Maldizes escrita por Arthur C


Capítulo 4
III: O Aniversário do Sr. Collins


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... Bom, ai está! Espero que gostem XD



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MALDIZES

CAPÍTULO TRÊS


Julia logo falou com Roger, sem Regina do lado, e eles conseguiram fechar um acordo. Roger iria apoiar Julia diante de qualquer situação, pelo que concordou, e se preciso, passaria por cima de sua própria família. Com o que Julia o “pagaria” ainda não se sabia.

– Bom... Então até a próxima. – Disse Julia para Roger. – Obrigado por ter aceitado.

Ela abriu um leve sorriso no rosto.

– De nada Julia. – Respondeu Roger enquanto levava-a a porta. – Espero ter ajudado e... Poder ajudar.

– Eu também. – Regina, a parceira prostituta de Roger, apareceu de fundo. – Tchau Regina!

Ela acenou.

Julia entrou no Chevy, apesar de tê-la batido uma certa vontade de visitiar Victor novamente, e voltou a Collinwood. O sol já estava se pondo quando lá chegou. Willie servia o jantar, desta vez estava bem refinado. Boa parte da mesa já estava cheia porém ainda haviam mais pratos para se botar. Ele agora vinha da cozinha com um apetitoso peru ao molho de laranja... Foi quando percebeu que Julia o estava observando, lamentou sua presença de leve com a cabeça e voltou à cozinha.

– O que você procura aqui, Dra. Hoffman? – Perguntou ele, enquanto colocava na mesa uma cheirosa torta de maçã francesa.

– É... – Começou ela. – Willie, o que vai acontecer aqui?

– Um jantar, como a senhora deve ter percebido. – Resmungou ele, querendo ignorá-la.

– Um jantar para quem? Informações completas por obséquio. – Retrucou Julia que parecia já ter essa resposta na ponta da língua.

– É o aniversário do Sr. Collins, ele irá oferecer um jantar para toda a cidade. – Willie suspirou. – Agora, se me dá licença...

Julia misturou seus sentimentos de repulsa e felicidade, sabia o que ia fazer. E sabia exatamente bem. Ela seguiu para o seu quarto, pôde perceber que Willie tinha trocado as luzes do sombrio corredor, pois estavam mais claras. Seu quarto estava do mesmo jeito que deixou quando saiu de casa mais cedo, Willie mal pisava lá para arrumá-lo. Julia tomou um banho demorado e maquiou-se rapidamente, retocou seu batom (extremamente vermelho) pela quinta vez, pôs seu vestido bordô com detalhes rosa e finalmente, seu sapato bico fino extravagantemente rosa. Deu uma voltinha para si mesma e começou a rir maliciosamente, talvez fosse porque seu plano estava chegando perto de tornar-se concluído.

Ela acendeu um cigarro calmamente e ficou fumando. Observou cada carro que ia chegando à residência e fazendo a volta na frente da casa. As pessoas foram entrando. Quando percebeu que ninguém mais viria, desceu. Ao chegar na sala de entrada e olhar para o seu lado direito pôde ver que Barnabas estava fazendo um breve discurso.

Julia deu passos rápidos até chegar atrás de Barnabas, ele continuava fazendo seu discurso totalmente medíocre apesar das pessoas olharem apenas para Julia.

– Ah, muito obrigado a todos vocês. – Disse ele depois de uma eternidade.

Quando ele ia sentando-se, ainda sem reparar em Julia, ela soltou:

– Parabéns pelos seus duzentos e quarenta e três anos, Barnabas!

Todos olharam espantados. Alguns começaram a fazer perguntas, meio perturbados talvez. “Mas que palhaçada é essa?” “O que ela quis dizer com isso?” “Como ele poderia ter duzentos e quarenta e três anos?”.

Julia fez questão de responder a última questão.

– Como ele poderia ter duzentos e quarenta e três anos? Fácil. Ele é um vampiro. – Começou ela dando um sorriso malicioso. – Professor Preston, confesso que estou admirada, logo o senhor! Que além de professor, estuda as possíveis criaturas sobrenaturais que podem existir na cidade, e de mesmo modo, não sabe distinguir um vampiro.

Mais vozes e perguntas ecoaram. “Como você sabe que ele é um vampiro?” “Você não pode afirmar sem ter certeza.” “Não existe vampiro!”.

– Ah, não?! – Desafiou Julia. – Olhem só para essa pele cinzenta de zumbi. E essas presas que ficam desenhadas nas bochechas?

– Julia, isso era para ser um segredo entre nós. – Disse Barnabas, sem alternativa.

– Que nós Barnabas? – Perguntou uma Julia indignada. – Não existe mais “nós”. Que coisa ridícula! Deve não estar se lembrando... Acho que sua idade, sua grande idade, aliás, pesa muito na sua memória. Não?

– Já chega Julia! - Exclamou uma mulher loira no fundo da sala de jantar.

– Realmente, já chega. Já chega eu passar mais tempo que ele nesta casa e você ainda acobertá-lo! Não é, Elizabeth? – Julia suspirou um pouco. – Já chega é para mim, que tenho de ver você ficar do lado de um vampiro aparentemente caduco, enquanto eu, sua melhor amiga em anos... Fico parada enquanto vocês tentam uma vingança contra mim.

Os convidados sentiram-se intrigados e comovidos ao mesmo tempo.

– Desculpe-me Julia, essa realmente não foi a minha intenção. – Respondeu Elizabeth pouco desconfortável com a situação.

– Mas foi o que fez. Se essa não fosse a intenção a teria revertido. Faça-me o favor, Elizabeth. – Retrucou Julia.

– Na verdade, faça-me o favor você, Julia. – Finalmente Barnabas dissera algo. – Quer saber mesmo o que é totalmente ridículo? Você contar meu segredo íntimo e ainda desacatar-me em meu aniversário! Isso sim é ridículo, mas, além disso, insano.

– Realmente. É o seu aniversário! – Exclamou Julia falsamente. – Me lembro de tê-lo dito parabéns, mas não pude fazer mais reverências, portanto... Um brinde a você, Barnabas! – Todos bateram palmas. Mas pararam logo depois que Julia começou a falar novamente. – Que não passa de um vampiro caduco e ridículo que possui certas insanidades postas na própria cabeça.

Julia saiu da sala com certa repulsa. Barnabas sorriu desajeitadamente para os convidados e tornou a tomar o champanhe que estava em sua taça.


***

– Ah, minha filha... – Suspirou a Sra. Salvatore. – Por que você foi fazer isso? O que deu em você? Vamos, eu sou sua mãe, pode confessar. Você fumou maconha?

– O quê? Claro que não! – Exclamou Julia. – Eu só estava cansada de ver eles, todo dia, tramando alguma vingança contra mim. Falei que ele era vampiro e falaria ainda mais se tivesse oportunidade!

– Julia, controle. Viu? Controle. – Disse Catelyn, que já ia saindo do quarto. – Não deixe que a repulsa que você sente por Barnabas atrapalhe seus planos, e muito menos continue a soltar as confissões dele.

– Tá bom mãe...

O outro dia havia começado. Julia já tomara seu banho e colocado seu vestido azul marinho. Ela pegou as chaves do Chevy. Ia ao centro da cidade. Antes de sair da Collinwood, deu um beijo na testa da mãe, que ainda estava dormindo, e foi. Ia encontrar com a única pessoa que ,juntamente com a própria Julia, eliminaria Barnabas rapidamente.

A viagem foi demorada e cansativa. Julia enganara um pouco seu enjoo com a felicidade que viria a seguir.

– A Srta. Bouchard está? – Perguntou à uma jovem que estava sentada na recepção.

– Está sim, mas receio que ela não possa atendê-la.

– É de extrema urgência. Dê-me licença. – Disse Julia com certa ignorância.

Julia abriu a porta sem nem bater. Angelique que estava tomando, aparentemente, um gole de uísque enquanto apreciava a vista de sua janela, virou-se.

– Como ousa entrar na minha sala sem bater? – Perguntou ela, ainda pensando que era sua secretária mal vestida. – Ah, Dra. Hoffman... Desculpe-me pela fúria repentina, e então, porque me procura?

– Primeiramente, como vai Angelique? – Cumprimentou Julia. – Bom... Eu acho que você já sabe o que houve ontem na Collinwood durante o jantar de aniversário, certamente, uma de suas jovens falsas tenha dito-lhe...

Angelique sorriu.

– É verdade. – Disse ela. – Uma jovem falsa me disse.

– Então... Eu pensei que como você o odeia também talvez nós pudéssemos nos unir e juntas, tentar derrotá-lo. – Disse Julia mantendo o tom baixo da voz.

Angelique olhou feio para ela.

– Ah, desculpe Srta. Bouchard. Desculpe...

– Vejo que tem ousadia. Pude perceber quando falou com a minha secretária falsa. – Disse Angelique interrompendo-a. – Também vejo que tem garra e ainda parece ser uma pessoa decidida. Sensata. De fibra! É... – Angelique tomou mais um gole de seu uísque. – Você parece forte. Daria uma boa parceira de crime. Tudo bem Dra. Hoffman, eu topo.

Julia deu um sorriso para Angelique e a mesma o retribuiu.


ARTHUR C.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
O que acharam dessa nova parceria que a Julia arranjou?
Até o próximo capítulo! ^-^



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