Scarlet Blood I - One Last Heartbeat escrita por Léo Prime


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Hey, caros leitores
Só deixando essa nota aqui para dar uma explicação pela demora. É que, infelizmente, tivemos alguns pequenos contra tempos aqui em casa na última semana e, quando as coisas normalizaram... Bem, o pc deu problema.
Estou usando o note do meu tio agora para postar esse capítulo e, como dependo do note dele, não é sempre que poderei estar postando.
Agradeço pela compreensão e realmente sinto muito por fazê-los esperar!
;-]



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  Já fazia quatro dias que ninguém via Drew. Ele não ia à escola, não retornava os telefonemas, nem mesmo saia do quarto. Permaneceu lá trancado o tempo inteiro. Os pais não sabiam mais o que fazer. Se tentavam falar com o filho, ele dizia que estava tudo bem e os mandava embora. Quando tentaram arrombar a porta, ele teve um ataque de fúria do lado de dentro do quarto e eles cessaram.

  Essa foi a escolha de Drew, se isolar do resto do mundo. Primeiro porque se saísse para fora, estaria pondo a vida de pessoas em risco - inclusive pessoas que ele amava. Segundo, de fato, era literal dizer que ele não podia sair, afinal, a luz solar queimava sua pele.

  Porém, agora, Drew estava a ponto de desidratar. Estava mais fraco do que nunca estivera antes. Precisava de sangue. Mas, tinha prometido a si mesmo, jamais beberia aquilo de novo.

  ---

 - Oh, Lizzie, estou tão preocupada com Drew. Já fui lá incontáveis vezes essa semana, mas nada o tira do quarto.

 - Nós também fomos lá, Annie, mas ele não quer falar com ninguém... - Lizzie tinha uma clara preocuração na voz.

 - Que será que aconteceu, gente? - falou Kathy.

 - Bom, os pais dele me disseram que hoje entrariam naquele quarto, não importava o que Drew dissesse a eles. Vamos esperar para ver...

  ---

 - Andrew Carter! - gritou o pai. - Você vai abrir essa porta agora mesmo!

 - Vão embora! - a voz de Drew saiu tão fraca que pai quase não o escutou.

 - Já chega disso, Drew. Eu vou entrar aí!

  O pai de Drew pegou um martelo e bateu na maçaneta da porta com toda a força. Ela se arrebentou. Puxou a porta de leve.

  Ao entrar no quarto, o pai e a mãe viram que não havia nenhuma luz acesa ou cortinas abertas. Drew estava deitado de bruços na cama, despido, com apenas um lençol cobrindo sua cintura. Seu estado estava péssimo. Quando a mãe o viu, correu até o filho. Dava para se ver de longe que o garoto não estava nada bem.

 - Drew, o que houve meu filho?

 - Mãe - falou ele fracamente -, vá embora, por favor! Eu não quero machucar vocês... - Drew começou a chorar. - Eu sou um monstro agora, mãe, um monstro!

 - Não fale isso, meu filho! Jamais!

 - É verdade!

 - Venha, nós vamos te tirar desse quarto.

  A mãe começou a tentar levantar Drew, mas ele era muito pesado. Então, ela simplesmente colocou a cabeça dele em seu colo e começou a acariciar seus cabelos. Drew começou a chorar mais e abraçou a cintura da mãe. Ela pediu para que o pai trouxesse algo de comer para o garoto. Ele obedeceu.

  Quando o pai voltou, Drew se sentou, cobrindo suas “partes” com o lençol, e comeu. Contudo, sabia, não era daquilo que ele precisava, pois sua fome continuou tão intensa que parecia existir um enorme rombo em seu estômago.

  Com algum esforço, a mãe conseguiu convencê-lo de sair do quarto. Drew se enrolou no lençol e desceu para o andar de baixo. Quando a mãe o ajudava a descer a escada, repentinamente, um cheiro forte invadiu as narinas de Drew. Ele reconheceu o odor. Só o que conseguiu pensar foi em tentar correr de volta para o quarto. Seria inútil...

  Quando se deu conta, Drew já tinha soltado o lençol e voado em cima do corpo do pai. A mãe desceu as escadas desesperada e gritava por Drew, tentando tirá-lo de cima do homem. O garoto, ao terminar de sugar todo o sangue do pai, não conseguiu se controlar e atacou a mãe. Ele ainda tinha fome, precisava de só mais um pouquinho de sangue...

  Enquanto drenava o sangue de sua mãe, ele se deu conta do que estava acontecendo. Imediatamente, Drew soltou-a. A mulher desabou no chão, se contorcendo. Eram seus últimos instantes de vida. O sangue continuava a fluir do ferimento no pescoço. Os olhos dela estavam cheios de lágrimas e quando se encontraram com o olhar confuso e de puro pânico do filho, disse suas últimas palavras, fracamente.

 - O que você fez, Drew? Você é um monstro... - sussurrou.

  Assim, a mãe faleceu.

  Os olhos de Drew se encheram de lágrimas. Ele se ajoelhou ao lado do corpo da mãe. Tentou sacudí-la. Fez o mesmo com o pai. Tudo em vão. Estavam mortos. Mais do que nunca, Drew sentiu repulsa de si próprio.

  Ele correu para cozinha e pegou a faca mais afiada que tinham na casa. Cravou-a em seu coração, sem dó. De princípio, sentiu uma dor tremenda e viu sangue escorrendo pelo ferimento. Caiu de joelhos. Porém, no instante seguinte, a ferida começou a se fechar. Drew ficou atônito. Gritou e chorou de raiva. Ele tentou repetidas vezes. Enfiava a faca em seu corpo e fazia um corte em todo o peito ou em toda a barriga. Dilacerou sua própria garganta. Mas nada adiantou. Uma onda de fúria tomou seu corpo. A raiva que estava consumindo Drew o fez destruir tudo que viu a sua frente na casa.

  Parecia que um tornado havia passado pela sala e pela cozinha. Tudo estava pelo chão. Vidros estavam em caquinhos. Os eletrônicos e eletrodomésticos destruídos.

  Após esse ataque, Drew começou a chorar descontroladamente e correu de volta para onde estavam os corpos dos pais. Ele tinha se alimentado e sentia-se revigorado, mais forte do que jamais se sentira. Mas, em seu interior, o garoto estava completamente destruído. Suas forças tinham se dissipado. Ele despencou no chão, sobre a poça de sangue da mãe. E ali permaneceu, chorando sem cessar, até que, finalmente, adormeceu.


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