Katherine olhava com os olhos arregalados enquanto Mark agonizava pelo seu rosto ardendo.

-Me desculpe...eu só queria que você dissesse a verdade mas eu sou assim descontrolada.- Katherine ficou assustada, será que Mark ia atacá-la? 

-Você conseguiu.-ele se levantava devagar- Você descobriu quem eu sou.

-Eu vou embora.

-Não, por que você vai embora?

-Eu te joguei veneno no rosto, eu sou horrível e eu não devia mais estar aqui.

-Eu pensei que você estaria morrendo de medo de mim já que sabe que eu sou um lobisomem.

-Eu não me assusto com isso.

-Você sabe algo sobre coisas sobrenaturais?

-Digamos que eu já ouvi muitas lendas, que ficaram bem próximas de mim.

-Agora você apenas confirmou isso.

-É agora eu sei que lobisomem existe assim como vampiros e bruxas.

Mark parou de falar e subiu as escadas, ele tomava um banho e se arrumava enquanto lá em baixo Katherine ficava feliz por descobrir o que ele realmente ele era, ele parecia gostar dela então não ia machucá-la, Katherine ficou feliz pois sendo vampira ou não ela encontra uma maneira de ter pessoas a protegendo.

Ele desceu as escadas e fez um sinal com a cabeça chamando Katherine para a cozinha. Ela se levantou e foi.

-Eu nem sei por onde começar.- disse Mark

-Começar o que? 

-A contar tudo. Eu te devo uma explicação.

-Não, você não deve. Eu sou uma intrometida, eu sabia que você fazia alguma coisa e eu sou do tipo que vai até o fim para descobrir.

-Eu só queria dizer que nunca vou te machucar e nas noites que saio vou para as montanhas me prender em correntes, beber wolfsbane até que passe todo esse sofrimento de se transformar.

-Qual é a sensação disso?

-Se transformar é com certeza milhões de vezes pior que cólica-eles riram. Seus ossos se quebram, você senta o arder do seu corpo se mudando para uma forma animal, eu não gosto nem de falar pois sinto já a sensação de tudo.

-Me desculpe, isso é uma maldição certo? Nossa eu iria me matar, dor é algo que eu não consigo viver por muito tempo.

Mark mudou completamente o assunto e disse:

-Eu prometi te levar pra sair quando o seu tornozelo estivesse bom. Lembra?

-Eu lembro sim- Katherine sorriu.

-Vamos agora? 

-Eu preciso de um banho e roupa nova.

-Eu te espero.

-Vou tentar não demorar.

Katherine subiu as escadas e desconfiou o por quê dele convidar ela para sair naquele momento, ela tomou um banho e colocou um vestido azul escuro que achou nas roupas da ex-esposa de Mark, também colocou um belo sapato preto e algumas jóias em um porta-jóias que a mulher também tinha, Katherine se sentia mal por usar coisas de alguém morto mas eram as únicas roupas que ela podia usar no mundo. Ela desceu as escadas e Mark a olhou de baixo a cima com uma expressão muito boa, os dois saíram de casa entraram no carro ele não falou o lugar que iriam, o carro estava silencioso e corajosamente Katherine ligou o rádio e uma música agitada começou a tocar bem alto. Eles chegaram em um lago ele saiu do carro pegou uma mesa montável no porta-malas, montou rapidamente, pôs duas cadeiras, uma vela em cima da mesa, uma garrafa de vinho e alguns petiscos protos, Katherine ficou paralisada dentro do carro, não sabia o que fazer, ele foi rápido demais.

-Pode sair do carro!- ele gritou.

Katherine saiu e viu toda aquela mesinha montada, a luz de velas, ela sentou na cadeira rodeada de timidez. 

-Nossa, pra que tudo isso?

-É uma saída especial. 

-Você é muito bacana comigo, eu até estranho.

-Não precisa estranhar, eu sou assim, é meu jeito.- ele serviu Katherine de vinho. -Estou aqui para contar a minha história. Katherine ficou interessada.

-Há dez anos atras eu morava com minha esposa Lyne, ela era uma mulher simples, doce e boa até que um dia eu cheguei em casa e estava tudo escuro ouvi um barulho no quarto de cima e quando cheguei um vampiro estava a matando, eu fiquei sem reação, o vampiro pulou em cima de mim e eu tentei recuar ele me machucou levemente, eu puxei um abajur e o acertei no rosto. Eu desci as escadas atrás de algo que pudesse o matar de acordo com a lenda lida por meus pais era preciso uma estaca de madeira, eu quebrei o pé da mesa da sala de estar e quando ele desceu, astutamente, eu enfiei a estaca em seu peito. Ele morreu e eu subi para ver minha esposa e ela estava morta, naquele mesmo instante enquanto eu chorava algo se despertou em mim, eu senti algo forte dentro de mim como se um animal estivesse me devorando, dentes cresceram e eu fiquei descontrolado, de repente passou e eu não sabia o que aquilo queria dizer. No enterro de minha esposa lembrei de diários que meu pai tinha escrito e deixado para mim, ele disse para ler no momento certo e eu achei que fossem aqueles. Eu os li, eles falavam sobre a maldição do lobisomem que existia em minha família, ele explicava tudo que eu deveria saber, na minha primeira noite de transformação eu me descontrolei e matei três pessoas depois do transtorno da transformação eu me senti muito mal com aquilo e comecei a adotar o modo de me prender nas montanhas para poder me transformar sem ferir ninguém. Assim foi que aconteceu e até hoje eu vivo com essa maldição, aqui em Houma pude encontrar outro grupo de lobisomens que me acolheram e até hoje são meus amigos.

Katherine estava impressionada com a história, queria contar a sua mas se calou. 

-Meu Deus.!- ela exclamou.

-É isso, a verdadeira história.

-Que maluco, você sofreu muito.- Katherine levantou e o abraçou. Mark se sentia muito feliz com aquele abraço.

-Katherine eu queria te falar uma coisa, eu sei que é meio cedo para isso mas eu simplesmente não sei explicar o que eu quero eu estou até me embolando nas palavras eu só...- Mark a beijou.

-Era isso que queria me dizer?- ela ficou surpresa.

-Acho que o beijo falou por mim.

-Eu não respondi.- Katherine o beijou.