Olhos Estreitos escrita por ericalopes


Capítulo 19
Esqueça Depois de Dizer


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo é o último da primeira temporada o/
Sim, OE vai ser divida em temporadas daqui em diante *-*
O que dizer?
Eu deveria ter um discurso sobre isso? Bom, eu tenho.
Eu lembro de quando assisti TWD pela primeira vez. A série me perseguia SEMPRE, seja no facebook, no twitter, em camisetas na rua, em assuntos com os amigos, e eu sempre com preguiça de conhecer, ou na verdade, sem o minimo interesse. Até que um dia eu cansei da perseguição e resolvi assistir. Não deu outra, eu viciei! Seria essa a história de outros fãs também? HAHA
Então Daryl Dixon apareceu, no terceiro episódio da primeira temporada, foi quase impossível não nota-lo. Na verdade, foi IMPOSSÍVEL não nota-lo. Foi um amor bem construído, não foi uma paixão a primeira vista (ou foi?). Não lembro exatamente em que momento eu tive a idéia de criar a fic, só sei que eu ja devia estar perdidamente apaixonada por aqueles olhinhos ♥
—______
Segunda temporada teremos uma nova Lara (ou velha Lara), novos personagens, novos conflitos, e muitos, MUITOS SEGREDOS. Posso adiantar que o Governador estará na fic, e junto a ele veremos a vida da Lara se transformar num verdadeiro INFERNO. Sim, ela deveria ter enterrado os segredos dela bem mais fundo. De preferência mortos, e não vivos ;)
A calmaria acabou em Etowah, em Portland, em Woodburry, nenhum lugar será bom pra se viver agora.
E eu queria agradecer vocês, seus lindos e lindas, que me acompanharam nessa primeira parte. Obrigado de todo o meu coração por terem valorizado algo que eu fiz com todo o carinho e amor para vocês. Se a história é boa, se a história faz, chorar, gargalhar, é porque eu faço pensando não só em mim, mas em quem a lê. Eu só tenho a agradecer a felicidade de tudo isso a vocês. De verdade ♥
E aos anônimos, eu peço por favor, dêem ao menos um oi, porque eu sei que vocês estão ai :) Não custa nada comentar uma vez ou outra, apenas pra dizer o que estão chegando. Gente, é bom espalhar emoções sabia? KKKKK Especialmente pra mim, que preciso da opinião de vocês pra continuar empolgada com essa fic :)
Quero todo mundo na estréia da segunda temporada (me senti na série agora huhu), comentando um PRESENTE o/ nas reviews ok?
Ok, já falei demais, um beijo e amo vocês ♥



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... Mas quando eu olhei não era Daryl. Um grito extremamente alto explodiu da minha boca. Meu coração parou. Um imenso manto negro tomou meus olhos.

Eu agradeceria mais tarde por ter tido a consciência assaltada e desmaiado. Me poupara de ter visto por mais tempo o que vi. Me poupara a dor de ter que matar Glenn e Ellena.



Tão leve como uma pena.

Seria uma ótima sensação não fosse as causas que me levavam a ela. Um simples movimento com a cabeça derrubou sobre mim montanhas de pedras infinitamente pesadas esmagando meu crânio. E em meio as rochas a lembrança apareceu.

O barulho do motor se misturou a viagem. Interna e externa. Enquanto Daryl nos dirigia pelo meio de um deserto quente e laranja, as lembranças me guiavam por meio de um corredor escuro, uma porta e... diretamente para Glenn. Um quase irreconhecível Glenn, e uma ainda mais irreconhecível Ellena.

As coisas boas se misturaram as coisas ruins. Foi como um pesadelo invadindo um sonho. Não há melhor definição que esta. Eu tinha motivos para sorrir vindo de todos os lados. Então eles apareceram na porta a minha frente e me puxaram para o lado mais negro do subconsciente. Me cercando com olhos brancos e estragados, com bocas famintas e dilaceradas. Pertubando meu sono, e agora minha realidade. Glenn e Ellena estavam mortos. E eu estava viva para amargar aquela dor para sempre.

O quão surreal aquilo era? Incalculável. Mas ao mesmo tempo eu sabia que era verdade. Eu não tentei ocultar aquilo imaginando ter sido um grande pesadelo, embora visualmente fosse. Era real, palpável e doloroso. Era Glenn, sem sua alma, porém ainda sim era ele. E Era Ellena, também sem sua alma, porém era ela. E um único pensamento pairava a minha cabeça depois de alguns minutos acordadas: Glenn virara um deles por ter ido me salvar. Era por minha causa que ele estava ali.

Meus pés ultrapassaram o vidro dianteiro do carro com facilidade. Uma canção cristalina tocou no meio do deserto. Os vidros dançaram para dentro e para fora do carro. Daryl fez menção de perder a direção do veículo mas controlou-se. Minha raiva ou o quer que fosse havia escapado pelos meus pés.

Eu voltei a minha posição. Frágil, olhos parados no infinito a nossa frente, braços cruzados e pés sobre o rádio. Como se nada tivesse acontecido. Daryl parou o carro.

– Continua. – eu pedi. Ele me olhou por alguns segundos e depois socou o resto do vidro a sua frente a qual eu não havia conseguido quebrar. Silenciamos por longos segundos até que eu deixei as lágrimas intervirem no espaço.

Caiam desesperadamente pela minha face, construindo um grande ensopado sobre minha camisa. Eu olhei para baixo e encontrei a poça sobre o tecido. Mais um pouco abaixo estava minha bolsa, e nela, a caixa onde eu havia guardado a flor que Daryl me dera.

Eu a peguei, abri delicadamente e com muita paciência até expor a pequenina floco de neve. Alegre como sempre. Uma flor incapaz de sentir tristeza, eu acredito. Mesmo no frio, ou no calor, ela tinha um sorriso gigantesco.

– Continua branca. – sussurrei baixo. – Como Ellena...

A pequena branca agarrava-se ao meus dedos como Ellena fizera em meus braços há dois dias atrás. A pequena escuridão vinda debaixo do banco fazia um contorno sobre as pétalas imitando o negro dos cabelos de Ellena. Desenhando-a abstratamente para mim.

– Seria um aviso? – eu perguntei virando meu rosto para o dele pela primeira vez. Seu rosto e toda sua postura eram tensos e cercados de um nervosismo bruto. Ele tinha as mãos enroscadas no cabelo enquanto me olhava aparentemente frágil e inofensiva segurando a flor entre os dedos e deixando as lágrimas cair sobre as pétalas.

Eu engoli em seco, ele também. Ele revezava o olhar entre a paisagem seca, meus olhos, a estrada e a flor. Enquanto eu só olhava seu rosto e seus olhos. Ambos procurávamos respostas, talvez não sobre a mesma coisa, mas ambos estávamos perdidos.

– Vai. – eu abri a porta do carro puxando de um jeito desastrado as minhas coisas para fora. Eu guardei a flor de volta a sua nova casa e a joguei para dentro da mochila. Daryl tentou me puxar para dentro novamente mas não conseguiu. Eu me coloquei a caminhar em meio as pedras e o barro seco a direita da estrada. Sem rumo, apenas carregando o peso da mochila e das certezas nas costas.

– Covarde! Idiota Covarde! Menininha fujona. É isso que você é. – Daryl nunca tinha tempo para respeitar a dor alheia. Especificamente a minha. Ele cuspia palavras em minhas costas enquanto eu caminhava. Todos os tipos de insultos foram proferidos pela boca dele enquanto o barulho da lataria sendo amassada ecoava em meus ouvidos. Chutes, socos, gritos e urros. Daryl estava completamente descontrolado.

– Você quer saber? – ele gritou e sua voz parecia bem mais baixa agora. Eu olhei para trás e me vi a longos metros de distância dele. Não acreditei que tivesse caminhado tanto.

– VOCÊ É A GAROTA MAIS IDIOTA QUE EU JÁ CONHECI EM TODA A MINHA VIDA! VADIA ESTÚPIDA!!!

Fiz o caminho de volta com meu corpo mergulhado em fúria. Ele me viu correr em sua direção deixando a bolsa cair em meio ao chão quente enquanto a cada novo passo meu coração borbulhava num caldeirão de ódio. Ele se preparou com a mesma quantidade de descontrole e congelou na frente do Impala.

O impacto foi doloroso. Tanto na alma quanto na pele. Eu ouvi suas costelas e sua cabeça fazerem um ruído alto quando eu o joguei sobre a tampa do motor e o sufoquei pelo pescoço.

– Você viu o que acontece com as pessoas que se aproximam de mim? Você viu aonde o amor levou Glenn? Você viu aonde a curiosidade levou Ellena? A morte! Você sabe o que é isso? Sabe o que é morrer? Não, você não sabe Daryl. Você sabe de muitas coisas, mas você não sabe o que é morrer. Então não seja curioso, não seja esse caipira estúpido que você está sendo agora e vai embora. Porque eu não vou com você! Porque eu não quero você morra seu idiota! E é isso que vai acontecer se você estiver comigo daqui em diante.

Eu pausei por um segundo ao ver que seu rosto começara a ficar vermelho e com veias protuberantes saltando de seu pescoço e testa. Eu afrouxei as mãos e tentei retomar uma postura normal.

– Eu preciso de você mais do que qualquer outra coisa no mundo. – confessei. – Eu amo você, mas não suportaria seguir essa estrada sozinha. E eu sei que isso vai acontecer a qualquer momento. Então que seja agora, enquanto você está vivo e eu estou vendo isso. Porque eu não quero ter que continuar enquanto vejo você sendo atacado ou se transformando em um deles. – Daryl se preparava para protestar quando eu o interrompi.

– Eu escolhi morrer aquela noite! Eu! Eu dei meu jeito de acabar com tudo! Eu fiz a minha escolha e me arrependi, e graças a Deus vocês estavam lá. Mas agora, eu fiz a minha escolha de novo de você não vai me impedir. Então faça como você fez aquele dia e me deixe morrer a minha maneira. Por favor.

Eu o soltei das minhas mãos suadas e trêmulas. Os raios e trovões vindo das minhas palavras cessaram, mas a tempestade ainda caia. E era extremamente perturbadora e forte. Daryl me tomou pela cintura e me colocou no banco do passageiro. Ele trancou a porta antes mesmo que eu pudesse tentar abri-la.

– O que você sente? Você sabe explicar o que sente? – Daryl entrou no carro e jogou seu rosto quente e nervoso sobre mim. Segurou meus pulsos que se debatiam contra janela ao meu lado na tentativa de fugir.

O que você sente, Lara Collins? Amor? É isso que você sente? Você ama Daryl Dixon?

– Eu amo você. – eu confessei mais uma vez olhando no fundo dos seus olhos. Seu mar azul estava furioso, as águas balançavam nas rochas e voltavam a todo momento. Ele mordia seu lábio inferior com ódio ao ponto de quase faze-lo sangrar.

– Porque eu amo você, e vai precisar de muito mais que isso pra me fazer ir embora. – Daryl disse o que tinha que dizer, soltou meus pulsos e retomou o volante. Acelerou enquanto eu me acabava em lágrimas agridoces, que caiam pela blusa, ensopavam e narravam a mesma cena de minutos atrás com extrema perfeição.

– Eu apenas não quero que você morra. – eu insisti apenas mais uma vez, e ainda mais baixo que outrora. A minha voz havia sumido, assim como meus argumentos pareciam cada vez mais fracos.

– O que você acha que vai acontecer se eu passar mais um dia sem você? – as palavras chegaram ao meu ouvido como uma melodia. Os dois últimos pares de lágrimas desceram pelo meu rosto e secaram no ar. Eu olhei para Daryl e não vi sua guarda ou sua muralha. Ele estava totalmente despido do seu escudo e me olhava com os olhos ainda cheio de ódios, mas seu rosto estava tão solitário e triste. Tão cheio de dores e pedidos.

Eu pulei sobre ele e o beijei da forma que meu coração sempre pedira. Insandecida. Eu dava soluços entre cada movimento. Eu senti as lágrimas misturando-se as nossas bocas e não me importei. Nós lutávamos pelo domínio daquele beijo intensamente. Daryl me segurava, e eu o segurava também. Escapávamos a todo momento das mãos um do outro.

– Eu amo você. Eu amo você mais que a minha própria vida. – eu disse em meio a soluços e lágrimas e seu rosto em minhas mãos. Daryl me segurava pela nuca e colava nossos rostos.

– Você não vai embora. Eu não vou deixar você fugir. Você não vai. – ele sussurrava repetidas vezes.

Tudo fora como uma música. Onde os tambores eram as batidas do meu coração. Os graves eram nossas vozes, e o piano eram nossas confissões. Muitos instrumentos que pareciam não combinar formaram a melodia perfeita.

Eu desisti do meu altruísmo. Eu desenterrei todo o meu egoísmo e me vesti com ele. Ou talvez não fosse nem um, nem o outro. Era apenas amor, e o amor não é muito racional. Eu só sabia que precisava de Daryl, e que ele também precisava de mim. Eu queria viver, sim, eu queria. Apenas com uma única condição: viver ao lado dele.

Click. Ruídos. Ele rencostou sua cabeça na poltrona e abriu um enorme sorriso seguido de uma gargalhada curta. Eu o acompanhei. Sem saber o motivo daquilo. Apenas tendo aquele rosto risonho como o meu. 7 segundos e a voz saiu do rádio.

Vivendo fácil, vivendo livre

Em rumo a uma estrada de mão única

Sem perguntas, me deixe viver

Pegando tudo em meu caminho


Não preciso de razão, não preciso de ritmo

Não tem nada que possa fazer

Partindo, é hora da festa

Meus amigos também vão estar lá


Estou na estrada para o inferno

Estrada para o inferno

Estrada para o inferno

Estou na estrada para o inferno


Sem sinais de "pare", limites de velocidade

Ninguém vai me fazer reduzir a velocidade

Como uma roda, vou girar

Ninguém vai se meter comigo


Ei Satanás!

Paguei minhas dívidas

Tocando em uma banda de rock

Ei mamãe, olhe para mim

Estou no meu caminho para a terra prometida


Estou na estrada para o inferno

Estrada para o inferno

Estou na estrada para o inferno

Estrada para o inferno


HIGHWAY TO HELL (AC/DC)


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Notas finais do capítulo

É, se belisquem, acabou...
POR ENQUANTO!

Estréia da segunda temporada:

14 de Julho

Apresentação dos novos personagens:

11 de Julho