Dia 1.2: A notícia se espalha

–Sério que vocês estão juntos?-Um narigudo perguntou ao dois, que comiam tranqüilamente suas refeições sentados na cantina. Bem...comiam, pois desde que entraram na sala de aula as pessoas começaram com esses malditos interrogatórios, cochichos durante a aula, bolinhas de papel, pegadinhas....de algum jeito, isso se espalhou como dengue no Brasil, de forma que em 10 minutos, o segundo colegial inteiro já sabia da “novidade”. Aquela escola tinha ouvidos nas paredes, só podia.

–Bem, é....

–Ah, sim. Somos namorados. –Luffy respondeu naturalmente. –Como você soube?

–‘Maldito!Isso era para ser somente para a nossa família.’-Conversa telepática

–‘Ah...o que tem eles ficarem sabendo?’

–‘Aff, você é um idiota..’

‘-Ei, não me xingue telepáticamente!!’

–Maldito!!Como ousa roubar a Nami-swan de mim??-Um loiro veio correndo e chorando rios e rios de lágrimas em direção a Nami, que o socou na face.

–Vá fumar lá de fora!!!-Gritou Nami.

–Roooooonccc......-O rapaz de cabelos verdes roncou ao lado deles, alheio a todo tipo de conversa.

–Que legal, estou feliz por vocês, seus malditos!!- O rapaz de cabelos castanhos e rosto extremamente apertável saudou o novo casal de forma animada. Todos ali estavam agitados, exceto o espadachim, que estava dormindo mais do que o normal. Isso era estranho, mas ninguém comentava, já que o rapaz era líder do clube de kendo da escola e vivia treinando.

–Mas como essa informação se espalhou na escola inteira?Todo mundo está olhando pra gente, droga.

“-Nossa irmã, você ficou sabendo da Nami e do Luffy da turma B?

–Sim, parece que os dois estão namorando. Que graça!!Eles não tem cara de que se gostam...pareciam que iam ser friendzone pra sempre.

–Ah..isso vai ser problemático. Fiquei sabendo que a Nami não dura com nenhum namorado. Todos que ficaram com ela a apelidaram de “bruxa”, hihihihi...

–Ah..e tem também a Hancock-sensei, que está doida para se casar com o Luffy. Duvido que ela vai dar algum sossego para esses dois, e...minha nossa, vamos, ela está olhando pra nós.”

–Droga. As gêmeas fofoqueiras Kiwi e Mozu do terceiro ano já ficaram sabendo. Agora é caso perdido..se eu tivesse pelo menos escutado o que elas disseram, aquelas linguarudas... –Nami murmurou irritada. Talvez a ideia de ter um namorado falso fosse uma má escolha, mas agora só precisavam agüentar até algum tempo.

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–Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!NÃO, POR FAVOR!!EU NÃO QUERO!!-Uma mulher gritava de dentro da sala do hospital de forma desesperada. Os pacientes se assustaram com os berros, mas não se assustaram tanto quanto a hora que dois enfermeiros passaram correndo em direção a sala.

–Nossa, o que foi isso?-Um homem que estava em um quarto ao lado, perguntou assustado.

–Que som horrível...parece que é uma mulher agonizando de dor....-A mulher ao lado de seu marido fala.

–Vocês estão um pouco enganados. –Um homem de cabelos brancos e jaleco médico para ao lado do casal, para checar a bolsa de sangue do homem. –Espere só um pouco...o sangue para trocar sua bolsa está quase vindo. –E sorriu.

–Hã?Você está dizendo que esses berros...

–SEGUREM ELA!!-Dois enfermeiros surgiram pela porta e agarraram a mulher firmemente pelo braço, a prendendo na cadeira. –Droga, todo mês é a mesma coisa. –Ele diz, observando o braço da garota ser amarrado para que as veias apareçam. Apesar de tremer, ela havia parado de gritar.

–Me perdoe por isso!!-Um homem de cabelos negros se ajoelhou, curvando-se para o médico. –É meio chato isso, mas...obrigado por agüentar.

–Tsk, não fique se curvando a toa, Ace-ya. –O homem diz ao rapaz, logo após, enfia a seringa nas veias da mulher, que deu um berro assustado. –Impressionante como uma mulher que fez um parto que durou sete horas e meia, com um bebê de mais de cinco quilos e que passou da época de nascer pode ser tão chorona com uma simples agulhada.

–Maldito seja, Trafalgar!!-Gritou a mulher, enquanto assistia seu sangue ser sugado de suas veias. Eu ainda vou te ma....ma...ma....t..carneiros são suculentos...e...-A mulher começou a ficar bastante zonza. –Droga...estou fraca...por que tem dois de vocês dois?háhá....rimou....

–Pronto, sua doida. Preparem para mim a bolsa de sangue e leve para o paciente no quarto ao lado.

–Sim. –E os dois saíram da sala, levando o sangue da garota em um tipo de bacia de prata.

–Eu detesto admitir, mas o seu sangue ajudou bastante. Não tem tido muitos doadores do sangue S (RH-). Um paciente precisava de sangue agora mesmo. Isso será de grande utilidade por enquanto.

–Droga, por que eu estou mais fraca que o normal??-Ela tentou se levantar, mas foi segurada por Ace, que a impediu de levar um tombo. –Estou enjoada....

–Calma, é só nervosismo querida. Né doutor?

–Na verdade não. Digamos que eu tirei o dobro do normal...

(...)

–VOCÊ FEZ O QUÊ???-Gritaram ambos.

–Bem, com isso eu comprovei o quanto você é bicho ruim. Não morreu com isso, provavelmente não morrerá nunca.

–Maldito, sempre tentando me matar não é?-A garota passou a encarar o médico de perto. Seus olhos soltavam faíscas.

–Infelizmente eu não obtive sucesso...ainda...-Ele a olhava de forma irônica, superior, seus olhos também soltavam faíscas.

–Ei vocês dois...não briguem.....

–Bem, mas e....-E despencou no chão.

–Ah, meu docinho!!-Ace gritou, pegando a mulher que estava mole em seus braços. –Querida....droga Law, você matou minha esposa!!-Gritou para o homem que abria a porta de seu armário.

–Hein?Não fiz nada. Eu estava brincando rapaz, você acha que eu faria uma maluquice dessas mesmo?-E então foi em direção a garota. Se abaixou na altura dela, colocando a mão em sua testa. –Nossa, ela realmente está bem p.....

–Bleeeearrrgg!!!-A garota arfou, gofando em cima do cirurgião. Law fechou os olhos, apertando o cenho. Aquilo não aconteceu, não é?Sua amiga/rival havia realmente....vomitado uma bomba...na sua cara....

–Nossa, essa foi....

–Ups...eu disse que não conseguia digerir essa papinha...que decepção. O bolo que eu comi e resto do baguete saíram tudo.....

Epa...ela vomitou pão em Trafalgar Law??Justo o alimento MAIS odiado por ele...E na cara ainda??E ainda comeu antes de ir para lá?Mas que garota abusada!!

–Mas você não estava passando mal...como isso é possível?

–Meu estomago não quis. Imagina se você tivesse dado isso ao nosso filho, seu mané?

–Ahhhhh!!Nunca mais mexerei no fogão novamente!!

–É bom mesmo, não é só por que eu sou imortal que meu estômago é de aço. Parece que agora você entendeu o por quê de precisarmos de uma babá..

–Seus.....

–Hã?

–DESGRAÇADOS!!CAIAM FORA DA MINHA SALA AGORA!!

–NÃO GRITA COMIGO!!NÃO TE DEI INTIMIDADE PRA FAZER ISSO!!

–POR FAVOR, NÃO BRIGUEM!!

–DROGA, AGORA ME DEU FOME. ACE, PIZZA, AGORA!!

–VOCÊ NÃO VAI COMER PIZZA AS NOVE DA MANHÃ!!

–SEU IRMÃO COME CARNE AS 3 DA MADRUGADA!!

–SÃO COISAS DIFERENTES, TE GARANTO!!

–VÃO DISCUTIR A RELAÇÃO FORA DA MINHA SALA!!

–Pronto, sua bolsa nova de sangue!!-O médico diz ao terminar de arrumar a pequena bolsa rubra, substituindo aquela que já estava praticamente vazia.

–Obrigado...mas..essa gritaria é sempre assim?

–Sim, háhá....não tem tempo ruim para as pessoas aqui. Principalmente por causa do doutor Law...todos fazem esse lugar de enfermos ser mais divertido. As confusões que ocorrem aqui até mesmo ajudam a aliviar o clima às vezes.

–Doutor Bepo, vamos aproveitar bastante esse sangue. –Diz o enfermeiro entrando na sala rindo. –Parece que o doutor Law levou uma gofada na cara, hihihihi....

–Háháháhá...é por esses motivos que eu adoro trabalhar nesse lugar...Aqui é tudo mais divertido!!

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Nami suspira dentro do carro, que se aproxima cada vez mais da sua casa. Luffy, que sempre lhe dava carona na volta para a escola a olhou de rabo de olho, vendo o nervosismo dela. Eles pararam em um sinaleiro que se fechou.

–Ei Nami....-Luffy falou. –Você ta arrependida do pacto que a gente fez??

–Ehhh, não, mas...-Ela olhou para as mãos, suspirando fundo. –Eu estou começando a pensar nos problemas que isso pode causar.

–Quer desistir?-Luffy perguntou, movendo o carro novamente. A velocidade que estava era agradável, e fazia o cabelo de Nami balançar divinamente no vento. Luffy olhou rapidamente, e viu o brilho que o contraste dos cabelos da jovem com crepúsculo daquela tarde. Voltou a olhar pra frente, sentindo uma sensação estranha na barriga. “Deve ser fome”.-Pensou

–Pffff...agora não tem jeito Luffy. Todo mundo da escola já sabe da “verdade”...é impressionante como o povo daquela escola é fofoqueiro.

–E o que você pretende fazer?

–Vamos fingir só perto da nossa família e dos outros. Com nossos amigos a gente nem pode falar a verdade depois...ah, chegamos...-Ela falou ao ver o carro parando na porta de sua casa. Desabotoou o cinto, apertou as bochechas do seu amigo, agora pseudo-namorado e saiu do carro. –Boa sorte com o seu pessoal.....Beijos!!-E foi para a sua casa.

–Até mais....-Ele disse. –Hummm...que coisa, né?...Bora pra casa comer carne. –E ligou o carro novamente, saindo de lá em seguida.

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Logo após abrir a porta, Nami se deparou com um homem de um metro e noventa pulando em si e lhe abraçando, com lágrimas nos olhos. Apesar de não ser muito sociável, era muito sensível o pai da ruiva.

–NAAAAAAAAMIIIIII!!PERDOA O IDIOTA DO SEU PAI, BUUUUAAAAAA!!!-Gritou o homem, chorando rios, abraçada a sua “boneca”. Ele chorava como uma criança, de forma que sua camiseta já estava completamente encharcada. –ME PERRRRDOOOE!!!!

–P...Pai....tá...me...m....sufocando....

–Ah, me perdoe. Eu te machuquei??-Ele fala, se separando dela.

–Não pai, calma. Relaxe.

–Parece que mesmo depois de pedir desculpas, vocês brigaram de novo dentro do carro. Ele passou a tarde inteira chorando Nami....-Nojiko provocou a irmã, enquanto se deliciava com uma deliciosa laranja retirada de sua plantação.

–Calma pai, tudo bem. Eu não estou brava. Eu queria falar com o senhor justamente sobre isso.

–Olha filha, eu juro que vou segurar minha l.....

–Espera pai...senta ai que eu vou te contar algo. Nojiko já ta sentada ai mesmo, nem se incomode de levantar. Pessoal, eu...-Nami engoliu a seco. –Aconteceu umas coisas hoje, e....

–O que foi minha filha??tá me matando de aflição!!

–Eu estou namorando, é isso!!!

Um silêncio constrangedor se formou entre eles. Nami estava com as bochechas coradas, tentava segurar a respiração ofegante, e sua feição estava de “fofinha” pra “desesperada”. Seu pai e irmã simplesmente paralisaram, olhando fixamente para a garota, como se não acreditassem em suas palavras.

–V...você está o quê...?

–Namorando....

–E quem seria?

–Bem.....

(.............)

–O quêêê???Você e a Nami estão...tipo....namorando....mesmo?

–Sim Ace....satisfeito, velhote??-Luffy olhou para Garp, que ria enquanto comia seus biscoitos sentado no sofá da sala da enorme mansão onde moravam.

–Huuahahahaha realmente deu certo!!Nunca pensei que o lerdo do meu neto iria pegar a tetuda da neta do bigodudo, hahahahaha!!!

–Fico feliz pelo Luffy, né querida?-Ace diz para a garota, que o encara com um olhar venenoso, enquanto Ace sorria com uma cara de bobo. Sim, ela ainda estava com raiva dele.

–Bem, eu gosto da Nami...Eu a vi crescer, então tudo bem, não me importo mesmo. –Disse a mulher de cabelos claros, sentada ao lado de Garp, dividindo o pacote de biscoitos com boa vontade.

–Bem, agora vocês já sabem...acabou a palhaçada. Eu tenho uma namorada, vou trazer ela aqui no domingo, ai você não me enche mais o saco.

–Ah, agora as coisas vão ficar divertidas!!!-Garp ainda ria. Luffy não entendia o por que daquelas risadas de Garp, que se divertia com o plano maligno que tivera logo após receber a notícia.

–Bem...já que ela já é da família, você pode convidar a família dela inteira para vir para cá, háháhá!!!

–Até o Oyaji??-Ace perguntou sorrindo, Luffy se arrepiou completamente ao ver a alegria estampada no rosto do mais velho. –Que legal, faz tempo que eu não o vejo!!

–Sim, heeehehehehe!!!-Garp riu. –Tenho certeza que ele vai amar a notícia!!

–O quê? Mas esse velho me odeia mais do que o inferno!!!Lembra da vez que ele tentou me atirar dentro de um bueiro?Aquele velho é maluco!!-Luffy gritou. –Droga, me esqueci dele!!

–Sim, por isso vai ser mais divertido!!!

–Realmente...acho que o Oyaji não aparece desde o nosso casamento, né Ace?–A garota disse sorrindo para o marido, que abriu um sorriso bobo no rosto.

–Você já está de bem comigo, querida?

–Não. Palhaço!!-E virou a cara, deixando um moreno deprimido no canto da sala.

Se não fosse tão crítica a situação, Luffy daria risada da depressão de seu irmão, mas estava passando por um embate semelhante ao de Portgas. Não sabia se pulava da janela, se cortava com uma colher ou se saia correndo no mundo, dando a prova definitiva da sua insanidade. Só sabia de uma coisa...

–Eu to fudido!!!