– Tenho certeza que Henry ficará contente

Ouvi a voz do meu pai no meu quarto fazendo-me acordar.. sair em busca do som que acabara de ouvir

– Porquê vou ficar contente, já sei mamãe vai vim me buscar hoje né! - Falo ao contrário do que ele acharia, mais viagens, cansaços, feliz apenas por rever minha mãe depois de 1 mês, mas não era nada de mais! já tinha me acostumado.

– Ela não só vem, vem para ficar - Pulei de alegria no colo do meu pai

– Sério? - Gritei de felicidades

– Sim! - Responde

– Agora eu não preciso ta viajando tanto... finalmente.

POV. Grace

Papa foi pegar seus chapéus que estava no depósito que havia deixado 6 anos atrás, e por incrível que pareça, estavam intactos.

Com espaço suficiente em casa ele pode retomar sua loja que tanto almejava desde sempre, adorava vê-lo sorrindo e o ajudei arrumar tudo.

– Pronto, agora ta na hora de você se arrumar né - Bufei, tinha esquecido daquela escola, eu amo estudar, porém prefiro mil vezes ficar em casa com meu papa cuidando da loja

– Ta certo - Vou para o banheiro, papa me acompanha fazendo cócegas quando percebe meu desanimo, não aguento e caio na gargalhada - Ta booom - Tento conter os risos e entro

Chegando na escola, o mesmo que ontem, meu lugar já era certo, perto de Lucy.. acho que arrumei uma nova amiga, conversamos pouco, eu tentava prestar atenção enquanto ela me perguntava sobre o passado, onde eu morava e tudo isso, não falei sobre a repercussão da Leucemia em minha vida.. prefiro não tocar nesse assunto!

Já no intervalo, eu peço para que ela me acompanhe, para lancharmos juntas, porém me chama para sentar-se com seus outros colegas, me recuso! preferindo ficar sozinha.

Eu estava lá sentada em um lugar meio que isolado, até sentir uma sensação novamente que alguém estava me observando, dou uma virada com os olhares e cruzo com uns olhos castanhos escuro, era aquele mesmo garoto de ontem, não o ruivo, mas o outro que eu conversei um pouco sem sequer saber o nome do garoto. Afinal o que ele queria?

O sinal toca e vamos em direção a saída da escola, o vejo no corredor e corro ao seu encontro.

– Hey - O chamo, fazendo-o virar e parar - Oi

– Oi - Corresponde o sorriso

– Eu.. nem sei seu nome!

– Desculpa, é que estou com pressa - Ele sai correndo, fico um pouco sem entender o menino saiu tão as pessas que parecia que o mundo ia acabar.

Saiu da escola e vejo ele abraçando uma loira com uma criança no colo, um abraço muito apertado, parecia que não se viam nunca, como um primeiro encontro! me aproximei para esperar sentada pelo meu pai

– Vamos Henry - Escuto um grito de um homem soar bem longe, procuro essa voz e encontro, era um cara chamando o garoto que eu conversava, mas peraê HENRY? será ele mesmo? nossa. Meu papa chega buzinando na porta.

Passo por eles e a mulher que tinha acabado de abraçar o garota me acompanha com os olhos

POV. Henry

Avisto Grace indo embora, coitada eu mal falei com ela.. estava tao apressado em ver minha mãe e esqueci totalmente.

– Xau Grace - Grito de longe e ela sorri

– Espera ai! o nome dessa garotinha é Grace? - Minha mãe fica curiosa - É ela mesmo - Emma sai rapidamente atrás da menina que dando as costas vai entrando no carro

– Mãe - Grito e corro

– GRACE! - A menina para o que estava fazendo e com a criança no colo põe no chão e a abraça - Grace - Repete o nome

A garota sem entender nada, tenta corresponder vagarosamente

– Oi? - Fica constrangida

– Não lembra de mim não é mesmo!

– Deveria?

– Cadê seu pai - Avistamos um homem sair do carro, minha mãe logo arregala os olhos

– Emma!? - O homem solta o nome da minha mãe, mas como assim não estava entendendo nada - EMMA - Grita - O que houve com você

– Olha é uma história bem longa viu! mas Grace está tão grande, meu Deus eu nem a reconheci

– Mas, você não estava em Boston?

– Então quer dizer que recebeu minhas cartas e não correspondia?

– Não, eu te enviei uma antes dizendo que estava viajando e não dava pra manter contato, porquê nem casa eu tinha mais, dormia, comia nos hospitáis

– Nossa, acho que a carta chegou depois que eu me mudei

– Eu nem acredito o que o destino fez com a gente - Precisava de explicações, puxo a manga da minha mãe.

– Henry - O homem vem e bagunça meus cabelos - Então Grace, esse é o Henry - Fala se dirigindo a garota

– Eu percebi - Ela da um sorriso pra mim - Por isso te achava tão familiar

– O que nós somos? - Eu me pronuncio

– Meio-irmão - O homem responde - Sou Jefferson, não deve se lembrar mesmo de mim né!

– Não, sinto muito

– Sem problemas - Ele parece bem aliviado

– Eu estou sem reação Emma, tantos anos, e quem é essa garotinha? - Fala apontando para minha irmã de 5 anos ao meu lado de mãos dadas.

Mamãe da um sorriso de orelha a orelha

– É o que estou pensando? - Mas o que ele está pensando?

– Sim - Ela pega Susy no colo - Eu te mandei uma carta dizendo

Jefferson se aproxima e enche os olhos de lágrimas

– Oi garotinha - Ele pega em sua mão - Como ela se chama?

– Susy!

– Linda.

Fim Pov. Henry

Emma e Jefferson se explicam para os meninos e Susy, o fruto do amor entre eles, se mantém em silêncio.