Natural Disaster escrita por Thaís C


Capítulo 14
Capítulo 14 - " Você sentiu minha falta? "


Notas iniciais do capítulo

Curtíssimo se comparado aos anteriores, porém achei que fica mais organizado assim. Beijos e comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/374017/chapter/14

A noite estava animada, por volta das 23 horas, o grupo de Derick, formado por umas quinze pessoas, decidiu ir para a casa de Rui. Derick havia prometido que a noite seria boa, e, como ele possuía a admiração dos colegas, estavam todos muito animados. Os pais de Rui eram separados, ele morava com o pai, o qual vivia viajando, o financiava e permitia que o filho vivesse da forma que desejasse. Por conta disso, a casa estava sempre liberada para o uso irrestrito do grupo.
Obviamente, Giulio e Murillo haviam sido convidados para participar da social, porém Peter não foi nem comunicado, visto que Derick o protegia demais e considerava esses eventos inadequados para o irmão mais novo. Apenas Giulio compareceu, Murillo era dono de um comportamento calmo demais para freqüentar esse tipo de reunião.

Derick havia entregado mochilas pesadas aos caras do grupo, que já podiam imaginar o que essas mochilas continham. Ao chegarem no apartamento, logo foram abrindo as mochilas e colocando na mesa tudo que iriam consumir. Comida? É lógico que nenhuma, porém não era isso que importava. A quantidade de bebidas ali era suficiente para deixar todos em coma alcoólico e a quantidade de outras drogas, para levá-los a overdose.
O sorriso no rosto de todo o grupo apareceu rapidamente e logo trataram de consumir tudo freneticamente. Divertiram-se como nunca, é claro, não havia pudores, regras, pressões morais, nem um pingo de racionalidade para detê-los nessa empreitada. A loucura reinava naquele apartamento, e, não havendo espaço para solidão, os casais começaram a se formar nos sofás, nos quartos, cozinha, banheiros, qualquer canto daquele lugar.

Ruídos de todos os tipos incomodavam os vizinhos, que naquela hora, em um dia de semana, precisavam dormir. Derick estava tão entorpecido pelas drogas que não conseguia se lembrar dos problemas e muito menos das conseqüências que aquela “diversão” poderia trazer para todos ali, apenas queria rir, se divertir e se sentir livre, mesmo que fosse por alguns momentos.

O garoto se deitou então no maior sofá da sala com uma garrafa na mão enquanto delirava. Um tempo depois, Mariah, que também não estava em seu juízo perfeito, foi andando e tentando se segurar na parte de cima do encosto desse mesmo sofá. Ao ver Derick deitado, se apoiou ali e foi inclinando o corpo para frente até que caiu nos braços do garoto.
Os dois se olhavam sem dizer nada, apenas riam com os corpos colados. Derick fechou os olhos e se perdeu em seus pensamentos. De repente Mariah, movida por um impulso, sussurrou:
– Você sentiu minha falta? Diz que sim.
Derick, permanecendo de olhos fechados, pôde ouvir a voz de Catherine em sua cabeça, não exatamente algum diálogo que tiveram, mas sim aquela sonoridade, de que ele tanto gostava.
– Muito. Muito. – Ele respondeu.

– Eu também senti a sua. Senti falta do seu gosto, do seu beijo, de tudo. – Ela disse enquanto soltava os botões da camisa dele.
Era como se estivesse sonhando, Derick imaginou Cath em seus braços, a via nitidamente deitada ali com ele, porém não percebia em nenhum momento que estava de olhos fechados, para ele, o devaneio era real. Pôde sentir o cheiro, e o toque dela, enquanto Mariah dizia aquelas coisas. Ele pôs uma das mãos no cabelo da garota, sentiu que era liso e isso o acalmou.

– Por que me deixou sem você esse tempo todo?
– Não sei. – Ela falou carinhosamente. – Mas nunca mais farei isso. Eu vou cuidar de você.

O garoto sentiu uma alegria brotando em seu peito, e, ainda sem abrir os olhos, acariciou o rosto dela. A situação estava fora de controle, os vizinhos gritavam e batiam na porta para reclamar, porém ninguém do grupo sequer conseguia ouvir, então, a polícia foi prontamente acionada. Todos haviam passado de seus limites, aquele grupo era acostumado a consumir drogas, porém, essa havia sido a experiência mais intensa de todos até o momento, Derick exagerou, sem sombra de dúvida.
Não precisava ser vidente para prever que toda aquela euforia teria consequências absurdas. A paranóia e o delírio de Giulio, causados pela cocaína o dominavam, e o garoto, sem ter nenhuma razão aparente, pegou uma das cadeiras de madeira da sala e a lançou pela janela. A cadeira era pesada e o estrondo foi escutado pelos vizinhos, que se desesperavam a cada novo ruído e com a demora da polícia.
Com o barulho, Derick se assustou, e, antes que pudesse beijar Mariah, abriu os olhos e levantou do sofá amedrontado. A decepção foi grande a ao ver que em seu colo, não era Catherine, acabou por se irritar e desejou se entorpecer mais um pouco. A garota permaneceu deitada no sofá sem energia para nada, estava esgotada.
A baderna continuou até a chegada da polícia, poucos minutos após o incidente de Giulio. A porta do apartamento foi arrombada e os policiais entraram para levar todos ali para a delegacia. Como se pode imaginar, a polícia chegou de forma truculenta, algemando e agredindo a todos, apenas as mulheres foram poupadas. O apartamento estava destruído, drogas e bebidas por todos os cantos e o estado das pessoas ali era deprimente, então os vizinhos agradeceram sinceramente aos policiais.
Derick estava impossibilitado de raciocinar, mas suava frio devido às drogas, e os socos dos policiais também contribuíam para que o garoto sentisse todos os sintomas de um desmaio. Dentro da viatura, ele foi ficando cada vez pior e mal teve forças para se levantar na hora de subir as escadas da delegacia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

C-O-M-E-N-T-E-M
P-O-X-A
Ç.Ç