It's a trap! escrita por Sebastian Michaelis


Capítulo 2
Entrando em acordo com Anderson




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Trenton, New Jersey. 06.15.2019


Escritório de R. Anderson, edifício Locks Law CO. 11:50 AM


Anderson estava sentado em sua poltrona reclinável, que ficava no espaço pessoal, que ficava em um lugar mais afastado no interior de de seu escritório , era o único cômodo daquele lugar que dispunha de aparelhos eletônicos como Tv, som, Home theater, frigobar e, esteira de exercícios , um mini-bar e alguns originais de Portinari.

Era uma sala muito bem decorada em tons claros, ele o chamava assim porque servia como seu retiro , ficava ali quando queria pensar.

Anderson ficou ali sentado contemplando as obras de arte que possuía com um certo orgulho, enquanto ouvia uma música de Adréa Bocelli soar mais ao fundo da sala, onde ficavam os eletrônicos.


" Se fosse una cosa semplice ¹
Io te la direi,
Ma c'è una confusione dentro
E qui attorno a me
Tu preferisci evitare
E forse la colpa non è tua
Potrei tentare un'altra volta,
Ma non sono io che devi sentire
A piedi nudi camminiamo
Sui vetri rotti e poi
Con mani sporche ci tocchiano
Ci feriamo fra di noi
Tutti i segnali sono guasti
"

Ele bebia um copo de whisky sem gelo enquanto a melodia ainda soava em baixíssimo volume, deu um gole na bebida que desceu-lhe queimando a garganta, mas não se incomodou com isso, porque fora muito bem vinda a sensação de engolir fogo líquido, pois lhe distraía de problemas que não sabia ao certo como resolvê-los no exato momento e para ele que tinha sempre alguém que o ajudava a resolvê-los , estava justamente lhe trazendo uma nova dor de cabeça e ele nem havia almoçado ainda.


" Ic'è più tempo per guardare
Una stella sopra noi,
È tutto prepagato, stampato
E accreditato a noi
Ma come fai a non accorgerti
Fregartene, andare via
Con passi falsi di felicità,
Ma il sangue è anche il tuo
Ascolta il tuo cuore se batte
Guarda dove corri e fermati
Ascolta il dolore del mondo


Siamo persi per la via,
Orfani di vita, macchine da guerra"


Entre um gole e outro, Anderson pensava em várias maneiras de torturar o membro mais capacitado de sua corporação na Ordem de Advocacia LL.CO , Peter Walker, ele iria torturá-lo psicológicamente e cogitava torturá-lo fisicamente também.


"Ma perché?"


Sorriu amargamente e sem humor, achando a situação um tanto irônica, pois a “menina de seus olhos” estava pisando em seus calos, ante esses pensamentos pegou o copo largo e o atirou contra a parede o estilhaçando em pedaços, derrubando alguns quadros e manchando a parede com o líquido âmbar que escorria até o chão. Mas não tendo sua ira aplacada, pegou a garrafa e também a atirou contra a parede, próximo à porta, justo na hora em que a secretária de Peter abria a porta e colocava a cabeça para dentro,quase sendo também alvo da ira de Anderson.


"Ma perché?"


Completamente assustada, ela gritou e cobriu o rosto maquiado com os braços, afim de se proteger dos cacos que voaram em várias direções.

_Ah Sr.Anderson!

Ele virou a cabeça em sua direção e a fitou com o rosto vermelho e uma veia saltando em sua testa.

_O que faz aqui Srta. Lewis?

_Desculpe-me, mas o Peter já chegou, vi seu carro estacionado na vaga da garagem pelas câmeras de segurança... achei que ia querer saber a hora que ele viesse...

_Está bem! Poder ir -fez um gesto com a mão

_Sim senhor! -se retirou

_Espere!

_Sim?

_Não entre mais sem se anunciar Ok?

_Oh claro, me desculpe novamente, é que está tão aflito para falar com ele hoje...

_Estava, agora não mais para falar com ele e sim para matá-lo...

_Trucidá-lo...

_Fuzi...


Parou a frase meiga no meio, pois Peter Thomas Walker, escolheu este momento para abrir a porta do escritório e colocar a cabeça para dentro. Ele deu um meio sorriso ao ver a expressão furiosa de Anderson, pois sabia que estava encrencado, escutaria até que seus ouvidos doessem e sentiria-se como um garoto estagiário.

_Está bem revoltado hoje...

_Revoltado?!?

_Revoltado? -repetiu dando ênfase a frase

_...

Peter apreensivo, prendeu a respiração olhando fixamente para Anderson com as sobrancelhas erguidas por alguns segundos, depois caminhou depressa até o balcão do mini-bar da sala, onde apoiou-se nele, cruzou os braços em modo inconsciente de defesa e começou a se explicar

_Eu vim apenas justificar o motivo pelo qual me atrasei à reunião...

_Comece explicando por que não atendeu ao maldito celular!

_Bem eu...

_E justamente hoje!

Vociferou e atirou mais um copo, só que desta vez, na direção de Thomas e este se esquivou para a direita como se fosse um lutador em um ringue de boxe.

_Calma aí Anderson...

_Sabe em que situação me colocou?

_Faço uma ideia...

Anderson saltou para frente e agarrou-o pelo colarinho o emprensando contra a parede molhada de whisky com todas as suas forças, Thomas ficou vermelho quando as mãos saíram do colarinho e passaram a apertar –lhe o pescoço .

_Eu não ...

Thomas se livrou das mãos que lhe apertavam a garganta e suspirou, estava acostumado aos rompantes de fúria de Anderson, pois ele sofria de um alto nível de stress.

_Não é meu patrão, apenas lidera esse hospício!

_O que me faz seu superior! Está a anos luz de chegar onde cheguei e percorreo o caminho que percorri, não vou deixar um fedelho irresponsável estragar tudo!

_Tudo o quê? Seus investimentos pessoais?

_Cale-se! - Anderson vociferou arregalando os olhos castanhos


Thomas arriscou a continuar pisando no campo minado e começou a andar pela sala olhando os quadros enquanto falava com seu "chefe"


_Oh, não... sei bem seu interesse pessoal nisso! -disse Thomas

_O assunto não é comigo e sim com Smith e Lieff, cujos clientes estão para contratar o Borghaud! -defendeu-se Anderson

_Da ... o que é atualmente Advogado Superior, e Conselheiro Regional na Amway Corporation,onde ex vice- Diretor da Divisão Jurídica?

_Exato!

_Não me parece mal...

_Você não compreende!

_Sim compreendo, mas não é o meu mundo que vai ruir, se essa merda toda for para o ventilador não é ? -parou de frente para Anderson e soirriu enviezado

Anderson bufou e foi para o mini-bar servir-se de mais uma dose de whisky, sendo seguido por Thomas em seu encalço.

_Me diz logo e peça ajuda!

_Não é o caso de pedir, é o caso de você cumprir seus deveres...

_Não tenho deveres, sou um advogado e cumpro apenas meu serviço para com meus clientes e que eu saiba, ainda não havia acretado nada com eles, afinal a reunião era para isso não?

Anderson surpirou e se sentou novamente na porltrona encarando um portinari sem realmente vê-lo

_Vai ou não me ajudar nesse caso?

Peter sorriu e se serviu de uma dose também, virou-se para Anderson e apoiou uma mão em seu ombro.

_Sabe a resposta...

_Não, não sei

Disse girando o líquido no fundo do copo largo, sem encarar o advogado mais jovem, ele sabia que o encontraria com um sorriso ordinário no rosto e sabia também que parecia inseguro à sua vista no momento, mas precisava de um acordo verbal entre eles, não era segurança nenhuma, mas para Anderson que estava no ramo a tanto tempo, qualquer acordo dentro daquela corporação era válido entre seus integrantes.

_Estou dentro, portanto esse caso só acabará bem para ambas as partes... inclusive a que mais interessa não ?

_Já mandei não tocar nesse assunto!

_Que seja... vou almoçar, você vem?

_Não, mandarei Justinne trazer o almoço aqui para mim.

_Ama tanto esse espaço pessoal assim... -sorriu burlesco e saiu

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Bloomfield, 1 Park Place, Newark, New Jersey , Richards Hall Bloomfield College 06.15.2019 12:00 am


Sala de aulas do Prof. Justin Clein


_Antigamente... no século XVIII, todos os compostos químicos eram divididos entre orgânicos e inorgânicos....

_Quem sabe me dizer qual é a diferença entre eles?

Pergutou olhando para toda a classe, alguns alunos estavam quase dormindo, e outros dormindo realmente, esperou alguns segundos por uma resposta e a que veio não coincidia com a pergunta que fez


_Pensei que fosse aula que qímica e não de História


Disse uma aluna com os cabelostingidos de rosa-choque e lentes de contato vermelha com pontos pretos, o que o professor Justin achou muito bizarro e a sala inteira riu da piadinha da aluna.


_Muito engraçado Cassie! Muito mesmo... continuando...


_ A diferença entre eles, é que os orgânicos eram somente substâncias que fossem produzidas por um organismo vivo... animais, vegetais, bactérias, etc, utilizando uma “força vital “, proposta por Berzelius...

Nesse momento ouviu-se burburinhos e risadas entre os alunos, que cochichavam algo que julgavam ser muito engraçado, Justin respirou fundo e continuou sua explicação teórica para os alunos desinteressados.


_ Nesse mesmo século, Lavoisier percebeu que todos os compostos orgânicos descobertos até então, continham um átomo de Carbono...


_Que horror! Faz lembrar o Andrew da sala 12, ele produz muito composto orgânico liberando-os pelo ar


O aluno disse em voz alta e gargalhou sendo acompanhado pela classe, ao que o professor suspirou resignado se virou e voltou a se sentar em sua mesa.



_Está difícil hoje, melhor que copiem direto do livro, abram na página 23 e copiem até a página 27, Química Inorgânica.


A classe fez um som de desaprovação e começara a abrir os livros, Justin que estava sentado à sua mesa suspirou se rescostando na cadeira e começou a repassar os acontecimentos do dia, lembrou-se do acidente que por pura sorte saiu ileso e do Motorista que o deixou atordoado, ele na concepção de Justin, era lindo como um Eros, sorriu ante tal pensamento , mas se deu conta de que foi deliberadamente enrolado pelo advogado bonitão, pois ele nunca seria impedido de andar em suabicicleta por ser atropelado em cima da faixa de ciclovia por alguém que dirigia acima do limite estipulado pela lei de trãnsito. Culpou seus hormõnios e sua carência e o fato do homem ser aburdamente lindo.

Quando saiu de seus devaneios, percebeu que a classe já arrumava seus materiais na respectivas mochilas e o sinal estava tocando. Endireitou-se na cadeira e se pôs a arrumar o seu também, pois já seria sua última aula do dia.

Justin terminou de arrumar seus pertences, a sala já estava vazia, ele caminhou até a porta , trancou e saiu caminhando pelo corredor, não conseguia parar de pensar no advogado charlatão, passou pelos alunos com um olhar perdido e sonhador, algumas até sorriam e chochichavam algo como “parece que está apaixonado” e “ será que é ele ou ela?”, atravessou o pátio e rumou para a saída quando ouviu alguém lhe chamar.

_Professor Clein!

Virou-se e encrontrou uma diretora muito afobada e pálida indo em sua direção, ela tinha uma mão sobre o peito e estava muito pálida.

_Sra. Moore, o que houve?

_Recebi uma ligação da Sra. Clein....

_Minha mãe?

_Sim...

_Mas e por que ela ligaria para o telefne da diretoria se tem meu...

_Ela disse que não conseguia falar com você, seu celular chama e ninguém atende.

Ele procurou pelos bolsos e na maleta que guardava seus livros, na bolsa que que carregava mudar de roupa e não o encontrou, então veio um flash em sua mente, ele carregava o aparelho no suporte que deveria ter arrebentado quando foi lançado por cima do capô do carro.

_Deve ter ficado no meio da rua... esqueci desse detalhe, mas diga logo o que houve?

Ele já estava aflito ao ver a expressão de preocupação estampado na testa dela e não estava gostando do pressentimento ruim que se formava em seu âmago , pensou na saúde de sua mãe, ela tinha hipertensão e diabetes e arregalou os olhos azuis do tamanho de pires.

_Ela... minha mãe teve outro infarte e está em algum hospital?

_Não, foi ela mesmo que me ligou, é com sua irmã...

_Qual delas?

_Sua irmã paterna.

_O que houve fale logo!

_Bem, sua mãe disse que ela saiu ontem e não voltou mais, ela queria saber se você a encontrou durante essas horas.

_Não...posso falar com ela?

_Claro, venha até minha sala e ligue para ela de lá, já que seu celular sumiu

_Obrigado

Eles entraram na sala da diretora e Justin foi logo até o telefone, discou o número da casa de sua mãe e aguardou que ela atendesse, mordendo o lábio inferior em sinal de nervosismo, pois ele gostava muito de sua irmã, apesar de terem pais diferentes e sempre morarem em cidades diferentes, sempre fora ligados desde pequenos.

_Olá?

_Mãe!

_Oh Justin... sua irmã despareceu

_Como foi isso?

_Eu liguei para ela ontem, para dar boa noite como sempre e ela me disse que tinha um encontro e estava para sair, depois disso não liguei mais para ela, hoje cedo quando liguei novamente para dar bom dia, como é de costume, ela não atendeu, liguei para seu celular e também não atendeu.... estou preocupada e não vão procurá-la até que se passe 24 horas.

_Calma mãe, tenho certeza de que ela está bem, deve estar na casa de alguma amiga.

Justin ecrrou a ligação mandando um beijo para sua mãe e saiu da sala, atravessou novamente o pátio e saiu, caminhou até sua bicicleta ouvindo risadinhas de alunos que possuíam carros e fez uma cara de desdém, ele podia comprar um, mas não queria, pois era contra a poluição do oxigênio e dava palestras sobre o assunto em várias universidades. Montou em eu meio de transporte e foi para seu apartamento em Trenton, o caminho era longo mas ele gostava assim, sentia-se bem usando um meio de transporte que beneficiasse sua saúde física.


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New Jersey, Trenton, edifício St. Louis , exterior do apartamento de Justin. 06.15.2019 18:30 pm


_Olá Justin!


Cumprimentou-o uma vizinha que sempre o chamava para sair, mas ele sempre declinava a todos os convites, a achava muito atirada e sem graça, apesar de seu bixessual, ela não era seu tipo de mulher.

_Boa tarde Evelyn!

_E sábado a noite ein

_Quem sabe?...

_Ah! Por favor Justy, diga que me leva para sair neste sábado... –disse com voz melosa

_Não sei, ando ocupado com alguma pesquisas pesquisas de campo e muitas palestras...

_Prometo que não te importuno mais –disse colando o seu corpo ensguio no dele

_Está bem , eu te ligo mais tarde para combinarmos melhor

Ele respondeu se esquivando das mãos da garota que já estavam em seu traseiro e seguiu para elevador, não queria ser grosseiro mas era sempre difícil afastar aquela garota, ele mesmo gostando de garotas também, sua preferência que prevalecia era a por homens, principalmente agora que conhecera um ícone da espécime.

Enfiou a chave na fechadura e abriu a porta e ntrou e a trancou novamente, caminhou até o sofá e se deixou cair pesadamente nele, pegou o controle e ligou seu Home theater e começou a tocar uma música lenta


"It's that desease of the age ²


It's that desease that we crave

Alone at the end of the race

We catch the last bus home..."


Sorriu languidamente se esticando com um gato, adorava essa banda e principalmente aquela música, que no momento o fazia se lembrar do momento em que pôs os olhos no rapaz que conheceu mais cedo.


"Como se o tivesse tirado de meus pensamentos o dia inteiro" -pensou

"Corporate America wakes

Coffee republic in case

We open the latch on the gate

Of the hole that we call our home"


Se lembrou com detalhes um par de olhos verdes e um rosto anguloso mas perfeitamente belo, coberto por uma pele dourada e barba por fazer.


"Protect me from what I want

Protect me, protect me..."


Suspirou audivelmente quando o rapaz de sua lembrança começou a gesticular equanto falava movendo os lábios bem delineados e perfeitos, perfeitos para ser beijados como ele se lembrava de ter pensado naquele momento e as mãos que arrumavam sua camisa o segurando-o firmemente e os braços cheios de pêlos que brilhavam dourado à luz do Sol.



"Protect me from what I want


Protect me, protect me"


Virou-se de lado mal conseguindo se lembrar dos problemas e as aflições de sua mãe ao falar consigo telefone


"Protect me from what I want

Protect me, protect me"


Levantou-se e foi para o banheiro, já se despindo de suas roupas pelo caminho, atravessou a sala e virou o corredor á direita, entrou no banheiro e pôs a banheira para enxer, o dia havia sido estressante e merecia pelo menos meia hora imerso em óleos relaxantes. Ao terminar de enxê-la, derramou um pouco de sais e essências de sãndalo e mergulhou na água extremamente quente e deixou que ela massageasse sua pele e desobrtuísse seus poros , mas em nenhum momento tirou a imagem de um rapaz dourado de sua mente



"Wedding bells ain't gonna chime...


With both of us guilty of crime...

And both of us sentenced to time...

And now we're all alone...

Protect me from what I want

Protect me, protect me...

Protect me from what I want

Protect me, protect me...

Protect me from what I want

Protect me, protect ..."


E mal sabia Justin que realmente precisaria ser protegido daquilo que queria.



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Notas finais do capítulo

Macchine Da Guerra Andrea Bocelli ¹

Protege Moi Placebo ²



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