Military Post escrita por Anny Taisho


Capítulo 26
Conversas




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Cap. XXVI – Conversas

Riza estava caminhando pela fazenda ouvindo música em seu Ipod. Não estava pensando em nada especifico, ou talvez estivesse pensando no que Lyon disse. E no que Tayane disse... Enfim, no que todos diziam.

Não era possível que Roy gostasse dela daquela maneira, eram bons amigos e só isso! E ela também não gostava dele assim.

O moreno era sem dúvida, muito bonito e atraente – não que ela admitisse isso – E também ele era interessante, havia lido muitos livros que ela própria já tinha lido. E quando não estava sendo chato ou fazendo aquele papel de “galanteador” era ótima companhia.

Não que o charme fosse uma coisa forçada, ela sabia que aquilo era parte dele, mas era bom quando natural e não aquela coisa que ele forçava às vezes.

A loura escorou-se na cerca e suspirou...

- Kuso!

O que ela não ouviu ou viu foi o Mustang se aproximando de fininho. Roy abraçou-a e lhe deu um beijo na nuca. Mas o que ele não esperava era o susto dela...

- Aaaaaah!!

Riza deu uma cotovelada nas costelas do homem.

- Hey!! Calma...

Riza olhou para trás.

- Roy?! – ela colocou a mão sobre o peito - Que susto! Quer me matar?

- Eu não! Quem parece querer me matar é você!! Que cotovelada...

Roy estava com as mãos sobre as costelas e respirando pesadamente.

- Desculpe... Mas que droga!! Que coisa foi essa de ficar me agarrando pelas costas?

- O que?? Eu não te agarrei nada, só dei um abraço.

- Claro, claro... O que você quer?

- Nossa!!! Quanto desprezo!

- Roy, larga de drama! Eu já estou ficando irritada!!

Ele sorriu.

- Eu sei... Adoro essa ruguinha que se forma entre suas sobrancelhas.

- Vai catar coquinho no asfalto!

- Não tem.

Roy ria abertamente e Riza foi ficando estressada e estressada...

E por fim começou a correr atrás do Mustang.

Roy não sabia se corria ou se ria. Mas não tinha coragem de parar, sabia que ela podia lhe causar algum dano...

Por fim, Riza conseguiu derrubá-lo e ainda por cima sentou-se sobre o abdome dele.

- Seu idiota! Quero ver fazer piadinhas agora!

Riza segurava cada pulso do moreno com uma mão ao lado da cabeça dele.

Assim, ficaram os dois em silêncio um olhando para o outro.

- Então, está com medo de continuar agora que está indefeso?

- Riza, você acha mesmo que se eu quisesse não saia daqui?

- Então por que está aqui?

- Tem uma garota linda sobre mim e eu estou tendo uma visão maravilhosa das partes das pernas dela que apareceram devido a posição que ela se encontra... Para que vou sair daqui?

Riza olhou para as pernas e notou que o vestido que normalmente cobriria até quase o joelho estava no meio da coxa. Primeiro a loura ficou sem graça, depois vermelha e por fim levantou-se sem falar nada.

- Hey! Onde você vai?

- Para casa.

- O que foi? Eu estava brincando!

- Você é um idiota.

Roy levantou-se e saiu atrás da loura.

- O que foi? Estranho seria se eu achasse ruim. Já pensou? Eu, Roy Mustang, não gostando de mulher!!

- Com toda certeza todas as garotas entrariam em crise.

- E você? Entraria em crise?

- Por que eu faria isso?

- Você não sente nada mesmo por mim, Riza? Você não se sente nem um pouquinho atraída por mim? Nadinha? Eu sou tão comum para você a ponto de não te atrair nada?

- Ah Roy, quanto drama! Você fala como se nenhuma mulher olhasse para você.

- Eu não estou falando de qualquer outra mulher! Eu estou falando de você!

- E por que quer saber de mim? Que diferença fará na sua vida?

- Como eu vou saber se tenho uma chance de te conquistar?

- Tire seu cavalo da chuva. Eu não vou ser mais uma, eu não tenho vocação para isso.

- Claro que não tem. E eu não quero isso. Então, vai matar minha esperança com um tiro na testa dela ou vai falar que eu pelo menos te atraio?

- Roy...

- Nada? Nada em mim te deixa atraída?

- Eu sempre preferi ruivos... – Riza viu a cara do moreno se contorcer em uma careta – Os loiros, quase nem olhava. E os morenos, todas as ramificações, eram bonitinhos.

- Bonitinho? Você me acha bonitinho?

- Roy...

- Se você me desse um tapa iria doer menos.

Riza estava se sentindo culpada.

- Roy... Não é isso. – ela suspira – Eu te acho bonito, eu só não me deixo deslumbrar.

- Bonito quanto?

- Atraente... Sei lá. Eu não tenho uma escala.

- O suficiente para te deixar sem ar?

- Eu sei lá. Eu acho que não.

- Eu te acho maravilhosa, por que não admite que me acha lindo?

- Você é muito tratante.

- Tratante?

Roy sorriu arteiro e se virou para a loura. E num salto, a puxou para perto lhe dando um beijo. Mas nada de algo insano, foi um beijo calmo.

- Eu tenho uma chance.

Roy saiu deixando Riza estática.

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Roy caminhava atrás dos amigos quando viu na biblioteca Richard. O homem estava sentado atrás de uma escrivaninha folheando algum livro sem demonstrar muito interesse.

- Richard-sama.

O loiro levantou os olhos.

- Roy... Pode me chamar só de Richard, mas o que quer? Algum outro livro?

- Não, eu estava andando e vi a luz acesa.

Roy sentou-se em uma das cadeiras a frente de Richard.

- Hum... Então, o que achou da fazenda? Me contaram que você deu uma andada por ai.

Roy, por um segundo, sentiu medo. Será que alguém tinha visto o beijo que ele dera nela? Richard era um cara legal, mas ainda era um pai. Um pai zeloso que não gostava de caras que ficavam beijando a filhinha fofinha dele.

- Muito bonita, é um lugar muito grande.

- Realmente, muito grande. Dá bastante trabalho cuidar de tudo...

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, até que Roy quebrou o silêncio.

- Richard, posso fazer uma pergunta?

- Claro.

- Eu já fiz essa pergunta aos meus pais, mas não sei, por serem meus pais a coisa não parecia... Não sei como explicar... Sei lá, por eu ser filho eles podiam querer não falar toda a verdade.

- Entendo, não sei se vou saciar sua curiosidade, mas prometo tentar.

- Como é que você e Lizandra conseguiram passar tantos anos juntos e ao que parece felizes?

Roy viu os olhos vermelhos do homem correr a grande sala, como se em algum dos livros fosse achar a resposta que Roy queria.

- Se não quiser responder, não tem problema...

- Eu vou responder, só estou procurando as palavras...

- É que parece tão surreal casais que estão a tantos anos juntos serem felizes.

- Bem... Não é nada fácil. Casar é tão simples, mas a vida de casado não. Nossa! Eu e a Liza já tivemos brigas horríveis... Momentos que eu não sei como superamos. Pode parecer que devido a nossa posição social as coisas foram sempre muito fáceis, mas nem de perto.

- Eu sei, já ouvi esse tipo de comentário de alguns amigos dos meus pais. Eles tem uma certa posição...

- Eu sei quem são seus pais, garoto. – Richard riu – Mas continuando, eu não digo que foi fácil, mas não quero nem imaginar uma vida diferente da que vivi. Eu não sei viver sem a Lizandra, com todos os defeitos, assim como achou eu, que é recíproco.

- Mas todos dizem que casamentos longos estão ligados a acomodação, desamor, costume, fachada.

- Realmente é uma acomodação, depois de vinte e tantos anos uma pessoa realmente se acostuma uma com a outra. Mas é muito relativo, a acomodação não é sempre ruim. Ela só não pode existir quando não se ama mais.

- Meu pai falou a mesma coisa, com outras palavras.

- Saiba, meu jovem, que os desafios vão estar em cada dia que você tiver com a mulher da sua vida. Pequenas coisas, às vezes insignificantes, mas que a longo prazo podem acabar com tudo. Eu tenho amigos... Ou melhor, conhecidos... Companheiros... Isso realmente não importa, que são casados a anos e entre si comentam dos casos, das amantes...

- Entendo.

- Eu não sou hipócrita em falar que nunca olhei para outra mulher, mas também não minto ao dizer que nunca trai a minha mulher. Muitas vezes, oportunidades apareceram, com mulheres muito bonitas e interessantes...

Richard suspirou e passou as mãos sobre os fios loiros que atualmente não tinham o mesmo loiro de dez ou quinze anos atrás.

- Mas não valia realmente a pena. Uma noite, uma semana, o que é isso comparado a vida que eu tinha e ainda tenho? Não entra na minha cabeça que estar com uma garota da idade da minha filha ou até menos possa me fazer achar que sou mais homem.

Roy via que aquelas palavras não eram mentirosas. Ele realmente seguia o que achava ser o certo e as palavras que diziam pareciam ser as certas.

- Agora, estar com a mulher que eu escolhi para seguir a vida e saber que ela ainda quer depois de tantos anos, isso sim me faz sentir bem. Não existe receita para um casamento perfeito, você é que faz ou deixa de fazer. Mas por que está fazendo essa pergunta?

- Curiosidade...

- E não teria nada a ver com amor? Com alguma moça qualquer?

- Quem sabe. Vou atrás da galera... Obrigado por responder uma pergunta tão pessoal.

- De nada, espero que lhe tenha sido útil.

Roy sai da biblioteca e poucos segundos depois, Lizandra desce as escadas do segundo andar para o primeiro.

- Escutando conversas alheias, querida?

- Eu estava lendo, vocês é que não pediram que eu saísse. Mas como sabia que eu?

- Vinte sete anos que te ouço andar sobre o salto, mas então, acha que ajudei o rapaz?

- Os anos te ensinaram muito, querido, só achei meio forçado a última pergunta. Você quase perguntou se a tal moça era nossa Elizabeth.

- Liza, eu conheci o rapaz a menos de uma semana e já notei o que existe entre os dois. Não entendo tamanha idiotice.

- Eu te odiava, querido.

- O que era bom, só se odeia quem se amou, ou quem se ama. Mas entendi o que quis dizer.

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Riza estava em seu quarto conversando com Gracia. Eram tantos anos de amizade. As duas eram quase como irmãs.

- A Tay pegou o Havoc-san de jeito, não é?

- Ainda não, mas vai.

Riza riu.

- Eu não falei disso, Riza.

- Mas então, como o Maes está?

- Traumatizado?

- Imaginava, a Tay não tinha nada que desenterrar aquela história de anos atrás.

- O Maes levou muito a sério.

- Também Gracia, colocaram a masculinidade dele na corda bamba, o que esperava?

- Yare, yare...

- Então, como vai a vida de casada?

- Como sempre. Somos muitos felizes.

- Mas às vezes você queria que o Maes olhasse um pouquinho mais para você, não é?

- Um pouquinho de atenção não mata, mas eu sei como conseguir o que quero. No entanto, por que não falamos de você e do Roy?

- Até você não, Gracci.

- Riza, Riza... Tão teimosa. Eu me lembro até hoje dos namoradinhos que você colocou para correr porque queria um compromisso mesmo.

- Credo, Gracci. Você fala como se eu tivesse uma incontável fila de casos e como se eu fosse uma mulher que brinca com os homens.

- Eu não quis dizer isso e você sabe, amiga. Eu só vejo sua maneira de levar a vida. O único cara que passou muito tempo com você é o Lyon e isso porque ele é seu amigo.

- Eu só não queria dar esperanças aos meus pais. Imagina se a cada casinho eles achassem que eu iria casar? Eu nunca gostei de verdade de cara nenhum. – A loura rola na cama – Não é todo mundo que acha aos vinte anos em um baile chato o cara dos sonhos.

- Riza, eu achava que o Maes era Gay.

- E ele não deixou de ser o cara da sua vida por isso. Ou você acha que eu não sei que você só virou amiga para “converter” a criatura?

- Que calunia! Eu realmente quis ser amiga dele e eu tinha um namorado.

- Gracia, você só estava com ele para seus pais não falarem nada das suas saídas.

- Yare, yare... Mas que culpa eu tenho? Não queria acreditar que um cara lindo daquele não estava no mercado.

- E ainda bem que ele estava, caso contrário eu não teria uma afilhada tão linda.

- Mas não foge do assunto. Todo mundo vê o jeito que você olha para o Roy... Ninguém é tão leal somente por admirar alguém.

- Que os rapazes não ouçam isso.

- É diferente! E você sabe! Você seria capaz de matar de novo por ele, da mesma maneira que seria capaz de morrer. Sua lealdade está ligada ao amor. Vocês já passaram por tanta coisa juntos, coisas que a maioria dos casais não viveu durante a vida toda.

- Gracci, pare de besteiras.

- Ele está tentando, mas se você não der uma chance, como é que pode dar certo?

- Gracia, dá o fora daqui!

- Eu vou cuidar da minha filhinha, mas eu sei que você vai pensar, todo mundo está falando, ele tentando, você vendo...

- Eu amo o Roy, está feliz?

Riza não agüentava mais aquela pressão sobre os ombros. Ela sabia que amava o Mustang, a muitos anos sabia, só havia escolhido não ver.

Era melhor, mais fácil.

- Eu não tenho que estar feliz, você é que tem. O Roy-san é um cara legal e não vai pisar na bola com você, dê uma chance a ele.

- O fã clube dele está maior do que eu pensava!

Gracia só riu e saiu do quarto, deixando Riza sozinha com seus pensamentos.

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

Gente, voltei!!!
mas estou meio triste, alguns de vcs, nao todos, tem largado de deixar comentários. Que isso galera, eu sei que ando meio sumida, mas eu não tenho net em casa e só vou na lan nos finais de semana...
Posto sempre que dá, fora que é epoca de provas e tem a feira de ciencias... Tipo, faço tudo para postar!!!
Então vamos entrar na campanha dos biscoitinhos!!!
 
Deixe um review e ganhe um cap!!
kiss kiss



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