Cap. III – Inscrição
Depois da pequena sessão de fotos, passaram-se alguns dias...
- Por que eu tenho que falar minha cor favorita?
- Riza, para de ser chata e responde o questionário.
- Eu só não compreendo em que vai adiantar as candidatas falarem a cor favorita, o peso, a comida favorita, o filme favorito e se tem ou não silicone...
- É uma revista de fofoca, eles vão querer saber até o número do CPF da ganhadora.
- Que perda de tempo... – Riza preenchia a ficha de inscrição sem a menor animação –
- Pense na cara daquele ser cabelo de cenoura quando vir que você ganhou dela.
- Eu não acredito que estou fazendo isso por causa daquela beterraba ambulante, você não devia dizer que eu sou superior e que não deveria me rebaixar ao nível dela?
- Dever eu devia, mas que graça tem ser superior? Deixa isso para os livros de auto-ajuda...
- Pronto.
Riza põe a ficha e as fotos dentro de um grande envelope amarelado.
- Acabei... – fecha o envelope – Também.
- Olha, ainda dá tempo de eu para com isso...
- toma o envelope dela e põe dentro da caixa de correio – Agora já foi.
- Scieska, você não tem noção do tamanho do problema que eu posso arranjar se meu pai e avô virem isso.
- Riz, você está concorrendo com milhares de mulheres, quais as chances de as suas fotos terem repercussão suficiente para que seu pai e avô, ambos generais ocupados, chegarem a ver?
- Você nunca ouviu falar da Lei de Murphi?
- Relaxa, você vai ganhar daquela biscate e ninguém nunca vai saber disso.
- Tomara.
-
-
Riza caminhava para sua sala quando passa por perto da sala do cafezinho e ouve uma voz histérica berrando alguma coisa.
- AQUELE DESGRAÇADO! COMO ELE OUSA ME DIZER ISSO?
- O que foi, Marine-san?
- VOCÊ SE LEMBRA DAQUELE CARA QUE EU SAI SEMANA PASSADA?
- O moreno gostoso?
- GOSTOSO O ESCAMBAL! ELE É UM FILHO DE UMA...
- O que ele fez? Não ligou?
- PIOR?! O DESGRAÇADO LIGOU E DISSE QUE NÃO ROLA!!
- E para que tanto piti? Mariene, existem muitos homens no mundo!
- MAS AQUELE LÁ É DA COMISSÃO DA ESCOLHA DA GAROTA DA CAPA DA MILITARY POST!
- O QUÊ??
- EU DORMI COM ELE A TOA! MAIS QUE DROGA!
- Pelo menos ele é gostoso...
- ELE É UM EXCUMUNGADO! E RUIM DE CAMA!!!
- Peraí, você dormiu com ele para ele te ajudar a ser a garota da capa??
- Foi!! E não adianta falar que isso é baixaria...
- É GENIAL!!
- Bem era para ser... ERA PARA SER, MAS O DESGRAÇADO DISSE QUE NÃO TEM COMO ME AJUDAR!!!
- Mas ele não te prometeu nada... – ela vê a cara da amiga – Ou prometeu?
- FILHO DE UMA VACA EXCUMUNGADA! EU DORMI COM ELE POR NADA!!!
Entra.
- Eu não sabia que você chegava tão baixo... Dormir com o editor da revista? É demais até para você, Marie-corrimão.
- Hawkeye... O que você está fazendo aqui? Deu para ouvir atrás da porta como uma fofoqueira?
- Não. Você gritava tanto que nem precisei, acho que até do outro lado do quartel dava para ouvir.
A ruiva começa a ficar mais vermelha que seu cabelo.
- Olha, se você contar isso para alguém, eu juro que te mato sua loira desbotada.
- Como se eu precisasse, todos que passaram ouviram.
- SUA VACA LOIRA ESQUISITA E LEITEIRA!
- Mas Marine, você também tem peitão.
- Calada, Sabrina.
- Se inveja matasse...
- E eu lá ia ter inveja de ser uma loira, sem sal, branquela e com fama de rainha do gelo??
- Mas os meus peitos são naturais, os seus... Bem, prefiro não comentar.
- EU NÃO USO SILICONE!
- Usa sim.
- É TUDO NATURAL! LOIRA DE FARMÁCIA!
- FARMÁCIA O ESCAMBAL! SOU LOIRA NATURAL!!
- NATURAL? ESSE LOIRO OXIGENADO SÓ É NATURAL NA FAMACIOLÂNDIA, SUA DESBOTADA!
- SOU LOIRA NATURAL E AINDA TENHO REPUTAÇÃO!
- VOCÊ ESTÁ INSUNUANDO QUE EU PROMÍSCUA?
- Galinha, corrimão de quartel, a outra... Escolha o que melhor te convier!
- SUA...
Marine levanta a mão para dar um tapa em Riza, mas essa segura o braço da ruiva.
- Não se atreva a fazer isso.
O tom de Riza era calmo, mas sério.
- E quem vai me impedir?
Marine solta o braço.
- Eu sou dez vezes melhor em combate pessoal que você e não estou a fim de ser processada por agressão aos animais.
- Você está insinuando que eu sou um animal?
- Para bom entendedor, meia palavra basta.
Riza dá as costas e começa a sair com um sorriso vencedor.
- Mas quem o Roy escolheu fui Eu, querida.
Naquele momento Riza quase pulou no pescoço da mulher, mas se segurou. Não valia a pena...
- Vadia. – sussurrou a loira –
- Cobra. – sussurrou a ruiva –
-
-
Roy e os rapazes conversavam quando Riza se aproximou da sala.
- Muito gata!
- Que peitos...
- Minha nossa senhora...
Um sorriso brotou nos lábios da loira, pelas frases imaginava que eles estivessem vendo uma revista para maiores de dezoito anos. Adorava entrar na sala de supetão nesses momentos, eles quase tinham um ataque cardíaco.
- Boa tarde, rapazes.
Riza entra de uma vez fazendo com que os rapazes separassem a rodinha que faziam em volta de Breda que estava com uma revista na mão.
Os rapazes deram um pulo e ficaram brancos. Não haviam escutado Riza chegando;
- Er... Então é isso rapazes, é assim que o oxigênio...
Breda esconde a revista.
- Falando sobre alquimia com os rapazes, general?
- Isso tenente, ele estava nos explicando como o oxigênio vira fogo...
Riza que já estava sentada em sua mesa, via de rabo de olho, a revista passar de mão em mão para ser escondida, no fim, por Havoc.
- Interessante.
- A senhora não imagina o quanto...
- Com certeza...
Eles suspiram.
- Pena que isso não faz os relatórios serem preenchidos...
- Hai.
Os rapazes começam a preencher a papelada...
Continua...
