Casais Improváveis escrita por Valerie Grace, Lady Salvatore, Hiccup Mason, Bess, Sherlock Hastings


Capítulo 81
Sansa Stark & Theon Greyjoy


Notas iniciais do capítulo

OLHA SÓ QUE ESTÁ VIVA!!! EU AQUI!!
Depois de séculos e séculos totalmente isolada no meu mundo universitário, finalmente consegui retornar a ativa aqui no site! *----------------------*
E olhem só, essa one é de um shipp que eu comecei a shippar recentemente, então escrevi com muita animação!
ALERTA DE SPOILERS DA QUINTA TEMPORADA DE GAME OF THRONES
SPOILERS SPOILERS BIG SPOILERS!

Par todos que gostam do casal, ou só da ideia, aproveitem! :D
BEIJOOOOS



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Tema: Game Of Thrones

Ship: Sansa Stark & Theon Greyjoy

Bloodstream

Theon POV

Minhas pernas formigavam intensamente por estarem pressionadas pela neve que as engolia por complete e congelava até meus ossos. Comecei a bater os dentes freneticamente, mas logo notei que isso se devia mais ao medo que sentia do que o frio de fato. Aquele frio não conseguia nem chegar perto de ser algo ruim para mim, estava agradecido por estar congelando ali; congelando livre. Finalmente livre. Isso não seria facilmente processado em minha mente, não depois de tudo.

Esfreguei um pouco de neve em meu rosto, apenas pelo simples prazer de fazer algo que eu queria sem ninguém me ordenar ou me influenciar. Senti-a raspar minha bochecha e suspirei com tranquilidade pela primeira vez em muito tempo.

Abri os olhos e olhei a neve escorrer pelos meus dedos de volta ao seu lugar, e então virei para o lado para encontrar a garota que me tirou do inferno: Sansa Stark.

O capuz dela havia caído, revelando suas madeixas cor de fogo por cima dos ombros, estavam um pouco bagunçados devido a queda e o vento, mas isso a fazia ainda mais bonita. Seus cabelos despojados lhe davam um aspecto mais maduro, tirando completamente a visão de uma garotinha inocente. Eu via Sansa como a mulher que ela era agora.

Seus olhos se direcionaram para mim e por um momento pensei ter engolido algo que estava entalado. Ao menos agora podia olhá-la com menos desprezo por mim mesmo. Mas ainda não era suficiente, eu lhe causei muito mal e não posso ser perdoado tão facilmente.

– Você está bem? – perguntei enquanto analisava se ela estava machucada. Mas não havia nada além de muita neve em seu vestido.

Sansa apenas acenou com a cabeça e depois começou a tentar se levantar, tirando o excesso de neve que estava em cima dela.

Puxei minhas pernas da neve e forcei o corpo para cima, saindo do buraco que havia formado depois da queda. Coloquei uma perna para fora e depois a outra, estavam congeladas e duras, mas nada que eu não suportasse com prazer.

Apressei-me em direção a Sansa e toquei seu ombro, ela tremeu por impulso, mas depois estendeu sua mão para eu ajuda-la a se levantar.

Segurei seus pulsos e a tirei daquela bola de neve. Ela cambaleou um pouco quando se ergueu, sabia que suas pernas deviam estar como as minhas.

– Precisamos correr, Sansa. – falei sem tirar as mãos de seus pulsos, não iria demorar até Ramsay notasse sua ausência.

– Estou pronta. – afirmou respirando fundo, como se inspirasse forças para dentro de si.

Não disse mais nada, apenas soltei seus pulsos e apanhei uma de suas mãos na minha, entrelaçando nossos dedos com força e a puxando em uma corrida para salvar nossas vidas.

Corremos por longos minutos initerruptamente, adentrando cada vez mais na floresta coberta de neve. Nossos pés afundavam as vezes no branco macio, mas isso não diminuía nossa velocidade. Corremos por mais um tempo, até que Sansa me parou, segurando meu braço. Imediatamente congelei de medo por termos sido vistos, mas quando virei, estávamos sozinhos.

– Deixamos muitas pegadas. – ela disse ofegante e com os cabelos ainda mais bagunçados. Aquilo me distraia muito. – Não podemos ir em frente, eles vão nos rastrear até lá. Vamos pegar outro caminho.

– Qual a sua sugestão? – indaguei não vendo muitas alternativas que não deixassem pegadas.

– Vamos escorregar ali. – apontou para uma descida próxima. Parecia bem perigosa, mas já havíamos pulado de um lugar bem maior. E tinha como descer escorregando, era uma boa chance.

Caminhamos até a descida e apagamos cada pegada que deixamos até ela. Novamente segurei a mão dela firmemente e escorregamos ladeira abaixo até o chão congelado e duro.

Voltamos a correr por um longo tempo até que notamos que estava perto de anoitecer, não podíamos continuar correndo durante a noite no meio do inverno.

– Precisamos sair dos limites de Winterfell. – disse Sansa demonstrando mais desespero do que antes.

– Conseguiremos, Sansa. – falei apertando sua mão e ela me deu um olhar inseguro.

Caminhamos até uma arvore com raízes enormes e nos sentamos abaixo delas. Conseguiríamos nos esconder ali de qualquer um que entrasse na floresta. Sentamos lado a lado, encostando-se à madeira e abraçando os joelhos para nos aquecer. Não podíamos acender uma fogueira, de forma alguma.

– Obrigada. – disse Sansa deixando-me surpreso. Ela se virou para mim, seus olhos lacrimejados e os cabelos emaranhados.

– Eu não sou digno de nenhum tipo de agradecimento. – abaixei o olhar me sentindo envergonhado. Como pude ficar assistindo ela ser torturada daquela forma?! Como pude deixar que... Minha garganta secou.

– Nós dois sofremos nas mãos dele, Theon. – algumas lembranças voltaram a mente e senti um arrepio na espinha. – Você mais do que eu.

– Não justifica nada. Eu mereci cada... – minha língua travou. – O que ele fez com você é imperdoável, e eu... E eu só fiquei ali... Olhando. – senti meus olhos arderem e meus pulsos se fecharem em puro ódio.

– Eu o odeio mais do que qualquer pessoa. – a voz de Sansa estava carregada de emoções misturadas, raiva, tristeza, dor, fúria. Ela estava prestes a explodir. – Por que Theon, por que... – lágrimas começaram a correr por seu rosto. Elas pingavam em seu vestido, e eu sentia cada parte de mim se contorcer. – Por que tenho que ter tantos monstros na minha vida... – ela fungou e soluçou – Primeiro Joffrey, depois quando me atacaram em King’s Landing... – ela parou e ficou apenas chorando, e aquilo me matava.

– O que Joffrey fez com você? – eu me odiava por perguntar isso agora, mas eu precisava saber, não conseguia suportar ficar imaginando.

– Ele matou meu pai! – cuspiu com puro ódio – Ele me forçou a casar, mandou me bater, mandou que rasgassem minha roupa. – ela engoliu – Que ele queime no inferno! – senti que aquelas palavras estavam consumindo-a.

– Queimará. – afirmei e nossos olhares se encontraram de novo. Duas almas perdidas e cheias de dor e sofrimento. – Eu farei de tudo para que fique salva e seja feliz, Sansa. Darei minha vida para que encontre paz nesse mundo maldito. – minha voz saiu tão confiante que quase não a reconheci, estava acostumado com o tom de cachorro obediente e medroso.

– Você não precisa, Theon. – ela se acalmou e sua voz ficou pacifica.

– Eu quero. – afirmei sem hesitar. – Sansa, eu te conheço desde criança. Lembro-me da pequena ruiva que sonhava e brincava por Winterfell, sempre com um sorriso. – ela sorriu brevemente e eu também – E agora me mata por dentro ver como foi seu caminho até se tornar adulta. Não deveria ter sido assim! Eles mataram seus sonhos, mataram a garotinha. – ela deixou as lágrimas escorrerem novamente – Mas não tem que ser assim para sempre, eu posso finalmente fazer a diferença com minha vida inútil. Posso finalmente fazer algo humano e verdadeiro por alguém. E você me deu forças para sair daquele inferno, você é minha salvadora.

– Eu não me lembro da última vez que alguém se importou tanto comigo. – ela chorava muito e eu não sabia se era pelo que tinha dito ou pelo seu sofrimento.

– Eu prometo que assim que estiver feliz e segura, eu irei deixa-la em paz. – não iria ficar perturbando-a para sempre.

Sansa parou de chorar aos poucos e respirou fundo. Enxugou seu rosto com as mangas do vestido escuro e colocou um pouco do cabelo para trás, deixando seu rosto totalmente exposto. Ela colocou sua mão sobre a minha, e aquilo me fez sentir uma corrente elétrica que percorreu todo meu corpo. Era um toque diferente.

– Antes, tem algo que eu nunca consegui e gostaria de tentar agora. – seu rosto estava corado e eu sentia o meu queimar um pouco.

– Qualquer coisa. – assenti.

Sansa desviou o olhar um pouco e parecia estar se concentrando para fazer algo. Ela voltou a olhar para mim e foi aproximando seu rosto devagar, foi como se assistisse cada simples movimento daquele instante.

Quando seu rosto ficou tão perto que podia sentir sua respiração, senti como se estivesse revivendo aos poucos, meu corpo se aqueceu e senti novamente a esperança crescer em mim.

– Sansa... – murmurei, mas ela me impediu fazendo um gesto de negação com a cabeça.

Quando nossos lábios se tocaram senti todo meu medo e sofrimento evaporar. Eu quase podia dizer que aquele era um lindo dia de verão, onde havia vida e felicidade ao nosso redor. O mundo voltou a ter brilho, como se tudo se encaixasse em seu devido lugar. Não existia mais opressores, ali éramos parte de um mundo perfeito.

Eu finalmente tinha uma razão para viver. Eu finalmente queria de todo coração apenas viver.

– Então isso é um beijo de verdade. – ela murmurou enquanto nos separávamos.

– Tenho certeza que sim. – sentia-me envergonhado de uma forma diferente, agora era apenas um rapaz tímido que não sabia agir depois do primeiro beijo.

– Vai ser difícil, Theon. – ela me encarava séria enquanto apertava minha mão – Mas vamos sair disso, vamos encontrar nossa paz.

– Nem que isso custe a minha vida. Eu prometo.


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Notas finais do capítulo

E AÍ, GOSTARAM? *--------------------*
THEONSA FOREVER