Locked Out escrita por jennisayshi
Notas iniciais do capítulo
Esse capitulo contém frases em latim, MAS NÃO SE PREOCUPEM! Todas estarão traduzidas nas notas finais do capitulo!
– Seu idiota! – gritei descontrolada – Como assim você não sabe onde a gente está?
– Luce, tá todo mundo dormindo, dá pra falar baixo? – disse tentando se acalmar. Ele parecia tão desesperado quanto eu.
– Bolas! Mil vezes, bolas!
– "Bolas"? Não pode falar palavrão não, nenê? – riu debochado.
– Vá tomar no seu...
– Ei! – me interrompeu gritando ofendido.
– Você é um idiota, Simon. Idiota!
– Quem quis sair de casa foi você! – retrucou
– É, mas quem sabe andar por aqui é você!
– Deve ser por que eu sou normal.
Levantei a mão para dar-lhe um tapa no rosto quando fui interrompida:
– Ei, gostosa! – Um cara completamente bêbado, mal aguentando ficar de pé, gritou entre "ic's" de soluço. Tinha uma garrafa de cachaça numa mão e um cigarro na outra.
Simon andou em sua direção com os punhos cerrados. O homem continuou sorrindo, sem mexer um músculo, até Simon dar um soco em seu rosto.
– Mas que molequinho abusado – disse o bêbado entre dentes enquanto abria os braços, um para cada lado.
Atrás dele, surgiram quatro homens de cada lado do seu corpo. Eram exatamente iguais: Tinham a pele extremamente clara, usavam jaquetas e calças pretas. As jaquetas tinham alguns spikes prateados nos ombros, assim como os bolsos das calças. Seus rostos pálidos e idênticos tinham um ar misterioso. Os "homens" – se é que eles eram humanos – sussurravam palavras em latim repetida e rapidamente, eu não conseguia entender:
– Abyssus abissum invocat. Abyssus abyssum invocat.*
Simon murmurou "o que está acontecendo aqui?" no exato momento em que o homem que, antes parecia bêbado, esticou os braços pra frente, na nossa direção.
– Progredi!* – gritou.
Os "homens" correram em nossa direção sem fazer nenhum mínimo ruído. Eu estaria assustada com tanto silêncio se dois deles não estivessem me segurando. Um segurava meu pulso enquanto o outro rasgava minha blusa em pedacinhos. Quando encontrei o olhar de Simon, me arrepiei. Mesmo com a visão embaçada por lágrimas, vi que ele estava extremamente furioso ao me ver apenas de calça e sutiã. Eu o encarava enquanto lágrimas rolavam pelo meu rosto, mas eu estava sem forças pra gritar.
– Peohibere eam!* – Simon gritou me surpreendendo. Eu nunca imaginei que ele falasse latim.
– Ad commodum suum quisquis callidus est* – disseram os "homens" em coro.
– No! Conclude!* – Gritou chorando
– Alium silere quod voles, primum sile* – disseram – Anceps fortuna belli*
Houve alguns minutos de silêncio. O único som eram os soluços de Simon, até que:
– Amor vincit omnia* – ele cuspiu as palavras
Eu só conseguia chorar. Não entendia o que eles estavam falando e estava de sutiã, no meio da rua! "Bela experiência pra um primeiro passeio", pensei.
Meus pensamentos foram interrompidos quando os dois homens que me seguravam voaram, bateram na parede e sumiram no ar. Simon tirou a camisa e me entregou. Seus músculos enrijeceram, me fazendo ruborizar. "Veste", disse. Eu o fiz.
Aproveitamos para fugir enquanto o resto dos homens flutuavam e desapareciam no ar, como fumaça.
– Aonde vocês pensam que vão? – uma voz firme e familiar soou, nos fazendo virar automaticamente.
– Ja-Jace? – dissemos em coro.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Abyssus abyssum invocat - Um abismo invoca outro
Progredi - Avance
Peohibere eam - Parem com isso
Ad commodum suum quisquis callidus est - Cada qual acode onde mais lhe dói
No! Conclude! - Não! Cale a boca!
Alium silere quod voles, primum sile - Cala primeiro o que queres que os outros calem
Anceps fortuna belli - A sorte da guerra é incerta
Amor vincit omnia - O amor vence tudo