Três Estações escrita por Mary e Mimym


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic One-Shot, andei inspirada para escrever, só não sei se saiu muita informação compreensível x_x. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/376172/chapter/1

Da janela do meu quarto, vejo uma linda paisagem. Nada construído pelo homem; mas sim, pelo tempo.

Uma montanha na minha visão. Geograficamente eu não sei especificar que tipo de montanha seja.

Admiro de longe e é tão encantador, que as palavras não conseguem definir o que sinto e o que vejo. Para pessoas simples é uma simples montanha; para pessoas quaisquer, é apenas uma montanha qualquer. Para mim é um desenho feito por Deus.

Sinto-me calma observando tal beleza e fico pensando “Como a natureza é incrível!”.

Acompanho esta paisagem desde o verão, onde o verde das árvores e o que envolvia toda a montanha era de um esplendor sem igual. Uma cor majestosa. Era uma riqueza natural que está visível bem a frente de meus olhos, porém, tão distante do meu alcance.

Mas não fico triste por estar longe de algo tão belo. É bom que o homem não toque neste ambiente, pois ele é capaz de destruí-lo como sempre faz, e nem sempre só com as coisas materiais. Os sentimentos também são massacrados com as palavras humanas.

Não perderei meu tempo com algo ínfimo, voltemos para a verdadeira essência da vida: A Liberdade.

Encontro-me livre quando admiro a liberdade do céu em conjunto com o verde, sem esquecer-me da luz do Sol pedindo um espaço no meu campo de visão e a brisa delicada em meu rosto, como carinho de mãe.

Ao entrar no outono, quando meu tempo era bem corrido, eu ainda sim visualizava pela janela a magnífica montanha. Seu verde mudara de tom, estava mais escuro, mas em algumas regiões estava mais claro, talvez pelo sol que atingia certo ponto com mais rigor. Olhava o céu com algumas nuvens bem branquinhas, enfeitando o azul.

A estação mudara do verão para outono, mas o meu deslumbre e a minha admiração continuaram os mesmo.

Houve alguns dias de outono que a manhã era fria e um nevoeiro tomava conta da montanha, não por completo, mas uma boa parte. Pobre montanha... Eu a entendo perfeitamente... Ela cansou de ver a sua frente, o verde se esvaindo e o cinza tomando conta da cidade. Talvez não tenha sido tão ruim a neblina ter ocultado essa visão da montanha. O clima, às vezes, é bem favorável.

Agora, encontro-me no inverno. Minha estação preferida. O frio arrepiando meu corpo com uma leve brisa gélida. Gosto dessa sensação. Onde a alma busca por um mormaço, algo que a esquente e nem sempre a luz do sol pode suprir esse aconchego. De vez em quando, um abraço aquece mais.

Levantei lentamente da cama, ainda enrolada no edredom azul, meu travesseiro estava no chão. Deduzo, por mim, que me mexi muito durante a noite.

Ao tocar meus pés no chão, meu corpo inteiro levou um pequeno choque térmico. E o arrepio surgiu, olhei para meu braço e ri. Era engraçada a reação do meu corpo para se aquecer o mais rápido, não senti muito efeito, mas não irei julgar.

–Onde estão minhas meias? – Perguntei a mim mesma, olhando para trás e vendo apenas um par sobre a cama.

Travesseiro no chão... Meias fora dos meus pés... Não tive uma noite calma, com certeza não. Respirei fundo, talvez meu humor melhorasse quando visse a montanha. Mas, por algum motivo ainda desconhecido, o sorriso custava para invadir meus lábios.

Procurei pelos meus chinelos, estavam debaixo da cama, me abaixei e os peguei. Pus calmamente cada um, ainda estava sonolenta. Meu “casaco” gigante, também conhecido como edredom, me aquecia no momento.

–Esqueci a janela aberta. – Comentei por alto, finalmente, levantando-me da cama.

Olhei para frente. Não era a mesma imagem de sempre. O verde... Ou o azul como um mar, banhando o céu... Ou a luz do sol fraca ainda de manhã... Nada! Eles não estavam presentes naquela manhã.

O cinza tomou posse de tudo. E, bem a minha frente, era um completo desespero sem cor. Não era uma tempestade se aproximando ou uma simples nuvem de chuva.

–Onde está a montanha?! – Gritei abismada por não conseguir encontrar a minha liberdade. Desde que comecei a observar a montanha, não havia visto algo tão... Assustador?

Ela estava presa... Sufocada pelo cinza... Pela realidade que me puxava... Não havia pássaros voando e embelezando mais ainda a paisagem, com a montanha de fundo. Não tinha árvores, sossego, vida... Nada. Apenas a cor cinza dominando a minha liberdade colorida. Como era possível uma simples cor esconder algo grandioso?

Olhar para frente, era como olhar para a parede do meu quarto!

Se me vissem daquele jeito, me chamariam de louca, estranha... Mas é realmente como me sinto agora. Angustiada por perder de meus olhos a liberdade que me fazia sorrir todos os dias possíveis.

O inverno não estava sendo tão bom comigo naquele momento. Insisto em perguntar: Como uma montanha estava escondida atrás de uma cor feita pelo tempo?

O frio não passava de um detalhe que meu corpo sentia, pois o que mais me afetava era a dor em meu coração. Deixei o edredom cair, até ele perdera a cor azul, que tanto amo, talvez porque meus olhos se acostumaram com a cor cinza.

Por quê?! Por que, hoje, que preciso tanto da minha liberdade, ela está sendo escondida tão cautelosamente? Eu tive uma noite aterrorizante... aTERRORizante... Agora eu entendi. O meu subconsciente sabia que o meu medo era perder a visão da montanha, por isso tive o pesadelo. E, agora, estou vendo a ausência dela...

Importo-me tanto com uma montanha, que muita gente deve me achar uma completa... Ér... Usarei palavras consideradas chulas para mim: Idiota, sem noção, maluca, uma completa pirada, entre outros derivados.

O fato é que muitos se apegam a várias coisas, concretas ou abstratas. Eu me encontro no grupo do que se apegam pelas coisas concretas, mas a sociedade não vê isso como um apego, ela julga como loucura e algo extremamente estranho. Não faz sentido se apegar a uma montanha, não é? Essa é a ideologia de hoje, não podemos fazer ou sentir nada diferente. Diferente até o ponto de vista da sociedade. Somos limitados, assim como nossa liberdade.

Mas eu ainda mantenho minhas ideias vivas e a minha liberdade presente em apenas olhar para aquela paisagem. Olhar para a montanha me faz refletir sobre meus dias, acalmar meus ânimos. Olhando para ela, eu converso no mais absoluto silêncio.

Mas, hoje, justo hoje, ela não está na minha frente. Acho que me afeiçoei de mais e acabei dependente de sua presença. E sofremos quando nos apegamos.

Entretanto, isso passa... Hoje passa... Amanhã será outro dia de inverno, talvez sem esse cinza. Eu só espero e aguardo ansiosamente voltar a ter a mesma visão que tive ontem. O verde, o azul, o brilho fraco do sol, pássaros migrando para lugares quentes... Fechei os meus olhos para poder não perder essas imagens.

Sim... Amanhã verei novamente a montanha e sorrirei por mais um dia, por encontrar a minha liberdade. E, caso o cinza teime em permanecer, eu espero... Até que a dor passe e a bela natureza, a liberdade e as cores preencham novamente o vazio cinza em meu coração.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então...? '-'
Ér... Se tiver erros, pode avisar.
Acho que é isso...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Três Estações" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.