Natural Disaster escrita por Thaís C


Capítulo 21
Capítulo 21 - Suas cicatrizes nasceram em mim


Notas iniciais do capítulo

AEEEEEEEEEEEE SAIU! com dois dias de atraso e tarde da noite ): , mas foi o mais rápido que eu pude D:Espero que gostem do capítulo, que foi feito com mt carinho, e que comentem ai com as suas opiniões, gosto muito de saber as reações que cada capítulo gerou pra poder organizar direitinho os próximos! Bjs e volto correeeeeeeendo!! *-*



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Derick estava confuso demais, e ainda no mesmo dia resolveu chamar Giulio, talvez quem sabe para desabafar com o amigo. Os dois estavam na beira da piscina, e já era noite. O garoto não conseguia entender o motivo de, apesar de estar namorando com Catherine, ela não conseguir se entregar por completo. As palavras de Stephanie não saiam de sua cabeça “ela é muito certinha pra levar um cara que ela não confia o suficiente a serio, pra ter uma relação plena com você”.

E essa frase fazia todo o sentido na cabeça de Derick, ela já havia dado várias provas de que não confiava, visto que todas as brigas que tiveram eram por mal-entendidos, vezes em que ela preferiu tirar conclusões precipitadas a respeito dele do que simplesmente perguntar, e seria um bom motivo para que ela não quisesse ter a primeira vez com o garoto.
– Mas então por que ela está comigo? – Derick disse desanimado, olhando para o chão.
– Até apostaria em coisas tipo, ela estar contigo por dinheiro ou influência, mas isso não combina com ela, pelo que me diz. – Giulio tentou consolar o amigo. – Você realmente acha que ela não ama você só porque não se sente preparada para transar? Vai ver é uma nóia dessas, que as mulheres têm e só precisa de um pouco mais de tempo...
– Ela me beija diferente, e dessa última vez, parecia que ela queria tanto quanto eu, mas ai do nada, ela travou.
– Será que ela não é tipo... – Giulio falava com os braços cruzados e com um sorriso debochado no rosto. – diferente...

– Diferente como?
– Com um algo a mais... – O amigo começou a gargalhar. – Quem sabe uma pequena protuberância que ela quer esconder!
– HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ. – Derick não estava para brincadeiras. – Você também vai ganhar um algo a mais se continuar de palhaçada, um olho roxo talvez. Eu to falando serio!
– Desculpa, mas depois da Roberta Close, nós dois sabemos que não dá pra saber quem é quem tão facilmente! – Debochou Giulio, mas ao ver o rosto serio de Derick, preferiu parar. – Tá, tá bom! Mas acho que você está sendo precipitado demais, às vezes a garota só não se sente pronta ainda.
– Não era isso que parecia quando eu tocava no corpo dela, enquanto ela me beijava, quando ela tirou a minha camisa... Eu não consigo entender nada...
– Então pergunte. Vocês não são namorados? Normal que conversem sobre tudo, inclusive sobre isso.
– É verdade Giulio, amanhã mesmo vou conversar com ela. Obrigado, apesar das suas piadinhas idiotas, foi bom conversar, eu tava precisando.
– Pô irmão, conta sempre. – Giulio falou com sinceridade.
Depois de conversarem mais um pouco sobre a banda, e marcarem alguns ensaios ao longo da semana, Giulio despediu-se do amigo e foi para sua casa. Derick caiu na rede da grande varanda da mansão dos Becker e dormiu ali mesmo, até o dia seguinte, sem trocar de rompa nem escovar os dentes.
– Ei garoto, acorda, tenha modos! – Disse Ralf batendo no braço do filho com um jornal.
– An? – O garoto abriu os olhos, meio sonolento. – Que foi, pai?
– Olha o seu estado! Dormiu ai a noite toda, está deprimente. Vá se arrumar e ir pra universidade. Vou mandar o motorista te levar de carro hoje, não quero você que nem um molambento por aí nesse skate. – O garoto assentiu, não estava afim de iniciar uma discussão aquela hora da manhã.
Tomou um banho, se arrumou de forma que soubesse que o pai não iria perturbá-lo, ao invés da mochila, colocou seu material em uma pasta executiva de couro preto, porém com uma alça transversal, dando um ar um pouco mais despojado. Derick sentou-se à mesa com a família e tomaram um café da manhã reforçado. Escovou os dentes, conferiu se não havia esquecido nada, e entrou no sedan Classe S da Mercedes-Benz, carro escolhido por seu pai para que ele aparecesse na faculdade com a imagem ideal.
Ao chegar, fez o mesmo percurso de sempre. Era de costume já que fosse correndo até a sala de Cath. Apesar da confusão do dia anterior, estava com saudade. A garota estava quase entrando na sala, sem perceber Derick havia se atrasado alguns minutos, porém ainda deu tempo de trocar algumas palavras com ela.
– Me desculpe, eu acabei atrasando. – Ele disse enquanto a abraçava forte.
– Eu achei que estava com raiva de mim. – Catherine corou. – Você ficou serio e depois nem me procurou mais. – Ela falou com uma voz triste.
– Que isso. – Derick a beijou de leve nos lábios e olhou no fundo daqueles olhos azuis. – Eu te amo, de verdade. – Ela sorriu encantadoramente e, não podendo resistir, o garoto a cobriu de beijos.
– Eu também te amo, de verdade. – Cath acariciou os cabelos negros de Derick. – Você é lindo. – Os dois se beijaram novamente.
– Mais tarde eu quero conversar com você, pra poder te entender, ou pelo menos tentar, ta?
– Tá, tudo bem. – Cath deu um abraço forte em Derick. – Agora eu preciso ir pra aula, passa aqui na hora do almoço.
– Sim senhora!
Derick foi para sua sala, sentou-se na primeira carteira e assistiu aos três tempos de aula de forma compenetrada. Ou pelo menos tentou fazer isso, entre uma página e outra de seu caderno apareciam versos soltos de amor, Catherine invadia sempre seus pensamentos e não havia mais como fugir.
Ao fim da aula, o garoto se dirigiu à sala de Cath, como havia sido combinado. Cumprimentou alguns colegas pelos corredores e tudo estava correndo bem, até que, quando faltavam apenas uns 5 metros para o corredor da sala da garota, surge Ellen andando rápido e de forma desengonçada, parecia totalmente dispersa e nervosa.
– O que houve Ellen? A aula de vocês já acabou faz tempo? Por que está assim? – A tímida garota o olhou totalmente desorientada e parou de andar.
– Não sei, só sei que chegou um homem, e ele começou a falar umas coisas estranhas, parecia nervoso...A Cath me mandou sair de perto aos berros, e eles foram andando para o bosque. – Ellen estava com a voz trêmula e Derick começou a se apavorar.
– Que!? Que homem é esse? – Ele falou alto, quase gritando.
– Não sei, não sei! Ele era assustador!
Derick correu o mais rápido que pôde, mas Catherine não estava no corredor de sua sala, nem no interior da mesma. Foi então para o bosque de Bergenthal, e Cath também não estava lá, decidiu então que perguntaria. Muitos ali haviam visto a confusão, e pela primeira vez na vida, o garoto percebeu que poderia ser vantajoso ser tão conhecido, os mais fofoqueiros logo souberam dar-lhe o paradeiro de Catherine.
– A gente a viu indo em direção ao estacionamento, com um homem totalmente alterado, era um coroa, devia ter uns 50 anos e parecia que se conheciam. – Disse uma menina.
– Obrigado! – Agradeceu e correu em direção ao estacionamento.
Chegando lá, começou a procurar por ela, mas eram muitos carros, e o lugar era enorme, gritava pelo nome dela, mas só recebia o silêncio como resposta. O garoto olhava em todas as direções, estava tão preocupado e começou a ligar para o celular dela, tocava e tocava, mas Cath não atendia. De repente, lembrou-se de que ainda havia a parte descoberta do estacionamento e seguiu para lá, subindo a larga rampa.
Logo viu que ela estava lá, chorando, com o rosto vermelho, com o homem de que todos falavam, sendo puxada pelo braço, o primeiro impulso foi correr e tirá-la dali. Partiria a cara do desgraçado, teria de se controlar absurdamente para não estrangulá-lo ali mesmo, estava dominado pela raiva, não toleraria que ninguém a machucasse.

Era um homem realmente de mais ou menos cinqüenta anos, cabelos castanhos, já agora grisalhos, alto, forte, com o rosto fechado, e olhos azuis intensos, porém a esclera já avermelhada. Vestia roupas simples, uma camisa social azul de mangas curtas, uma calça jeans desbotada pelo tempo, uma corrente metálica pendurada no pescoço e um par de tênis acinzentado pela sujeira. A aparência física e o modo como o homem gritava faziam com que ele parecesse perigoso, descontrolado, maluco.
– Solta ela agora! – Derick berrou enquanto corria em direção aos dois.
– Deixa pra lá, Derick! Deixa! – O homem olhou no fundo dos olhos do garoto, para ameaçá-lo, porém soltou o braço de Cath, deixando a marca vermelha de sua mão naquela pele clara. – Tá tudo bem, Derick, não se preocupa. – A garota gritou em prantos e era notável o horror e o medo que estava sentindo.
– Eu volto, e você vai me dizer direitinho onde você e a vagabunda da sua mãe estão morando. – O homem disse em tom baixo e frio, para que Derick não ouvisse e logo entrou em seu velho Chevette preto, acelerando e sumindo.
Derick correu para abraçar Catherine, que tremia e chorava descontroladamente com as mãos no rosto e os olhos fechados, como se pudesse se esconder do mundo. O abraço foi forte e acolhedor, ele retirou cuidadosamente as mãos da garota do rosto, a acariciava, cobria de beijos a face e secava suas lágrimas.

Ela abriu os olhos devagar e ele pôde ver o quanto eles já haviam começado a ficar inchados, nunca vira tanta dor em alguém como vira naquele momento nos olhos de Cath e aquilo lhe rasgava o perto, tirava-lhe a respiração, percebeu naquele instante que sentia muito mais do que amor, preferia morrer a vê-la sofrendo.


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Notas finais do capítulo

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