Povs Angie

Acordamos e logo fomos para o Studio. O dia seria cheio. Com a chegada da semifinal do reality , os alunos precisariam de aulas mais reforçadas.

-Naty, pode vir até aqui na frente cantar a música que você está preparando? – disse isso e suspirei como “o dia apenas começou, acorda Angie.”.

E assim o dia passou. Todos cantaram, fizeram o que tinham que fazer de correções e ensaios e foram embora, descansar para a grande decisão de saber quem chegaria até a grande final. Violetta estava me esperando para poder leva-la pra casa.

- Será que eu consigo passar pra final tia?

- É obvio! Você foi muito bem na primeira audição, vai se dar bem pra próxima.

-tomara tia, dessa vez eu quero ganhar!

-Bom, está tudo arrumado. Vamos?

Fomos. Enquanto caminhávamos, lembrei pra onde eu estava indo. O que eu iria ter que enfrentar. Depois de dois meses, como estaria aqueles olhos castanhos? Seus braços músculos? Aquela boca que macia que me fazia tanta falta? Aquele cabelo baixo, aquele ciúmes descontrolado por Violetta ? Pensei em todos os seus detalhes. Coragem pra ir ? Na verdade eu não tinha, minhas pernas tremiam e eu estava gelada, mais tinha que leva-la, tinha prometido desde ontem, quando ela dormiu na minha casa.

Chegamos em frente a casa. Meu coração disparou e nunca tinha ficado tão nervosa como desta vez. Metade de mim dizia pra sair correndo e se trancar no quarto. Outra parte dizia “entre Angie, enfrente o amor da sua vida.” Minha escolha foi precisa. Precisava ntrar naquela casa e vê-lo , precisava ouvir qualquer coisa que ele dissesse , até mesmo um sermão por ter levado Violetta tarde. Precisava ver se realmente ele estava mal, como Violetta dizia.

-Angie ? Violetta disse estalando os dedos na frente do meu rosto. – Vamos entrar?

Respirei fundo, entrei.

A Casa não tinha mudado nada. Tinha apenas notado que as fotos em que eu estava que ficavam sobre a mesinha da sala não estavam mais. Me senti mal, logo as lagrimas já insistiam em sair. Estávamos subindo as escadas em direção ao quarto da Violetta quando escutamos uma voz. Era Germán e eu tive certeza quando aquela voz tão familiar disse:

- Violetta, é você?

Pov’s Germán

Já era tarde e estava preocupado com Violetta. Não liguei porque sabia que a semifinal do Reality estava chegando e ela precisaria ensaiar muito. Do meu escritório escuto a porta da sala se abrindo e rapidamente se fechando. Estranhei o fato de não escutar apenas uma pessoa andar, mais sim, duas. A segunda pessoa eu já sabia quem era. Podia perceber pela batida de seu salto. Fiquei nervoso, minhas mãos suadas e meu nervosismo faziam com que eu não conseguisse me controlar. Queria vê-la. Necessitava sentir seu cheiro, nem que fosse de longe. Depois de tanto tempo, minha vida não havia sido a mesma, não conseguia sorrir e trabalhar me distraia bastante. Por isso, me enfiei no escritório e ficava por horas. Enquanto estava lá, meus pensamentos eram outros. Até meu cansaço dizer “chega Germán” , e me fazer deitar na cama. Ai meus pensamentos iam se encaminhando até Angie. Arrumei uma desculpa para me direcionar à sala. Não daria nem pra perceber que era para procurar a minha Angie. Chamei Violetta, que já no segundo andar, sobre o corrimão se inclinou e disse:

- Cheguei pai !

Olhei para ela e logo atrás avistei Angie. Ela estava paralisada, apenas olhando meus olhos, sem desviar por um segundo. Eu também não queria que ela desviasse. Aqueles olhos continuavam o mesmo. Comecei a observa-la. Percebi que seu rosto havia se iluminado ao me ver. Senti que o meu também. Meu sorriso se abria um pouco a cada detalhe novo que observava naquela loira que tinha revolucionado a minha vida. Essa é a palavra certa. Revolução. Notei seu cabelo mais longo e liso. Onde estariam os seus cachos? Era extremamente notório a sua magreza. Estranhei seu rosto triste, que era tão feliz. Apenas uma coisa brilhava. Seus grandes olhos verdes.

Violetta saiu, percebeu o que estava acontecendo e precisava sair. Ainda bem. Assim que Violetta entrou no quarto, comecei a subir as escadas e ir em direção à Angie. Não tinha reação, não sabia o que fazer, não sabia o que dizer. Mas eu tive que dizer, com uma simples frase, o quanto o tempo tinha passado e nada entra a gente tinha mudado.

-Oi, quanto tempo né ?

- Pois é ..

- Como você esteve nesses últimos meses ?

- Bem, obrigada por perguntar. – ela disse e ficou em silencio como se não conseguisse falar nada, apenas olhar para mim.

Precisava dizer , estava engasgado e não conseguia mais segurar.

- Eu senti sua falta durante todo esse tempo.

Pov’s Angie.

Era Germán dizendo aquilo mesmo ? fiquei mais gelada e minhas mãos suavam cada vez mais , não sabia se evitava aquilo ou se deixava ele continuar. Optei por esperar ele terminar.

-Sabe, foi uma sensação horrível te ver saindo daquele teatro e não poder fazer nada a dois meses atrás. Minhas atitudes me fizeram pensar que você nunca me perdoaria. Estou te vendo assim, triste, e me sinto culpado. Queria que você voltasse pra esta casa, e que me fizesse feliz . Angie, volta pra esta casa, volta pra mim.