Lipstick & Nail Polish escrita por Jack Valentine


Capítulo 1
Lua


Notas iniciais do capítulo

E meu primeiro Yuri, porque eu quis tentar escrever. Não me batam, por favor.



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Sentada em um banco qualquer, viu a silhueta conhecida descendo a rua da frente. O início da noite estava frio, e ela vestia um par de botas cano alto, uma jaqueta de couro, uma blusa vermelha, e jeans. Seus cabelos eram longos e castanho claros, começando a enrolar nas pontas. Trazia uma bolsa azul grande, na qual guardou o celular ao avistar quem a esperava.
Marianna levantou-se em um impulso e, com um sorriso nos lábios, a abraçou. Foi um abraço longo, daqueles que mata a saudade de dias e dias. Era um pouco mais baixa do que Nathalia, tinha o corpo um pouco mais fino. Seus cabelos eram loiros – bem claros – e curtos, cortados de uma forma que a parte da frente fosse maior do que a de trás. Seus olhos eram bem azuis, tinha os lábios e rosto finos. Vestia uma jeans mais larga, uma blusa branca, e trazia uma bolsa preta de couro. Marianna e Nathalia eram fisicamente diferentes, enquanto que a primeira era menor e tinha o corpo fino e bem desenhado, a segunda era mais alta e tinha curvas mais acentuadas.
-E, finalmente, cá estamos novamente ! – Nathalia sorriu, aquele sorriso sincero e bonito.
-Isso aí. Depois de tanto tempo. Que saudades de você, menina ! Me abandonou aqui.
-Abandonei nada, a culpa não é minha.
-É, eu sei. De qualquer forma, vamos fazer algo. E você vai me contando como está a faculdade na sua cidade nova. – Marianna tinha a voz mais grossa, que até condizia bem com a sua aparência.
E passaram-se horas quando as duas saíram do lugar onde estavam, e voltaram a caminhar na rua, com latinhas de cerveja na mão, e o passo despreocupado.
-E aí, a gente terminou. – Nathalia seguia gesticulando e contando à Marianna mundos e fundos que passou nesse ano que esteve fora. Marianna sorria, e se limitava à assentir com o que a amiga falava.
-Que pena.
Chegaram à um parque de crianças, agora totalmente vazio, e iluminado apenas pelos postes de luz da rua principal que passava à sua frente. Nele, havia uma rampa que levava à um forte, constituído por uma pequena área de madeira, um escorregador, e uns balanços. Elas se recostaram contra a rampa, e fitaram o céu. A Lua estava alta, e bonita, a rainha das noites, observando tudo.
-Fico feliz que esteja de volta, mesmo que só por um pouco. – Marianna suspirou, virando a cabeça para poder ver a amiga. Ela fez o mesmo.
-Eu também fico. Senti saudades desses dias, das conversas, das risadas. – Voltou à olhar para o céu, como se a Lua a compreendesse. Sorriu para ela. – Eu gosto desses momentos, porque parece que o mundo pode acabar aqui.
-Eu não quero que acabe.
-Eu também não, mas... Eu sinto como se, se acabasse, não teria problema. Porque... Sei lá. – Ela riu, de leve. – Você está aqui.
Marianna sorriu, sentindo o rosto enrubescer de leve.
-Eu gosto do seu sorriso. – Nathalia observou.
-Eu gosto dos seus peitos. – Marianna replicou, e a outra riu. Era bom fazê-la rir.
-Idiota.
-É. Mas, eu também gosto do seu sorriso. Ele é lindo.
Nathalia virou o rosto. À luz da Lua, sua pele tornava-se branca como leite. Os cabelos caídos pelos ombros, e pela rampa.
-Eu me lembro de quando a gente se conheceu. – Marianna pôs os braços atrás da cabeça.
-Eu também !
A morena sentou-se, não mais recostada contra a rampa. Ali, as duas sonharam acordadas, sobre tanto e tanto que passaram.
-Ah, não sei o que faria sem você ! – Nathalia jogou-se em Marianna, envolvendo-a em um caloroso abraço. Apertou-a forte contra si, e sentiu a garota corresponder. Deixou-se largar, então, contra a rampa novamente, e Marianna deitou-se em seu colo.
-Sabe, Nathalia... Eu sei que isso é meio estranho. – Nathalia virou o rosto, e viu os olhos azuis sob o luar, a fitando diretamente. – Mas, eu não sei porque você nunca cogitou ser minha. Ou eu ser sua, se preferir.
-Por que diz isso ? – Não se surpreendeu, só reagiu normalmente. Até sorriu um pouco.
-Somos amigas há tanto tempo, e eu conheço seu passado. Eu só cansei de te ver sofrer, e eu sempre achei que pudesse te fazer feliz, mesmo que um pouco.
Suspirou. Estivera tão cansada e esgotada da vida o tempo todo, e agora mais uma vez ali, sentia-se verdadeiramente feliz como não se sentia há muito tempo, e começou a acreditar que talvez fosse aquele o seu verdadeiro lugar.
-Eu te amo tanto, Mari. Você sabe disso. – Nathalia tomou em sua mão, a mão da amiga. – Você é meu porto-seguro, desde que te conheço. Não posso me dar ao luxo de te perder por qualquer coisa.
-Isso não é qualquer coisa, Nath. E você não vai me perder nunca, nem se você me beijar aqui, nem se você se levantar e for embora. Agora me diz, qual das duas você quer ?
E ali, num parque infantil, duas mãos femininas se encontravam. Os dedos entrelaçados, de ambas mãos com unhas pintadas. Ali, Marianna e Nathalia estiveram tão perto, que puderam sentir a respiração uma da outra. O coração tamborilando, sem ter certeza se era o da garota à sua frente, ou o seu próprio. Seus olhos se fecharam, e elas se aproximaram numa sutileza de beleza infindável, e seus lábios se encontraram, ambos com gosto de batom. Marianna levou sua mão livre ao pescoço de Nathalia, conduzindo o beijo de uma forma suave. A morena deixou que sua mão livre rolasse pelos fios loiros do cabelo da amiga, que tinha um cheiro bom de morango.
Ali, houve um beijo com carinho. Houve amor, e não precisou que nenhuma das partes fosse do sexo oposto. E não houve problema algum.
Estava tudo bem.


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