Os dias foram passando e os meses correndo, logo no entanto fazia um ano que estavam perdidos naquela floresta.

 Todos estavam felizes se sentiam em casa naquela mansão.

Karol mesmo com as crises estava feliz com William, eram companheiros inseparáveis. Suas noites de luta e choradeira permaneciam, mas William e seus abraços a confortavam e trazia a paz novamente. Era como se fossem feitos um para o outro.

Foi em outubro que Karol adoeceu, foram momentos tensos para William que se preocupava demais com ela.

Ela dizia que estava bem, mas no fundo no fundo ela sabia que não estava.

Foi uma época difícil, Karol não comia nada e não dormia. Apenas tomava água.

Seu corpo estava cansado e ela não tinha mais vivacidade e determinação, era fraca e com o tempo só emagrecia mais e mais.

Todos começaram a se preocupar com ela.

-Eu vou melhorar – Karol prometia a todos

William abraçava e beijava Karol, ela era a única motivação para ele viver e ser forte.

A esta altura já estavam em novembro, Karol havia piorado bastante.

Foi em uma tarde chuvosa que Karol e William tiveram uma séria conversa:

-Me diz o que você tem amor? – perguntou William preocupado

-Devo ter pegado alguma doença. Mas eu vou melhorar – sua voz era fraca e quase que difícil de ser compreendida.

William temia ela nunca se recuperar, ele baixou a cabeça e as lágrimas correram pelo rosto.

Doía vê-la deitada naquela cama doente, queria poder fazer algo, mas não tinha nada a ser feito.

-Você sabe que te amo? – perguntou ela secando as lágrimas do rosto de William. – Eu te amo, bobinho. Pare de chorar, você me deixa triste assim.

Ele deitou-se ao lado de Karol.

Enquanto ela acariciava seus longos cabelos loiros lhe cantava uma canção:

Goodbye, goodbye,

Goodbye, my love.

I can't hide, can't hide,

Can't hide, what has come.

I have to go, I have to go

I have to go, and leave you alone

But always know, always know

Always know, that I love you so

I love you so

I love you so

Goodbye, brown eyes.

Goodbye, for now.

Goodbye, sunshine.

Take care of yourself.

I have to go, I have to go,

I have to go, and leave you alone

But always know, always know,

Always know, that I love you so

I love you so, oh

I love you so, ooh

Ele estava tremendo e em seu interior soluçava incontrolavelmente.

Ouviram então uma batida na porta.

-William? – alguém chamou.

-Pode entrar – disse William com dificuldade

 Lucas entrou no quarto

-Vamos buscar frutas?

-Ah... olhe a chuva, Lucas

- Eu sei, mas é que acabaram e logo escurece e vamos passar fome.

-Ta bom.

William se levantou, beijou a testa de Karol e ela sussurrou:

-Eu te amo William!

-Eu também Karol. Já volto ok?

Karol pegou as mãos de William, segurou fortemente e disse:

- Take care of yourself.

I have to go, I have to go,

I have to go, and leave you alone

But always know, always know,

Always know, that I love you so – e logo depois as soltou.

Ele saiu para buscar frutas.

Quando voltou, Michelle estava sentada em uma poltrona na sala de estar.

William percebeu a expressão em seu rosto e perguntou:

-O que aconteceu?

Ela fitava o chão, logo depois colocou as mãos no rosto o tapando e enfim olhou para William, ela estava chorando.

-Sa -sabe... – ela começou a falar gaguejando – a... a... Karol...

-O que tem ela? – perguntou William gélido de medo

-Minha amiga tão querida... ela partiu... – ela desatou a chorar incontrolavelmente. William ficou paralisado, sem ações.

O que ele mais temia aconteceu.

Foi naquela tarde fria e chuvosa de novembro que Karol partira o deixando para sempre. Aquele era o fim de tudo.

Ele subiu as escadas correndo esperando ser mentira, e que chegando lá ela estivesse o esperando com um sorriso no rosto.

E foi isso que aconteceu só que ela estava morta, seu corpo frio e duro. Aquilo era um filme de terror para ele.

Karol sorria, seus longos cabelos negros jogados no rosto, parecia estar dormindo, de fato estava mesmo, mas em um sono eterno do qual ela nunca mais iria despertar.

Ele a puxou e lhe deu um abraço. Lembrou de todas as vezes em que aquele abraço era quente e acolhedor, desta vez era frio e vazio.

Ele nunca mais veria aqueles grandes olhos escuros a fitá-lo, nunca mais ouviria sua voz, nunca mais a teria, pois a havia perdido para o destino.

Tudo o que sonharam um dia, morria ali. Ele se jogou no chão e pôs-se a chorar como nunca havia feito na vida.

Tudo estava acabado, pois nada dura para sempre nem mesmo a fria chuva de novembro.