Saint Seiya - Kali Yuga Chronicles escrita por Casty Maat


Capítulo 9
Side Story - O homem que contem a tempestade


Notas iniciais do capítulo

Essa side story tem relação com os flashs dos capítulos 5 e 6, com algumas passagens que eu queria ter colocado nesses dois capitulos, mas por perceber que estava ficando longo, ignorei.

Daí ontem recebo o capítulo do meu adorado pupilo e me serviu de inspiração (ainda que você tenha matado o Rosh nela xDD).

Também tem uma leve explicação de por que Rosh sabia a técnica kaze no Kekkai (apesar de estar na presença de Ragajana tornou a técnica a nível de cavaleiro de prata mesmo ele sendo um humano comum com conhecimento básico sobre cosmo).

Não deixa de ser uma forma de dizer que amo o Rosh (tirando os inimigos, essa fic tem pessoas reais por trás das personagens) s2



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375401/chapter/9

Uma promessa fora o início de tudo, ainda que disfarçado de promessa. A amazona não podia entender, como um simples humano comum poderia proteger ela e fazê-la cumprir suas promessas. Ela é a tempestade do Santuário, uma mulher fechada, que vive para os seus, talvez nem isso. Com sangue nas mãos, ela já deixou pessoas morrerem em troca da vida de animais. Casty de Vela talvez só não fosse mais temida por ser uma amazona de prata.
–Você pensa que pode conter o vento? - resmungou a amazona nos braços do italiano que impedira que ela se jogasse do precipício.
–Sua presença me impediu de me matar. - retrucou Rosh. - Mais que isso, você me fez sentir vivo, me sinto feliz sendo seu amigo. Me faz ter alguém.
Foi quando se lembrou de Chaffin. Seu pupilo, o único humano a quem ela havia estendido a mão antes de Rosh. Ele também aguardava seu retorno.
–Pode me soltar. Prometo não me jogar.
Rosh a soltou, e ela se virou para encarar o rapaz.
–Acho... Que tem que viver também... Você tem uma missão bonita. Eu gosto da sua companhia. - disse o rapaz.
Casty sorriu brevemente. A brisa passou pelo lugar, mexendo nos fios prateados de Rosh e as mechas negras da amazona.
Havia um fato que Casty escondera de Rosh: sua missão já havia acabado. Ela se forçava a continuar ali pra proteger ele e a ela de seus próprios fantasmas. Não conseguia achar um modo de convencer o italiano a abandonar as montanhas frias da Toscana pra viver no sol escaldante da Grécia.


Foi quando numa noite enviaram um mensageiro a vila. A amazona de Vela reconheceu o cosmo que sentia e saiu da cabana que cuidava. Trajava sua armadura por precaução.
Por debaixo da capa, sabia que sua visita usava uma armadura como ela. Os olhos de um castanho tão vivido que eram vermelhos, o cabelo azulado repicado e rebelde.
–Mestra! Que bom, está viva! - disse Chaffin com um sorriso ao notar sua professora e mãe adotiva bem. - A senhorita não enviava notícias! Elys-sama me enviou para procurá-la!
–Então você pode enviar meu relatório a minha mestra. Não posso voltar agora.
–Mestra? Mas porque?
Casty fez sinal para a cabana.
–Apenas uma pessoa pôde conter a tempestade. - ela disse em tom baixo, como algo que no fundo, não queria dizer.
Eles entraram. Era tudo bem simples, com exceção de que haviam duas camas. Uma estava ocupada por um homem que dormia tranquilamente. Chaffin olhou para ele e então para sua mestra, que esquentava leite num velho fogão abastecido por um butijão pequeno. O cavaleiro de Carina já tinha notado que o cosmo sempre enfurecido como furacão de sua mestra estava mais cálido, mesmo que sua expressão fosse a mesma de sempre. Ele se sentou timidamente no sofá de troncos de árvore com almofadas bem fofas por cima da dura madeira.
Sabia o que aquilo significava. Mas queria ouvir de sua mestra. Casty trouxe uma caneca para si e outra para o pupilo.
–Sempre fui uma mestra dura com você, não acho que tenha sido uma boa mãe... -ela suspirou, assoprando o leite fumegante.
–É por causa dele que você não voltou?
A amazona assentiu com a cabeça.
–Você se apaixonou por ele?
–Quero cumprir minha promessa com ele...
–Promessa?
Casty encarou seu pupilo com um olhar triste e um sorriso tímido que ele nunca a vira esboçar.
–Não deixar que o outro se mate. Não posso deixar ele.
Chaffin ficou petrificado por aquilo, mas porque fazia sentido uma coisa que Requim havia lhe dito, Casty jamais se perdoara pela morte da sua antecessora e primeira mestra e com certo tempo, Elys entendeu que manter Casty como um importante soldado era complicado. Por essas e outras, ela era como uma tempestade: imprevisível, forte e enlouquecida. Raramente a deixavam ir em missões e quando ia, era acompanhada. Aquela em que estava era a primeira sem um parceiro.
–Mas você não respondeu! - retrucou o cavaleiro de bronze. - Você se apaixonou?
–Seria muito difícil ele se acostumar com o clima da Grécia, seria injusto... - a amazona havia ignorado a pergunta.
Chaffin colocou a caneca na mesinha de centro e segurou com força os braços de sua mestra, balançando ela
–Mestra!
Não era ciúmes, apenas preocupação, queria saber se ela ficaria bem.
Vela então ergueu suas mãos e começou a mexer nos cabelos de seu pupilo, afagando.
–Eu sou uma péssima mãe...
–Você não é, sempre cuidou de mim, mestra... Mas ele te deixou mais doce, a minha mestra que saiu em missão não iria acariciar minha cabeça. - Chaffin se afastou e sorriu para Casty. - Eu me preocupo, por isso quero uma resposta.
–Acho que sim... Eu não entendo muito bem essas coisas. Mas... Quero estar do lado dele, quero ver ele sorrir, poder brigar com ele e me fingir de malvada.
Quando terminou de falar, sentiu o peso de uma manta nos ombros. Estava pupilo e mestra tão entretidos que não notaram que o italiano acordara (e encarava Chaffin com desgosto).
–Essas coisas não são geladas? Você tem que se cuidar.
Rosh a abraçara, fazendo a manta se fechar e proteger a amazona do frio. Ele e Chaffin se encaravam com uma leve tensão no ar.
–Ei, moleque! Imagino que vai dormir hoje aqui, em cima do armário tem uns cobertores.
–Mo... Moleque? - resmungou o cavaleiro. - Eu podia fazer você um autêntico churrasco de linguiça da Toscana!
–Aproveite que estou deixando você dormir na cama de sua mestra enquanto ela vai dormir comigo por que não tenho uma casinha de cachorro.
–Eu ainda estou aqui, sabiam? -resmungou a amazona de prata.
–Ok, ok... Deixa eu soltar a armadura e pegar as cobertas!
Chaffin deixou a sua armadura se desprender e voltar a forma de repouso, indo ao lugar indicado por Rosh.
–Obrigado...
–Pelo que? -indagou a guerreira.
–Eu também acho que estou apaixonado por você. - Rosh escondeu o rosto na manta. -Fica comigo?
Casty sorriu.
–Sim...


Iriam partir dentre poucos dias. Chaffin fora antes para dizer sobre sua própria missão à Elys de Libra, que encontrara sua mestra e que ela levava para Rodório uma pessoa especial para ela. Elys, claro, ficou surpresa com o fato de ser uma pessoa e não um animal, mas pela expressão engraçada de Chaffin, suspeitou que a pessoa em questão fosse amado por Casty.
–Rosh... Eu quero lhe ensinar algo.
Os dois estavam andando no bosque. Ele parou e a encarou.
–Mas como eu sei que você tem um cosmo mais comum, talvez seja difícil você dominar, mas pode vir a ser útil.
–O que seria? - indagou o italiano.
–Kaze no kekkai. Foi a técnica de moldagem dos ventos que usei para te salvar. Fiz algo avançado ali, mas ela é basicamente para servir de barreira e aumentar sua agilidade.
Ela tocou as mãos dele e fechou os olhos, elevando seu cosmo.
–Mas primeiro, se concentre, vou te ensinar a achar seu cosmo.
Antes de fechar os olhos e fazer o que ela pedira, Rosh disse num sussurro:
–Mesmo que eu fique tão forte quanto um cavaleiro, jamais serei um.
A amazona o olhou, sem entender. Ela ficaria feliz em ter ele como companheiro de batalha.
Ele soltou suas mãos das dela e segurou o rosto dela, a olhando com a expressão inocente que apenas ela podia conter o gênio tempestuoso da amazona. E com os rostos próximos, ele completou:
–Porque eu trairia Atena, eu já sirvo a uma outra deusa... Você...
Os dois se beijaram, e o vento acompanhou o ritmo dos dois corações, e aquele bosque se tornou cheio de ventos agitados, mas gentis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Saint Seiya - Kali Yuga Chronicles" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.