O Sabor Da Insanidade escrita por Kaox


Capítulo 2
A Luta Por Sobrevivência




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Como eu temia, falhei em tentar caçar. Quase não há animais aqui, creio que a maioria foi devorada pelos mortos. Fui até o lago, mas lá também parece não haver peixes. Não tenho outra escolha, terei que ir até aquele lugar, uma estalagem de porte médio, porém com algumas portas e janelas quebradas, e com pelo menos uma dúzia de mortos ao seu redor, além disso, pelo estado que ela se encontra, imagino que haja alguns zumbis também em seu interior.

Não demorou muito para eu chegar, encontrei alguns mortos pelo caminho, mas não foi difícil evita-los, tive apenas que lidar com um, que me avistou e logo veio em minha direção. Com minha experiência adquirida nestes últimos tempos, foi fácil acabar com ele, esses vermes são perigosos quando atacam em bando, mas são ridiculamente estúpidos e se tornam inúteis quando estão sozinhos. Apenas esperei ele se aproximar, dei-lhe um chute no peito e o lixo logo caiu, neste momento, com meu facão em punhos, pulei sobre ele e o apunhalei direto na cabeça, perfurando desde seu olho esquerdo até seu cérebro, desta forma ele rapidamente faleceu. Quando retirei a faca, pedaços de miolos, líquidos estranhos e uma parte do olho saíram junto, fazendo-o exalar um cheiro ainda mais desprezível do que antes. Dei-lhe mais duas facadas e arranquei sua cabeça para garantir que nunca mais se levantasse.

Todavia, a coisa é mais complicada agora. Terei que lidar com um bando de vermes e tomar extremo cuidado. Primeiro rodeei a casa para analisar a situação. Contei ao todo 11 mortos, menos do que eu esperava, ainda bem. Três deles estão perto da entrada dos fundos, que está arrombada, um está parado escrotamente ao lado da parede lateral, e os outros sete estão espalhados ao redor da entrada principal, que está muito bem trancada, pelo visto.

Em geral é melhor evitar combate direto ao máximo, mas o zumbi sozinho parece um alvo fácil, e quanto menos houverem para atrapalhar, melhor. Primeiro pensei em me aproximar e pegá-lo de surpresa, mas temo que posso fazer muito barulho e atrair os demais, portanto eu decidi atraí-lo para minha direção. Simplesmente deixei que ele me visse, e fui recuando devagar até um lugar onde os outros não pudessem mais escutar ou ver qualquer coisa, peguei um pedaço de pau e espanquei com força sua cabeça, preciso como um jogador de baseball faz com a bola. Quando ele caiu, matei-o de forma similar ao último zumbi, mas dessa vez dei apenas uma esfaqueada e não me importei em notar qualquer outro detalhe.

Me aproximei da casa, fiquei de costas contra a parede e me esgueirei até a janela, olhei cuidadosamente e vi que dentro do saguão haviam mais três zumbis. Outra coisa chamou minha atenção, parecia haver uma barricada na entrada de uma escada, feita de um grande armário e mais alguns móveis espalhados, talvez haja alguém se escondendo ali.

Primeiro pensei em entrar pela janela, mas assim eu seria facilmente visto pelos mortos e provavelmente chamaria também a atenção dos que estavam do lado de fora da porta dos fundos, ficando encurralado num ambiente fechado. Eu poderia até mata-los com minha pistola, mas eu tinha apenas 8 tiros, e eu certamente chamaria a atenção dos zumbis do outro lado. Não, eu precisava primeiro eliminar silenciosamente os três zumbis próximos a entrada. Olhei com cuidado e vi que havia um barranco a cerca de trinta metros atrás da casa, então peguei uma pedra e atirei naquela direção, os três otários ouviram e começaram a ir pra lá, ficando de costas para mim. Saí correndo e esfaqueei a cabeça do que estava mais próximo, antes que ele pudesse se virar, logo os outros dois me viram e eu corri em direção ao barranco. Fiquei na beirada do abismo e quando o primeiro se aproximou, que reparei ser uma mulher, dei-lhe um pontapé nos peitos e ela caiu no chão. Rapidamente agarrei os braços do segundo e o atirei morro abaixo, este caiu e esmagou sua cabeça contra uma rocha, espalhando pedaços de carne decomposta por todo o lado. Olhei para frente e vi que a morta já estava se levantando, não dei sopa para o azar e a derrubei de novo, desta vez com um chute na cara. Quando ela estava no chão, pisei em sua cabeça seguidas vezes, até esta assumir a forma de uma sopa indecifrável de matéria orgânica. Meu coração estava batendo rápido, a adrenalina tomou conta do meu corpo e minha confiança aumentou, olhei pra mim e percebi que eu estava coberto de sangue, pedaços de vísceras, e de coisas que eu não conseguia identificar.

Voltei cuidadosamente para a direção da casa e notei que, para minha sorte, as porcarias não haviam visto o que se passava do lado de fora. Desta vez, com uma emergente sensação de invencibilidade e desprezo pelas criaturas inimigas, eu fiz uma abordagem ainda mais arriscada. Entrei na casa correndo e fui em direção a escada, me agarrei ao topo dos grossos e altos corrimões e pulei para o lado de dentro da barricada. Neste momento, os três estúpidos zumbis vieram em minha direção, mas com uma barricada e o corrimão nos separando, foi muito fácil acabar com eles. Simplesmente deixei que eles se aproximassem, com suas inúteis mãos tentando me puxar, e esfaqueei rapidamente o ponto vital dos dois primeiros, já com terceiro, que tentava pateticamente escalar a escada, eu segurei sua cabeça contra a superfície do corrimão e a perfurei através da nuca, o sangue jorrou como se fosse uma magnífica fonte de uma praça, molhando minha cara e me fazendo sentir como um caçador de demônios.

Finalmente posso explorar este lugar, vou começar subindo esta escada e...

–AAAAAAAAAAAAAAH, PUTA QUE PARIU!

Senti uma dor diabólica, algo que jamais cheguei perto de sentir na minha vida, meu ombro estava queimando como se jogassem ácido numa ferida exposta, fiquei nauseado e senti um gosto de sangue e putrefação saindo da minha boca. Quando virei minha cabeça pro lado, vi que uma destas aberrações estava me mordendo, segurei-a e a atirei para frente, utilizando um golpe que aprendi quando praticava judô, ela caiu escada abaixo e se espatifou num dos móveis que formavam a barricada. Neste momento, uma fúria incontrolável tomou conta de mim, nada mais parecia existir neste mundo, apenas eu a morta filha da puta. Eu pulei em sua direção e comecei a espanca-la, soco após soco, como um lutador ensandecido de vale tudo. Quando ela parecia já estar apagada, eu peguei minha faca e comecei a mutilar seu corpo, arrancando desde sua cabeça até as vísceras de seu tronco, e por fim despedaçando sua genitália fétida.

Finalmente recuperei minha sanidade, quanto tempo fiquei paralisado aqui? Cinco? Dez minutos? Cacete, fiz barulho demais, os outros zumbis vieram pra cá. Como pude ser tão descuidado? Tão estúpido? Tão idiota? Estou fodido, mas não é hora de pensar nisso. Não, deve haver outro jeito, não posso acreditar.

Subi as escadas e vi que no final há uma porta, vamos ver... Caralho! Essa porra está trancada! Foda-se, os monstros malditos já foram atraídos mesmo. Peguei meu revolver e dei um tiro na trinca, a porta se abriu de uma vez só e eu percebi, com um profundo medo subindo pela minha espinha, que a situação está cada vez mais crítica.


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