom gosto musical, e logo minha playlist de The Kooks começou a tocar.

Aquele dia estava, particularmente, chato. Nem a voz do Luke Pritchard conseguia me animar. Em menos de vinte e quatros horas minha estadia nos Estados Unidos já estava sendo tão perturbadora que já não quero nem imaginar como serão os próximos três meses. Além de ter que dividir o quarto com um tapado, ao que me parece também vou ter que dividir com a namorada peituda dele. Só de imaginar o que eles podem estar fazendo no mesmo ambiente em que eu vou dormir...

— Argh! — murmurei, tampando os olhos com as mãos, na falha tentativa de tirar aquele pensamento tenebroso da minha cabeça.

Ouvi Lola dar um latido e seu rabo abanando começou a bater contra meu peito. Olhei-a sem entender muito bem o porquê daquela reação, até encontrar um par de tênis pretos parado na minha frente.

Fui subindo o olhar bem devagarzinho, passando pela calça jeans folgada e de lavagem clara, seguindo pela camiseta cavada estampada com as típicas palmeiras de Los Angeles, até chegar no rosto do individuo.

Deus.

Que. Rosto. É. Esse?

Vi quando sua boca majestosa se mexeu, movendo aqueles lábios que poderiam ser chamados de perfeição, mas não consegui ouvi-lo porque o som da música estava muito alto.

— Oi?! — falei debilmente, puxando meus fones de ouvido.

Um sorriso de canto se formou em seu rosto, só tornando sua aparência ainda mais adorável.

— A música que você estava escutando. See The Sun. É do The Kooks. Belo gosto musical. — seu sorriso se alargou, mostrando seus lindos dentes brancos.

O individuo se sentou ao meu lado, pegou um dos meus fones e continuou ouvindo a música. Lola, que até então eu tinha me esquecido da sua existência, saio do meu colo e foi parar no colo do garoto.

Ele afagou sua orelha e ela pareceu se deliciar com aquilo.

— Você é muito folgada, Lola. — falei para a cachorra, que pareceu não se importar nem um pouco comigo.

— Lola? — o garoto franziu o cenho. — Mas o nome dela não é Akila?

— Não mais. Eu, sendo a santa que sou, não ia deixar a cachorra viver com esse nome maldito. Agora o nome dela é Lola. Lo-la. — fiz questão de ressaltar.

— E o que o Niko achou disso? — perguntou, se virando um pouquinho na minha direção. A escada não era muito grande e o menino era alto e relativamente forte, então nós estávamos mais próximos do que eu normalmente deixo as pessoas ficarem quando estão perto de mim. Mas dane-se, ele é gato. Se ele me pedir para fazer carinhos nos seus lindos cabelos loiros, eu faço sem pestanejar.

Ele me olhou esperando uma resposta e fiquei um tanto sem graça ao perceber que estava encarando-o por mais tempo do que deveria.

Pigarreei, na falha tentativa de disfarçar.

— Aquela ameba não tem que... Calma. Espera aí. — me virei totalmente para encarar o senhor Perfeição. — Como é que você conhece o Niko? — perguntei desconfiada.

O loiro deu de ombros.

— Ele é meu amigo. — respondeu, afirmando aquilo como se fosse algo óbvio demais.

Dei um riso sarcástico.

— O tapado é capaz de ter amigos? Uau. Esse mundo tá todo errado mesmo.

— Mas e você? — perguntou. Sua mão foi de encontro ao meu celular, provavelmente pegando-o para mudar de música. Meio abusado, mas como eu disse antes: ele é gato. Pode tudo.

— Eu o quê?

— É o que do Niko?

— Graças ao bom Deus, nada. Só estou morando na casa dele pelos próximos três meses, porque meus pais são irresponsáveis demais para cuidar de uma menina de dezesseis anos. Coisa de gente velha. — fiz um sinal de descaso com as mãos.

Seus olhos brilharam em compreensão.

— Então você é a menina que o Niko vai ter que cuidar?

Resmunguei, concordando.

— Pelo pouco que vi Niko não é capaz de cuidar nem de si mesmo. Mas, sim, sou essa menina aí. A propósito, meu chamo Katherine. — estendi a mão para ele. Eu normalmente não faço essas coisas e muito menos sou legal com gente nova, mas não preciso repetir o porquê de estar fazendo isso. Acho que todo mundo já entendeu.

O loiro colocou Lola no topo da escadaria e, ignorando minha mão estendida, se aproximou e deu-me um beijo estalado na bochecha.

— Fred. Muito prazer.

Acredite, querido, o prazer é todo meu.

Eu não ia beijar o loiro gato e nem nada do tipo, mas o rosto dele tão perto me causou um arrepio bem prazeroso na espinha.

Eu sorri. Ele sorriu. E aí a porta do apartamento foi aberta em um baque.

— Mas que porr... Fred! Sai de perto. Você vai ficar doente perto dessa garota. — Niko, com uma puta aparência de pós-sexo, resolveu atrapalhar aquele momento lindo que eu estava desfrutando. Ele estava sem camisa e acabei notando alguns arranhões em seus braços e ombros. Sua namorada peituda apareceu logo atrás, vestindo o que eu presumo ser uma camiseta do Niko. Se em mim aquilo ficaria um vestido, nela, por ser um tanto mais alta que eu, parecia mais uma bata. Eu realmente espero que ela esteja usando algo por baixo.

Revirei os olhos.

— A sessão pornô já acabou? — perguntei. Niko estreitou os olhos, acho que não gostando nem um pouco do que eu falei. — Se ninguém se importar, vou lá desinfetar o quarto. Afinal, eu vou dormir lá, né. — peguei Lola no colo, que até então estava deitada na escadaria e me levantei. Fred se levantou em seguida.

— Confie em mim, você não vai querer entrar lá. Deve ter tanto goz...

— Cala a boca, Fred! — Niko exclamou.

Eu e Fred começamos a rir, não se importando com os outros dois indivíduos.

— Credo, Fred. — ouvi uma voz nasalada soar e olhei para a loira peituda. — Não me cumprimenta mais não?

Acho que ouvi Fred murmurar um “vadia”, mas deve ter sido coisa da minha cabeça.

Suas mãos foram parar no bolso da calça e ele tomou uma aparência rígida. Ele não deve gostar muito da menina.

— Oi Ashley. — falou, desgostoso.

Acabou que o clima no corredor ficou pesado demais e, para o meu desprazer, o senhor Perfeição decidiu ir embora.

Ele disse que falaria com Niko depois e presumi que ele realmente não queria ficar perto daquela tal de Ashley.

Despediu-se de mim com um beijinho no rosto e só Deus sabe o quanto me esforcei para não deixar minhas pernas bambas.

Fiquei com um sorriso idiota, vendo-o partir e me perguntei como ele poderia ter uma bunda tão bonita. Até que Niko interrompeu meus pensamentos:

— Vamos, pirralha. Criança não pode ficar tanto tempo fora de casa.

Fui andando para entrar no apartamento, mas sem antes dar um belo chute no joelho de Niko.

Idiota.


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Notas finais do capítulo

E ESSE é o nosso querido Fred: http://weheartit.com/entry/66234501/via/larimelli
hehe. Lindo, né gente? Queria um desse pra mim KKKK



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