Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 51
Eu conheço o John.


Notas iniciais do capítulo

Bem, quero pedir desculpas por não ter postado ontem.
Eu não consegui pegar meu computador e não consegui escrever nada, mas cá estou de volta.
Espero conseguir postar amanhã...
Boa leitura:



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Não conversamos muito durante a viagem, e sinceramente não pensei nele nessas duas horas que estamos no carro.
A imagem dele matando o bicho faz meu estômago revirar.
Mas só então, escuto uma coisa que eu realmente não queria ouvir.
Uma tosse.
Olho para Nathan. A mão fechada em punho á frente da boca. 
- Nathan?- pergunto com os olhos arregalados. 
- Oi?- Ele leva a mão de volta ao volante e encara a estrada, como se nada tivesse acontecido.
- Nathan. - digo encarando-o.
- Pode falar. Estou ouvindo.
- Pois eu também. - digo com os olhos arregalados. - Você acabou de tossir.
Ele ri.
- Não é nada. - Ele acaricia minha orelha e volta a encarar a estrada.
- Não. Não é: nada.  Isso é muito sério.
- Eu já fiquei resfriado várias vezes ok? Isso vai durar dois ou três dias no máximo. Não há com o que se preocupar.
Me abaixo e puxo sua mochila que ficou no carro com as vacinas.
Tiro uma das caixas e deixo a seringa pronta.
- O que você está fazendo? 
- Cuidando para que você não vire um bicho. Pare o carro.
- Eu não vou parar o carro. - diz ele bravo.
Finco a agulha em seu braço empurro a ampola, fazendo o líquido entrar em sua veia.
- Vai bater o carro se não parar. - digo.
- Eu não vou parar. - diz ele sério. - Você mesma disse que não queria dirigir o carro.

- É, mas isso foi antes de você começar a tossir por nada e tomar a vacina.

- Uma vírgula! - grita ele. - Você que furou meu braço e injetou a seringa, não eu. Se eu bater o caro, a culpa vai ser sua e não minha.

Ah, mas se o carro bater, você desmaiado os bichos vão ter um jantar fácil.

- Você mataria-os. - Ele suspira e tosse mais uma vez, esfregando os olhos.

Cruzo os braços e o encaro com os olhos estreitos.

- Mataria? - pergunto sorrindo.

Ele para o carro e me puxa para perto, me colocando no banco do motorista, com a chave pendurada nos dedos.

Estico os braços na direção das chaves, mas ele move seu braço com elas para trás.

- Não dirija rápido, muita calma, não mova as mãos muito, não se distraia com nada, não se assuste com qualquer bichinho ou folha que está na estrada e acima de tudo – Movo o braço rapidamente na direção das chaves, mas ele dobra o braço para trás e me encara. - Tenha muito.Muitocuidado. Ok?

- Eu não vou bater. - digo abrindo a mão, para que ele me entregue as chaves. 

Ele suspira e revira os olhos, claramente sonolento ou apenas tonto por causa da vacina, e me entrega as chaves, mesmo hesitando. 

- Até parece que este carro é uma pessoa... - murmuro colocando as chaves na ignição e girando-a, escutando o motor do carro.

- Como eu disse - Ele coloca o cinto e as pernas no painel, ajeitando o cinto no pescoço e soltando um grunhido. - Ele foi mais pai do que o "John" - Ele faz aspas com as mãos, olhando para a estrada esburacada, enquanto começo a dirigir.

Não é tão difícil e mesmo parecendo um carro grande demais, não é esta a sensação. 

- Cuidado. - diz ele.

- Me deixe dirigir. - murmuro.

- É o meu carro. – diz ele me encarando com raiva. – Cuidado.

- Ok. – digo olhando de soslaio para ele. - Mas eu vou acabar batendo se não calar a boca.

- Não se preocupe. - Ele se vira e encosta a cabeça no vidro. - Eu provavelmente dormirei daqui a pouco e você poderá dirigir em paz. Mas você pelo menos sabe o caminho?

Arregalo os olhos.

- Você não sabe para onde estamos indo? - Ele berra.

- Me diga por onde ir.

- Só siga em linha reta e vai ver um parque abandonado.  

- Não faça isso comigo! - grito, dando um tapa em seu braço.

- Ai. - diz ele. - Abe nunca disse para que você não batesse nas pessoas? É feio. 

Suspiro e sorrio ao mesmo tempo.
- Ou pode ser que eu morra. - diz ele. - Grite comigo quando chegarmos. Se não funcionar, queime o carro.
- Eu vou ficar com ele. - digo com as mãos no volante e o olhar em suas costas.
- Não quero que fique com ele. O carro é meu.

- Você estará morto. Não vai me impedir de nada. -  digo olhando para a linha preta entre o céu e o asfalto.

- É, mas eu agradeceria se realizasse meu último desejo.

- Realizou o último desejo de Abe? 

- É. - Ele ri. - Sim. Mas não direi qual foi.

- Ok. - digo um pouco desapontada. - Se é assim...

- Ah, fala sério. 

- Não Nathan. Está tudo bem...

Ele solta um grunhido e se senta no banco, se soltando do cinto e se inclinando sobre mim e me beijando.

- Eu vou bater o carro! - digo empurrando-o.

- Acredite. Você não vai. - diz ele.

- Não tenho prática para fazer outras coisas enquanto dirijo ok?

Ele ri e coloca o cinto. 

- Aguarde Shannon... Ainda há muitas coisas que você não espera.

- Cale a boca e durma logo. - digo. - digo empurrando-o para ficar de cara com o vidro.

- Você está muito bruta nestes últimos dias. Não estou entendendo o motivo.

- Você me tira do sério. 

- Ah, como se esse fosse o motivo. - Ele ri. - Ok. Vou fingir que não ouvi isso. Isso seria desculpa para você ser bruta á um ano, não agora.

- Ainda continua sendo essa a desculpa.

- Então porque eu sinto que alguma coisa está diferente?

- Bem, você cortou o cabelo, parou de beber, finalmente se barbeou direito...

- Ok. - diz ele. - Acho que chegamos. 

Olho para frente e vejo uma cerca de metal enferrujada e alguns brinquedos velhos e sujos.

- Entre. - diz ele.

- Por onde? - pergunto tentando achar uma entrada.

- Sai dai. - Ele me coloca no outro banco e começa a dirigir mais rápido e tosse mais uma vez.

Ele acha uma entrada e faz uma curva rápida, me jogando contra o vidro.

- Foi mal. - diz ele estacionando ao lado da montanha-russa com uma porta para o subsolo esverdeada, pintada com spray em letras grandes e pretas: COLÔNIA. - Não desça do carro.

Ele pula para fora do carro e anda na direção da porta.

- Você não manda em mim. - digo e abro a porta do carro.

Ele me encara e balança a cabeça batendo com a arma na porta de metal.

Um zumbido agudo que nos faz cair de joelhos, com as mãos pressionadas contra os ouvidos.

- Humanos. - diz uma voz feminina, porém firme. - Sejam bem-vindos.

Nossa, quantas boas vindas. - diz Nathan se levantando e estendendo a mão para mim. A seguro e me levanto, esfregando os joelhos.

Se chama rastreador. Sabemos que vocês são humanos por causa deste zumbido. 

- Ok. - diz Nathan. - E podemos entrar?

- Claro. Só um minuto.

Escutamos um barulho metálico e a porta é destrancadaUma mulher, um pouco menor do que eu, os cabelos curtos e pintados de loiro, olhos azuis e jaqueta de couro sorri para nós.

- O folheto? - Concordo com a cabeça. - Você me lembra alguém. - Ela se encosta a porta e encara Narthan. - John. 

- É. - diz Nathan. - Conhece meu pai?

- Eu era amiga da sua mãe. - diz ela com um sorriso torto. - Eu sinto muito.

- Pelo menos você sente. - Ele sorri do mesmo jeito. - 


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Notas finais do capítulo

Bem, até amanhã.



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