Percabeth No Tártaro escrita por Ane Castellan


Capítulo 1
Percabeth


Notas iniciais do capítulo

Primeira fanfic Percabeth, espero que gostem *OOOO*



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Meu corpo todo dói e sinto que minha cabeça pode explodir á qualquer momento.  Tudo está escuro e frio, como sempre. Consigo enxergar somente algumas rochas um pouco a minha frente, ou talvez muito a minha frente, meus sentidos não são tão apurados aqui em baixo, tudo é tão confuso. As rochas poderiam ser montanhas no horizonte ou estarem á alguns metros de distância que seria difícil de saber, e que diferença faria mesmo?
Annabeth está sentada em uma rocha próxima, não consigo vê-la em meio as sombras só ouço sua respiração ritmada  no silêncio mortal.
- Annabeth?  Vamos?- Fazia algum tempo que ela estava calada e eu começava a ficar preocupado. - Heey.
Escorreguei alguns centímetros para seu lado e passei um braço em volta de seus ombros.
- Acho melhor continuarmos andando.
- Pra onde Percy? - Disse com a voz embargada e percebi que ela estava chorando.
- Ei Annie, vai ficar tudo bem. - Disse com a voz calma e clara, tentando tranquiliza-la.

Percy se sentia um mentiroso toda vez que dizia algo parecido, nada mais fazia sentido. Haviam milhares de quilômetros de rochas frias e de escuridão, já tinham encontrado mais monstros do que achavam possível existir. Não sabiam qual caminho tomar, não sentiam fome, nem sede, nem sono. Será que estavam perdendo suas almas?  Caminhavam pela imensidão sombria o tempo todo, paravam algumas vezes para descansar, mas eles nem ao menos sabiam se isso fazia alguma diferença. Descansavam por horas, mas seus corpos permaneciam pesados, doloridos. Se agarravam á um fio de esperança, o que era a única coisa que tinham além de um ao outro.

- D-Desculpe Percy - Disse ela passando as mãos pelo rosto para tirar as lágrimas. - É que, ... é tão...
- Shh. - Me levantei e ofereci a mão para ajudar Annabeth. Assim que ela colocou um pouco de força no meu braço senti uma queimação no braço e fiz uma careta de dor. Estava escuro mas por sua expressão tenho certeza que Annabeth notou.

Já tínhamos voltado a andar a horas, e agora ouvíamos gemidos, choros, resmungos e súplicas vindo de todos os cantos. Alguns pareciam bem humanos e outros de monstros tão poderosos e velhos que  já haviam sido esquecidos há muito tempo.
- Para onde você acha que os monstros vão quando nós os matamos?  - Annabeth enroscou seu braço no meu enquanto fitava o chão.
- Bem, acho que eles devem surgir em outro lugar do tártaro. Não há muitas opções.
- E se nós morrermos aqui? Para onde acha que  vamos?
- Annabeth, sinceramente acho que nós não podemos morrer aqui. - Eu disse e ela permaneceu calada. - Se nós pudéssemos, já teríamos morrido á muito tempo.
Ela virou seu rosto em minha direção, e seus olhos cinzentos para o meu rosto. Seu rosto estava imundo, cheio de aranhões e feridas de batalha que demoravam a cicatrizar. É estranho como mudara tanto  desde a primeira vez que a vi. Agora seus olhos espelhavam tanta sabedoria, sofrimento e cansaço diferente daquela garotinha atrevida e curiosa. Nós havíamos visto os piores dia um do outro, Annabeth me vira chorando, gemendo de dor e mesmo não morrendo eu sabia que após derrotar alguns monstros eu estava estralhaçado. Tínhamos lutado lado a lado, sofrido juntos o tempo todo, nossa relação estava muito forte e ambos sabiam que dariam tudo um pelo outro.
- Peercy... - Sussurrou Annabeth arregalando os olhos.
Uma brisa fria passou por mim, congelando meus ossos e arrepiando meus pelos, apertei mais forte contracorrente na minha mão e fui lançado para frente voando pelos ares.
Apertei os olhos tentando decifrar a sombra que havia em cima de mim, vi asas gigantes e olhos que pareciam esmeraldas brilhando no rosto negro. O monstro soltou um ganido que fez meus ouvidos doerem, tinha lábios pretos e molhados como óleo, seus dentes saiam de sua boca em formatos grotescos e desalinhados, mas com certeza eram capazes de me picotar em pedacinhos. Seu bafo quente e úmido  vinha direto no meu rosto, forcei meu braço em baixo do monstro e consegui o empurrar com o braço para frente. Nunca tinha visto essa galinha gigante,  e pela expressão de  Annabeth ela muito menos. Me pus em pé com um salto, e me preparei para o próximo ataque do monstro. Ele deu uma volta a cima de nós voando e desceu em disparado em direção da Annabeth.
Annabeth estava pronta para deferir um golpe com sua adaga no monstro mas ele aterrissou suas patas com tanta força no peito dela que as duas voaram para dentro das sombras.
- Annabeth! - Corri o mais rápido que pude e deferi um golpe na asa da ave que havia caído ao lado de Annabeth, o que pareceu a deixar só mais brava. Virou para mim se esquecendo de Annabeth para meu alívio, e se atirou contra mim mordendo meu ombro. Seus dentes perfuraram minha pele, e eu sentia o veneno correndo pelo meu corpo. O monstro havia grudado em mim, eu batia nele, puxei suas penas e asas tentando me livrar da dor, não tinha como atacá-lo com a espada pois seu corpo estava em cima do meu, e a dor já extinguia minhas forças. Fiquei rodando em pé com o monstro grudado em mim como um carrapato  mutante gigantesco.
Annabeth cravou sua adaga na nuca do animal e veio descendo com a lâmina pelas costas do monstro, abrindo um enorme buraco onde escorria um óleo preto. Estava esperando que o monstro se desintegrasse mas isso aumentou mais ainda sua fúria, seus pés de galinha com super garras cortavam o ar em volta, chacoalhando loucamente, cortando minhas pernas infinitas vezes, Annabeth voou pelos ares com um golpe de sua asa. Os cortes queimavam, cravei meu punho loucamente na ave tentando me libertar e felizmente consegui.
Atirei o monstro contra as pedras do chão e comecei a cortar seu corpo loucamente com minha espada. Suas unhas e asas batiam no meu corpo, o monstro gemia, e eu loucamente deferia cada vez mais golpes. Meu cabelo estava grudado no meu rosto, sentia o sangue escorrer pela minha pele, cortava tudo a minha frente sem pensar, a  adrenalina tomando conta de mim e só parei quando o monstro se desintegrou em poeira e eu caí sobre os joelhos. Vi pelo canto dos olhos Annabeth tropeçando ao meu encontro, derrubei minha espada. Meu corpo doía muito, estava todo sujo de óleo preto, mas eu tinha certeza que metade da sujeira era meu próprio sangue.
Annie  sentou-se próxima a mim e eu me deixei cair sobre seu colo. Suas lágrimas caiam sobre mim, enquanto uma mão passava pelo meu rosto e a outra segurava sua adaga com força ao lado de seu corpo.
- Ei, estou tãoo ruim assim ? - Tossi e fechei os olhos. Sabia que em algum tempo ficaria melhor, mas estava me sentindo um lixo.
- Cala a boca cabeça de alga. - Ela disse baixo enquanto afagava meu cabelo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Pleaseeeeee, mandem reviews.
Beijoooooos e até mais ^^



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