Sistema Calculado escrita por Sadah


Capítulo 11
ATO 11




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Acordo em um colchão no quarto de Anne e não me lembrando do que tinha acontecido na noite anterior de sexta. Eu olho para o meu lado e vejo Anne nua ao meu lado. Vou ao banheiro e vejo camisinhas boiando no vaso sanitário e na pia do camarim. Eu acordo ela e grito dizendo que ela não podia fazer aquilo comigo, ela me drogou! Sei disso, pois tinha um pote de pílulas azuis do lado da cama e algumas drogas. Filha da puta me drogou e me usou como objeto de lazer. Aquilo foi a gota d’agua.

- E você não gostou? –ela pergunta se levantando da cama e espreguiçando um pouco, ela sempre estava calma e tranquila em qualquer ocasião –vai me dize que você prefere um outro pênis, é?

Eu respondo que não, mas.... porra! Eu já tinha dito para ela sobre os meus traumas de adolescência em relação a amigas intimas. Ela não podia abusar da nossa intimidade assim!

Na minha adolescência eu tive muitas amigas mulheres, mas nunca tinha ficado com nenhuma delas até uma se declarar para mim, eu disse que só a queria como minha amiga do jeito que ela era e ela entendeu isso e levamos nossas vidas de boa. Eu sempre tive o receio de estragar alguma amizade assim, acho que Anne é o meu vício de vida. Eu a amo, mas ela esta no meu ramo da amizade, temo eu de quebrar com o brilho revolucionário de seus olhos se eu talvez começar a gostar de outra e ter que abandona-la.

Eu chego para ela e digo o que eu sinto por ela e que por isso eu não queria ficar com ela.

- Você acha que eu só amarei você é? – ela pergunta me olhando com um olhar seco, estilo aqueles olhares de mortos –eu também amarei outros caras, eu amo você como amigo também, mas se quiseres ficar comigo e depois namorar eu topo, mas fique sabendo que se eu começar  a sentir atração por outro saiba que eu vou lhe contar e continuarei te amando Jacob.

Depois de ter dito isso ela me abraçou e começou a me beijar de língua.

Nós desistimos de trabalhar como faxineiros ou garçons, passamos a oferecer serviços de faz tudo. Ganhávamos uma graninha boa para sobreviver, no inicio obvio que o nosso trabalho não rendia merda nenhuma, mas depois começamos a ser conhecidos pelos nobres como o “Serviço de Faztudo de Flowers Street” e começamos a ganhar uma boa grana.

Anne estava fumando seus cigarros em uma bela noite enquanto estava sentada em sua poltrona confortável, ela me chama varias vezes para que eu sentasse ao seu lado, eu estava escovando os meus dentes.

Ela pergunta para mim como tinha sido a minha vida antes de eu a ter conhecido.

Eu simplesmente respondo o que me lembro:

“eu era um moleque quieto, gostava de ler, jogar joguinhos e etc. só tinha o meu pai e o meu irmão Tailor, Taylor e eu vivíamos lutando e brincando um com o outro enquanto nosso pai ficava trancado em seu laboratório no sótão. Quando nós dois crescemos íamos a festas juntos, era a ordem do papai, vivíamos andando juntos, lutando juntos e etc. certa noite nós fomos a uma festa e lá eu experimentei jogar um jogo que era de bebidas, eu não tinha problemas com álcool, ou seja podia ganhar, mas ai depois de beber sei lá quantos copos de Ice com energético eu comecei a ficar bêbado. Não me lembro de nenhum detalhe daquela festa, só lembro que acordei em casa com uma mulher na minha cama e duas na cama de Taylor, eu tinha uma ressaca do inferno, eu peguei a câmera de Taylor que gostava de filmar as festas e vi todas as merdas que eu tinha feito: tinha bebido demais, brigado demais, ficado com muitas putas, vomitado horrores e etc. eu jogo a câmera de tanta raiva em qualquer lugar. Eu fui ver como estava o papai e o encontro com um buraco na cabeça e seu corpo jogado ao chão do laboratório em uma poça de sangue, seus experimentos todos destruídos e seus robôs todos quebrados.  O caso do meu pai foi guardado devido a falta de provas, nós dois o cremamos em uma sala de cremação. Restava eu tomar conta de Taylor e ele tomar conta de mim. Nós crescemos e seguimos os nossos rumos, Taylor foi para o exercito e eu virei detetive para pegar o assassino do meu pai. Minhas buscas resultaram em vários suspeitos. Cheguei a resolver cerca de 3.400 casos, fiz uma anotação longa relacionando-os eles todos chegaram ao culpado, o Sistema. Depois de ter lutado contra alguma coisa que me empedia de relacionar ao sistema eu sofri um apagão cerebral. Acordei com Anne no meu quarto e meus 3.400 casos riscados na minha casa toda.”

- Que historia de vida ein...- ela diz.

- A minha não é uma que nem a sua:

“Eu nasci e fui criada em uma casa de ricos, minha infância foi produtiva, mas minha adolescência foi meu renascimento, eu comecei a estudar sobre revoluções e sobre o sistema e descobri que eu não estava viva de verdade como eu achava, seria utilizada pelo sistema para acumular mais riquezas a custa de meu trabalho, compraria coisas que não me fariam me sentir melhor, seria uma simples pombinha que acreditava que estava viva em uma gaiola, vivendo para ser explorada. Eu entrei em uma depressão. Certo dia não havia ninguém em casa e eu fiquei sozinha, acendi o gás da minha cozinha, pesquisando formulas para se fazer napalm descobri varias coisas interessantes. Então acendi um fosforo e minha casa toda virou chamas e depois escombros. Eu sobrevivi, mas com todo aquele caos e desordem eu não me sentia arrazada vendo tudo aquilo queimando, me sentia feliz, renasci das cinzas. Eu fugi e decidi virar uma pessoa humilde trabalhando para se sustentar. Dormia em becos e outros lugares longe de minha casa, mas continuei com os meus princípios, queria fazer uma revolução espiritual par superar a revolução francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Eu comecei como faz tudo e fiquei indo e porta em porta até que cheguei na sua e ela estava meio aberta então... estamos aqui.”


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