Tudo que Vai Volta Ii escrita por kaka_cristin


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, por enquanto eu acho que não tem nenhuma restrição para essa fic.
Finalmente decidi postar logo de vez essa fic, faz alguns anos que eu comecei a escrevê-la, acho que logo após ter terminado a postar a primeira. Mais uma fic minha inacabada XD
Vamos ver se eu consigo terminar essa tb!!! He he he
bjuuus



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Mais um natal e eu aqui sozinha novamente, a olhar pela janela, observando a neve cair do lado de fora. Estava tão entretida que não vi minha mãe chegar à sala e me olhar triste.

- Querida, está tudo bem? – Olhei desanimada em sua direção e depois voltei minha atenção à neve.

- Tudo bem. Estou só reparando na neve. Está bastante frio hoje, não acha? – Eu disse sem muito interesse. Minha mãe esboçou um sorriso e se aproximou trazendo uma xícara de café em sua mão me estendendo-a. – Obrigada. – Agradeci e dei um gole no café quentinho. Fiquei pensativa por alguns segundos e depois perguntei a minha mãe: - E a Jessy, está bem?

- Dormindo como um anjinho.

Forcei um sorriso.

- Ta bom. – Depositei a xícara numa mesinha ao lado da poltrona que eu estava sentada e me levantei ajeitando o cabelo atrás da orelha. – Vou descansar.

- Vai sim querida. Deve estar bastante exausta.

- Estou. – Concordei passando por ela.

- Quer que eu a acompanhe? – Perguntou preocupada.

- Será desnecessário. – Então eu sorri para convencê-la de que eu estava mesmo bem, e toquei em seu ombro antes de me virar e subir os degraus em direção ao meu quarto.

Antes de entrar no meu quarto eu abri a porta do quarto da minha mãe com cuidado. Dali da soleira da porta fiquei a observá-la dormir no berço. Algumas lágrimas começaram a sair de meus olhos. Aquilo acontecer era quase sempre inevitável. Tapei meus lábios afim de não fazer barulho e despertar a atenção da minha mãe ou até mesmo acordar minha filha. É isso mesmo que vocês leram, minha filha.

Um anos antes...

Eu estava arrasada. Semanas antes encontrei o Gerard, a única pessoa que realmente amei e que me abandonou após saber que eu havia engravidado dele na adolescência e a criança havia morrido alguns anos depois, quatro anos pra ser mais precisa. Eu rezei tanto pela presença dele quando tudo aconteceu com a nossa filha. O que eu mais queria era que ele estivesse ao meu lado, assim passaríamos por aquilo junto e seria tão mais fácil, mas não. Ele nunca soube da criança quando ela estava viva e quando soube, já era tarde. Ele se foi logo quando descobriu o que tinha acontecido. Nos reencontramos meses depois numa cafeteria e então aconteceu aquele baque. Gerard estava lá e acompanhado de outra garota. Ele estava melhor do que eu que ainda chorava pela perda dele. Naquele momento eu só pensava em ir embora, mesmo que meu coração estivesse batendo mais rápido por ele, eu só queria fugir daquela cafeteria sem que ele me notasse. Eu fui tão idiota que acabei esquecendo minha bolsa com os presentes de natal na tentativa de fugir daquele local sem ser percebida, mas aquele impulso acabou dando errado e quando eu voltava para buscar minha bolsa, eu esbarrei com uma garçonete que trazia pilhas de pratos e copos sujos. Foi um estrondo imenso e todos olharam para mim, foi assim que ele me notou ali. Pude ver o seu olhar surpreso e ao mesmo tempo espantado pra mim, meu coração bateu a mil por horas naquele momento. Corri as pressas em direção à saída daquela cafeteria, mas ele veio logo atrás e eu não consegui continuar a fugir, eu parei e deixei que ele me alcançasse. Foi a pior conversa que tivemos. A conversa definitiva de que tudo entre nós havia acabado, para sempre. E realmente acabou.

- Feliz natal. – Minha mãe me deu um beijo no rosto e eu fingi estar contente com um sorriso. Logo, a sala em que eu me encontrava sozinha encheu-se de familiares. A primeira pessoa a vir após minha mãe foi a minha tia com um lindo bolo e o colocou na mesa coberta por uma toalha vermelha cheia de desenhos natalinos. Logo atrás vieram seus filhos e seu marido trazendo mais algumas delícias de natal. Em seguida foram chegando mais pessoas da família e aquilo virou uma bagunça. Todos conversavam alegremente, comiam, bebiam e eu permanecia ali, invisível, triste, sentada na mesma poltrona há horas. Pensava no Gerard e na nossa última conversa.

“– Quem sabe um dia nos vemos novamente... Agora que to por aqui definitivo.

- Com certeza um dia nos veremos novamente, Gerard. O mundo às vezes parece tão pequeno e acabamos esbarrando com gente que nem imaginávamos mais ver.

- É. Seria muito bom. Talvez um dia eu te ligue pra conversarmos... Saber como vai sua vida, se já casou, teve filhos... Desculpa, acho que não foi bom dizer isso.”

Aquela conversa se repetia inúmeras vezes na minha cabeça. Como eu me arrependia de ter chorado na frente dele. Ele parecia tão seguro de sua decisão de continuar sua vida adiante sem mim, e eu lá me debulhando em lágrimas, me rebaixando na frente dele.

“- Você vai ficar bem?

- Vou sim. Obrigada por se preocupar. Então... Adeus.

- Até logo.”

Senti meu queixo começando a tremer, lá vinha mais uma choradeira com direito a soluço e tudo. Antes que eu começasse essa sessão vergonhosa na frente de todos, me levantei e corri para o banheiro mais próximo. Todos na sala me olhavam espantados se perguntando o que estava havendo comigo. Me tranquei no banheiro e comecei a chorar desesperadamente alto. Eram lágrimas seguidas de soluços e então aquele enjôo. Levantei a tábua da privada e despejei todo meu almoço nela. Minha mãe preocupada bateu na porta do banheiro e eu apenas respondi para ela esperar. Quando me recompus, abri a porta e deixei-a entrar para conversarmos em reservado.

- Querida, o que houve? – Perguntava com uma calma invejável.

- Eu estou péssima.

- Ainda por causa do Gerard? – Eu balancei a cabeça em afirmativo. – Quer ir embora? – Novamente balancei a cabeça em afirmação.

- Me desculpa mãe. – Eu a abracei arrependida por estragar o natal dela.

- Tudo bem, querida. Haverá outros natais que nos juntaremos à família, está bem? – Apertei-a ainda mais em meus braços, buscando consolo.

Nem me despedi de ninguém com vergonha por ter saído daquele jeito da sala. Enquanto minha mãe dava uma desculpa qualquer por estarmos indo embora no meio da ceia, eu a esperava com minha bolsa do lado de fora da casa da minha tia. Por sorte conseguimos o último vôo daquele dia para Los angeles. Minha mãe me olhava de minuto em minuto preocupada.

- Eu estou bem. – Sussurrei de olhos fechados. Eu sabia que ela estava me encarando novamente. Eu ainda me sentia um tanto enjoada, mas a vontade de chorar havia passado.

Pouco depois, minha mãe dormia e eu acho que eu era a única naquele avião que estava acordada. Aproveitei aquele momento para pegar minha bolsa e de lá retirar uma foto que sempre carregava comigo, a foto de quando Gerard e eu começamos uma linda historia de amor e que éramos dois adolescentes. Eu o amava tanto, e ainda o amo. Por que ele teve de ir novamente? Guardei a foto de volta na bolsa e tentei relaxar, o que era quase impossível, mas acabei conseguindo cochilar minutos depois.


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