Lisbon estava com sua arma apontada no alvo e os dedos, levemente, pressionando o gatilho. Jane corria e, lá de trás, implorava ''Lisbon, não!''. Mas parece que ele havia chegado tarde demais, porque sentiu seu coração parar de baterao ouvir três disparos da Calibre 39 de Lisbon. Ela havia se ajoelhado próximo ao corpo e Jane, ao chegar, se ajoelhou também.

Lisbon: Jane, eu sinto muito.

Jane: Lisbon, o que foi que você fez...

Jane observava o corpo se indagando como Lisbon havia chegado àquela situação. Logo, começou a passar um ''filme'' dentro de sua cabeça, onde ele tentou reviver tudo que havia passado naquela manhã chuvosa de domingo...

13 HORAS ANTES

Ainda era madrugada quando Lisbon bateu na porta do hotel onde Jane estava hospedado. Ela estava de camisola. Sim, ela havia saído de casa com suas roupas de dormir. Jane abriu a porta e se assustou.

Jane: Lisbon? O que está fazendo aqui?

Lisbon: Tenho boas notícias! -Jane estranhou o jeito como Lisbon estava apresentada.

Jane: Lisbon, você...você está bêbada?

De fato, Lisbon estava à ponto de entrar em um coma alcoólico de tanta bebida que havia ingerido.

Lisbon: Eu? Bêbada? Jane, meu amor, você me conhece muito bem, não é mesmo? Eu tenho uma coisinha pra te mostrar...

Jane: Antes, entre. Você deve estar com frio.

Jane lhe deu roupas mais quentes e um pouco de chá. Lisbon abriu o notebook que havia levado, e entrou em um site de notícias. No site havia a manchete:

''O, tão temido, serial killer Red John foi, finalmente capturado pela Agência de Investigação da Califórnia!''

Jane: Mas que palhaçada é essa? Lisbon deu uma gargalhada, como se a situação fosse hilária.

Lisbon: Pegamos Red John!

Jane: Chega de piadas, Lisbon. Me explique o que está acontecendo!

Lisbon estava rolando na cama de Jane, e não parava de rir. Estava irreconhecivelmente bêbada. Ele achou melhor fazê-la dormir e voltar a exigir explicações quando ela estivesse sóbria.

NOVE HORAS DA MANHÃ

Lisbon acordou e aos poucos abria os olhos. A dor de cabeça era insuportável, mas não a impediu de gritar quando viu Patrick Jane do seu lado.

Lisbon: Saia daqui! O que está fazendo na minha casa...na minha cama? -Jane não conseguiu segurar o riso.

Jane: Primeiro, você está na MINHA ''casa''. Segundo, você está na MINHA cama. Terceiro, pare de gritar porque essa noite eu não dormi direito por sua causa.

Lisbon se levantou e observou a cena ao seu redor. Ela pôs uma das mãos na testa e tentou se lembrar do que havia feito naquela madrugada. Ela tinha muitas perguntas para fazer. Mas só conseguiu pensar em dizer ''Oque está acontecendo?'' Jane ficou sério, novamente e pegou o notebook de Lisbon.

Lisbon: O que você está fazendo com meu notebook?

Jane: Foi você quem trouxe..

Lisbon: Eu trouxe? E porque eu dormi na sua cama? Jane, você quer me explicar...

Jane mostrou o site de notícias ,com a manchete sobre Red John, para Lisbon. Ela começou a entender o que estava acontecendo.

Jane: Lisbon, o que é isso?

Lisbon: Eu criei isso..

Jane: Você o que? Me diz que você não fez isso.

Lisbon: Jane, dessa vez não vai falhar. Esse será nosso último plano para pegar esse bastardo! Eu juro.

Jane: Não, não, não, não! Lisbon, não...

Lisbon: Jane, preste atenção: nós iremos declarar que já temos Red John e todos vão pensar que ele fracassou. Como você acha que Red John vai provar que está vivo? Matando pessoas, ora! E quando ele tiver sua próxima vítima, nós iremos pegá-lo de verdade...

Jane: Lisbon, não! Temos que esperar que ele faça outras vítimas? Nós nem saberemos quem será seu próximo alvo. Por favor ,Lisbon, não faça isso

Lisbon: Tudo bem, tudobem...vou dizer que foi engano. Mas fique sabendo, esse plano tem tudo para dar certo.

Jane: É melhor assim.

Lisbon: Agora eu tenho que ir. -Lisbon percebeu que estava de camisola e com a blusa de frio de Jane. Ela começou a encará-lo. Jane percebeu que ela estava tentando engolir algumas palavras.

Jane: Pergunte, Lisbon...

Lisbon: O que? Do que você está falando? Não tenho nada a perguntar. -Ele riu.

Jane: Não, Lisbon, nós não fizemos nada demais aqui. Você apenasdormiu aqui...Pode ficar tranquila. -Ela suspirou aliviada.

11 HORAS DA MANHÃ

Jane, Lisbon e sua equipe estavam no CBI, quando receberam uma ligação do procurador geral. Lisbon atendeu e começou a tremer. Quando o telefone desligou Jane queria saber o que havia a deixado assustada daquele jeito.

Jane: O que aconteceu?

Lisbon: Foi tarde demais, Jane...

Jane: O que aconteceu? Diga!

Lisbon: Foi Red John. Ele atacou de novo.

Jane: Eu sabia! Sabia que isso ia acontecer.

Foram todos para o local do assassinato. Era uma casa grande e luxuosa, com três andares. Por alguma razão estúpida, Jane sentia falta de Brett Partridge presente nos casos de Red John. Ele observava o cadáver atentamente até encontrar um envelope. Havia uma mensagem na parte exterior do envelope: ''Para Patrick Jane'' dizia. Jane sentiu uma massa de ar fria circular rapidamente por todo seu corpo. Ele abriu o envelope. Dentro do envelope havia um folheto daVisualize e um bilhete escrito: ''Que a guerra comece!''

Jane saiu correndo e Lisbon tentava alcançá-lo.

Lisbon: Jane o que aconteceu? -Jane não respondeu, apenas entregou o envelope á ela. -Mas o que é isso?

Jane: Você já sabe... -Ele estava estressado.

Lisbon: Jane, me espere. Aonde você está indo? Jane...

Jane: Fique aqui. Eu cuido disso sozinho.

Jane entrou no carro e foi direto para a Visualize. Lisbon ficou lá sem saber exatamente o que fazer. Ela entrou na casa novamente em busca de mais pistas sobre o caso.

Ao chegar na Visualize, Patrick não parecia estar dentro si. Empurrava cada pessoa ou objeto que bloqueasse seu caminho. Subiu as escadas porque não estava com a menor paciência de esperar o elevador. Quando finalmente chegou ao segundo andar, abriu a segunda porta do corredor e deu de cara com Bret Stiles. De repente, toda adrenalina, toda velocidade, toda ansiedade parecia ter sumido. Agora havia serenidade. Jane estava tranquilo e parecia ter consciência do que estava fazendo.

Bret: A que devo a honra de sua visita, Patrick? -Jane sorriu maliciosamente. - Você acha mesmo que eu não sei o que você está escondendo aí? Vamos, me mostre o que você trouxe para mim...

Jane moveu suas mãos, que estavam escondidas por trás de suas costas. Ele segurava uma faca.

Bret: Uma faca, Patrick? -Houve alguns segundos de silêncio. -Então vamos, use-a... -Jane não hesitou em lançar aquela faca, perfeitamente no coração de Bret. Ele caiu. Enquanto caia, tentava pegar um pouco de ar. Mas Stiles abriu mão de alguns segundos de ar para poder mandar uma última mensagem a Patrick Jane.

Bret: Ótimo! Mas, lamento te desapontar...Você cometeu mais um equívoco. Vai acabar perdendo Lisbon de vez.

Jane: Lisbon não tem nada a ver com isso.

Bret: Ah, ela tem sim! Quem você REALMENTE procura, está com ela. Mas tome cuidado! ELE pode não ser tão generoso dessa vez. -Jane deu um passo para trás. Então Bret não era Red John. O verdadeiro Red John estava com Lisbon..novamente!

Jane: Desgraçado.

Bret: Quando se encontrar com ele, diga que me orgulho de...de...de...- E essas foram as últimas palavras de Bret Stiles, antes de começar a cuspir sangue violentamente.

Mas se Bret Stiles não era Red John, quem poderia ser? Jane só pensava em voltar para onde estava e encontrar Lisbon. Quando entrou no seu carro, começou a refletir sobre o que estava acontecendo. Ele havia encontrado um folheto da Visualize naquele corpo...se não era Bret Stiles, que outra pessoa de sua lista estaria envolvida com o culto?

Quando Jane chegou, correu por toda a casa procurando Lisbon. Ele perguntou para todos os peritos que ainda estavam averiguando a casa. Um deles afirmou ter visto Lisbon indo até os fundos da casa com um ex-agente do CBI chamado Ray. Jane correu. Ah, como correu! Quando estava chegando no quintal dos fundos, só conseguiu enxergar Lisbon apontando uma arma para alguém. Ele já imaginava o pior, então gritava ''Lisbon, não!'' . De repente, ele parou de correr e tentou checar se seu coração ainda batia firme e forte, como sempre. Droga, ela tirou! Lisbon havia atirado. Ele se ajoelhou perto do corpo de Ray Haffner.

Lisbon: Jane,e sinto muito.

Jane: Lisbon, o que foi que você fez? - Ele se levantou e ela o abraçou. Por algum motivo ele não correspondeu o abraço.

Lisbon: Jane o que foi?

Jane: Era pra ter sido eu...

Lisbon: O que?

Jane: Eu, Lisbon, eu! Eu tinha que matá-lo, você sabia disso!

Lisbon: Eu acabei de me livrar do homem que matou sua família e você só pensa na sua estúpida vingança?

Jane: Você sabe como isso era importante pra mim...

Lisbon: DE NADA!

Algumas horas depois, chegou uma ambulância e levou Ray para o hospital. Jane estranhou aquela cena.

Jane: Porque estão levando ele para o hospital? Ele não está morto?

Lisbon: Ele não..está morto, Jane. Não está...

Jane: Mas você não o matou?

Lisbon: Não, eu atirei nas pernas dele, para me defender. Só isso.

Jane: Então eu...

Lisbon: Não, você não vai matá-lo.

Jane: Lisbon você não vai me impedir!

Lisbon: Você sabe que se fazer isso, eu terei que tomar medidas drásticas..

Jane: Vai fazer o que? Me despedir? Me prender? Vai em frente.

Mas Lisbon não deixou que Jane concluísse sua vingança. No hospital, a equipe toda estava acompanhando a recuperação de Ray. Jane puxou Lisbon para uma conversa.

Jane: Eu não queria ter brigado com você..de novo. Você sabe que gosto de você. É que...minha família...você sabe..-Jane começou a chorar e Lisbon já não aguentava mais aquilo. Ela abriu sua bolsa e tirou uma espécie de estilete.

Lisbon: Vai em frente!

Jane: O que...?

Lisbon: Termine o que eu comecei..- Ela entregou o estilete a ele e ele entrou no quarto onde Ray estava internado. Lisbon ficou do lado de fora vigiando a passagem dos médicos e enfermeiros. Meia horas depois Jane saiu e Lisbon o abraçou o mais forte que pôde.

Lisbon: Eu tenho uma coisa para te entregar.

Jane: O que é?- Lisbon estava devolvendo o anel que Jane havia lhe dado.

Lisbon: Agora que conseguimos pegá-lo, não precisaremos mais disso.

Jane: Quem disse que não?

Lisbon: Bom..isso fazia parte de um plano para pegarmos Red John e....

Jane: SHHH! Não diga esse nome, nunca mais. Eu queria dar outra utilidade a esse anel, o que acha?

Lisbon: Não estou entendendo...

Jane: Case-se comigo, Lisbon. -Ela riu.

Lisbon: Jane, você não precisa mais...- Patrick a calou com um beijo, que foi rápido porém quente e aconchegante.

Jane: Eu estou falando sério, Lisbon. Case-se comigo?

Lisbon: Você sabe que vou ter que te prender não é? -Ela brincou.

Jane: Faça o que quiser de mim.

Lisbon: Então tudo bem. Patrick Jane, eu aceito me casar com você.