Tema: A Hospedeira

Shipper: Melanie Stryder e Ian “O” Shea

Clichê

Clichê. Essa palavra era a definição da minha vida. Eu vivia em um lugar comum com a minha família comum, fazia coisas de adolescentes comuns, já namorei garotas comuns. Minha vida era normal demais que duvido que alguém gostaria de viver ela, á não ser eu mesmo. Tudo era tão simples e comum até o dia em que eles chegaram em nosso mundo e nos mudarão.

As almas dominaram o corpo de meus familiares, de meus amigos e de minhas exs-namoradas. O mais irônico é que eu, Ian “O” Shea e meu irmão conseguimos fugir dessa guerra que parece que não tem fim.

Conseguimos achar outros sobreviventes e estamos em um abrigo, que digo que é até inusitado. Estamos em uma caverna que tem casas e até colheita para nos sustentarmos. É um lugar agradável.

O único problema nesse lugar são duas pessoas: Peg, a alma que dominou o corpo de Melanie Stryder, uma garota que eu comecei a gostar dês da primeira vez que a olhei.

Peg se apaixonou por mim e eu por ela, mesmo ela sendo Melanie. Mas conseguiram tirar a alma de Peregrina do corpo de minha velha amada e colocaram no corpo de outra garota.

E eu não consigo descobrir quem eu amo até agora.

Deixei meus pensamentos de lado e levanto de minha cama que está toda bagunçada por causa de meus novos pesadelos com Mel.

Esquece Ian, esquece disso. Esquece delas e vai viver sua vida que não é mais clichê.

Quando coloquei minha cabeça para fora percebi que ainda estava de madrugada, então pensei em sair um pouco da caverna e olhar para as estrelas se tiver sorte.

Peguei um casaco e sai de minha casa e da caverna.

(...)

O lugar estava calmo com apenas a luz do luar refletindo em meu rosto. A noite não estava muito estrelada mas dava pro gasto.

Me sentei silenciosamente olhando para as estrelas. Tudo estava tão calmo e em paz até perceber que minha respiração estava muito acelerada.

Me levantei assustado e percebi que não era minha respiração e sim de outra pessoa.

Percebi que ela também estava sentada mas em outro local da caverna, então, segui sua respiração.

A respiração ficava mais ofegante a cada minuto, até parecia que ela acabará de correr uma maratona ou coisa parecida.

Quando cheguei perto da respiração vi que era uma garota de cabelos castanhos escuros usando um vestido branco que a deixava mais bonita.

– Melanie. – Sussurrei meio envergonhado.

A garota se virou rapidamente, assustada com minha presença.

– O que está fazendo aqui? – Perguntou ela apreensiva.

Engoli em seco e comecei a pensar em várias formas de responder sem parecer um bobo.

– Insônia. – Disse gaguejando. Meu deus isso soou como mentira.

– Sério? – Disse ela arregalando seus olhos. Como eu adorava aqueles olhos.

– Sério.

Ela olha pro chão por alguns minutos e eu faço o mesmo sem saber o que falar.

– Bom, acho que eu vou voltar a dormir. – Diz ela se pronunciando novamente.

Ela corre para o lado tentando fugir mas acabei a segurando. Ficamos por segundos juntos, encostando nariz com nariz. Ela se afastou e ficou contemplando meu rosto e acabou se afastando cada vez mais e acabou tropeçando em alguma pedra e quase caiu do penhasco mas eu estava lá.

Senti seus olhos arregalarem, senti seu coração bater acelerado, senti sua boca pronunciar meu nome como se eu fosse seu bote salva-vidas.

Por um tempo me peguei olhando para seus olhos e ela para o meu e de repente ela me abraçou. Seus braços me seguravam em meu quadril com muita força.

– Não me solte nunca mais. – Sussurrou a garota em meus ouvidos. Essa palavra poderia ser comum para qualquer garoto mas para mim, chegava a ser um alívio.

– Nunca irei te soltar, Melanie.

Ficamos abraçados vários minutos, ainda podia sentir a respiração ofegante da garota mas também podia sentir ela se aconchegando em meu braço.

Tirei seu rosto de meu braço e comecei a acariciar seus cabelos e elas os meus.

– Você é diferente.

– Sério?

– Sim.

– Eu me julgava por ser clichê demais.

Melanie me puxou para baixo e começou a me beijar. Fiquei surpreso com seu gesto mas foi um alívio sentir seu hálito de hortelã em minha boca.

Nos separamos um pouco e ela voltou a sorrir.

– O que foi? – Perguntei com uma pitada de curiosidade em minha voz.

– Nunca quis tanto um clichê em minha vida.