Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 75
Meg e o sorriso de Natalie


Notas iniciais do capítulo

Bueno, este é o último capt com a hist da Meg e do Tio John, sei que não ficou tão grande e com bastante detalhes mas neh.



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- Faça! – grito encarando sua mão trêmula em minha coxa. – Se não quem vai costurar minha perna será eu.

                - Então faça. – diz ele colocando a agulha em minha mão.

                - Eu não sei fazer isso. – digo jogando a agulha para ele. – Nathan, por favor. Só faça isso. Vamos tentar. – digo segurando seu rosto e engolindo em seco.

                - Não disse que acho que vai morrer. Só estou dizendo que não consigo costurar sua perna. – Ele suspira e coloca minha perna sobre seu colo. – Me deve a vida por isso.

                - Ah, pare de drama.

                - Parar de drama? – pergunta ele me encarando com os olhos estreitos. – Eu amo você. Como acha que eu me sinto sabendo que talvez você morra e vire um bicho?

                Fico calada, encarando seus olhos.

                Continuamos nos encarando e ele pigarreia, furando minha pele e por mais que seja doloroso, não digo uma palavra.

                - Disse que amava alguém alguma vez? – pergunto quando ele chega na metade.

                - Não. – Ele continua costurando e ignorando meus dedos dos pés se dobrarem por causa da dor. – Saiu sem querer... Não...

                - Tudo bem. – digo concordando com a cabeça e observando sua mão enquanto costura minha perna.

                Me deito no chão, fechando os olhos e dormindo.

                Quando abro os olhos, encaro-o dirigir, com vários arranhões e cortes nos braços, rosto e pescoço.

                - Saímos? – pergunto encarando minha perna com a costura. – Nos tirou de lá?

                - É. – diz ele concordando com a cabeça, encarando a estrada escura.

                - O que houve?  - pergunto me aproximando dele.

                - Nada. – Ele sorri, colocando o braço sobre meus ombros. – Está com sono?

                - Depende. Uma festa? – pergunto mordendo o lábio inferior.

                - Sim. – Ele sorri.

**

                A música está alta demais, mas contanto que ele continue falando comigo, isto pode me deixar surda.

                - O que houve com você? – pergunto passando o polegar sobre um corte em seu lábio. – Carter?

                - Sim. – diz ele encolhendo os ombros. – Um cachorro, mas... Não foi nada demais. – Ele se inclina em minha direção, mas o empurro e ele me encara confuso. – O que foi.

                - Poderia ter alguma doença.

                - Não tinha. – Ele revira os olhos e se levanta.- Vou buscar alguma coisa para você comer.

                - Está bem. – digo observando-o andar até o balcão.

                Um garoto se senta ao meu lado, rindo com seu amigo e logo puxo meu copo antes que ele decida colocar alguma coisa ali.

                Bebo um gole e suspiro, começando a ficar um pouco tonta até que minha visão fica turva e sinto tudo girar.

**

Mesmo parecendo estranho e me fazendo pensar que me drogaram sem que eu percebesse, Meg não está mais onde estávamos.

Mas estávamos aqui.

Ando pelo único corredor escuro com quartos, temendo que alguém tenha levado-a para algum lugar.

A maioria deles está vazio, mas um está com a porta entreaberta.

Empurro-a e vejo Meg.

Estalo a língua, balançando a cabeça e mesmo que torturante, continuo lá.

Mesmo sabendo que não vou perdoá-la tão cedo com suas desculpas, talvez eu perdoe.

Antes fossem suplicas.

Ela nem ao menos percebe que estou aqui.

Suspiro e volto pelo mesmo corredor, ignorando toda a gritaria e a baderna que acontece aqui dentro, andando na direção do carro e não olho para trás.

Eu havia me avisado.

Mas quem disse que eu escutei?

**

- Oi? – Ergo o olhar para o outro lado do balcão. Encaro a garota de cabelos castanhos caídos sobre os ombros e olhos castanhos sorrir. – Estamos fechando.

- Ah. – digo concordando com a cabeça, deixando o resto do dinheiro em cima do balcão e andando na direção da porta.

- Espera. – diz ela e me viro para ela. Ela anda em minha direção, com meu casaco nas mãos. – Esqueceu isto.

- Quer que eu leve você em casa? – pergunto, balançando a cabeça e rindo, sabendo que pode ser uma igual a Meg novamente.

- Não. Eu vou andando mesmo. É um pouco longe... Mas tudo bem. – Ela sorri me entregando o casaco.

Encaro a janela com a água caindo.

- Que isso. Eu levo você em casa. Não tenho nada para fazer. – digo sorrindo e entregando o casaco a ela. – Fique com ele.

- Obrigada. – diz ela abrindo outro sorriso e passando pela porta comigo, fechando-a e passando a chave na porta.

Corremos até o carro e abro a porta, colocando-a para dentro e fazendo a volta, entrando no banco do motorista e tateando meus bolsos da calça atrás das chaves.

Mas elas não estão aqui.

- Não acha que bebeu demais? – Ela ergue o dedo, com a chave pendurada.

- Sim, mas eu vou devagar. – digo sorrindo e tiro as chaves de suas mãos. – Você mora com seus pais?

- Quem me dera. – diz ela revirando os olhos. – Sozinha. – Concordo com a cabeça e suspiro, encarando a estrada molhada. – Você não parece ter um lugar para ir.

- Como assim? – arregalo os olhos.

- Não parece ter uma... Casa.

- É, não tenho. – digo concordando com a cabeça.

                Bem, eu tinha.

**

                - É aqui. – Ela sorri, colocando a mão na maçaneta. – Obrigada.

                - Tudo bem. – digo sorrindo e ela suspira.

                - Sei que parece estranho, mas você está todo... Esfolado e acho que devo convidá-lo para ficar.

                Encolho os ombros e suspiro.

                - Tudo bem. – sorrio e descemos do carro, vendo que já parou de chover.

                Entramos na casa que impressionantemente está arrumada, mesmo que o mundo esteja um caos.

                - Ah, Natalie. – diz ela estendendo a mão, deixando as chaves em cima do balcão da cozinha.

                - Hã... John. – digo apertando sua mão, mas ela me encara com a expressão séria.

                - Por favor, eu não sou uma vadia. – diz ela rindo.

                - Nathan. – Sorrio pressionando os lábios.

                - Então, John – diz ela andando de costas até o sofá bege. – Á quanto tempo vem vagando por aqui? – Ela passa os dedos sobre a parede e pula no sofá.

                - Desde ontem - digo deixando as chaves e o casaco sobre o balcão e colocando as mãos dentro dos bolsos da calça.

                - O que aconteceu? Sua namorada te deixou?

                - Digamos que ela era uma vadia. – digo estreitando os olhos.

                Ela pigarreia.

                - Eu estava brincando, mas... Tudo bem. – diz ela rindo. – Pode sentar. – diz ela apontando para a poltrona á sua frente. – Deve ser estranho eu estar convidando você para ficar aqui, não é mesmo?

                - É. – digo sorrindo. – Mas obrigado.

                - Pare de agradecer. – diz ela sorrindo novamente.

**

                Natalie é diferente de qualquer outra garota que já conheci em toda a minha vida.

                Nunca pensei que olharia para uma garota e não pensaria em dormir com ela, mas com Natalie, começo a rir quando penso nisso.

                Tudo bem, aconteceu.

                Uma vez, mas por acidente e juramos nunca mais falar sobre isso.

- Nate! – diz ela e quando passo pela porta, ela esboça um sorriso nervoso. – Aí está você!

- É, aqui estou eu. – digo franzindo o cenho.

- Precisamos conversar. Agora. – diz ela puxando meu braço, me levanto para dentro de casa. – Prometemos nunca mais falar sobre aquilo. Certo?

- Eu cumpri minha parte do acordo. – digo sorrindo, mas ela me encara com a expressão séria.

- Eu tenho uma amiga que é medica e ela disse que eu estou... Grávida. E como eu disse, não sou uma vadia e estou sempre com você o que significa...

- Ai meu deus. – digo com as mãos na testa. – Por favor, diz que está brincando.

- Quem me dera. – diz ela e suspira. – Eu sabia que não deveria ter falado.

- Desculpe. – digo com os olhos apertados.

- Hã? – pergunta ela.

- Eu sinto muito. – digo encarando seus olhos. – De verdade.

- Você é o primeiro cara que pede desculpas antes de largar uma garota. – diz ela revirando os olhos.

- Não vou... Deixar você. – digo suspirando. -  Só estou pedindo desculpas por... Ter... Feito isso.

- Tudo bem. – diz ela rindo. – Eu perdoo você.

                E foi assim que minha vida realmente começou e eu tentei ao máximo nunca mais pensar em como Meg foi a garota que mais me magoou em toda a minha vida. 


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