Não resisti ao impulso e olhei para o Axel algumas vezes. Em todas as vezes em que eu o olhei, ele estava me olhando e isso me deixou intrigada. Por que ele fazia aquilo? Por que ele implicava tanto comigo? 

A aula havia terminado. Eu adorei a Srta. Miller, ela era o tipo de professora com quem eu me daria bem. Ia saindo da sala quando o Axel me parou:

- Isabela, boa sorte na rua próxima aula. - ele sorriu. 

- Vai embora! - disse. 

- Calma, garota! Eu só te desejei boa sorte. - ele levantou os braços.

- Vindo de você, a boa sorte vai se tornar outra coisa... - ponderei. 

- Qual é, Isa? Quer dizer que eu não posso falar nada agora? - ele falou meio irritado. 

- Axel, você NUNCA falou educadamente comigo. Sempre veio com piadinhas bobas e brincadeiras. O que você acha de eu estar estranhando? - disse e, antes dele responder, sai à procura da sala. 

Não estava achando a sala, até que vi o Léon:

- Léon, oi! - chamei. 

- Isabela, oi! - ele sorriu, aquele sorriso lindo de quando me ajudou mais cedo. 

- É... - eu fiquei com vergonha de perguntar, de novo. 

- Não tá encontrando a sala de novo, não é? - ele abriu ainda mais o sorriso. 

- Pois é. Primeiro dia tá bem difícil para mim! - sorri timidamente. 

- Qual sua próxima aula? -perguntou. 

- Auras de magia. 

- A minha também. Vamos juntos! - ele sorriu e não pude deixar de sorrir também. 

Assim que chegamos na sala avistei a Mia. Ela me viu também e andou na minha direção.

- Léon, essa é a Mia. Minha melhor amiga! - apresentei. - Mia, esse é o cara que me mostra como encontrar minhas salas, Léon. – eles sorriram um para o outro.

- Prazer. – Mia disse.

- O prazer é todo meu! – ele sorriu para a Mia e eu notei que tinha rolado um clima ai.

- Então, vamos para aula? – disse.

- Sim.

Léon se sentou com um garoto e eu me sentei com a Mia.

- Como foi sua primeira aula? – perguntei.

- Ah, legal. É bem legal saber que feitiço usar para se livrar de uma gárgula. Como se eu fosse encontrar uma gárgula. – Mia disse e uma garota se virou para ela.

- Garota, por acaso você é cega? – ela disse implicando. – Gárgulas estão em todos os lugares, é só se concentrar.

- Ok, obrigada. – Mia disse. A garota não respondeu e se virou. Metida. – Então, como foi a sua primeira aula Isa?

- Ah, bem legal. A Srta. Miller é bem legal. Foi sobre feitiços de defesa e poções.

- Conheceu alguém legal? Fora o Léon. – Mia me olhou.

- Só a Bianca, ela sentou comigo. E, o Axel ficou na mesma sala que eu.

- Sério? – ela ficou espantada.

- Pois é. Toda aquela história sobre eu ter uma aura de magia poderosa sabe, foi o Axel que me disse isso. Eu, não acredito em nada disso.

- Mas, e se o Axel tiver razão e você tiver mesmo uma aura poderosa? – Mia perguntou confusa.

- Eu não tenho uma aura poderosa. – disse.

- Ok, tudo bem. – Mia disse dando um fim naquele assunto.

Eu percebi que a Mia estava olhando bastante para o Léon e ele para ela. Ah, aquilo é tão fofo. Mas enfim... O professor chegou e colocou o seu nome no quadro. Sr. Levine. Aquele que me mandou a carta.

- Silêncio turma. – ele disse sério.

Todos nós ficamos quietos e ele começou a explicar. Não pediu para nenhum dos alunos novos se apresentarem. Acho que ele já nos conhecia, já que nos mandou as cartas.

Sua aula demorou anos para passar e, foi muito tediosa, não consegui fixar nada sobre a magia em volta das pessoas mas, uma parte me chamou atenção:

- ... Uma bruxa, só é totalmente poderosa quando existe uma aura muito forte sobre ela. Um tipo de aura que tenta repelir qualquer feitiço e que, se aperfeiçoada, consegue deixar o bruxo/bruxa sem sofrer nenhum atrito em batalhas. Poucos de nós conseguem ser assim, só existem dois bruxos desse tipo e, o segundo, é o escolhido que irá fazer grandes batalhas...

Ele disse e eu me assustei. O Axel falou que eu tinha essa aura poderosa e se... E se eu fosse essa escolhida?